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Ministério da Previdência Social Conselho de Recursos da Previdência Social 1ª Composição Adjunta da 4ª Câmara de Julgamento

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Ministério da Previdência Social

Conselho de Recursos da Previdência Social

1ª Composição Adjunta da 4ª Câmara de Julgamento

Número do Processo: 44232.094337/2014-25

Unidade de Origem: AGÊNCIA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL RIO DE JANEIRO-CENTRO

Benefício: 31/605.073.931-9

Espécie: AUXÍLIO-DOENÇA PREVIDENCIÁRIO

Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

Recorrido: THIAGO ALMEIDA COSTA

Assunto: INDEFERIMENTO

Relator: LUSIA MASSINHAN

Relatório

O Recurso Especial foi interposto por INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS, doravante denominado Recorrente, contra o acórdão nº 2981/2014, proferido pela 10ª Junta de Recursos da Previdência Social, em favor de THIAGO ALMEIDA COSTA adiante denominado Recorrido.

Trata-se de recurso interposto devido ao indeferimento do benefício de espécie 31, auxílio-doença previdenciário, NB 31/605.073.931-9.

O segurado recebeu benefício anterior NB 31/549.774.409-1, no período de 24/01/2012 até 05/12/2013 em razão de transtornos psicológicos e inaptidão para retorno ao trabalho.

O Recorrido foi submetido a perícia médica realizada em 16/06/2014 o qual foi concluído pelo perito médico:

“Segurado 31 anos. Agente de relacionamento comercial na Light. Afastado do trabalho há 2 anos e 4 meses por patologia psiquiátrica. Esteve em benefício por CID F41.0 de fev/2012 a dez/2013, afastou-se novamente em jan/2014 por CID F32.2. Nas razões do recurso, alega incapacidade laborativa por.depressão e síndrome do pânico agravadas após tentativa de retorno ao trabalho. Ao exame médico pericial, não há sinais de depressão ou ansiedade graves, sem sintomatologia psicótica ou outra alteração mental incapacitante ao labor. Não há elementos para mudança das decisões periciais anteriores. Conclui-se pela capacidade para o trabalho. DID= 01.10.11; DII= 01.02.12; DCB= 05.12.13. CID F32.2 (Doença não isenta de carência). Todos do SABI.”

Irresignado com a decisão o segurado impetrou Recurso Ordinário solicitando prorrogação de seu benefício, alegando em síntese que “... sofre de transtornos de depressão, pânico e ansiedades graves, assim que o segurado retornou ao trabalho houve piora no quadro, assim alega que não tem condições de exercer sua profissão...”. Na tentativa de comprovar a inaptidão laboral, a Recorrente acostou aos autos:

- Atestado emitido pelo Dra. Raquel N. M. Ribeiro – CRM 5238632-2 , declarando que a paciente é portador de transtornos psicológicos, não conseguindo desempenhar suas atividades de trabalho normalmente, datado de 09/05/2014,( fl. 26).

- Declaração assinada pelo psicólogo Vítor Ferreira Frias – CRP 05/38424 de que o segurado se encontra em tratamento por transtornos psicológicos e não está em condições de retornar aos autos no momento (fls. 27).

Encaminhado o processo a 10ª Junta de Recursos fora proferido o seguinte relatório: Relatório

Trata-se o presente recurso interposto por Thiago Almeida da Costa, contra os termos da decisão do Instituto Nacional de Seguro Social – INSS, que indeferiu o benefício de auxílio-doença, por inexistência de incapacidade laborativa. Recorre a esta Junta a fim de mudar a decisão que negou prorrogação ao benefício alegando ainda estar sem condições de retornar às suas atividades laborais (fls. 19).

Anexou aos autos:

- Atestado médico assinado pela Dra. Raquel N. M. Ribeiro – CRM 5238632-2 emitido em 09/05/2014 relatando que o recorrente sofre de transtornos psicológicos e não se encontrando apto para retornar ao trabalho (fls. 26); e

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recorrente sofre de transtornos psicológicos e não se encontrando apto para retornar ao trabalho (fls. 26); e

- Declaração assinada pelo psicólogo Vítor Ferreira Frias – CRP 05/38424 de que o segurado se encontra em tratamento por transtornos psicológicos e não está em condições de retornar aos autos no momento (fls. 27).

Parecer médico-pericial às fls. 37 concluiu que há capacidade para o trabalho.

As contrarrazões da Autarquia se encontram nas fls. 40 defendendo a manutenção do indeferimento do benefício. É o relatório.

Por unanimidade, fora emitido acórdão com a seguinte decisão:

EMENTA:

RECURSO ORDINÁRIO. AUXÍLIO DOENÇA PREVIDENCIÁRIO. INDEFERIDO. COMPROVA INCAPACIDADE LABORATIVA. DESPACHO DAJ/LDV/CRPS Nº 005. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO

O recurso é tempestivo.

O objeto do presente recurso versa sobre o pedido de auxílio-doença requerido pelo segurado, o qual foi negado pelo INSS.

Primeiramente é importante destacar o artigo 59, da Lei n° 8.213/1991:

Art. 59. O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.

Sem concordar com o indeferimento do auxílio-doença, interpôs recurso perante esta Junta a fim de mudar esta decisão. Sem entrar na questão médica, o que exige a lei previdenciária é que a perícia médica do INSS ofereça um parecer conclusivo, ou seja, que não seja vago ou contraditório. Já aqui, o documento da perícia médica, além de não fazer o juízo de valor acerca do diagnóstico (o diagnóstico feito pelo médico assistente está correto, ou, de outra forma, não condiz com o caso analisado?), ainda deixa uma dúvida expressa, de modo que um dos pressupostos para gerar uma conclusão está faltando, que é exatamente a existência do problema que afeta a saúde do segurado.

É notório que não foi conclusivo o parecer proferido pelo médico perito que avaliou o segurado.

O Conselheiro, no exercício de suas atividades, não está vinculado ao Parecer emitido pelo Médico Perito do INSS, cabendo-lhe decidir a demanda de acordo com seu livre convencimento, como determina os artigos 131 e 436 do Código de Processo Civil:

Art. 131. O juiz apreciará livremente a prova, atendendo aos fatos e circunstâncias constantes dos autos, ainda que não alegados pelas partes; mas deverá indicar, na sentença, os motivos que Ihe formaram o convencimento.

Art. 436. O juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatos provados nos autos.

Nesse sentido, o Conselheiro deve basear sua decisão não só no Parecer emitido pelo Médico Perito do INSS, mas também nos elementos médicos constantes nos autos, em especial os juntados pelo segurado, como relatórios ou atestados emitidos por médico assistente, prontuários médicos e exames clínicos e complementares.

O art. 332 da Lei Processual Civil estabelece que "todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, são hábeis para provar a verdade dos fatos, em que se funda a ação ou defesa." O segurado anexou aos autos atestado médico assinado pela Dra. Raquel N. M. Ribeiro CRM 5238632-2 emitido em 09/05/2014 relatando que o recorrente sofre de transtornos psicológicos e não se encontrando apto para retornar ao trabalho e declaração assinada pelo psicólogo Vítor Ferreira Frias – CRP 05/38424 de que o segurado se encontra em tratamento por transtornos psicológicos e não está em condições de retornar aos autos no momento, comprovando, assim, que está incapacitada para retornar às suas atividades habituais.

Dessa forma, deve ser modificada a decisão do INSS e o benefício deve ser restabelecido com as datas: - DII: 01/02/2012; e

- DCB: 05/10/2014.

CONCLUSÃO – Pelo exposto, V OTO, no sentido, CONHECER DO RECURSO, para no mérito, DAR-LHE PROVIMENTO.

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A Seção de Serviços ao Trabalhador, ao saber a decisão proferida pela Junta de Recursos, emitiu o seguinte parecer sobre o caso:

“Trata o presente de recurso pelo indeferimento do benefício em epígrafe por parecer contrário da perícia médica, reconhecido através do Acórdão 2981/2014, datado de 07/08/14, proferido pela 10ª JRPS que deu-lhe provimento no sentido de conceder o benefício fixando DII em 01/02/12 e DCB em 05/10/2014.

3. O processo foi encaminhado ao SST para pronunciamento técnico quanto à fixação da DII e DCB.

4. Segurado de 31 anos, ex-agente de relacionamento comercial da Light, usufruiu o benefício 31/549.774.409-1 de 24/01/12 a 05/12/13, concedido por patologia psiquiátrica crônica agudizada. O benefício foi cessado pela perícia médica em 05/12/13 que concluiu que o segurado ao exame médico pericial não apresentava alterações incapacitantes ao labor.

5. O segurado retornou ao trabalho conforme podemos comprovar através do CNIS que mostra remuneração para a competência de 12/2013 e teve novo afastamento em 25/01/14, solicitando o requerimento referente ao NB 605.073.931-9. Foi analisado por 3 peritos diferentes em 28/02/14, 28/03/14 e 16/06/14, inclusive um deles da especialidade de psiquiatria, mas não comprovou a existência de incapacidade para a função declarada. Apresentava quadro psiquiátrico estável.

6. Conforme as diretrizes de apoio à decisão médico pericial em Psiquiatria de 2008, para as patologias classificadas pela CID 10 F322(Episódio depressivo grave sem sintomas psicóticos), a conduta médico pericial é:" No caso de quadro depressivo grave, com tratamento médico bem-sucedido, pode haver recuperação das condições laborativas em até seis meses." Lembramos que o segurado ficou quase 2 anos afastado do trabalho.

7. Em pesquisa novamente ao CNIS podemos verificar que existem remunerações para as competências de 01/2014, 02/2014 e 04/2014, quando houve a rescisão do contrato de trabalho sem justa causa, por iniciativa do empregador em 02/04/14.

8. Face ao exposto, concluímos que o segurado não faz jus à concessão do benefício e solicitamos interposição de recurso à Caj.

9. Ao SRD, em devolução, para encaminhar recurso à Caj.”

O Recorrente (INSS) interpôs Recurso Especial a este Colegiado alegando, em síntese que:

“O Acórdão nº 2981/2014, da 10ª Junta de Recursos, dá provimento ao pedido de revisão pleiteado pelo segurado, alegando que, o médico e o psicólogo assistentes do segurado atestam a sua incapacidade laborativa. Entretanto, por se tratar de matéria médica, o processo foi encaminhado ao Serviço de Saúde do Trabalhador - SST, a quem compete pronunciamento, concluindo, que o interessado não faz jus ao benefício requerido. Assim sendo, elevamos os autos ao Conselho de Recursos da Previdência Social - CRPS nos moldes do art. 71 do Decreto nº 3.048/99.”

O segurado apresentou suas contrarrazões alegando em síntese que:

“(...) O Apelado esteve em beneficio de Auxilio Doença 311549.774.409-1, no período de 24/01/12 ate 05/12/2013, concedido por sofrer de transtornos psicológicos e não se encontrando apto para retornar ao trabalho; Apos a alta, 0 Apelado tentou retornar ao trabalho internamente, no entanto, como continuava passando mal, sua empresa LIGHT, lhe concedeu ferias a partir de 26/12/2013 ate 25/0112014; No dia 24/01/2014, como continuava passando mal procurou o serviço medico, que lhe deu Licença medica de 60 (sessenta) dias e foi orientado a entrar com novo pedido de auxilio doença junto ao INSS; O Apelado em 28/02/2014 entrou com novo pedido de beneficio n° 605.073.931-9, que foi indeferido, em 28/03/2014 entrou com pedido de Reconsideração, que também foi negado; O Apelado no mesmo dia 28/03/2014 procurou a empresa para saber como proceder no caso e esta lhe mandou ficar em trabalho interno mesmo passando mal no trabalho. Para sua surpresa em 02/04/2014 lhe demitiu sem justa causa; No entanto vale ressaltar que o mesmo tentou voltar a trabalhar passando mal nessa data por necessitar de custos para remédios e seus tratamentos; Como ainda, encontrava-se no prazo para recorrerem 12/04/2014, agendou Recurso a umas das Juntas de Recurso da Previdência Social, anexando todos os laudos e atestados médicos para comprovação da sua incapacidade.”

Em sede recursal o segurado anexou ainda novas declarações médicas datadas de 13/06/2014, 15/08/2014 e 29/08/2014 proferida pela Dra. Raquel N.M. Ribeiro a qual descreve o diagnóstico depressivo e medicações utilizadas pelo segurado. Recorrido anexou ainda Parecer emitido em 02/09/2014 pela psicóloga Solange Claudino Bruno a qual declara: “recomendamos afastamento de atividades laborais por não apresentar condições psicológicas de conviver em grupo, executar atividades que requeiram atenção, responsabilidade e permanência física em lugares que lhe despertem insegurança”.

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acórdão nº. 1042/2014 decidindo por converter o julgamento em diligência para as seguintes providências: 1) Realização de Perícia por meio de JUNTA MEDICA, se possível com a presença de profissional com conhecimento específico desta patologia (psiquiatra/psicólogo), de forma presencial, quando deverá ser oportunizado ao requerente apresentação de documentos médicos complementares (atuais) para todo o período em que esteve incapaz para o trabalho e informações detalhadas sobre todas as atividades inerentes a sua ocupação, uso de medicações, tratamentos realizados e sintomatologia atual, para que a Perícia Médica do INSS, possa fazer a correlação entre suas atividades habituais e a doença incapacitante e emitir parecer técnico fundamentado, conclusivo sobre a prorrogação do benefício, enfatizando se o requerente teria condições de exercer de forma plena suas atividades laborais e/ou habituais.

Após o cumprimento da Diligência os autos retornaram a esta Relatora para emissão de voto e apreciação do Conselho. É o sucinto Relatório. Apresento o feito em Mesa.

Inclusão em Pauta

Incluído em Pauta no dia 05/03/2015 para sessão nº 0091/2015, de 12/03/2015.

Voto

EMENTA:

AUXÍLIO – DOENÇA. INDEFERIMENTO DO PEDIDO DE PRORROGAÇÃO. AUSÊNCIA DE

INCAPACIDADE LABORAL CONSTATADO EM DIVERSAS PERÍCIAS MÉDICAS E RATIFICADA POR JUNTA MÉDICA. ENTENDIMENTO DOS ARTIGOS 71 E 78 DO DECRETO 30481/99. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO AO INSS

Recurso considerado tempestivo, conforme § 1º do art. 305 do Regulamento da Previdência Social- RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048/99 e pelo Art. 31, da Portaria Ministerial nº 548/2011.

De acordo com o contido no Art. 78, do Decreto 3048/99 – “O auxílio-doença cessa pela recuperação da capacidade para o trabalho, pela transformação em aposentadoria por invalidez ou auxílio-acidente de qualquer natureza, neste caso se resultar sequela que implique redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia”.

Constatou-se, antes da decisão proferida pela Junta de Recursos que a Data do Inicio da Doença = 01/10/2011, Data do Inicio da Incapacidade = 01/02/2012, Data da Cessação do benefício = 05/12/2013 em razão da doença CID F32. No presente caso devemos observar o disposto no Art. 170, do Decreto 3048/99 - Compete privativamente aos servidores de que trata o art. 2o da Lei no 10.876, de 2 de junho de 2004, a realização de exames médico-periciais para concessão e manutenção de benefícios e outras atividades médico-periciais inerentes ao regime de que trata este Regulamento, sem prejuízo do disposto no mencionado artigo. (Alterado pelo Decreto nº 6.939, de 18 de agosto de 2009 – DOU DE 19/8/2009)

Contudo observa-se que foram apresentados documentos médicos, em fase de recurso especial que não foram submetidos à avaliação e pronunciamento da Perícia Médica do INSS, como por exemplo os medicamentos que o segurado faz uso e a declaração emitida pela psicóloga a qual o segurado faz tratamento constante das informações: “observamos quadro de ansiedade grave com sintomas orgânicos como palpitações, dor no peito, tontura, sentimentos de irrealidade, medo de morrer, perder o controle físico, com isso sua permanência em lugar fora de seu ambiente ambiente familiar causa-lhe mais pânico e ansiedade”.

Cabe ressaltar o disposto no Art. 38, da Lei 9784/99:

O interessado poderá, na fase instrutória e antes da tomada da decisão, juntar documentos e pareceres, requerer diligências e perícias, bem como aduzir alegações referentes à matéria objeto do processo.

§ 1o Os elementos probatórios deverão ser considerados na motivação do relatório e da decisão.

§ 2o Somente poderão ser recusadas, mediante decisão fundamentada, as provas propostas pelos interessados quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias.

Desta forma, para um julgamento justo a fim de adentrarmos ao mérito da questão e evitarmos cerceamento de defesa, o 1ª Composição adjunta da 4ª CAJ converteu o Julgamento anterior em Diligência para realização de

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defesa, o 1ª Composição adjunta da 4ª CAJ converteu o Julgamento anterior em Diligência para realização de Perícia através de Junta Médica.

No dia 12/12/2014 Às 09:00 horas fora realizada a Perícia Médica do Segurado. Na oportunidade, o segurado anexou os seguintes documentos:

1) Laudo psicológico emitido em 01/12/2014 pela profissional Sra. Solange Claudino Bruno (CRP 05-5789), informando que seu cliente está sob seus cuidados profissionais há 5 meses e “apresenta quadro de ansiedade grave, com sintomas orgânicos como palpitações, dor no peito, tontura, sentimentos de irrealidade, medo de morrer, perder o controle físico e emocional, com isso sua permanência em locais fora de seu ambiente familiar exacerba os sintomas físicos e emocionais”. Afirma ainda que o segurado realiza 2 sessões de psicoterapia por semana e seu estado emocional permanece instável, demonstrando por vezes apatia e depressão, recomendando assim o afastamento do segurado de atividades laborais;

2) Declaração Médica emitida em 28/11/2014 pela Dra. Raquel N.M. Ribeiro (neurologista, psiquiatra e homeopata – CRM 52.38632-2 – informo que em consulta ao CRM desta profissional junto ao site do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro, ou ainda, perante o Conselho Federal de Medicina, não encontrei nenhum registro médico.), trata-se de declaração manuscrita e pouco legível a qual consta, em síntese, informações de que o segurado iniciou os problemas psicológicos em 2012 e sofre de transtorno de ansiedade, sendo mencionado o uso de medicamentos pelo segurado. São mencionados os seguintes CIDs: F.41.1 (ansiedade generalizada), F 41.2 (transtorno misto ansioso e depressivo), F43.1 (estado de stress pós-traumático) e F41.0 (transtorno de pânico – ansiedade paroxistica episódica);

3) Declaração de Fisioterapia emitida em 19/11/2014 informando que o segurado realiza tratamento de acupuntura para Síndrome de Pânico com sessões nas datas de 10 janeiro de 2014 à 13 de novembro de 2014.

No evento 55 do processo encontra-se o parecer técnico realizado pelos peritos médicos (Junta Médica) com a seguinte conclusão:

Perícia presencial realizada em junta médica em 12.12.14 com a Dra. Luciana Vieira, mat. 1538040, para cumprimento de diligência: Desempregado desde 08.05.14. Ex-agente de relacionamento comercial na Light (entregava contas de luz). Curso médio com técnico em telecomunicações , com CREA e em eletrônica (neste último faltou o estágio). Esteve em B31 de fev/2012 a dez/13 por F410/F321 (NB 549.774.409-1), cessado em PP, sem relato de situação traumática ocorrida no trabalho, embora a partir da 3ª perícia faça menção de que out/11 passou a sentir-se coagido ao entregar carta na favela, relatando que era confundido com policial. Em AX1 do benefício ora em recurso, realizado em 28.02.14, não foi constatada incapacidade para o trabalho. Foi avaliado em PR por médico perito com especialidade em psiquiatria, o qual manteve a decisão, argumentando “exame presencial inexpressivo na esfera mental, medicação em uso sem prejuízo cognitivo”. Perícia de recurso, realizada em 16.06.14, por perito diferente dos que proferiram a denegatória, também não constatou incapacidade laboral. Queixa-se de sonolência e dificuldade de raciocínio, além de pensamentos negativos. Diz que os sintomas iniciaram após tiroteio em favela em que estava trabalhando e ter ficado rendido (obrigado a ficar sentado no meio-fio) por horas por bandidos, em setembro de 2011. Nega internação psiquiátrica. Laudo da Dra. Raquel N.M Ribeiro, CRM 52.38632-2 informando em tratamento psiquiátrico desde 2012 por Síndrome do Pânico e Transtorno de Adaptação ao trabalho após situação traumática, com sintomatologia somática (pensamentos obsessivos, tonteira, taquicardia). Traz comprovante de trata de acupuntura com laudo de 19.11.14 e atendimento psicológico (laudo de 02.09.14). Receita de Risperidona 3mg, Citalopram 40 mg e Alprazolam 2 comprimidos. Traz também remédios homeopáticos. Apresenta laudo informando ter feito yoga e auriculoterapia em 2013. EEG com mapeamento cerebral de 02.01.14 – normal. Exame: Bom estado geral e nutricional, lúcido e orientado globalmente, marcha normal humor estável, algo agressivo e querelante, pensamento de curso, forma e conteúdo normais pragmatismo preservado, restante do exame segmentar normal, incluindo teste de equilíbrio. Conclui-se pela inexistência de incapacidade para o trabalho.

Considerações complementares:

1. Realizada perícia em junta médica para cumprimento da diligência da 1ª CA da 4ª CaJ, não sendo constatada incapacidade laboral. 2. Segurado informa situação traumática no trabalho, não comprovada e nem relatada anteriormente (esteve em benefício da espécie previdenciária de fev/12 a nov/13 relatando apenas no AX4 que se sentia coagido durante a entrega de cartas na favela, porque seria confundido com policial). 3. Não se evidencia, portanto, relação entre o antigo trabalho do segurado e a sua doença para a configuração de nexo acidentário. 4.

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Requerente com exame mental e físico sem alterações incapacitantes para o trabalho na perícia atual e nas três anteriores, realizadas por diferentes peritos, um dos quais, inclusive, com especialidade em psiquiatria. Faz uso de medicações que não determinam prejuízo cognitivo. 5. Cumprida integralmente a diligência. 6. Retorne-se à 1ª CA da 4ª CaJ.

Assim, tendo em vista que o segurado já fora submetido a diversas perícias médicas, datadas de 28/02/2014, 28/03/2014, 16/06/2014 e 12/12/2014, realizadas ao todo, por 5 profissionais médicos diferentes, sendo inclusive por um especialista em psiquiatria, e todos constataram que o segurado não possui incapacidade laborativa. E visto ainda, as informações emitidas no parecer técnico realizado pela Junta Médica, conclui-se que o segurado não tem direito ao restabelecimento do benefício auxílio -doença, nos termos do artigo 78 do Decreto 3.048/99 em decorrência da ausência de incapacidade laboral.

Art. 78. O auxílio-doença cessa pela recuperação da capacidade para o trabalho, pela transformação em aposentadoria por invalidez ou auxílio-acidente de qualquer natureza, neste caso se resultar sequela que implique redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia.

Assim, reformo a decisão proferida pela 10ª Junta de Recursos para negar o pedido de prorrogação do benefício ora almejado pelo segurado nos termos da fundamentação.

Isto posto, voto no sentido de CONHECER DO RECURSO interposto pelo INSS para, no mérito, DAR PROVIMENTO.

LUSIA MASSINHAN Relator(a)

Declaração de Voto

Conselheiro(a) concorda com voto do relator(a).

SANDRA MARIA DE PINA TORRES DE FREITAS Conselheiro(a) Suplente Representante do Governo

Declaração de Voto

Conselheiro(a) concorda com voto do relator(a).

MARILEIA TONIETTO

Conselheiro(a) Suplente Representante dos Trabalhadores

Declaração de Voto

Presidente concorda com voto do relator(a).

PAULO VITOR NAZARIO SERMANN Presidente

Decisório

Nº Acórdão: 925 / 2015

Vistos e relatados os presentes autos, em sessão realizada hoje, ACORDAM os membros da 1ª Composição Adjunta da 4ª Câmara de Julgamento do CRPS, em CONHECER DO RECURSO E DAR PROVIMENTO AO INSS, POR UNANIMIDADE, de acordo com o voto do(a) Relator(a) e sua fundamentação.

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Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros SANDRA MARIA DE PINA TORRES DE FREITAS e MARILEIA TONIETTO.

LUSIA MASSINHAN Relator(a)

PAULO VITOR NAZARIO SERMANN Presidente

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