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Governo reconquista cidadeschave no leste da Ucrânia

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Governo reconquista

cidades-chave no leste da Ucrânia

Rebeldes separatistas pró-Rússia se retiraram das

cidades de Sloviansk e Kramatorsk, no leste da

Ucrânia, e recuaram para a cidade de Donetsk,

capital da região.

Eles disseram que a retirada seria um recuo estratégico e prometeram manter a luta para separar a região do resto da Ucrânia. O recuo veio após uma ofensiva das forças do governo ucraniano nesta semana para recapturar as cidades sob controle de rebeldes.

O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, descreveu a retomada da cidade de Sloviansk, que esteve ocupada por separatistas por três meses, como um momento-chave na luta do país contra os militantes que ameaçam a integração territorial do país.

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O correspondente da BBC em Kiev, capital da Ucrânia, David Stern, disse que a reconquista de Sloviansk, onde começou a insurgência dos separatistas pró-Rússia, em abril, é uma vitória significativa para o governo.

Segundo um comunicado oficial, os rebeldes fugiram após intensos bombardeios com morteiros por parte de forças do governo. As autoridades pró-Rússia na cidade de Donetsk disseram que combatentes rebeldes começaram a chegar do norte, e pediram que os moradores ficassem em suas casas.

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Líderes rebeldes teriam dito que a decisão de abandonar Sloviansk foi tomada por Igor Strelkov, o comandante militar da autodenominada República do Povo de Donetsk.

Strelkov, cujo nome verdadeiro é Igor Girkin, fez um apelo na sexta-feira por intervenção da Rússia, dizendo que seus homens perderam a vontade de lutar.

FONTE: BBC Brasil

Europeus vendem armas para

Rússia mas condenam ocupação

na Ucrânia

Contrato inclui modernos porta-helicópteros. Alemães construíram um centro de treinamento militar de alta tecnologia

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Moscou — Imersa em uma crise de consciência desde que a Rússia se implantou militarmente em solo ucraniano, as nações europeias lutam para equilibrar considerações econômicas e políticas. A França deve convidar este mês 400 marinheiros russos para treinar em um novo navio que um almirante do país disse certa vez que teria permitido a seu governo derrotar a vizinha Geórgia, na guerra de 2008, em “40 minutos em vez de 26 horas”.

Líderes franceses se recusaram a cancelar a venda de dois porta-helicópteros da classe Mistral que custaram US$ 1,7 bilhão — capazes de transportar 16 helicópteros de ataque, dezenas de tanques e 700 soldados — apesar dos recentes ataques da Rússia, incluindo a anexação da Península da Crimeia, em março. Manter a venda gerou condenação dos aliados, incluindo os Estados Unidos e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que dizem que o fornecimento de equipamentos militares à Rússia com uma mão, enquanto condena suas ações militares com a outra, é

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claramente contraditória.

O acordo Mistral e outros carregamentos de armas demonstram a dificuldade de pressionar o governo de Vladimir Putin, mesmo num momento em que as tensões entre o Ocidente e a Rússia estão no seu pior nível desde a Guerra Fria. Os líderes europeus têm procurado proteger suas indústrias de defesa, mesmo quando condenam as autoridades russas sobre a anexação Crimeia.

— Estamos executando o contrato em conformidade legal, pois não estamos nesse nível de sanções — disse o presidente francês, François Hollande, a repórteres este mês, acrescentando que, se as sanções mudarem, “a França pode reter o envio dos navios”.

Já o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, não concorda com Hollande:

— Eu expresso algumas preocupações, e não acho que eu estou sozinho. Eu acho que teria sido preferível apertar o botão de pausa.

Ainda assim, nenhuma nação se mostrou disposta a ajudar a França e evitar que o país arque sozinho com o ônus financeiro de qualquer cancelamento. Isso demonstra a dificuldade do Ocidente de encontrar uma resposta unificada para as ações da Rússia na Ucrânia, segundo analistas.

DE OLHO NA TECNOLOGIA EUROPEIA

Apenas alguns anos atrás, a Rússia não costumava comprar equipamentos militares feitos fora do bloco soviético. Ainda hoje, a Rússia continua a ser um grande exportador de armas. Mas depois da guerra com a vizinha Geórgia, em 2008, os principais líderes repensaram seus velhos hábitos. Embora a Rússia tenha prevalecido no conflito, seus soldados se mostraram mal equipados e desorganizados, lutando com armamento da era soviética que falhou em numerosas ocasiões.

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Assim, os líderes russos se voltaram para o Ocidente para aumentar a sua capacidade militar.

— Os russos descobriram que seus equipamentos não faziam mais jus às suas expectativas — disse Pieter Wezeman, pesquisador do Instituto Internacional de Estocolmo de Pesquisa da Paz (SIPRI), que acompanha as transferências de armas. — Os russos, então, começaram a comprar não apenas sistemas completos de armas, mas também de tecnologia.

Eles encontraram um continente que estava ansioso para vender. A crise financeira global de 2008 e subsequentes lutas econômicas da Europa fizeram com que mudassem políticas para aumentar as chances de empregos e exportações.

Embora números precisos sejam mantidos em segredo e difíceis de compilar, a França foi o parceiro comercial mais entusiasmado, dizem analistas. Alemanha, Itália e República Tcheca também estiveram envolvidos na venda de equipamentos para a Rússia nos últimos anos, de acordo com dados do SIPRI. Os contratos envolvem aeronaves, veículos blindados e material de comunicação.

Entregas francesas de armas e equipamentos de defesa para a Rússia triplicaram de valor entre 2009 e 2010, e em seguida, continuaram a aumentar, segundo relatórios de parlamentares franceses. Em 2011, o acordo Mistral — do qual mais de mil postos de trabalho dependem — era uma ordem de grande magnitude.

O presidente russo, Vladimir Putin, disse este mês que se a França seguir com o acordo dos navios, mais pedidos virão em breve. Uma proposta atraente para Hollande, que enfrenta uma economia estagnada.

— Se tudo correr como está no contrato, não descarto a possibilidade de novas encomendas, e não necessariamente na construção naval. Podemos considerar outros setores também — disse Putin a jornalistas franceses em uma viagem à Normandia

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este mês. — Em geral, as nossas relações neste domínio estão se desenvolvendo bem, e nós gostaríamos de continuar assim, na aviação, construção naval e outros setores.

Os dois porta-helicópteros Mistral oferecem novas capacidades para a Marinha russa, dizem analistas. O primeiro navio, Vladivostok, será entregue no outono.

— O Mistral traz um novo conceito, uma nova filosofia de guerra marítima — disse Alexander Golts, um dos maiores especialistas de defesa russa.

A Rússia também comprou 60 veículos blindados da Itália, de acordo com números do SIPRI, juntamente com novos produtos eletrônicos e sistemas de rádio, para atualizar aeronaves militares.

Um centro de treinamento militar de alta tecnologia, de US$ 163 milhões, construído na Rússia, pela empresa de defesa alemã Rheinmetall, estava quase pronto, quando o ministro da Economia da Alemanha, Sigmar Gabriel, parou o projeto, no final de março, citando a situação na Crimeia. Ainda não é claro se o trabalho será retomado.

As exportações da Europa têm sido fundamental para modernizar os equipamentos militares da Rússia, disse Igor Sutyagin, um especialista militar, no Royal United Services Institute, sediada em Londres.

— É muito difícil construir qualquer sistema moderno sem o uso de peças ocidentais — disse Sutyagin.

A Rússia está interessada em eletrônica ocidental, computação e sistemas de comando e controle, disse ele.

— A eletrônica russa ainda é muito atrasada comparada com a do Ocidente, e ela é muito, muito importante.

Ele acrescentou que os sistemas de comunicação do Mistral serão particularmente úteis para a Rússia, uma vez que podem

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ser estudados e recriados em outro lugar.

Na França, onde o governo do presidente Nicolas Sarkozy assinou o acordo em 2011, Hollande continua com a venda sem grande problemas internos com a oposição.

— A questão é monetária, em primeiro lugar. Mas também é de reputação — disse Etienne de Durand, diretor de estudos de segurança no Instituto Francês de Relações Internacionais.

— É meio difícil quando você está no ramo de defesa cancelar qualquer tipo de venda.

FONTE: O Globo

Ucrânia acusa Rússia de

cruzar fronteira

Coluna de tanques e blindados russos invadiu território no leste do país, afirma governo

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ucraniano. Moscou nega. Novo presidente Petro Poroshenko diz a Putin que ação é inadmissível e telefona para líderes dos EUA e da Alemanha.

O governo da Ucrânia afirmou nesta quinta (12) que uma coluna de tanques e blindados da Rússia invadiu território ucraniano no leste do país, entrando por pontos de fronteira controlados por separatistas pró-russos próximos da aldeia de Dyakove.

Segundo um porta-voz da Presidência ucraniana, o novo líder do país, Petro Poroshenko, telefonou ao seu colega russo, Vladimir Putin, e disse que a invasão dos tanques era “inadmissível”. A Rússia nega que tenha enviado os veículos à Ucrânia, e a acusação não pôde ser confirmada de modo independente por jornalistas.

De acordo com a agência russa de notícias Interfax, o ministro do Interior ucraniano, Arsen Avakov, relatou que uma “coluna” russa, incluindo automóveis e blindados, cruzou a fronteira, e três tanques se dirigiram a Snizhne, a 40 km de Dyakove.

Ainda segundo Avakov, dois desses tanques rumaram depois à cidade de Horlivka, mas foram interceptados por forças ucranianas, e “parte da coluna foi destruída”. De acordo com a agência Reuters, rebeldes pró-Rússia se apossaram de tanques em Snizhne, mas negam que sejam os veículos russos que atravessaram a fronteira.

A Ucrânia diz que mercenários russos têm entrado no país nos últimos dias para se somar às milícias pró-russas que combatem nas regiões rebeldes de Donetsk e Lugansk. Em seu discurso de posse, em 7 de junho, Poroshenko propôs criar um “corredor para mercenários russos que queiram voltar a suas casas”.

No mesmo dia, Putin ordenou reforços na vigilância da fronteira com a Ucrânia para evitar incursões ilegais. Kiev, porém, afirma que essa ordem não teve nenhum efeito, e os separatistas continuam recebendo provisões militares e reforços do país vizinho.

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Também nesta quinta (12), Poroshenko conversou por telefone com o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, e a chanceler alemã, Angela Merkel. O ucraniano se disse disposto a negociar –mas não com os que chama de “terroristas”- e anistiar os que não tenham “sangue nas mãos”.

Resolução

Mais cedo na quinta-feira, o chanceler russo, Sergei Lavrov, tinha dito que os separatistas pró-Moscou no leste da Ucrânia estão prontos para um cessar-fogo, mas caberia a Kiev iniciar o processo.

Segundo agências russas de notícias, Lavrov também declarou que levará à ONU uma resolução sobre a crise da Ucrânia, mas não buscará autorização para enviar tropas para manutenção da paz.

O chanceler disse que a resolução se concentrará nas propostas incluídas no “mapa” para a resolução do conflito discutido com a OSCE (Organização para a Segurança e a Cooperação Europeia). FONTE: Folha de São Paulo

À beira da guerra civil,

Ucrânia

deposita

sua

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Bilionário Petro Poroshenko deve vencer ex-primeira-ministra Yulia Tymoshenko

À beira da guerra civil, à mercê de movimentos separatistas e da falência econômica, 36 milhões de eleitores devem definir neste domingo, 25, o futuro presidente da Ucrânia – o quinto da história e o primeiro desde o início da crise política que derrubou Viktor Yanukovich, em fevereiro.

Em uma nação minada pela ação de milícias armadas pró e anti-Rússia, o bilionário Petro Poroshenko, dono de um império da indústria alimentícia, deve vencer a ex-premiê Yulia Tymoshenko. Sua missão mais difícil, porém, virá a seguir: afirmar sua legitimidade e vencer a turbulência que ameaça implodir o país.

Embora não fosse protagonista até aqui, Poroshenko, de 48 anos, é parte do establishment político da Ucrânia há mais de 15 anos. Em 1998, ele foi eleito para a Rada, o Parlamento unicameral, e a partir de então participou de todos os governos eleitos. Fiel ao então presidente Leonid Kuchma, migrou de partidos, deixando a centro-esquerda pela direita ao longo dos anos 1990. Com a chegada de Viktor Yushchenko à presidência, foi secretário do Conselho Nacional de Defesa e

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ministro das Relações Exteriores, quando apoiou a integração da Ucrânia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Em 2012, virou a casaca e aceitou a nomeação de Yanukovich ao posto de ministro do Comércio e Desenvolvimento Econômico.

O rompimento definitivo com o presidente veio com o início do movimento EuroMaidan, na Praça da Independência, em Kiev, em novembro, quando Poroshenko se transformou em um dos porta-vozes da rebelião, ao lado do ex-campeão mundial de boxe Vitali Klitschko, de quem recebeu apoio na atual campanha.

Pouco carismático, Poroshenko impressiona os ucranianos mais pelo sucesso como homem de negócios do que por sua liderança política. De acordo com a revista Forbes, o oligarca nascido na cidade de Bolhrad, na região de maioria russa de Odessa, soma uma fortuna de US$ 1,6 bilhão, construída a partir de uma holding do ramo alimentício, o Roshen, mas também investindo na produção de automóveis e ônibus, em um estaleiro, um canal de TV e uma revista – a Korrespondent.

“Os políticos ucranianos não são apenas populistas, são muito populistas. E Poroshenko é mais um deles”, disse ao Estado o cientista político Yuri Koval, professor da Universidade Nacional de Donetsk. “Poroshenko lidera as pesquisas e deve vencer. Mas ele pode ser um líder nacional ou transformar-se em mais um Yanukovich.”

Em uma eleição ameaçada pelo risco de fragmentação do país, sua campanha eleitoral é marcada pela ausência de propostas concretas. Suas maiores promessas são reforçar as Forças Armadas e encerrar a crise com a Rússia “em três meses”.

Mas seus projetos de luta contra a corrupção, de redução da influência das oligarquias no governo, de modernização do país, de reindustrialização, de reforma do Estado e retomada do crescimento, são desconhecidos do eleitorado. Com a Ucrânia em bancarrota e precisando de US$ 35 bilhões em empréstimos internacionais para evitar a moratória, o maior compromisso de

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Poroshenko no campo econômico é elevar o salário mínimo a 7 mil grívnias, ou cerca de R$ 1,3 mil. A explicação de como financiará a medida é vaga: “Se eu fiz para 45 mil empregados, posso fazer para 45 milhões de ucranianos”, repete.

Com um discurso vazio e pouco empolgante, seu favoritismo entre os 21 candidatos, explica Koval, tem relação direta com a alta rejeição a sua maior opositora, Yulia Tymoshenko. Mesmo perseguida por Yanukovich, a ex-premiê não é vista aos olhos da população como uma mártir, como ocorre no exterior. Sua impopularidade aumentou nessa semana após uma declaração que atesta a falta de cultura democrática nos meios políticos.

“Se o país escolher outro presidente, creio que nós deveremos viver um terceiro ciclo de revolução, porque não vejo nenhuma esperança de mudança”,

afirmou.

Ao golpismo de Tymoshenko se soma a falta de apoio aos candidatos pró-Rússia, o ex-ministro da Economia Serhiy Tigipko e o ex-governador de Kharkiv Mykhailo Dobkin.

Mas o maior fator de risco à legitimidade das eleições de hoje é mesmo a ameaça das milícias separatistas. Na sexta-feira, um grupo destruiu na frente das câmeras urnas levadas a Donetsk para as eleições. O gesto foi possível porque o leste da Ucrânia é uma região sitiada, tanto por militares, quanto por paramilitares. Numa mesma estrada, a menos de 30 quilômetros de distância, há postos de controle pró-Kiev e pró-Moscou, em um face a face que multiplica confrontos. Ao longo da semana, mais de 20 soldados e 20 separatistas morreram em choques em Donetsk e Luhansk.

Para enfrentar a falta de segurança e o risco de choques entre milícias separatistas e radicais de extrema direita, a população civil não pode contar nem com a polícia. Na quarta-feira, a reportagem do Estado flagrou em uma das entradas de Donetsk policiais participando de uma barreira montada por

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separatistas. Na sexta-feira, outros policiais foram revistados e tiveram de apresentar documentos em uma barreira das milícias.

“Estamos em guerra”, justificou o líder separatista que comandava o posto de controle.

Entre a população civil é nítido o desejo de que a crise política seja superada e o país retome a normalidade. Essa é uma das razões pelas quais o Ministério do Interior, organizador da eleição, espera ao menos 70% de participação. Mas a instabilidade e os combates assustam a população. “Não vou votar porque não me sinto seguro”, diz o universitário de origem georgiana Dimma Teshelashvili.

FONTE: Estado de São Paulo – Andrei Netto – Enviado especial / Donetsk, Ucrânia

Resultado de referendo deixa

indefinido o futuro do leste

da Ucrânia

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Em Krasnoarmiisk, no leste da Ucrânia, o último domingo começou com troca de tiros e enfrentamento entre militares ucraniano e grupos rebeldes pró-Rússia.

Não era um início promissor para o dia do referendo que, em teoria, definiria se a autoproclamada República Popular de Donetsk se tornaria independente. O governo em Kiev considera a votação ilegal e tentou impedir sua realização, enquanto os militantes pró-independência defendiam os centros de votação dos militares.

No entanto, fora alguns incidentes isolados, o dia acabou sendo em grande parte pacífico, com a independência sendo aprovada por quase 90% dos eleitores, segundo os rebeldes, das regiões de Donetsk e Lugansk, atualmente controladas por separatistas.

As reações internacionais novamente se dividiram em lados radicalmente opostos, entre a Rússia e países do Ocidente – assim como ocorrera na península da Crimeia, que foi anexada pela Federação Russa em março.

A Rússia disse respeitar o resultado e considerou o referendo uma “implementação prática” da vontade do povo no leste da

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Ucrânia, enquanto líderes ocidentais taxaram a votação como ilegal e denunciaram irregularidades.

‘Surpreendentemente fácil’

“Foi surpreendentemente fácil fazer a contagem de votos: poucos votaram contra ou nulo, o que permitiu fazer isso muito rápido”, disse o chefe da comissão eleitoral de grupos pró-Rússia, Roman Lianguin. Lianguin assegurou que, em Donetsk, onde vivem 3,1 milhões de pessoas de acordo com o último censo, a participação chegou a 75% e foi ainda maior, de 81%, na região vizinha de Lugansk, que faz fronteira com a Rússia. “Superou as nossas expectativas. Estamos muito felizes”, disse Lianguin. “Exigimos o direito da autodeterminação e o conseguiremos.”

Mesmo diante destas declarações, muitos questionamentos ainda rondam a votação, que foi descrita em jornais ao redor do mundo como “caótica”. Na cidade de Mariupol, os rebeldes disseram que havia oito centros de votação para atender meio milhão de pessoas. Por isso as enormes filas de espera para participar do referendo.

Foi comum que não houvesse cabines de votação nem listas atualizadas dos eleitores. Para votar, bastava mostrar qualquer documento de identificação. Não era checado se a pessoa já havia votado. A BBC filmou uma mulher votando duas vezes.

Autoridades em Kiev e no Ocidente argumentam que o referendo n ã o c o n t o u c o m o b s e r v a d o r e s e x t e r n o s , v i o l a l e i s internacionais por não ter seguido parâmetros legais e não teve apoio amplo da população local.

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Alexandr Turchinov

O presidente interino, Alexandr Turchinov, disse que referendo é ‘passo rumo a abismo’

O presidente interino da Ucrânia, Alexandr Turchinov, admitiu que muitos eleitores do lesta apoiaram os rebeldes, mas advertiu que o referendo é um “passo rumo ao abismo” e voltou a afirmar que a consulta não terá efeito jurídico nem afetará a integridade territorial ucraniana.

A operação “antiterrorismo” vem ganhando força no leste da Ucrânia, numa tentativa de Kiev de voltar a impor sua soberania sobre a região, e o referendo não impedirá o governo de continuar a agir. Mas a votação dará força para os rebeldes, diz a correspondente Sarah Rainsford, da BBC. Os grupos pró-Rússia já falam em formar um governo paralelo, com sua própria estrutura militar, o que pode aprofundar a divisão nacional da Ucrânia.

Em meio a temores de que a Ucrânia ruma para uma guerra civil, os Estados Unidos e a União Europeia condenaram a consulta popular. Na visão das autoridades ocidentais e ucranianas, a lei internacional foi violada pelo referendo, que não tem bases legais nem teve a presença de observadores estrangeiros.

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A desconfiança quanto à validade do resultado foi alimentada no Ocidente por uma pesquisa do instituto americano Pew Center, a qual sugere que até 70% dos habitantes do leste da Ucrânia querem permanecer como parte do país.

O secretário do Conselho de Defesa e Segurança Nacional da Ucrânia, Andrei Parubi, disse que a Rússia não deve reconhecer o referendo nem usá-lo como “desculpa” para anexar a região, como ocorreu com a Crimeia.

Se isso ocorrer, será considerado um ato de agressão, alertou Parubi. A Rússia não dá sinais de que pretenda anexar esta parte do país. Mas Moscou enxerga na votação mais uma arma para questionar a autoridade do governo ucraniano às vésperas da eleição presidencial que ocorrerá em 25 de maio.

Já a Ucrânia se disse em tese favorável à realização de um referendo nacional a respeito da descentralização, simultaneamente com as eleições presidenciais de 25 de maio. Só que o Parlamento ucraniano rejeitou um projeto de lei sobre o referendo.

FONTE: BBC Brasil

Três quartos dos russos temem

guerra contra a Ucrânia,

revela pesquisa

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De acordo com os resultados da pesquisa do Centro Levada, realizada de 25 a 28 de abril em 45 regiões russas, o processo de separação da Crimeia e sua anexação à Rússia, que começou há dois meses, foi bem recebido pelos cidadãos russos, mas, paralelamente, gerou o medo de guerra civil e de entrada das tropas russas na Ucrânia.

O estudo mostra que 88% dos entrevistados acreditam que a adesão da península foi o resultado da livre vontade dos habitantes da Crimeia. Mas diminuiu a proporção das pessoas que aprovam estender a experiência da Crimeia a outras regiões da Ucrânia, caso seus moradores votem em um referendo semelhante.

Diplomatas russos recorrem à OSCE para conter conflito no sudeste da Ucrânia

Na segunda quinzena de março, essa ideia era apoiada por 67% dos entrevistados, mas agora caiu para 58%. Nesse contexto, 30% dos russos acreditam ser correto abster-se da anexação das regiões de Donetsk ou Lugansk à Rússia, e 12% são a favor da adesão de novos territórios.

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Três quartos dos entrevistados mostraram preocupação com a possibilidade de um conflito armado entre a Rússia e a Ucrânia. A metade deles admitiram não entender bem o que está realmente acontecendo na Ucrânia, e 12% disseram que não entendem nem sabem em que informações podem acreditar.

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