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Inserção urbana e habitação de interesse social: o diagnóstico da região da produção

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Inserção urbana e habitação de interesse social: o diagnóstico

da região da produção

Wagner Mazetto de Oliveira (1) Bianca Carolina Pedrolo Henicka (2) Nelita Pretto (3) Thauana Mattiello Vanz (4) Adriana Gelpi (5) Rosa Maria Locatelli Kalil (6)

(1) Acadêmico do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Passo Fundo. E-mail: 111919@upf.br

(2) Acadêmica do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Passo Fundo. E-mail: 126820@upf.br

(3) Acadêmica do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Passo Fundo. E-mail: 134338@upf.br

(4) Acadêmica do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Passo Fundo. E-mail: Thauana.mv@hotmail.com

(5) Professora do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Passo Fundo. E-mail: agelpi@upf.br

(6) Professora do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Passo Fundo. E-mail: Kalil@upf.br

Resumo: Este trabalho apresenta resultados referentes à pesquisa que aborda a questão da

habitação de interesse social como política pública e sua forma de implementação na complexa dinâmica das cidades, envolvendo os contextos urbanos já existentes e avaliando as questões de qualidade e sustentabilidade urbana e habitacional. A pesquisa é realizada em cidades-pólo da Região da Produção do Rio Grande do Sul, quais sejam, Passo Fundo, Carazinho e Marau - no período de 2000 a 201 - cujo objetivo é pesquisar a forma com que os programas habitacionais são implementados em tais cidades. Realizaram-se estudos de caso diagnosticando os programas de habitação de interesse social nos municípios, considerando serem esses demandadores de programas estratégicos de desenvolvimento urbano e habitacional. Os conjuntos habitacionais implantados mais recentemente apresentam relativo avanço em relação à inserção social. Contudo, a localização é distante das centralidades urbanas, em áreas de consolidação e sem infraestrutura urbana significativa. Com relação aos critérios de sustentabilidade analisados obtêm-se resultados que demonstram que ainda existem muitas deficiências na consolidação de núcleos habitacionais que atendam a maior parte dos requisitos exigidos, tanto na questão construtiva como na qualidade das conexões urbanas.

Palavras-chave: Habitação social. Políticas habitacionais. Inserção urbana.

Abstract: This paper presents results of social housing research that consider as a public policy

and its implementation in the form of complex dynamics of cities, involving existing urban contexts and evaluating quality issues and urban and housing sustainability. The survey is conducted in three cities of Production of Rio Grande do Sul region , namely , Passo Fundo , Carazinho and Marau - the period from 2000 to 2013 - whose goal is to investigate the way that housing programs are implemented in such cities. There were case studies, diagnosing programs of social housing in the cities, are considering these strategic programs for urban and housing development. The focus of this study was to investigate two housing projects in each

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municipality. Housing developments have recently deployed on progress in relation to social inclusion. However, the location is far from the urban center, in areas without significant consolidation and urban infrastructure. With respect to sustainability, criteria analyzed are obtained results showing that there are still many shortcomings in the consolidation of housing units that meet most of the requirements in both constructive question the quality of these urban connections.

Keywords:Social housing. Housing policies. Urban integration.

1. INTRODUÇÃO

A Região do Conselho de Desenvolvimento da Produção – Corede Produção - é composta por 23 municípios com área territorial total de 6.780,9 km², localizados no norte do Rio Grande do Sul. Em decorrência da expulsão das populações da área rural pela mecanização agrícola e reestruturação fundiária, a região sofre reestruturação produtiva em nível regional, deslocando o foco da produção do setor agropecuário para os setores de comércio, indústria e da prestação de serviços (KALIL et al., 2012). Os municípios analisados são os de maior população e crescimento populacional, e que concentram a economia regional.

Passo Fundo polariza a região de médias propriedades produtoras de soja, trigo e pecuária. O desenvolvimento econômico ocorre em grande parte em torno de arranjos produtivos de caráter regional, estando a indústria vinculada às atividades agrárias. O município apresentava em 2010 uma população de184.826 habitantes (FEE, 2012), com 780 km² de área territorial e 50 km² de área urbana. Apresenta taxa de urbanização de 97,45 %, é cidade pólo de mais de100 municípios.

Carazinho, emancipado de Passo Fundo em 1931, apresentou crescimento significativo no início do século 20, em função do “ciclo da madeira”, da criação de gado muar e do plantio da erva-mate. Em função da exploração da madeira, surgiu o fabrico de máquinas e acessórios para a indústria, que teve seu auge das décadas de 1970 e 1980. Atualmente, o setor industrial de Carazinho está vinculado diretamente à agropecuária, predominando as indústrias de implementos agrícolas e agroindústrias de alimentos. O município conta com uma população de 58.000 habitante, com área de 909,9 km² e 17,9 km² de área urbana, sendo uma das cidades micro-pólo da região.

Marau, localizado no noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, na região do Planalto médio, microrregião de Passo Fundo e integrante do COREDE Produção, o município de Marau é um importante micropólo regional e estadual, colonizado por descendente de alemães e italianos, composto por um território plano, que favoreceu a agricultura mecanizada e que gerou o embrião de um crescente parque industrial. Marau, atualmente, é responsável por 51,11% do volume de exportações do COREDE Produção em insumos industrializados, perfazendo mais da metade da produção desta região composta por 23 municípios. O perfil econômico do município, antes agrícola, agora é definido por empresas industriais de grande porte, especialmente nos segmentos da agroindústria, metal-mecânico, couros, equipamentos para avicultura e suinocultura, construção e mobiliária. A cidade apresenta elevada taxa de urbanização, reflexo da migração campo-cidade, que culminou num crescimento demográfico no período de 1996-2000 com taxas de 2,66% ao ano, enquanto a da região da Produção foi de 1,01% e a do estado de 1,39%.

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2. METODOLOGIA

Para este trabalho, realizaram-se levantamentos das políticas habitacionais e dos projetos e programas habitacionais junto aos órgãos públicos municipais e às empresas construtoras e administradoras. A avaliação técnica constou de análise documental dos projetos e memoriais e de levantamentos in loco, com planilhas de avaliação da inserção urbana e das características tipológicos e construtivas dos conjuntos habitacionais. Os resultados de cada conjunto estão nos relatórios de resultados por cidade. A continuidade desse trabalho se dará com a análise dos condicionantes presentes na inserção do núcleo habitacional no espaço urbano. Este trabalho apresenta os casos mais peculiares em cada município, devido às tipologias ou sistemas construtivos adotados, analisando a inserção urbana dos mesmo na malha urbana.

3. POLITÍCAS PÚBLICAS PARA A HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL E A REGIÃO DA PRODUÇÃO

Estudos sobre a região da Produção iniciaram-se a partir da criação do COREDE Produção, avançaram sobre questões específicas de desenvolvimento urbano dos municípios sob o seu enfoque de planejamento urbano, regional e de infraestrutura habitacional (GELPI e KALIL, 2010).

Na região da Produção, as políticas públicas para a questão habitacional social têm refletido, de alguma forma, a busca por soluções mais municipal, após os anos “BNH”, a regulamentação do Estatuto da Cidade e a criação do Ministério das Cidades, buscou-se diagnosticar a realidade dos programas habitacionais.

O período subsequente ao Estatuto da Cidade (2001) e à criação do Ministério das Cidades (2003) introduz renovação na política de desenvolvimento urbano e habitacional, que além de subsidiar investimentos, delega aos municípios tarefas tanto de decisão quanto de implantação e gestão de programas habitacionais. O Ministério das Cidades tornou-se o órgão coordenador, e formulador da Política Nacional de Desenvolvimento Urbano, que inclui a Política Nacional de Habitação (PNH), estabelecendo-se um novo modelo de organização institucional (BONDUKI, ROSSETTO e GHILARDI, 2008).

A política federal estabeleceu diversos programas, sendo que a partir de 2009, o Programa Minha Casa Minha Vida (PMPC), parte integrante do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) tem sido o programa com maior número de projetos financiados, tanto nas faixas de interesse social, quanto nas de média renda.

4. RESULTADOS SOBRE O MUNICÍPIO DE CARAZINHO

4.1 Políticas, programas e projetos habitacionais

Em décadas anteriores, o município desenvolveu projetos habitacionais, promovidos pelos organismos como a Cohab-RS e o BNH. Contudo, não se dispõe de informações sobre os conjuntos habitacionais mais antigos, que estão integrados na malha urbana.

Na década de 2000, na esteira da retomada dos programas habitacionais e dos financiamentos federais, foram realizados alguns projetos, com unidades habitacionais tipo casas isoladas, financiadas pelo programa Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social (FNHIS), especialmente os localizados no bairro Passo da Areia e Planalto. A partir de 2009, outros projetos foram implementados, sendo adotadas também as tipologias de

unidades geminadas e de

apartamentos. A síntese dos programas habitacionais e das tipologias adotadas encontra-se na Tabela 1.

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Tabela 1: Programas habitacionais em Carazinho (2002 – 2012)

PROGRAMA

UNIDADES HABITACIONAIS POR TIPOLOGIA

ISOLADAS GEMINADAS APARTAMENTOS

Iniciativa Municipal 80

FNHIS – Fundo Nacional de

Habitação de Interesse Social 20 PMCMV – Programa minha casa

minha vida 84 128 28

TOTAL PARCIAL 184 128 28

TOTAL GERAL 340

Fonte: Compilado de relatórios das prefeituras municipais, da Caixa e levantamentos de campo.

4.1.1 Condomínio habitacional Oriental

O Condomínio Habitacional Oriental localiza-se no bairro Oriental, na parte leste da área urbana, sendo o bairro delimitado ao noroeste pela avenida Flores da Cunha e bairro São Pedro, a nordeste pela rodovia federal BR-386 (ligando a Sarandi e Soledade), a sudoeste por área de proteção ambiental e a sudeste por área rural nos limites do perímetro urbano. O condomínio habitacional está situado na rua Pernambuco, 38, esquina com a Rua Minas Gerais, no quarteirão formado por esta e mais a rua Agenelo Senger, rua São Paulo e rua Minas Gerais, com acesso pela rua Minas Gerais do centro da cidade e acesso ao trevo da BR-386 pela rua Pernambuco e rua Diamantino Conte Tombini, distando 2,7 km do centro.

O bairro Oriental tem uso predominante residencial com tipologias habitacionais de padrão médio a baixo e alguns lotes vazios. A infraestrutura do bairro é regular, sendo composta por rede viária com vias pavimentadas com paralelepípedos em estado regular e vias não pavimentadas com meio fio de concreto, passeios desnivelados e não pavimentados, arborização urbana esparsa, rede de drenagem urbana. O bairro dispõe de rede de energia elétrica, iluminação pública, rede de abastecimento de água, e é servida por transporte público com ponto de ônibus na rua Minas Gerais a 100 m do condomínio.

No entorno do condomínio encontram-se estabelecimentos de comércio e serviços de pequeno porte e algumas empresas. Os equipamentos comunitários próximos são Escola de Ensino Médio Ernesta Nunes na rua São Paulo 12 (a 100 m), Escola de Educação Infantil Padre Gildo na rua Goiás, 56 A (a 600 m). Também nas proximidades localizam-se o Campus Carazinho da Universidade de Passo Fundo na Rua Diamantino Conte Tombini, 300 (a 650 m) e a sede da Associação de Moradores do Bairro Oriental com campo de esportes, na quadra formada pelas ruas Mato Grosso, Alagoas, Osvaldo Cruz e Sergipe (550 m).

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FIGURA 1: Equipamentos comunitários de educação no entorno do condomínio habitacional Oriental. Fonte: Levantamento de campo

FIGURA 2 - Vistas do condomínio habitacional Oriental em Carazinho. Fonte: Levantamento de campo

O condomínio é fechado, composto de 8 blocos residenciais com 4 pavimentos de 230,72 m² cada, com 4 apartamentos por andar, com 16 apartamentos por bloco com área de projeto de 923 m², totaliza 128 apartamentos de dois dormitórios com área de 45,28 m² por unidade, e 77 vagas de estacionamento, área social e de lazer, 4 quiosques com churrasqueira, playground, sendo o primeiro vertical multifamiliar em Carazinho. O conjunto apresenta acessibilidade universal para 32 apartamentos térreos.

5. RESULTADOS SOBRE O MUNICÍPIO DE PASSO FUNDO

5.1 Políticas, programas e projetos habitacionais

Para enfrentar os problemas de déficit habitacional, o poder público municipal tem retomado, desde 2002, uma política habitacional em parceria com o governo federal. Nesse sentido, atualmente desenvolve os seguintes programas habitacionais: Programa de Arrendamento Residencial (PAR), Programa de Subsídio à Habitação de Interesse Social (PSH), Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Programa Minha Casa

Minha Vida

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(PMCMV), Crédito Solidário, Cooperativas Habitacionais, Reformas e Melhorias, Regularização Fundiária e Operações Coletivas.

Tabela 2: Programas Habitacionais desenvolvidos em Passo Fundo (2002 – 2012)

PROGRAMA

UNIDADES HABITACIONAIS POR TIPOLOGIA

ISOLADAS

GEMINADAS

APARTAMENTO

S

Morar Melhor 26

PSH – Programa de subsídio à

habitação de interesse social 22 121

PAR – Programa de

arrendamento residencial 1016

PAC – Programa de

aceleração do crescimento 158

PMCMV – Programa minha

casa minha vida 62

TOTAL PARCIAL 268 121 1016

TOTAL GERAL 1405

Fonte: Compilado de relatórios das prefeituras municipais, da Caixa e levantamentos de campo.

5.1.1 Núcleo Habitacional Parque do Sol

O empreendimento habitacional Parque do Sol, construído em 2009, com 100 moradias individuais com infraestrutura básica, constituídas por unidades habitacionais padrão com área de 49,76 m², para população de até três salários mínimos de renda, foi implantado próximo à rodovia RS-324, no Bairro Schisler, zona oeste. O núcleo habitacional Jardim do Sol é um conjunto habitacional de interesse social dentro do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC e do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social, Produção de Habitação Popular.

O núcleo habitacional apresenta comércio de abastecimento de pequeno porte no entorno, a cerca de 300 metros. Alguns equipamentos comunitários encontram-se no bairro próximo, sendo a Escola Municipal de Ensino Fundamental Dyogenes Martins Pinto situada na rua Dona Sirlei a 600 metros e a Escola Municipal Irmã Maria Catarina a 1.300 metros.

A unidade habitacional foi construída com concreto leve polimerizado, técnica construtiva aprovada com laudos técnicos favoráveis pelo IPT e pela Universidade de Minas Gerais, que qualificam a habitação com bons índices de resistência, permeabilidade, conforto acústico e térmico, sendo aprovado e financiado pela Caixa Econômica Federal dentro do programa de Aceleração do Crescimento. O princípio básico do processo é a utilização de concreto leve estruturado com polímeros para moldagem in loco de todas as paredes de uma só vez, a partir do enchimento de fôrmas estanques que já contém, em seu interior, todos os elementos instalados para água, esgoto, esquadrias e eletricidade, armaduras e outros embutidos. O processo tem

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características de linha de montagem, deslocando-se pelo canteiro de maneira organizada, combinando rapidez e simplicidade de execução, conforto térmico, isolamento acústico e economia para construção em escala. Devido à facilidade no controle da obra, com a utilização de kits pré-montados e o embutimento de esquadrias, a organização e limpeza

são garantidas,

gerando a minimização do desperdício de materiais e a ausência de re-serviços.

O projeto do condomínio habitacional conta com tratamento de esgoto coletivo através do sistema de bioreator e bio-filtro, estruturas pré-fabricadas em fibra de vidro, implantadas no quarteirão. Observou-se que não houve preocupação com implantação de paisagismo nem de áreas de lazer no local, sendo que os passeios e a pavimentação nas vias de circulação veicular, foram implantados cerca de três anos após a construção do núcleo habitacional.

Figura 3: Conjunto Habitacional Parque do Sol (2010). Fonte: Levantamentos de campo.

6. RESULTADOS SOBRE O MUNICÍPIO DE MARAU

6.1 Políticas, programas e projetos habitacionais

Ao longo das décadas, o município de Marau tem produzido ou apoiado a produção de habitação de interesse social em diferentes programas habitacionais, em parceria com as empresas privadas locais, com sindicatos, associações e cooperativas e com a Caixa Econômica Federal, buscando atender os déficits habitacionais. Informações levantadas pelo PLHIS, baseadas na Fundação João Pinheiro e em levantamentos locais, referem que o déficit está concentrado na área urbana, com incidência dos componentes em habitação, infraestrutura precária e irregularidade fundiária. Os programas consistiram em variadas modalidades de oferta de lotes urbanizados, lotes e moradias, melhorias habitacionais, oferta de infraestrutura e regularização fundiária. A falta de informações sistematizadas e atualizadas é um desafio institucional, sendo que os documentos mais relevantes são o próprio PLHIS e dissertações acadêmicas (Spanemberg, 2006; Figueiró, 2010), pois os relatórios municipais sobre habitação estão fragmentados e incompletos.

Com base nesse panorama, tem-se por objetivo diagnosticar os conjuntos habitacionais com aporte de recursos federais no município de Marau, no período de 1998 a 2012.

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Tabela 3: Programas Habitacionais desenvolvidos em Marau (2009 – 2013)

PROGRAMA

UNIDADES HABITACIONAIS POR

TIPOLOGIA

ISOLADAS GEMINADAS APARTAMENTOS

PSH – Programa de subsídio à habitação de interesse social + Recursos do Estado + Iniciativa

Municipal

30

PMCMV – Programa minha casa

minha vida 394

TOTAL PARCIAL 30 -- 394

TOTAL GERAL 424

Fonte: Compilado de relatórios das prefeituras municipais, da Caixa e levantamentos de campo.

6.1.1 Residencial Frei Adelar (CCFGTS Apoio a produção) (2011)

O núcleo habitacional Frei Adelar está localizado no bairro São José Operário, noroeste da área urbana, próximo ao distrito industrial, no qual foram desenvolvidos inúmeros programas habitacionais desde o início da década de 2000, promovidos pelo poder municipal e com apoio das empresas industriais e execução pelas construtoras. O Residencial Frei Adelar está localizado na Rua Alfredo Calonego, no loteamento Frei Adelar. Esse bairro é considerado modelo de organização para a região, tendo recebido premiações em função de suas características - infraestrutura planejada de saneamento básico, telefonia, energia elétrica e pavimentação, além de coleta seletiva de lixo e transporte público. O empreendimento integra o programa Minha Casa, Minha Vida, CCFGTS, apoio à produção, com investimento de R$ 4.655.000,00, pela Caixa Econômica Federal, Foram investidos R$ 5,8 milhões na construção do empreendimento, oriundos do ‘Minha Casa, Minha Vida’ por meio da modalidade Carta de Crédito FGTS - Imóvel na Planta, de subsídios do Governo Federal e de recursos próprios e do FGTS dos beneficiados. A construção foi realizada pela Construtora Conkretus, e o residencial é administrado na modalidade de condomínio pela Imobiliária Confiança.

O empreendimento destinado a famílias de 3 a 6 salários mínimos de renda familiar, com prazo de financiamento de 300 meses. As famílias selecionadas estavam cadastradas na Secretaria de Desenvolvimento Social segundo o critério de renda fixa e outras famílias em situação de risco e que recebiam auxílios sociais.

O empreendimento de 7 blocos com 4 pavimentos cada, totalizando 112 unidades habitacionais (apartamentos), sendo 3 blocos com apartamentos de 2 dormitórios e 4 blocos mistos com apartamentos de 2 e 3 dormitórios, com área construída total de 6.643, 74 m². Do total, 80 são compostos por sala de estar, 2 dormitórios, circulação, banheiro, cozinha e área de serviço, com a área útil de 44, 43 m² e área privativa de construção de 50,77 m²; 24 apartamentos compostos por sala de estar, 3 dormitórios, circulação, banheiro, cozinha e área de serviço, com a área útil de 53,32 m² e área privativa de construção de 61,07 m²; 8 apartamentos compostos por sala de estar,

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3 dormitórios, circulação, banheiro, cozinha área de serviço e pátio externo, com a área útil de61,17 m² e área privativa de construção de 61,07 m².

O entorno do residencial está em consolidação, dispondo de via com pavimentação asfáltica, passeio com brita, iluminação pública, rede de abastecimento de água, energia elétrica, rede telefônica e coleta de lixo regular. O local possui excelente infraestrutura, contando com escola de 6.000 m2 (maior escola do município), um centro esportivo com mais de 28.000 m2, oferecendo esporte, recreação, educação e assistência à saúde para as famílias.

Na área externa o condomínio apresenta acesso para pedestres e veículos com portão com movimentador, circulação de pedestres e veículos pavimentada, e guarita de controle com sanitário, além de quiosque e equipamentos de recreação infantil. O estacionamento de veículos de passeio conta com 112 vagas descobertas; a estação de tratamento de esgotos é composta por fossa séptica e filtro anaeróbio e a central de gás externa.

Figura 4 : Vista externa do Residencial Frei Adelar. Fonte: Levantamento de campo

7. Conclusão e discussão preliminares

Em Carazinho, com relação à inserção urbana, há utilização de áreas livres, geralmente periféricas, em zonas de urbanização local incompleta. Contudo, observa-se que há proximidade com áreas mais consolidadas e com equipamentos comunitários de educação, saúde e com estabelecimentos comerciais de pequeno porte. No conjunto Oriental, localizado mais próximo ao centro e de bairros de melhor infraestrutura, os apartamentos são complementados por áreas livres, estacionamentos e equipamentos comunitários de lazer no condomínio.

Em Passo Fundo, em relação à inserção urbana, há utilização de áreas livres geralmente periféricas, em zonas de urbanização local incompleta. Contudo, observa-se que busca proximidade com áreas mais consolidadas e com equipamentos comunitários de educação, saúde e com estabelecimentos comerciais de pequeno porte.

Em Marau, em relação à inserção urbana, há utilização de áreas livres, geralmente periféricas, em zonas de urbanização local incompleta. Contudo, observa-se nos mais recentes o cumprimento da exigência da Caixa Econômica de proximidade com áreas mais consolidadas e com equipamentos comunitários de educação, saúde e com estabelecimentos comerciais de pequeno porte. Os núcleos habitacionais estão espalhados pela cidade, próximos a áreas já urbanizadas, aproveitando a infraestrutura urbana instalada. Existe preocupação com o entorno

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imediato do edifício habitacional e com a estética do prédio. Os empreendimentos localizados nos bairros Frei Adelar (São José Operário) estão usufruindo urbanização mais completa, como sistema viário pavimentado, iluminação pública e equipamentos comunitários.

REFERÊNCIAS

BONDUKI, N.; ROSSETO, R.; GHILARDI, F. H. Política e Sistema Nacional de Habitação, Plano Nacional de Habitação. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Administração Municipal: Agência

Goiana de Habitação. Disponível em:

http://www.agehab.go.gov.br/pehis/download/texto%20_1.pdf. Acesso em: 20 maio 2012. FEE-FUNDAÇÃO DE ECONOMIA E ESTATÍSTICA. Passo Fundo. Porto Alegre, 2012.

GELPI, A, KALIL, R. M. L. Habitação de interesse social e sustentabilidade urbana: analisando estudo de caso em Passo Fundo. In: CONGRESSO INTERNACIONAL SUSTENTABILIDADE E HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL, 2010. Anais...Porto Alegre, 2010.

KALIL, R. M. L; et al. Habitação de interesse social, desenvolvimento municipal e sustentabilidade urbana no sul do Brasil. In: ENCONTRO NACIONAL DE TECNOLOGIA DO AMBIENTE CONSTRUÍDO, 14. Anais...2012, Juiz de Fora.

SPANNENBERG, Mariane Gampert. Análise de desempenho térmico acústico e lumínico em habitação de interesse social: estudos de caso em Marau, RS. 2006.

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