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SIGLAS E ABREVIATURAS

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SIGLAS E ABREVIATURAS

I. INTRODUÇÃO

II. CERIMÓNIA SOLENE DE ABERTURA DO FÓRUM

III. DESENROLAR DAS ATIVIDADES

III.1. Atividades do primeiro dia (2 de novembro de 2015)

III.2 Atividades do segundo dia (3 de novembro de 2015)

III.3. Atividades do terceiro dia (4 de novembro de 2015)

III.4. Atividades do quarto dia (5 de novembro de 2015)

IV. Recomendações do Fórum

4

6

7

8

8

18

29

35

37

Índice

(4)

Siglas e abreviaturas

ADEPA

Associação Oeste Africana para o Desenvolvimento da Pesca Artesanal

AMP

Área Marinha Protegida

APPEL

Aliança dos Parlamentares e Eleitos Locais para a proteção do litoral oeste

africano

CBD

Convenção sobre a biodiversidade

CC

Mudanças Climáticas

CCLME

Grande Ecossistema Marinho da Corrente das Canárias

CEDEAO

Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental

CAOPA

Confederação Africana das Organizações das Pescas Africana

CSRP

Comissão sub-Regional das Pescas

EE

Educação Ambiental

FAO

Fundo das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura

FIBA

Fundação Internacional do Banco d’Arguin

GAED

Master GAED “Gerir os Impactos das Atividades Extrativas”

GEF

Global Environment Facility

IBAP

Instituto da Biodiversidade e das Áreas Protegidas (Guiné-Bissau)

INN

Pesca ilegal, ilícita e não declarada

MAVA Fundação MAVA para a Natureza

(5)

ONG

Organização Não Governamental

PACO

Programa África Central e Ocidental da UICN

PNBA

Parque Nacional do Banco d’Arguin

PNUD

Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

PRCM

Partenariado Regional para a Conservação da zona Costeira e Marinha

na África Ocidental

PREE

Programa Regional de Educação Ambiental da zona costeira e marinha

RAMPAO

Rede das Áreas Marinhas Protegidas da África Ocidental

TIDM

Tribunal Internacional do Direito do Mar

UBC

Universidade de British Columbia

UCAD

Universidade Cheikh Anta Diop de Dakar

UE

União Europeia

UEMOA

União Económica e Monetária da África Ocidental

UMC/PRCM

Unidade de Mobilização e Coordenação do PRCM

UICN

União Internacional para a Conservação da Natureza

UNDP

Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

WAMER

Western African Eco-Region (eco região oeste-africana)

WIA

Wetlands International África

(6)

Introduçao

têm ao seu alcance para refletirem, juntos, sobre as problemáticas ligadas às mudanças climáticas e acordarem, no quadro de uma visão partilhada, sobre as prioridades e as soluções a encontrar para responder às necessidades urgentes de atenuação e de adaptação.

Para além disso, o formato do Fórum foi concebido de forma a articular conferências dos líderes, ateliers e eventos paralelos em torno de uma mesma temática (Cf. Agenda do Fórum em anexo 1). Assim, as três conferências de líderes programadas, permitiram a 11 personalidades políticas e de referências académicas nos seus domínios, abordar temas de atualidade sobre o clima e trazer luz às orientações e/ou prioridades estratégicas relativas às mudanças climáticas. Profundamente ligados às temáticas das conferências, os ateliers e os eventos paralelos realizados, em número respetivamente de 7 e 15, permitiram aos participantes, em sessões paralelas, aprofundarem os intercâmbios técnicos e a partilha de experiências resultantes das pesquisa e trabalhos de terreno realizados.

Enfim, a grande inovação foi a Declaração do Fórum relativa ao compromisso dos participantes em agir no sentido de acompanhar e acelerar as medidas de adaptação e de atenuação suscetíveis de limitar os impactos das mudanças climáticas na zona litoral e marinha.

O presente relatório tem por objetivo retraçar de forma cronológica os momentos fortes desse fórum para, por um lado, incitar os atores do litoral a gerir a zona costeira e os seus recursos de forma responsável e, por outro lado, para fazer emergir objetivos partilhados em relação à visão do futuro que o nosso partenariado O Fórum Regional Marinho e Costeiro é organizado de

18 em 18 meses na capital de um dos países do espaço PRCM, de acordo com as regras de rotatividade dos países de acolhimento. Reúne diferentes categorias de atores da zona costeira e marinha que são os representantes dos governos dos países da sub-região, as instituições intergovernamentais regionais e internacionais, os parlamentares, a comunidade científica, as organizações socioprofissionais, a sociedade civil implicada no domínio do meio-ambiente, os operadores do setor privado (pesca, turismo, hidrocarbonetos) e os parceiros técnicos e financeiros nos domínios do desenvolvimento e da conservação do meio-ambiente.

O fórum constitui uma oportunidade única de diálogo simultaneamente entre os países da sub-região e entre os diferentes sectores de intervenção, sobre a evolução da zona costeira e marinha. Para além disso, é no fórum que são discutidas as orientações estratégicas das grandes iniciativas na sub-região assim como as recomendações dirigidas aos atores do litoral.

O tema da 8ª edição deste Fórum, que foi realizado de 2 a 5 de Novembro de 2015, na cidade da Praia, nas instalações da Assembleia Nacional de Cabo Verde, foi “Atores do litoral: mobilizemo-nos face às mudanças

climáticas”. Para além de traduzir a importância da

implicação dos atores do litoral na ação, os debates em torno desse tema, neste momento, constituem aliás uma contribuição para a preparação dos trabalhos da COP 21 sobre o clima previsto para ser realizado no final do ano de 2015, em Paris. Para os 218 participantes provenientes das 77 organizações membros do PRCM e outros intervenientes da

(7)

sub-I

.Ceremonia de abertura

A cerimónia solene de abertura do Fórum Regional Costeiro e Marinho teve lugar no dia 2 de Novembro de 2015, na Cidade da Praia, nas instalações da Assembleia Nacional de Cabo Verde, sob a presidência do Sua Excelência Sr. Basílio RAMOS, Presidente da Assembleia Nacional de Cabo Verde, em presença da Sr.ª Lynda MANSSON, Diretora Geral da Fundação MAVA para a Natureza, da Senhora Jane MAGDWICK e do Sr. Jean Marc GARREAU, Presidente do Comité de Pilotagem do PRCM.

No seu discurso de introdução, o Sr. Jean Marc

GARREAU dirigiu os seus agradecimentos ao PRCM,

às autoridades e instituições de Cabo Verde, e, particularmente, à Sua Excelência Sr. Presidente da Assembleia Nacional, por ter aceitado acolher a 8ª edição do Fórum Regional do PRCM. De seguida, precisou que o Fórum é “um tempo forte do PRCM,

um ponto de convergência de todos aqueles que, na região, aprenderam a trabalhar numa perspetiva e em dinâmicas regionais, bem como aqueles que se associam a este processo – e o PRCM é um motor de integração regional”. O Sr. Jean Marc GARREAU

pediu ainda aos participantes para trabalharem no tema das mudanças climáticas nomeadamente nos aspetos ligados à prevenção, à redução dos riscos, à governação e à mobilização de financiamentos úteis para a implementação de uma visão comum. O seu discurso encontra-se no anexo 3.

Por seu lado, a Sr.ª Lynda MANSSON exprimiu a sua satisfação em poder participar no 8º Fórum PRCM e congratulou-se pelo facto de um bom “número de

participantes deste fórum terem contribuído de uma forma ou doutra para fazer do PRCM o que ele é hoje e, segundo ela, é assim que podemos hoje todos juntos testemunhar, com orgulho, daquilo em que o PRCM se transformou agora”. Ela disse ainda que, visto que o PRCM é hoje uma rede madura, a FIBA pôde considerar que a sua tarefa foi cumprida e que o seu estandarte podia ser remetido a outros. O seu discurso está disponível no anexo 4.

A Sr.ª Jane MAGDWICK, quanto a ela, evocou as boas lembranças que ela guardou do último Fórum PRCM realizado em Nouakchott, na Mauritânia, já lá vão 5 anos. Durante esses anos, disse ela, muitos projetos e programas registaram progressos importantes que devem ser encorajados e ser tomados em consideração, para contruir o nosso futuro. Para ela, é importante aproveitar deste fórum para refletir como melhor trabalhar juntos. Pois nenhuma organização, nenhum governo, poderá enfrentar sozinho o desafio da conservação da zona marinha e costeira. Por isso, trabalhar juntos é, hoje em dia, mais uma necessidade.

Na sua alocução de abertura, o Presidente da Assembleia Nacional de Cabo Verde, o Sr. Basílio

RAMOS, desejou as boas vindas a todos os

participantes e exprimiu a sua grande satisfação em acolher de novo o Fórum Regional Costeiro e Marinho, depois da edição de 2007. Para ele, a 8ª edição do Fórum oferece uma oportunidade de discutir os efeitos das mudanças climáticas, das medidas de adaptação e suscitar a solidariedade dos parceiros.

(8)

Entretanto, reconhece, o caminho ainda é longo e, à escala mundial, há urgência em aportar mudanças radicais na forma como os Estados e os indivíduos gerem as suas atividades. O desenvolvimento durável, neste caso, não é uma opção, pois trata-se, segundo ele, “de uma obrigação de solidariedade com as gerações futuras”.

Para concluir, ele desejou muitos sucessos ao Fórum e declarou aberta a 8ª edição. O seu discurso encontra-se no anexo 5.

II.

Desenrolar das actividades

II.1

.

Atividades do primeiro dia (2 de Novembro de 2015)

II.1.1

.

Conferência dos líderes 1 : as mudanças climáticas e os seus impactos nas zonas costeiras e marinhas.

A primeira conferência foi moderada pelo Sr. Ibrahima

THIAM, Diretor Regional da Wetlands International

África (WIA) et o seu tema foi tratado através de três comunicações.

Ao abordar o seu tema « Zonas húmidas e Mudanças

climáticas », a Sr.ª Jane MADGWICK, CEO da

Wetlands International recordou que 2015 é um ano decisivo para a humanidade porque a comunidade internacional, por ocasião da COP 21 a realizar em Paris, irá determinar que tipo de planeta vamos deixar às gerações do futuro.

Num contexto de mudanças climáticas, é crucial, segundo a Sr.ª Jane MADGWICK, conectar os meios e ter uma abordagem ecossistémica. Para ela, é preciso também valorizar as zonas húmidas nas economias locais e ligar as economias ao bem-estar das comunidades locais (ex.: promover o equilíbrio entre a cultura do arroz e a preservação dos mangais na Guiné-Bissau). Para além da conservação, segundo ela, é preciso trabalhar na restauração das zonas húmidas (ex.: Ndiael, Diawling).

Em conclusão, ela defendeu que as soluções de resiliência dependem do meio e da nossa capacidade

de integrar os modos de vida a nível local. Trata-se, por isso, de encontrar um novo entendimento entre os intervenientes técnicos, o sector privado, os atores governamentais e as comunidades locais para mitigar os impactos das mudanças climáticas já percetíveis e se adaptar a elas.

No quadro da sua comunicação sobre o tema “A zona

de interface oceano-continente na África Ocidental num espaço em mudança permanente”, o Professor

Salif DIOP da Universidade Cheikh Anta Diop abordou

vários conceitos (serviços dos ecossistemas, mudanças climáticas e as opções para um desenvolvimento durável), fazendo dali extrair os elementos-chave.

De seguida, evocou os perfis costeiros da região, que vão do Arquipélago de Cabo Verde à zona costeira arenosa da Mauritânia, passando pelos grandes estuários e deltas (entre os quais o Saloum), e os promontórios rochosos. Ora, esses meios, só poderão ser preservados se os seus serviços forem tomados em consideração, assim como a sua interdependência. A interface águas doce / marinhas e a conectividade entre os sistemas (variados e complexos) para além da sobreposição dos impactos, tornam mais complexa a apreensão do que está em jogo com as mudanças climáticas.

De seguida, ele chamou a atenção para o facto de Cabo Verde, enquanto país insular e, por consequência, mais vulnerável aos impactos das mudanças climáticas, estar particularmente atenta às questões ambientais, porque “é uma questão de sobrevivência”. “É pois, por isso, acrescentou, que Cabo Verde não tem poupado esforços nestes últimos quatro anos para multiplicar por 25 as superfícies de florestas, para implementar planos de gestão de áreas protegidas e de espécies e para construir infraestruturas mais adaptadas”. É pois, por ter uma grande sensibilidade ambiental, que Cabo Verde ratificou as convenções contra a desertificação, sobre as mudanças climáticas, assim como o protocolo de Kyoto.

(9)

Para o Pr. DIOP, as zonas costeiras e marinhas vão absorver uma parte desses efeitos, mas o excesso de aquecimento, as percas de oxigénio, a acidificação e o aumento do nível do mar, não poderão ser parados. A temperatura e o nível do mar estão a aumentar em todo o mundo. As variações observadas estão ligadas às ações do Homem, e é este último que deve resolver os problemas que causou. O que é preciso dizer-se é que a incerteza não justifica a inação.

Relativamente ao espaço PRCM, o Pr. DIOP argumenta que a qualidade das águas, os resíduos poluentes, os sistemas de produção e de gestão das águas e do lixo são questões tratadas atualmente de uma forma fragmentada, que seria necessário resolver de uma forma mais holística. Para ele, é preciso perenizar o desenvolvimento socioeconómico, trabalhando para uma boa governação e valorizando de uma forma mais

eficaz os bens e serviços dos ecossistemas. A perca da biodiversidade associada à manutenção do equilíbrio ecológico deve ser seguida para se poder melhor orientar a ação. Mais ainda, o Dr. DIOP reconheceu que certos serviços dos ecossistemas não têm preço. Por exemplo, o papel dos mangais e a sua capacidade de captar carbono e de regular o clima não pode ser traduzido em valor económico. Os ecossistemas equilibram o meio: é um elemento que será necessário ter em consideração se pretendermos fazer uma avaliação dos bens não comerciais mais essenciais para as comunidades.

A última comunicação relativa à temática da conferência foi apresentada pelo Sr. Isselmou OULD ABDELKADER, sociólogo e antigo ministro da Mauritânia. Versou o tema “A perceção das comunidades oeste africanas

(10)

Segundo o Sr. Isselmou OULD ABDELKADER, as comunidades do Sahel aperceberam-se muito rapidamente das mudanças climáticas, mas a sua perceção não foi tomada em consideração pelos Estados que, após independência, deixaram a zona desenvolver-se de forma inadequada. Com efeito, o fracasso ao nível da adaptação a essas mudanças resultaram do facto de que os Estados pós-colonial consideraram as mudanças climáticas como irreversíveis e, tendo em conta a sua amplitude, baixaram os braços, deixando as comunidades entregues a si, isoladas nas suas práticas e comportamentos e em rutura completa com as ações e orientações do Estado.

Para ilustrar o seu ponto de vista ele explicou que, por exemplo, a construção de barragens na região do Sahel é resultante de uma má perceção dos sistemas de irrigação e dos valores em que assentam os sistemas sociais. As comunidades ribeirinhas entendiam o espaço como sendo fundador e, em consequência, tinham sobre ele uma visão de longo

prazo, enquanto que as comunidades pastorícias (nómadas) estavam menos ligadas a um território específico. Essas formas de gerir o espaço com fins de exploração agrícola ou petrolífera resultaram em algumas desavenças entre técnicos, o Estado (ansioso em alimentar a sua população) e as comunidades (fortemente ligadas ao território). Como resultado, acabaram finalmente por prejudicar o sistema de irrigação, provocando impactos negativos para as comunidades e dando-lhes finalmente razão de se terem oposto a tais obras.

Para concluir, o Sr. OULD ABDELKADER sublinhou que o espaço saeliano foi destruído e, na perspetiva de reabilitar as zonas degradadas, os Estados deveriam antes aproveitar as perceções das comunidades para as integrar nas medidas de atenuação e de adaptação às mudanças climáticas. Segundo ele, é necessário haver uma apreciação comum do que está em jogo a fim de integrar as perceções dos riscos e a questão crucial da paz na análise das mudanças climáticas.

(11)

Sístese dos debates :

Os debates que se seguiram às diferentes apresentações giraram à volta da importância de se passar para o mercado do carbono e fazer prova de liderança nesse sentido, com vista a combater a degradação constante dos serviços dos ecossistemas. Porém, a solidariedade entre os países é essencial para se poder encontrar soluções que permitam a todos ganhar (gagnant-gagnant).

Os debates incidiram ainda sobre a importância de se refletir rapidamente sobre estratégias de adaptação relativamente ao aumento do nível do mar e à erosão costeira, assim como a urgência em preservar e valorizar o que ainda resta dos meios naturais. E mais, muitos intervenientes referiram-se ao dever de

sensibilizar imediatamente os decisores sobre este assunto e de agir rapidamente e em conjunto.

Foi sublinhada a necessidade de se ter uma visão a longo prazo para as políticas e decisões relativas ao manejo dos territórios, e em particular, a necessidade de gerir os nossos territórios de forma antecipada, sem se deixar cegar por outros imperativos presentes e à vista. Considerou-se que a tendência para um fatalismo negativista deve ser igualmente banida.

Foi ainda referido que o risco ligado às mudanças climáticas é recorrente, mas a compreensão e a integração da sua perceção são essenciais.

(12)

II.1.2

.

Síntese dos ateliers temáticos – Dia 1

o Atelier temático 1 : Governação e mudanças climáticas

Elas têm geralmente um conhecimento empírico dos fenómenos. Ora, nos modelos de governação, há necessidade de elaborar cenários e isso requer o estabelecimento de dados (seguimento de parâmetros de mudança) fiáveis, o que não é muitas vezes o caso ao nível das AMP.

No seguimento dos debates à volta das comunicações e da temática do atelier, os participantes formularam as seguintes recomendações:

- A governação das AMP é um processo que deve ser implementado de uma forma participativa;

- A governação das AMP deve repousar sobre princípios que poem as comunidades no primeiro plano, particularmente no que respeita à integração de práticas endógenas como os aspetos sociais e culturais;

- Os desafios das mudanças climáticas não podem ser ignorados nos processos de governação atual das AMP. Assim, a integração das mudanças climáticas na governação das AMP deverá favorecer

o desenvolvimento de cenários baseados numa modelização visando melhor apreciar as mudanças do meio físico e da sociedade e tudo isso no intuito de assegurar a perenidade das AMP.

Animado pelo Sr. Christophe LEFÈVRE, membro do Conselho Nacional do Litoral e do Mar da França e conselheiro da UICN para o oceano mundial, o atelier, que reuniu cerca de 50 pessoas, tratou da integração das mudanças climáticas nos modelos de governação das AMP. As três comunicações apresentadas abordaram os modelos de governação das AMP com base numa abordagem participativa.

Constatou-se que as AMP são hoje objeto de uma apropriação e de um interesse particular por parte das populações locais que desenvolvem no seu território atividades económicas, mas também atividades de conservação influenciadas pela cultura e pela tomada de consciência da sua extrema vulnerabilidade. O sistema de governação das AMP deve ser erigido com base nas expetativas das populações do litoral. Para tal, é preciso coragem política para integrar as regras de gestão, as preocupações e as realidades das populações locais, pois as decisões tomadas podem ter impactos significativos sobre os seus territórios que são muitas vezes ignorados pelos Estados.

Ainda, a questão das mudanças climáticas ou das mudanças globais não é suficientemente tomada em conta nas políticas e estratégias sectoriais à escala dos países. Os desafios de perenidade colocam-se, pois no contexto das AMP as realidades mudam rapidamente. As comunidades não podem medir certas mudanças.

(13)

o Atelier temático 2 : Pesca e mudanças climáticas.

O Sr. Gaoussou GUEYE, Secretário-geral da CAOPA, animou este atelier com o apoio do Sr. Moussa MBENGUE, Secretário Executivo da ADEPA, que assegurou a redação do seu relatório. As apresentações versaram, por um lado, sobre os efeitos das mudanças climáticas sobre a pesca artesanal e por outro lado, sobre os Acordos de Pesca e outras formas de acesso das frotas estrangeiras na África Ocidental.

Ao introduzir o seu tema, o primeiro apresentador passou em revista os efeitos das mudanças climáticas, a começar pela elevação do nível do mar. Seguem-se as catástrofes e inundações de múltiplas consequências sobre os meios de existência duráveis das comunidades dos pescadores: destruição das infraestruturas de desembarque na sequência da erosão costeira, percas de espaços para as atividades de pesca, modificação da distribuição dos recursos, etc.

Além disso, o apresentador sublinhou igualmente que as mudanças climáticas podem acarretar uma baixa de intensidade dos upwelling devido a mudanças eventuais da orientação dos ventos; as repercussões de um tal fenómeno sobre a pesca poderiam traduzir-se numa modificação da distribuição dos recursos. E haveria ainda a acrescentar as migrações costa – largo inerentes à elevação das temperaturas das águas costeiras. Isso levaria os pescadores artesanais a terem de se afastar cada vez mais da costa, em busca do peixe que passaria a ser cada vez mais raro nas zonas habituais, o que acarretaria maiores riscos de colisão com os barcos da pesca industrial bem como outros acidentes no mar.

Em conclusão, o Sr. Gaoussou GUEYE reafirmou que as mudanças climáticas põem em risco o desenvolvimento durável da pesca artesanal e torna as comunidades dos pescadores artesanais mais vulneráveis.

(14)

oAtelier temático 3 : Mobilizemos os atores face

às mudanças climáticas

A Sr.ª Mariline DIARA, Diretora do Ambiente e dos Edifícios Classificados do Ministério do Ambiente e do Desenvolvimento Durável do Senegal foi a animadora deste atelier que teve uma forte afluência, com 50 participantes. Os assuntos que permitiram alimentar as discussões foram introduzidos por responsáveis de algumas ONGs e versaram sobre:

• “Implicar os jovens para se transformarem em cidadãos do litoral”, que foi apresentado pelo Sr. Mamadou Abdoulaye MBENGUE, da ENDA Diapol • “Os ensinamentos do debate cidadão planetário sobre clima e energia, organizado a 6 de Junho de 2015 na Mauritânia”, apresentado pela Sr.ª Maimouna SALECK da Biodivercités

• “Os ensinamentos do debate cidadão planetário sobre clima e energia, organizado a 6 de Junho de 2015 em Cabo Verde”, exposto pela Sr.ª Maria Rosário da ROPA-VC e CAOPA.

Após as discussões que se seguiram às apresentações, os participantes tiraram as seguintes conclusões: • É extremamente importante responsabilizar os cidadãos a fim de se acabar com o “debate-alibi” e favorecer antes debates a vários níveis e envolvendo vários atores sobre os desafios da sociedade.

• O envolvimento das mulheres no processo de desenvolvimento durável é também importante, assim como o dos jovens. Por exemplo, nas questões fundiárias, e igualmente na agricultura, um dos sectores mais afetados pelo aquecimento global, as mulheres continuam marginalizadas.

• A democracia participativa é a condição de base do desenvolvimento durável. Ela permite envolver todos os atores do litoral na cidadania ecológica do amanhã.

• A participação da sociedade civil na reflexão global sobre a COP21 foi um sucesso através do debate cidadão planetário sobre o clima e a energia. Quando a sociedade civil é sensibilizada, ela toma dianteira e desempenha plenamente o seu papel nas políticas públicas de desenvolvimento durável.

Enfim, os participantes formularam as seguintes recomendações :

• Reforçar a educação ambiental e a capacidade de todos os cidadãos de se apropriar dos desafios do desenvolvimento durável.

• Encorajar a participação cidadã nos desafios ambientais através das atividades de comunicação como aquela do debate cidadão planetário sobre o clima e a energia.

• Reduzir a prominência dos políticos nas tomadas de decisão e dar mais lugar e voz ao cidadão.

No intuito de contribuir para a mitigação dos impactos das mudanças climáticas sobre a pesca, ele preconiza o reforço da governação das pescas através da cogestão das pescarias artesanais e da gestão concertada dos estoques partilhados à escala regional. E por fim, o apresentador defendeu fortemente a consagração de um ano africano da pesca artesanal e isso no intuito de alertar e de favorecer a tomada em consideração do seu desenvolvimento durável nas políticas públicas da pesca.

As intervenções que se seguiram à apresentação acentuaram a necessidade de :

• Capitalizar e partilhar as experiências bem-sucedidas em matéria de luta contra as mudanças climáticas no domínio da pesca artesanal.

• Realizar estudos relativos aos impactos das mudanças climáticas sobre a pesca artesanal no intuito de preparar estratégias de atenuação mais adaptadas e mais eficazes.

• Reforçar os espaços e os meios de ação das comunidades de pesca artesanal com vistas à sua implicação efetiva nas estratégias de atenuação e de adaptação às mudanças climáticas.

(15)

II.1.3

.

Síntese dos eventos paralelos – Dia 1

o Evento paralelo 1, animado pelas instituições

estatais de Cabo Verde

a essa prática, conforme o plano de ação internacional visando combater e impedir a pesca INN. E a este propósito, ele sublinhou enfaticamente a necessidade de prosseguir o reforço do controlo e da fiscalização no mar. Disse ainda que neste quadro, o Governo de Cabo Verde decidiu a criação de uma autoridade competente (ACOPESCA) encarregue do controlo e da fiscalização simultaneamente nas zonas costeiras e no alto mar. Segundo ele, a implementação efetiva do plano de ação nacional contribuirá, sem qualquer dúvida, para a conservação a longo termo e terá ainda um efeito positivo sobre a segurança alimentar.

No final das discussões, os participantes recomendaram, para erradicar este flagelo, um engajamento mais forte do Estado na luta contra a pesca INN e uma melhor coordenação de todas as autoridades competentes em matéria de controlo e de fiscalização das pescas. Consideraram que desta forma será reduzida a pressão sobre os recursos marinhos e será igualmente melhorada a contribuição da pesca para a segurança alimentar.

Com a animação assegurada pelo Sr. Aníbal MEDINA e a participação de 38 pessoas, as instituições estatais de Cabo Verde puseram a enxergue as ações concretas e as estratégias que desenvolveram em matéria de conservação da zona marinha e costeira e tomando em consideração os desafios decorrentes dos efeitos das mudanças climáticas.

Na sua comunicação intitulada “Plano nacional

de luta contra a pesca ilícita, não declarada e não regulamentada (pesca INN) como um instrumento para a conservação das zonas costeiras e marinhas”,

o Sr. Juvino VIEIRA (Ministério das Pescas) começou por relembrar os conceitos e as definições relativas à pesca INN para melhor enquadrar a sua apresentação. Seguidamente, apresentou as orientações e o plano de ação nacional concebido pelo país para pôr termo

(16)

alterações do potencial das capturas ao nível dos recursos haliêuticos, nomeadamente, das perdas de emprego nos países do Sul da Corrente das Canárias e do Golfo da Guiné, por um lado, e duma incapacidade futura de responder às necessidades da população em pescado, por outro lado. A apresentação fez uma análise das diferentes estratégias seguidas pelo setor artesanal e industrial para se adaptar, nomeadamente, através de migrações geográficas crescentes nas águas nacionais e para além, o que irá acarretar, na falta de meios de subsistência alternativos, um aumento da pobreza no setor das pescas. Constata-se uma tendência para mudar os engenhos de pesca por parte do setor industrial. A comunicação recomenda o reforço da resiliência dos estoques de peixe através da criação das zonas protegidas.

A segunda comunicação “Impactos das mudanças

climáticas na eficácia das AMP (o caso do Parque Nacional do Banc d’Arguin” foi apresentado pelo

Sr. Elimane Abou KANE que pôs a enxergue a

contribuição positiva do PNBA. O apresentador levantou um ponto essencial ligado às deslocações das frentes térmicas, que implica migrações das espécies em direção ao Norte, acarretando uma perca clara para a Mauritânia e os países vizinhos do Sul.

A terceira comunicação “Impactos das mudanças

climáticas na pesca artesanal na Gâmbia” apresentado

pelo Sr. Salifu CEESSAY revelou que os desastres naturais causados pelas mudanças climáticas, nomeadamente a seca que afeta grandemente a agricultura, são de natureza a provocar um aumento da pressão sobre os recursos haliêuticos, pelo facto dos antigos agricultores refugiarem-se nas pescas. Esta comunicação acentuou a importância da preservação dos mangais, da criação de áreas marinhas protegidas bem geridas, do aumento da oferta de peixe pelo intermédio da aquacultura e da gestão concertada dos recursos haliêuticos entre os Estados da África Ocidental.

Em guisa de conclusões, os participantes alertaram para o seguinte :

• A importância da criação de áreas marinhas protegidas ou do fecho temporário de certas zonas, Este evento paralelo foi animado pelo Sr. Dyhia

BELHABIB que focalizou-se muito nos efeitos das

mudanças climáticas sobre a pesca em África Ocidental. Segundo ele, o potencial de captura dos recursos haliêuticos vai diminuir em alguns países e aumentar em outros devido às migrações dos peixes para zonas com temperaturas que lhes são mais adequadas. A temática do evento paralelo foi introduzida através de três comunicações.

A primeira comunicação “Itinerários possíveis para a adaptação” apresentada pelo Sr. Dyhia BELHABIB fez um ponto de situação sobre as consequências das

o Evento Paralelo 2 : Mudanças climáticas

entre impacto e adaptação

Ao abordar o seu tema sobre “Contribuições nacionais

para reduzir as emissões de gazes com efeito de estufa ou Intended nationally determined contributions (INDC)”, o Sr. Moisés BORGES começou por sublinhar

que todos os países signatários da Convenção sobre o clima foram convidados a submeter o seu INDC antes da COP 21 prevista para ser realizada em Paris, em Dezembro de 2015. Com o apoio técnico e financeiro da cooperação luxemburguesa, Cabo Verde preparou e produziu, numa abordagem participativa, o seu INDC articulado em torno de medidas visando a redução das emissões de gazes com efeito de estufa. Esse documento partilhado foi entregue oficialmente à Convenção sobre o clima e será um dos elementos das negociações para um acordo mais global sobre o clima, em 2015, na COP 21.

No início dos debates, os participantes apreciaram os engajamentos tomados pelo país para reduzir as emissões de gazes com efeito de estufa ao nível dos diferentes sectores de atividade como a energia, os transportes, os lixos, a água e o saneamento, a reflorestação, a agricultura, a pesca, etc.; eles consideraram que o INDC parece ser um instrumento muito ambicioso mas é realizável tendo em conta a realidade do país e da cooperação encetada para a sua implementação. Relativamente às mudanças climáticas, os participantes recomendaram um engajamento dos cidadãos para o repovoamento de 20.000 hectares até 2030 tendo como modalidade a plantação de 400 árvores por hectare.

(17)

• A importância da cogestão no conjunto da cadeia da governação, incluindo a tomada em conta, nos planos de gestão, das aspirações das comunidades locais e a proteção a nível dos países do PRCM dos estoques migradores essenciais à segurança alimentar.

particularmente em torno das áreas vulneráveis tais como os mangais e as zonas de reprodução.

• O interesse de haver uma maior sensibilização dos pescadores sobre os impactos das mudanças climáticas, a fim de lhes permitir procurar soluções adaptadas.

Aquando das intervenções, vários participantes chamaram a atenção para o facto de que a imagem de um território deve ser manipulada com responsabilidade evitando-se aproximações grosseiras e erros científicos. No final dos debates, foram retidas as seguintes conclusões e recomendações:

• Realizar ateliers de sensibilização sobre novos territórios da África Ocidental a fim de contribuir para veicular visões diferentes dos desafios das mudanças climáticas sobre o litoral oeste africano, implicando o conjunto dos atores do território, especialmente os políticos!...

• Integrar este tipo de abordagem baseada na leitura das paisagens (imagens no solo e imagens aéreas) nos curricula da educação ambiental…

• Reforçar a capacidade de comunicar dos atores do litoral oeste africano. Comunicar sobre o território é contribuir para fazer conhecer a vulnerabilidade de um território, mas igualmente para fazer valer a capacidade de adaptação dos atores face às mudanças climáticas. Ao introduzir o evento paralelo, o Sr. Simon NANCY

(en Haut !), a Sr.ª Marion BROQUERE (en Haut !), a Sr.ª Janet AGUES (Fundação Maio Biodiversidade) et a Sr.ª Maimouna SALECK (Biodivercité) sublinharam que o seu tema incorpora uma abordagem da fotografia participativa à volta da resiliência face às mudanças climáticas no litoral oeste africano. Seguidamente, o Sr. Simon NANCY e a Sr.ª Mario BROQUERE explicaram que “Clima: cabeça no ar e pés na terra” é um projecto de sensibilização e comunicação baseado numa abordagem da fotografia participativa, aérea e no solo. Financiado pelo PRCM, tem por ambição propor uma continuidade entre uma perceção local das mudanças climáticas e uma realidade global. A abordagem participativa alia fotografias aéreas feitas a partir de um papagaio e a formação na fotografia a partir do solo, a fim de fazer comparar as escalas de perceção do território. Permite ainda abordar de maneira criativa e coletiva as questões chave relativas à adaptação às mudanças climáticas.

(18)

Recordou que, no quadro desta gestão, a governação dos oceanos releva de diversas convenções e faz intervir vários organismos das Nações Unidas. As Organizações Regionais de Gestão das Pescas (ORP) são igualmente muito importantes para a governação dos oceanos. E a este propósito, lembrou que os Estados podem estender as suas plataformas continentais a certas zonas e que podem obter licenças de prospeção mineira, para depois passarem a pedidos de exploração. Sublinhou ainda que para além disso, em Janeiro de 2015, foi tomada a nível mundial, a decisão de abriras negociações para um acordo sobre o alto mar. Este acordo deverá integrar três elementos importantes: os instrumentos, uma avaliação de impacto ambiental, e os recursos genéticos. Dois grupos de trabalho deveriam reunir-se em 2016 para planificar as negociações.

Tendo como moderadora a Honorável Sr.ª Eunice DA SILVA, deputada da Assembleia Nacional de Cabo Verde, a segunda conferência dos líderes versando sobre “A governação das zonas costeiras e marinhas” foi apresentada sob a forma de três comunicações.

Antes do mais o Sr. François SIMARD introduziu a sua temática “A governação dos oceanos: que oportunidades

para a África Ocidental?”, ressaltando que o oceano

cobre 71% da superfície da terra e que 64% dos oceanos se situam no alto mar. O oceano, como ecossistema global, é de importância crucial para a sobrevivência do planeta, para os peixes e para as populações que deles dependem. Segundo ele, a nossa vida depende, por isso, da boa governação dos oceanos do planeta.

II.2

Atividades do segundo dia (3 de Novembro de 2015)

Tendo como animador o Sr. Paul Silaï TENDENG, o evento paralelo foi uma ocasião de apresentar o serviço prestado pelo Secretariado do RAMPAO aos seus membros através do estabelecimento do Task-force AMP-Pesca. Com efeito, este task-Task-force teve por objetivo aconselhar os gestores das AMP para uma melhor integração das questões relativas às atividade da pesca nos planos de manejo e de gestão.

Vários intervenientes partilharam seus conhecimentos e divulgaram suas experiências o que permitiu alimentar as discussões. No final dos debates, foram retidas as seguintes recomendações:

• Aprofundar os conhecimentos científicos sobre os recursos naturais para melhor mostrar a sua importância. Isso passa pela avaliação dos bens e serviços dos ecossistemas para demostrar a utilidade destes para a economia nacional e convencer as autoridades sobre a necessidade de os conservar. • Demonstrar a importância da pesca bem como o seu valor na economia nacional.

• Posicionar o RAMPAO como um espaço de difusão dos conhecimentos sobre as AMP.

o Evento paralelo 4 : AMP úteis à gestão

das pescas

II.2.1

.

Conferência dos líderes 2 : A governação

(19)

Em matéria de conservação o Sr. François SIMARD assinalou que as zonas de importância biológica e ecológica foram reconhecidas pelas partes da CBD e, segundo ele, a carta mundial demonstra que, até hoje, as AMP cobrem apenas 3.5% contra os 10% da superfície prevista no objetivo de Aïchi para 2020. Existe também uma lista verde das áreas marinhas protegidas bem geridas. O objetivo 6 de Aïchi fez nascer uma nova iniciativa para os oceanos duráveis cuja ambição é ligar desenvolvimento e conservação.

No que concerne às mudanças climáticas, o Sr. François SIMARD confirmou que os oceanos não estão na agenda das negociações da COP 21 previsto para o final do ano, em Paris. Apesar disso, é absolutamente necessário que o papel dos oceanos seja reconhecido e que o seu papel específico em relação às mudanças climáticas seja conhecido e tomado em conta. Pode-se, assim, prever alguma controvérsia por ocasião desta COP para que os oceanos sejam incluídos na COP seguinte. A declaração de Praia que deverá surgir no final deste Fórum PRCM deverá ser levada à COP 21.

Em guisa de conclusão, o Sr. François SIMARD preconiza que será necessário encontrar soluções baseadas na natureza para, nomeadamente, lutar contra o aumento do nível do mar. Os oceanos são uma fonte de carbono mais importante que as florestas: os estoques de peixes que ali vivem são também uma fonte de carbono vivo.

Seguidamente, a palavra foi dada à Sr.ª Fátima DIA, jurista, especialista em desenvolvimento durável e antiga Diretora da IFDD/OIF, para apresentar a sua comunicação intitulada “O Programa de Desenvolvimento Durável das Nações Unidas no horizonte 2030: que execução em África Ocidental?”.

A Sr.ª Fátima Dia começou por precisar que o sistema de negociações das Nações Unidas permite aos cidadãos e aos atores do desenvolvimento em particular, fazerem-se ouvir nas questões do desenvolvimento durável. Ela referiu que, neste quadro, o Programa para o Desenvolvimento Durável das Nações Unidas no horizonte 2030 (PDD-H2030) ambiciona transformar o nosso mundo e subscreve a lógica de uma abordagem integrada e de dimensões múltiplas. A África Ocidental deveria fazer do PDD-H2030 seu quadro orientador.

O Objetivos do Desenvolvimento Durável (ODD) foram retrabalhados para os tornar mais universais e equitativos. Para que o crescimento económico possa beneficiar a todos, as companhias e os países mais ricos engajaram-se em participar na ajuda ao desenvolvimento. Teoricamente, o Fundo para o Meio Ambiente Mundial (FEM) é suposto também financiar o desenvolvimento; mas na prática, poucos países africanos beneficiaram dele. Enfim, o consenso de Monterey trouxe à luz a necessidade de financiar o desenvolvimento via construção de parcerias e a abertura ao setor privado. É pois a nós, na África Ocidental, a nossa vez de nos aproximarmos dessas diferentes instâncias e de tomar em nossas mãos o nosso desenvolvimento e o nosso futuro.

Por fm, a Sr.ª Fátima DIA sublinhou que o sistema de negociações das Nações Unidas deve refletir-se em todos os países e em todos os lugares, não apenas nos ministérios, mas em todas as categorias de atores. O documento ODD-H2030, que apresenta as metas a seguir, pode ser encontrado na Internet. Dele ressalta uma forte preocupação ambiental e está ali estipulado que é preciso conservar e explorar de forma durável os oceanos, os mares e os recursos marinhos para fins de desenvolvimento durável. Resta pois informar e fazer participar a população!

Tratando-se da comunicação relativa ao “ Parecer consultivo do Tribunal Internacional do Direito do Mar (TIDM) sobre o Caso nº 21”, o Sr. Luís de JESUS, juiz do TIDM, precisou que o Caso nº 21 concerne um recurso ao TIDM pela Comissão Sub-regional das Pescas (CSRP) a propósito de questões e preocupações dos Estados membro em matéria de luta contra a pesca Ilegal, Não Declarada e Não Regulamentada (INN) e de gestão durável dos recursos haliêuticos. Este pedido da CSRP foi objeto de um Parecer Consultivo dado pelo TIDM a 2 de Abril de 2015.

O Juiz Luis de JESUS prosseguiu, sublinhando que o TIDM tem a competência requerida para emitir pareceres consultivos. Após o que recordou que a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar estabeleceu um TIDM composto por 21 juízes independentes que tratam das questões da pesca, da navegação, da conservação e da gestão das atividades e recursos relativos ao mar.

(20)

Relativamente ao Caso nº 21, o Juiz Luis de JSUS indicou que quando se prova que esses navios praticam a pesca INN, o Estado da sua bandeira deve agir para mostrar que respeita as suas obrigações. Em caso de inação, os outros Estados devem responsabilizá-lo.

O Estado costeiro tem a responsabilidade de pesquisar os acordos para a conservação e a proteção das espécies, para o desenvolvimento durável dos estoques transfronteiriços e deve, além disso, cooperar com os outros Estados da sub-região para evitar a sobre-exploração dos estoques partilhados e das espécies de interesse comum (em particular os pequenos pelágicos que são pescados pelos diferentes países da região). Os Estados devem fazer tudo o que é da sua competência para conservar os estoques partilhados no quadro da Convenção das Nações Unidas para o direito do mar.

Por fim, foi o Sr. Azumah YAO, em representação do Diretor da MESA que ficou impedido no último momento, que encerrou a conferência temática sobre a governação das zonas costeira e marinhas, com uma comunicação intitulada “Combater a pesca INN nas regiões oeste africanas graças aos dados de satélite da observação da terra”.

A propósito da pesca INN, o Sr. Azumah YAO sublinhou que a Comunidade Económica dos Estados da África

Ocidental (CEDEAO/ECOWAS) tem um centro encarregue da fiscalização da gestão dos recursos costeiros e marinhos na sua região e de coordenação das atividades ligadas. Este Centro visa igualmente fornecer aos pescadores da pesca artesanal as informações relativas às condições oceânicas e meteorológicas. Enfim, o Centro encarrega-se também de fornecer aos decisores africanos os instrumentos para melhor gerir os seus recursos haliêuticos. Visto a sua importância, a CEDEA decidiu ligar o Centro ao projecto de Vigia do ambiente e da segurança em África (MESA). Este consórcio assegura aos representantes de diferentes países formações sobre os instrumentos de ajuda à decisão. A formação e os instrumentos permitem conhecer melhor o estado do oceano, desenvolver as capacidades em matéria de coordenação, propor políticas de gestão dos recursos marinhos e orientar as decisões.

Em conclusão, MESA dispõe de bases de dados a partir dos quais são produzidos mapas para informar aos gestores a localização dos estoques de peixe e dos navios. O programa permitiu também o seguimento e a prevenção das condições oceânicas. A criação dessas bases de dados permite melhorar a gestão das AMPs e das pescas. Também tem disponível a expertise para implementar sansões MESA no conjunto da região.

(21)

estende-se ao longo de 150 quilómetros a partir da costa e cobre cerca de 9,3% do território; a maioria dos parques tem importantes áreas de conservação constituídas por tarrafes. Os principais fatores de degradação são, segundo ele, a agricultura, com destaque para a orizicultura, a fumagem do pescado, o corte da madeira, a produção do sal, a construção de casas, a erosão costeira, a manutenção dos diques nas zonas de abandono da cultura do arroz, etc. Para além disso, sublinhou que os principais fatores que favorecem a restauração dos mangais são o abandono dos arrozais ocorrido por razões diversas. Na data presente, na Guiné-Bissau, as superfícies do mangal registaram uma evolução de 9,3% na zona de recolonização.

Após debate, os participantes chegaram às seguintes conclusões e recomendações :

• Equilibrar biodiversidade e segurança alimentar para resolver a equação arroz-tarrafe;

• Assistir as populações no desmantelamento de diques nas zonas de tarrafe usadas antigamente para a cultura do arroz ;

• Apoiar o repovoamento de mangal ajudando, ao mesmo tempo, a realização de atividades geradoras de rendimento.

O atelier foi animado pelo Sr. Mohamed Ould MAYIF. Foram apresentadas três comunicações para introduzir as discussões sobre a temática abordada.

Ao iniciar a sua apresentação sobre “Tarrafes, arrozal, e

mudanças climáticas na Guiné-Bissau” o Sr. Alfredo DA

SILVA (IBAP) começou por lembrar que a Guiné-Bissau é conhecido como o país do mangal. Aqui, o mangal

II.2.2

.

Síntese dos ateliers temáticos

o Atelier temático 4 : Os recursos marinhos e

costeiros e as mudanças climáticas

Dos debates que se seguiram após cada comunicação, pode-se retirar os elementos seguintes :

• A preservação da zona marinha e costeira e a conservação da biomassa são essenciais à boa governação dos oceanos.

• É preciso assegurar-se de que a informação proveniente do terreno sobe até os decisores e de que há integração das políticas de desenvolvimento durável nas políticas sectoriais.

• As mudanças climáticas afetam enormemente os Africanos (30-40%) que, do seu lado, só contribuem para as emissões de gazes com efeitos de estufa na ordem dos 3-4%!

• Foi igualmente esclarecido que o TIDM não toma iniciativas próprias e que os seus pareceres são feitos em resposta a pedidos / questões das partes da convenção. As questões colocadas devem ser claras e concretas e tratar de pontos jurídicos.

• Para alguns intervenientes, o parecer do TIDM expôs de forma clara que os Estados devem esforçar-se em cooperar para gerir os seus recursos partilhados; para a sub-região, esta cooperação poderia efetuar-se no caso da CSRP, instituição para a qual vale a pena tudo fazer para a salvar da crise institucional que ameaça mesmo a sua existência.

o Síntese dos debates :

Ao abordar o seu tema sobre “A mulher cabo-verdiana e

a extração da areia e de inertes nas praias e montanhas de Cabo Verde”, a Sr.ª Josefina FORTES sublinhou que o

RAMAO, que é uma Organização não-Governamental de mulheres, mobilizou-se para sensibilizar as mulheres implicadas na extração de areia explicando-lhes, nomeadamente, os impactos que esta atividade tem sobre a costa (aceleração da erosão costeira), mas também sobre a saúde das próprias mulheres. Para a Sr.ª Josefina, o abandono ou a redução desta atividade exige, antes de mais, que em substituição desta prática nefasta sejam iniciadas atividades geradoras de rendimento em favor das mulheres, para lhes permitir ganhar a sua vida em dignidade.

No final das discussões, foram retidas estas conclusões: • Reforço das capacidades dos países em matéria de prevenção dos riscos ligados às catástrofes naturais • Mobilização de parceiros como o PRCM, para apoiar o RAMAO em Cabo Verde na sua abordagem visando o abandono e/ou a extinção da extração da areia da praia e das montanhas pelas mulheres.

(22)

O atelier, que registou uma quarentena de participantes, foi animado por Pierre Campredon. Três intervenientes fizeram a introdução de assuntos que permitiram alimentar as discussões.

A primeira comunicação apresentou a situação do turismo no Arquipélago dos Bijagós, na Guiné-Bissau, nomeadamente as suas condicionantes naturais e institucionais, os seus impactos (social, económico e ambiental), as suas dificuldades e limites, assim como as possibilidades de promoção de um turismo responsável. Ressaltou os riscos associados a uma atividade não suficientemente regulamentada e que não toma em linha de conta as vulnerabilidades culturais e ambientais das ilhas. Por fim, sublinhou que o Arquipélago dos Bijagós é presentemente candidato a sítio do património mundial.

A segunda comunicação apresentou o funcionamento das partes no processo de conservação dos patrimónios na ilha de Maio (Cabo Verde).

oAtelier temático 5 : Dinâmicas no contexto

das Mudanças Climáticas

A terceira apresentação mostrou a importância da pesquisa científica para a adaptação às mudanças climáticas no PNBA, na Mauritânia.

Os participantes, após algum debate, chegaram às seguintes conclusões:

• A fragilidade do quadro institucional e político dificulta a promoção de um turismo responsável. • A especulação fundiária sobre as pequenas ilhas sagradas engendra graves conflitos.

• Há necessidade de tomar em conta os interesses de todas as partes envolvidas para um desenvolvimento harmonioso e pouco conflituoso do sector do turismo. • Há necessidade de se tomar em consideração o valor económico dos serviços prestados pelas zonas costeiras, nomeadamente em relação à captação do carbono.

No tocante à ligação com as mudanças climáticas, retiveram estas recomendações :

• O turismo pode representar uma alternativa que contribui para atenuar os impactos das mudanças climáticas no plano económico, na condição de ser desenvolvido de forma a assegurar a conservação e a valorização dos saberes locais e dos patrimónios associados e de garantir que os fluxos económicos e as oportunidades de emprego que cria beneficiem mais amplamente as comunidades.

• Há necessidade de implementar planos de gestão do território que organizem os espaços e as atividades tendo em conta os conhecimentos das comunidades. • Evidencia-se o interesse de edificar uma governação de um turismo responsável e durável que reforce a autoridade (credibilidade do Estado), promova a participação dos atores não estatais no turismo e favoreça a transparência.

Animado pelo Sr. François SIMARD, este atelier proporcionou discussões sobre as questões da resiliência das áreas marinhas protegidas tanto do ponto de vista dos ecossistemas como dos sistemas socioeconómicos associados e dependentes dos recursos naturais.

o Atelier temático 6 : Resiliência climática das

AMPs e das suas comunidades

Quanto ao Sr. Abdoulaye SENE, ele introduziu o seu tema : “Impactos das mudanças climáticas na

hidrologia e na gestão dos recursos em água da bacia do rio Senegal” começando por relembrar o

historial e a evolução da bacia do rio Senegal no plano biofísico e a relação desta evolução com as mudanças climáticas. Apresentou, seguidamente, as diferentes etapas da inclusão da bacia, ao nível científico (modelização) e político, no quadro da colaboração dos 4 países (Senegal, Mauritânia, Guiné e Mali). Enfim, ele teceu igualmente críticas à abordagem científica sublinhando que os modelos de gestão da água não são sempre conectados com a realidade das populações locais.

Após várias intervenções sobre esta apresentação, os participantes formularam estas recomendações : • Integração da biodiversidade na abordagem da gestão do rio Senegal;

• Manutenção da capacidade de antecipação;

• Estabelecimento de domínios de cooperação para a gestão dos recursos e a sua partilha;

(23)

• A resiliência às mudanças climáticas implica uma abordagem integrada e multi-ator, implica também uma adaptação dos saberes e expertises profissionais às realidades locais.

• A coordenação e as sinergias entre os diferentes atores ao nível das áreas marinhas protegidas são muito importantes para o sucesso das ações de adaptação às mudanças climáticas.

Enfim, os participantes formularam estas recomendações a propósito da resiliência climática das AMPs e de suas comunidades :

• A resiliência das áreas protegidas face às mudanças climáticas é uma questão fundamental que carece da atenção dos decisores a dois níveis: a resiliência dos ecossistemas e a resiliência socioeconómica das comunidades locais. Ela deve ser promovida incluindo as populações locais e os funcionários dos parques para assegurar a integração das experiências e dos conhecimentos de todos.

As intervenções feitas abordaram a resiliência das áreas protegidas e das áreas marinhas protegidas às mudanças climáticas na África Ocidental. Foram também apresentados instrumentos de seguimento da vulnerabilidade das áreas protegidas às mudanças climáticas. A segurança alimentar, a melhoria do bem-estar e da economia, a valorização do papel e da posição das mulheres e dos jovens, dos saberes e dos conhecimentos locais das coletividades locais, são tantos fatores que podem contribuir para aumentar a resiliência socio-ecológica aos efeitos das mudanças climáticas nas áreas marinhas protegidas da África Ocidental.

No final das apresentações e dos debates que se lhes seguiram, foram extraídas as seguintes conclusões: • As iniciativas de adaptação às mudanças climáticas devem ser construídas a partir das forças das comunidades locais e os parques nacionais deveriam responder às necessidades de conservação e de desenvolvimento local.

(24)

Este evento paralelo foi animado pelo Sr. Januário

NASCIMENTO da ONG ADAD e contou com três

comunicações.

A primeira consistiu na apresentação do projecto “Alternativas à extração da areia do mar”. Foi acordada uma atenção particular ao fenómeno de extração da areia do mar que tem como corolários a erosão costeira e o avanço do nível do mar. O objetivo pretendido pelo projecto foi de fazer a reconversão das pessoas que se dedicam à extração da areia do mar para outras atividades.

No fim da apresentação e das discussões sobre o assunto, os participantes formularam as seguintes recomendações:

• Reforçar os intercâmbios de experiências na sub-região para favorecer a partilha de conhecimentos e de projetos similares através de visitas de intercâmbio.

• Desenvolver estratégias de reforço e de replicação da experiência iniciada no quadro deste projecto.

Aquando da segunda comunicação, o apresentador começou por dizer que o projeto “Dispositivos de Concentração de Peixes” intervém num contexto de rarefação dos recursos haliêuticos. Os habitats estão degradados e é por isso que o que é visado é a sua restauração através de recifes artificiais que contribuem para o repovoamento das zonas empobrecidas. Um bom conhecimento da situação de referência e um seguimento bio-ecológico ao nível dos DCP são condições de sucesso do projeto.

Sendo assim, os seus resultados correm o risco de serem manchados devido à insuficiência manifeste de fiscalização das pescarias.

Os participantes recomendaram a realização de um sistema de seguimento e avaliação de experiência numa perspetiva de retirar as lições aprendidas.

A terceira comunicação foi relativa ao projeto “Reciclagem e valorização do plástico” que visa conscientizar as populações sobre o perigo que o plástico representa para o meio ambiente e a valorizar os lixos de plástico para a sua reciclagem. As atividades realizadas são a valorização dos plásticos, a organização de campanhas de limpeza dos fundos marinhos junto aos portos e a preparação de um manual sobre os plásticos e as alternativas de sua reciclagem.

II.2.3

.

Síntese dos eventos paralelos

Evento paralelo 5 animado pela socie

dade civil de Cabo Verde

• A adaptação das comunidades locais que dependem dos recursos naturais deve ser considerada rapidamente, antes que as transformações impactem as realidades socioeconómicas locais. A sua resiliência passa por um reforço e uma modernização das técnicas de produção locais e de distribuição, assim como por uma diversificação das suas atividades. • A resiliência das áreas marinhas protegidas é mais complexa que a das áreas terrestres e requer a tomada em consideração de múltiplos elementos.

(25)

Após os debates, os participantes tiraram as seguintes conclusões:

• O projeto permitiu a mobilização de pessoas à volta da problemática ambiental dos sacos plásticos;

• As alternativas aos sacos plásticos permitiram a criação de empregos, nomeadamente em favor das mulheres;

• A sensibilização sobre o perigo dos sacos plásticos já deu frutos: foi aprovada uma lei interditando o plástico a partir de 2017.

A título de recomendações, foram feitas as seguintes:

• Organizar videoconferências em África sobre a problemática dos materiais em plástico para favorecer a partilha de experiências e de conhecimentos;

• Divulgar no site do PRCM e da ADAD as realizações do projeto e as lições aprendidas a partir desta experiência; • Criar em Cabo Verde as condições de aplicação da lei interditando os plásticos.

Com a animação assegurada pelo Sr. Racine KANE, Chefe do programa da UICN-Senegal, este evento paralelo registou a afluência de 32 participantes. O objetivo visado era de fazer a apresentação oficial do Guia para a gestão integrada dos recursos naturais do litoral e favorecer o intercâmbio à volta do seu conteúdo e de suas possíveis utilizações.

Na sequência da apresentação deste guia feita pelo

Sr. El Hadji Ballé SEYE, da UICN, vários participantes,

entre os quais alguns parlamentares da Rede APPEL, abordaram assuntos que permitiram alimentar as discussões. E, muito em particular, louvaram a ação da Rede APPEL que tem participado no reforço da cooperação sub-regional através das autoridades locais eleitas. Seguidamente, exortaram as redes nacionais a:

• Serem mais determinados e mais empenhados na defesa do meio ambiente e dos recursos naturais dos seus países respetivos:

• Trabalharem a consolidar a paz e a coesão social nos países para uma gestão durável dos recursos naturais; • Desenvolverem ações a nível nacional e local para influenciar as políticas e a legislação.

No final da discussão e no intuito de preparar líderes bem sensibilizados e imbuídos das questões ambientais, os participantes a este evento paralelo recomendaram:

• A criação no seio do PRCM de um colégio dos atores dos médias para reforçar as ações de informação e de comunicação sobre as questões ambientais;

• O reforço dos meios técnicos e financeiros das redes nacionais para consolidar a ação e dar maior visibilidade à rede APPEL;

• O reforço da cooperação dos Estados para melhorar a governação climática à escala regional.

o Evento paralelo 6: Lançamento do “Guia para a

gestão integrada dos recursos naturais do litoral para

utilização pelas autoridades locais eleitas dos países

costeiros da África Ocidental”

(26)

o Evento paralelo 7 : Plano de Ação Estratégico do

Grande ecossistema marinho da corrente das Canárias

O Sr. Birane SAMBE, Coordenador Regional do projecto Grande Ecossistema Marinho da Corrente das Canárias – CCLME (www.canarycurrent.org), animou este evento paralelo. O seu principal objetivo era a apresentação do Plano de Ação Estratégico (PAS) do projeto CCLME assim como os principais resultados desses projetos de demonstração.

Para iniciar, o apresentador sublinhou o interesse da abordagem multi-escala do projeto, nomeadamente numa perspetiva mais global e acrescentou que esse modelo de cooperação sub-regional mereceria ser apresentada na COP 21.

Para o Sr. Birane SAMBE, a dinâmica científica do projeto e as atividades de formação realizadas e planificadas no quadro do projeto CCLME são indispensáveis à sub-região e devem ser mantidas. Segundo ele, adoção do PAS e a sua implementação contribuirá, sem margem de dúvida, para a gestão durável dos recursos haliêuticos, particularmente dos estoques dos pequenos pelágicos partilhados entre vários Estados da sub-região.

Aquando dos debates, os participantes sublinharam que as políticas de pesca não tomam suficientemente em conta as problemáticas da pesca artesanal; os decisores não estão ainda suficientemente informados e sensibilizados sobre este sector que tem retornos socioeconómicos importantes. Alguns participantes voltaram, por várias vezes, a referir-se à crise institucional que mina a Comissão Sub-regional das Pescas (CSRP) e que ameaça mesmo a sua existência. Por fim, os participantes formularam as seguintes recomendações:

• Os países são convidados a assinar o Plano de Ação Estratégica do projeto CCLME e a implementar as aquisições do referido projeto, nomeadamente os Planos de gestão das pescarias;

• Os países devem esforçar-se por resolver a crise institucional que afeta o CSRP, um instrumento precioso e indispensável para a sub-região mas igualmente incontornável no quadro da execução do projeto CCLME; • As sinergias existentes entra os diferentes projetos e/ ou iniciativas nas zonas costeiras e marinhas devem ser reforçadas e os esforços partilhados, nomeadamente os que acompanham as medidas de atenuação e de adaptação dos efeitos das mudanças climáticas.

(27)

Este evento paralelo, que teve a presença de 34 participantes, foi animado pelo Sr. Jean Jacques GOUSSARD e contou com o apoio do Sr. Moussa SALL.

Para o Sr. Jean Jacques GOUSSARD, o evento paralelo visa a partilha de experiências tidas na sub-região oeste-africana em matéria de luta contra os riscos costeiros através de uma abordagem de planificação espacial dos territórios costeiros. O evento paralelo contribui ainda para a informação dos parceiros técnicos e financeiros. A propósito do dispositivo relativo a esta abordagem prospetiva, o apresentador lembrou que é baseada numa rede de peritos regionais

o Evento paralelo 8 : Desenvolvimento do Mecanismo de

Observação do Litoral Oeste Africano (MOLOA)

e internacionais. Seguidamente, lançou um apelo, nomeadamente a Cabo Verde e às instituições do Norte para se juntarem e apoiarem este processo.

Após os debates tidos, os participantes chegaram às seguintes conclusões e recomendações:

• Atendendo o contexto de crescimento demográfico, económico e de desenvolvimento rápido que caracteriza os países da região, é essencial inscrever as ações em prol da conservação e da gestão dos litorais numa abordagem decididamente prospetiva. • Os desenvolvimentos da ocupação dos litorais impõem que se considere toda e qualquer ação de conservação numa perspetiva alargada do território costeiro no qual ela se desenvolve.

O evento paralelo foi animado pelo Sr. Mohamed

MAYIF. Os seus participantes foram honrados com as

presenças da Sr.ª Ulrika RICHARDSON (Representante Residente do PNUD em Cabo Verde), do Sr. M. Manuel PINTO TEIXEIRA (Embaixador e Chefe da Delegação da União Europeia em Cabo Verde) e do Sr. Alioune Badara KAERE (Team Leader Ambiente PNUD / Senegal).

Ao introduzir este evento paralelo, o Sr. Taib DIOUF, Consultor/PNUD/Dakar, sublinhou que a fraqueza da governação constitui um dos fatores que explicam a degradação dos recursos marinhos e costeiros da sub-região oeste africana. Depois de 2013, a reflexão encetada pelo projeto GoWAMER “Governação, políticas de gestão dos recursos marinhos e redução da pobreza na Eco-região WAMER”, cofinanciado pela UE e pelo PNUD, permitiram estudar um modelo para descrever, analisar e compreender a situação da governação dos recursos marinhos e costeiros e propor estratégias apropriadas de melhoria da sua exploração e da sua gestão à escala sub-regional. O modelo está estruturado à volta de cinco (5) critérios, decompostos em subcritérios e indicadores e que estabelece, uma média ponderada segundo a fórmula: (IGNRMC = ∑ SCP / ∑C/5). À escala país, foi organizado um grupo de trabalho anual para aplicar o modelo ao plano nacional. Os resultados obtidos

são analisados e partilhados com diferentes parceiros técnicos e financeiros e os peritos da sub-região.

No termo das discussões os participantes retiraram estas conclusões:

• O índice de governação apresenta um valor relativamente fraco para os seis (6) países cobertos pelo projeto GoWAMER ; isso traduz uma governação passável dentro da escala proposta:

• A variabilidade anual por país é fraca para o período 2013-2015;

• Um plano de ação deverá ser estabelecido para cada país para melhorar a governação.

Por fim, os participantes formularam estas recomendações :

• Afinar e estabilizar o modelo, reconhecido como digno de interesse, em colaboração com os peritos e estruturas competentes e assegurar uma apropriação a todos os níveis;

• Reforçar as capacidades dos atores implicados na coleta e análise das informações e dos dados indispensáveis ao modelo;

• Melhorar a comunicação e a vulgarização do modelo.

o Evento paralelo 9 : Estimação e análise do índice de governação dos recursos marinhos e costeiros (INGRMC)

na Eco-região WAMER (Cabo Verde, Gâmbia, Guiné, Guiné-Bissau, Mauritânia, Senegal)

(28)

o Evento paralelo 10 : Implementação da

Conven-ção das Condições Mínimas de Acesso (CCMA)

aos recursos haliêuticos e de parecer do TIDM na

zona CSRP.

Este evento paralelo, que registou a participação de 22 pessoas, foi animado pela Sr.ª Diénaba BEYE (CSRP). Em jeito de introdução ela referiu que o objetivo era, por um lado, comunicar e interagir com os diferentes atores da sub-região oeste-africana sobre o CCMA e, por outro, suscitar a modelização dos parlamentares e das partes do processo a fim de apoiar a implementação efetiva, incluindo do Plano de ação regional da implementação do Parecer consultivo dado pelo TIDM. Vários participantes chamaram a atenção para o papel fundamental que o CSRP joga na busca de coerência das políticas e da legislação sobre a pesca.

No final das discussões, os participantes chegaram às conclusões seguintes:

• Aumentar a tomada de consciência das autoridades locais eleitas sobre os desafios das políticas de pesca na sub-região oeste-africana;

• Estabelecer um guião para os parlamentares sobre o reforço das legislações e políticas de pesca nos países da sub-região;

• Apoiar a CSRP na realização das suas missões. Além disso, os participantes formularam, estas recomendações :

• Apoiar a CSRP no reforço das suas capacidades institucionais e nas suas missões;

• Apoiar o processo de ratificação da CCMA revista e a divulgação do parecer consultivo;

• Apoiar a realização do Plano de Ações regional sobre o parecer do Tribunal Internacional do Direito do Mar; • Apoiar os Estados para uma adesão aos instrumentos jurídicos internacionais: O Acordo da ONU sobre os estoques sobrepostos, o acordo de conformidade da FAO e o acordo sobre as Medidas do Estado do Porto (MEP)

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