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REGIME MONOFÁSICO DE PIS E COFINS: RELEVÂNCIA NA ESCOLHA DO REGIME TRIBUTÁRIO DA EMPRESA XYZ

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Academic year: 2021

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REGIME MONOFÁSICO DE PIS E COFINS: RELEVÂNCIA NA

ESCOLHA DO REGIME TRIBUTÁRIO DA EMPRESA XYZ

Rodrigo Schnorr Alano

Graduado em Ciências Contábeis Universidade Feevale

e-mail: rodrigo.schnorr.alano@gmail.com

Margareth Aparecida Moraes

Mestre em Qualidade Ambiental

Universidade Federal do Rio Grande do Sul

e-mail: margarethm@feevale.br

Fernanda da Silva Momo

Mestre em Administração

Universidade Federal do Rio Grande do Sul

e-mail: fernandamomo@yahoo.com.br

Área Temática: Contabilidade para Usuários Internos RESUMO

As empresas estão cada vez mais buscando enxugar seus dispêndios tributários de forma estudarem possibilidades em relação a local de operação até a escolha do regime de tributação. Assim, aumenta a relevância de análises que auxiliem em uma otimização de recursos através de um bom planejamento tributário. Nesse contexto, o presente trabalho consiste em uma análise da relevância do regime monofásico de PIS e COFINS na opção pelo Lucro Presumido ou pelo Lucro Real. Portanto, objetivou-se analisar a influência do PIS/COFINS Monofásico na escolha pelo melhor regime tributário entre o Lucro Presumido e o Lucro Real a partir da definição do melhor regime de tributação para empresa XYZ a partir da análise do PIS/COFINS monofásico dessa organização. Para isso, optou-se por uma pesquisa aplicada de natureza quantitativa e caraterizada, quanto aos seus objetivos como descritiva. Em relação aos procedimentos técnicos, essa pesquisa é documental pois sua consecução está baseada nas informações contábil-financeira da organização XYZ. Como resultados deste estudo, destaca-se que ao analisar a relevância do PIS e COFINS monofásico na opção pelo regime tributário menos oneroso, observou-se que a empresa necessita atingir um lucro de 16% (dezesseis por cento) antes do IRPJ e CSLL, ou seja, o dobro da presunção do Lucro Presumido, para o Lucro Presumido se tornar menos oneroso. Sendo assim, a partir dos resultados obtidos contribui-se para reforçar o entendimento da importância de um bom planejamento tributário nas organizações e destacar os potencias referentes as possíveis otimizações de gastos pelas organizações.

Palavras-chave: Planejamento Tributário. Regime Tributário. PIS. COFINS. Regime

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1 INTRODUÇÃO

Em um contexto macro e micro as empresas estudam possibilidades que evidenciem economia tributária, que vão desde a escolha do local de operação até a escolha do regime de tributação, formando assim um Planejamento Tributário. Esse, pode ser compreendido como uma busca por diminuir o dispêndio financeiro com tributos com procedimentos lícitos (CARLIN, 2014). Dessa forma, conforme relatam Oliveira, et. al. (2006), fica claro o entendimento de que o planejamento tributário é o estudo das alternativas lícitas de formalização jurídica de determinada operação, antes da ocorrência do fato gerador, para que o contribuinte possa optar pela forma menos onerosa à empresa.

Assim, tem-se que o efeito do bom planejamento tributário é refletido em resultados, possibilitando um bom nível de competitividade e rentabilidade (OLIVEIRA, 2008). Portanto, não se trata de apenas uma redução da carga tributária. O planejamento tributário faz parte de todo um macroplanejamento com finalidade de maximizar os resultados e nesse sentido, ressalta-se que a simples redução de um tributo pode não refletir de maneira positiva para empresa, pois outros aspectos podem ser afetados. Assim, esse planejamento está diretamente ligado a organização dos negócios (MUCHE; BISPO, 2005).

Tendo em vista a importância e impacto para as finanças organizacionais do planejamento tributário, este trabalho enfocou o tema do regime monofásico de PIS e COFINS e a sua influência para a opção do regime tributário. Nesse regime, esses dois tributos são pagos somente na primeira etapa da cadeia do produto; sendo assim, tem-se que na cobrança monofásica os produtos são tributados apenas uma vez na cadeia, ou seja, esse tributo é pago, na grande maioria das vezes, por contribuintes indústria ou importador (CHAVES, 2009).

Assim, tem-se como hipótese inicial que as empresas que tenham produtos tributados pelo regime monofásico do PIS/COFINS e possuam conhecimento suficiente sobre esse regime de tributação, podem mensurar de forma mais apurada o valor de tributos a pagar e, dessa forma, têm uma melhor gerência sobre seus custos e um melhor planejamento tributário. Dessa forma, tendo em vista essa hipótese, este artigo busca responder a seguinte questão de pesquisa: qual a influência do regime monofásico do PIS e COFINS na escolha do regime de tributação menos onerosa para empresa entre o Lucro Presumido e o Lucro Real?

Portanto, com este estudo objetivou-se analisar a influência do PIS/COFINS Monofásico na escolha pelo melhor regime tributário entre o Lucro Presumido e o Lucro Real. Além disso, o trabalho buscou exemplificar essa influência a partir da definição do melhor regime de tributação para empresa XYZ a partir da análise do PIS/COFINS monofásico dessa organização.

Nesse sentido, o objeto de estudo, empresa XYZ, é uma organização do ramo de cosméticos situada em Porto Alegre no estado do Rio Grande do Sul, com cerca de 60 (sessenta) funcionários possui 30 (trinta) anos de atuação no mercado nacional, com linhas de produtos para profissionais e de uso pessoal. Seu faturamento bruto no ano de 2016 quase atingiu 25 (vinte e cinco) milhões de reais, passando de prejuízo para um resultado positivo em torno de 13% antes do IRPJ e CSLL e com uma previsão de lucro para o ano seguinte entre 12% e 14%, fazendo assim relevante a análise do PIS/COFINS para o planejamento tributário desta empresa.

Para a realização deste estudo optou-se por uma pesquisa aplicada de natureza quantitativa ao passo que se realizou os cálculos dos tributos em diversos cenários e os analisou no contexto da empresa XYZ, de forma a possibilitar a demonstração da relevância da análise

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dos tributos PIS/COFINS no planejamento tributário das organizações. Sendo assim, esse estudo caracteriza-se, quanto aos seus objetivos, como descritiva ao passo que busca descrever as características da empresa foco deste estudo. Em relação aos procedimentos técnicos, essa pesquisa é documental pois sua consecução está baseada nas informações contábil-financeira da organização XYZ.

Tendo em vista o contexto apresentado, questão de pesquisa e objetivos apresenta-se a seguir o referencial teórico com os conceitos relacionados ao tema desta pesquisa. Posteriormente a isso apresenta-se a metodologia do estudo e, em seguida, a análise de dados e, por fim, as considerações finais.

2 TRIBUTOS PIS e COFINS

O PIS e a COFINS são tributos que possuem origens distintas, uma vez que o primeiro, chamado de Programa de Integração Social (PIS), foi instituído pela Lei Complementar n° 07 de 1970, com a finalidade de promover a integração do empregado no desenvolvimento das empresas, de forma a sofrer várias alterações em sua base de cálculo, no que diz respeito à suas alíquotas, receitas tributáveis e principalmente quanto ao próprio cálculo do tributo. Já a COFINS – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social, foi instituída pela Lei Complementar n° 70 de 1991, chamada de Contribuição Social para Financiamento da Seguridade Social, a qual sofreu várias alterações desde a sua criação, trazidas principalmente pela Lei n° 9.718 de 1998, pela Medida Provisória n° 2.158-35 de 2001 e pela Lei n° 10.833 de 2003, esta última que instituiu o regime não cumulativo para a COFINS, além de unificar as bases dos dois tributos em questão.

Atualmente, tais tributos sofreram uma série de alterações, de forma a adaptar sua apuração aos diversos tipos de empresas e ramos de atividades. Tal situação é alvo de análises de vários doutrinadores, como, por exemplo, Rodrigo Caramori Petry (2007), que expõe o fato da legislação referente ao PIS e à COFINS vir, ao longo dos anos, sofrendo várias alterações para atender determinados setores e atividades específicas do Estado, além de atingir valores de causa exorbitantes para alguns contribuintes, e gerar grandes discussões quanto à suas alterações e peculiaridades.

2.1 PIS

Considerando de forma isolada o PIS (Programa de Integração Social), esse tributo, conforme defende Edvaldo Brito (1996), foi criado para constituir um fundo de participação compulsória semelhante aos conhecidos, então, como fundo de investimentos, objetivando acumular recursos resultantes dos depósitos feitos na Caixa Econômica Federal pelos seus contribuintes, de forma a integrar o empregado na vida e desenvolvimento das empresas. Em sua criação, conforme cita José Eduardo Soares de Melo (2003), o PIS tinha como base a competência residual da União, uma vez que a Constituição era silente sobre a forma que possibilitaria a concretização da participação dos empregados nos lucros da empresa. O próprio art. 10 da Lei Complementar 07/70 era claro em dispor que as obrigações das empresas eram de caráter exclusivamente fiscal, concluindo que restou claro que o PIS possuía natureza tributária, uma vez que sua instituição se fundou na competência residual, característica esta que possibilitou sua incidência sobre o faturamento das empresas.

Outro doutrinador a desbravar tal assunto, de forma a corroborar com tal entendimento é Marcelo Guerra Martins (2004), que defende o fato do PIS, mesmo passando a compor a

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categoria de contribuição social, nunca deixou de possuir, desde a sua criação, a natureza tributária. Desta forma, já conceituado o PIS, bem como clara sua classificação como uma contribuição social, possuindo natureza tributária, passa-se agora a analisar os aspectos da hipótese de incidência sobre o PIS.

Com base nos aspectos da hipótese de incidência tributária, conforme os ensinamentos de Nilton Latorraca (1998) como aspectos o aspecto pessoal, material, temporal e espacial, no que diz respeito à contribuição ao Programa de Integração Social (PIS), passa-se agora a caracterizar cada um deles. Conforme o aspecto pessoal se tem invariavelmente em uma relação jurídico-tributária um sujeito passivo e um sujeito ativo que a compõe. No caso destas figuras, Marcelo Guerra Martins (2004) define o sujeito ativo da relação como sendo a União Federal, cabendo à Secretaria da Receita Federal sua administração e fiscalização. Já no tocante ao sujeito passivo de tal tributo, o art. 2° da Lei 9.718 de 1998 que considera, de uma forma geral, como contribuintes do PIS as pessoas jurídicas de direito privado, que venham a auferir faturamento, além das pessoas a que lhe são equiparadas, conforme a legislação do imposto de renda, inclusive as empresas públicas e sociedades de economia mista e suas subsidiárias.

Relativo ao aspecto espacial da hipótese de incidência tributária, conforme demonstra Marcelo Guerra Martins (2004), uma vez que o PIS se trata de um tributo de competência da União Federal, sua hipótese de incidência poderá ocorrer em qualquer local, desde que dentro do Território Nacional, devendo o mesmo ser considerado quanto ao domicílio do sujeito passivo da relação, que deverá encontrar-se no Território Nacional. Quanto ao aspecto temporal, o mesmo, conforme a própria legislação que regula a tributação relativa ao PIS, a mesma se deu de forma mensal. Desde a entrada em vigor da Lei 9.718/9846, tal aspecto temporal tornou-se mais claro, pese que a mesma prevê que a apuração e o recolhimento dos valores devidos serão realizados mensalmente.

No que diz respeito ao aspecto material da hipótese de incidência do PIS, este é o ponto mais controverso do estudo, uma vez que no momento de sua criação, era prevista a incidência do tributo sobre o faturamento dos contribuintes, conforme expresso na Lei Complementar n° 07 de 1970, porém, com o posterior advento da Lei n 9.718 de 1998, tal incidência se deu sobre o total de receitas auferidas pelas empresas, entendendo ser este total a receita bruta das empresas, equívoco que gerou uma série de discussões jurídicas e conceituais acerca do tema.

2.2 COFINS

Com relação ao estudo da COFINS, conforme o entendimento de Luiz Celso de Barros (2008), este tributo foi instituído para custear, exclusivamente as despesas com atividades-fins das áreas de saúde, previdência e assistência social, em cuja essência haveria nítida intervenção no domínio econômico, para o atendimento de tais áreas. Considerou ainda o autor que a adoção da COFINS ocorrera por força do contido no art. 195, inciso I da Constituição Federal do Brasil, que estipula que a seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das contribuições sociais do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício, a receita, faturamento ou o lucro.

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Desta forma, conclui Luiz Celso de Barros (2008) que uma boa parte da doutrina sustentaria que tais contribuições como a COFINS, longe de representarem espécie tributária distinta, seriam na verdade impostos (ou taxas) com um propósito predeterminado. Assim, a COFINS se caracterizaria como uma espécie de híbrido, ora de imposto, ora de taxa, porém, todas as suas características a definiriam como uma espécie de tributo. Desta forma, vale frisar que a COFINS tem a natureza de contribuição, conforme as leis complementares que lhes deram origem, vinculadas à Seguridade Social, e possuem características muito semelhantes ao PIS em sua base de cálculo e questões polêmicas junto aos tribunais em todo o país, correspondendo à arrecadação de aproximadamente um percentual de 3% ou 7,6% sobre o faturamento das pessoas jurídicas, dependendo do regime de tributação, cumulativo ou não-cumulativo.

Com base na Lei n° 9.718 de 1998, a qual trataremos mais adiante, o regime cumulativo do PIS e da COFINS prevê alíquotas de 0,65% e 3% respectivamente, sobre as receitas auferidas mensalmente, enquanto que o regime não-cumulativo determina alíquotas de 1,65% e 7,6% respectivamente sobre as receitas que compõem o faturamento das empresas, dando a possibilidade de deduzir da base de cálculo algumas despesas contraídas pela empresa, citadas na Lei n° 10.637. Tal lei esta que decretou a entrada em vigor do regime não-cumulativo para o PIS, bem como a Lei n° 10.833 de 2003 o fez para a COFINS, além de unificar as bases de cálculos de ambos os tributos, se tais despesas alcançarem valores maiores que as receitas tributadas constituem um crédito para com a Receita Federal, que poderá ser utilizado em período determinado de tempo, do contrário, tais montantes poderão sofrer preclusão ou decadência, passando a se tornar inválidos para qualquer compensação no futuro.

Assim, da mesma forma que o PIS, a COFINS possui a natureza tributária, se diferenciando apenas por se caracterizar por uma contribuição social destinada ao financiamento da seguridade social, porém, basicamente com as mesmas características, legislação e base de cálculo. A COFINS, apesar de criada em momento distinto e legislação distinta com relação ao PIS, sempre possuiu uma semelhança muito grande no que diz respeito aos seus principais aspectos e regras. Porém, desde a entrada em vigor da Lei 9.718/98, conforme esclarece a autora Elidie Bifano (2006), lei esta que uniformizou, segundo a autora, as regras aplicáveis ao PIS e a COFINS, devidos pelas pessoas jurídicas, equiparação esta que fora expressamente mantida até os dias de hoje.

Desta forma, no que tange aos aspectos da hipótese de incidência tributária para a COFINS, as considerações são as mesmas que as realizadas para o PIS, assim, conforme análise de Marcelo Guerra Martins (2004) quanto ao aspecto pessoal, temos como sujeito ativo a União Federal, e, apesar de que a destinação de sua arrecadação ser a Seguridade Social, o órgão competente para a sua fiscalização e arrecadação é a Receita Federal do Brasil, enquanto que o seu sujeito passivo, assim como para o PIS são as pessoas jurídicas que auferirem faturamento, este equiparado à receita bruta.

No tocante aos aspectos espaciais e temporais, estes são os mesmos já tratados para o PIS, conforme destaca o autor citado anteriormente. No que diz respeito ao aspecto espacial, por também se tratar de um tributo federal, sua hipótese de incidência pode ocorrer em qualquer localidade, desde que dentro do Território Nacional, por sua vez, quanto ao aspecto temporal, assim como no caso do PIS, sua apuração e arrecadação é feita de forma mensal, desde a sua criação até os dias atuais.

Referente ao aspecto material, conforme já descrito para o PIS, também para a COFINS tal assunto é revestido de muita polêmica, uma vez que, conforme preceitua Elidie Bifano

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(2006), a mesma incide sobre o faturamento, que, desde a entrada em vigor da Lei n° 9.718/98, passou a ser considerado como o total de receitas auferidas pelas empresas, chamado de receita bruta, incorrendo em uma série de discussões judiciais quanto à sua validade.

2.3 Regime especial do PIS e COFINS - Tributação Monofásica

No regime monofásico o PIS e a COFINS são apurados e pagos apenas na primeira etapa da cadeia do produto, ou seja, na sua industrialização ou importação, com alíquotas maiores que as básicas, para Chaves (2009, p. 166) a cobrança monofásica “é aquela em que o produto é tributado uma única vez na cadeia, o que é normalmente pelo contribuinte na condição de indústria ou importador”. No restante da cadeia, já no comércio atacadista ou varejista as alíquotas são reduzidas a zero, como define Pinto (2009, p. 494).

São reduzidas a zero as alíquotas da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS incidentes sobre a receita bruta decorrente da venda dos produtos tributados no regime monofásico, pelas pessoas jurídicas não enquadradas na condição de indústria ou de importador.

Entre os produtos que tem sua tributação pelo regime monofásico podem-se listar: gasolina, óleo diesel e gás liquefeito de petróleo, criados pela Lei 9.990/90; máquinas e veículos automotores, instituídos pela Lei 10.485/00 e produtos farmacêuticos, de perfumaria, de toucador e de higiene pessoal, baseados na Lei 10.147/00 e suas alterações onde fica determinado as alíquotas de PIS e COFINS a serem recolhidos dos produtos classificados nas posições da TIPI a seguir, listados nas alíneas a e b, do inciso I, do art. 1º da mesma lei, terão alíquotas diferenciadas:

I – incidentes sobre a receita bruta decorrente da venda de: a) produtos farmacêuticos classificados nas posições [da TIPI] 30.01, 30.03, exceto no código 3003.90.56, 30.04, exceto no código 3004.90.46, nos itens 3002.10.1, 3002.10.2, 3002.10.3, 3002.20.1, 3002.20.2, 3006.30.1 e 3006.30.2 e nos códigos 3002.90.20, 3002.90.92, 3002.90.99, 3005.10.10, 3006.60.00: 2,1% (dois inteiros e um décimo por cento) e 9,9% (nove inteiros e nove décimos por cento); (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004)

b) de perfumaria, de toucador ou de higiene pessoal, classificados nas posições [da TIPI] 33.03 a 33.07 e nos códigos 3401.11.90, 3401.20.10 e 96.03.21.00: 2,2% (dois inteiros e dois décimos por cento) e 10,3% (dez inteiros e três décimos por cento); (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004).

Os produtos industrializados pela empresa e tributados pelo regime monofásico onde é realizada a pesquisa, estão inseridos na alínea b da lei citada anteriormente, os principais estão inseridos nos NCM’s 33.04 (produtos de hidratação para pés e mãos e esfoliantes) e 33.07 (óleos para massagens e loções corporais).

O regime monofásico e a substituição tributária não devem ser confundidas, pois apesar de ambas serem recolhidas somente na origem do produto, conforme afirmam Oliveira et. al. (2011 p.64) “o grande diferencial entre a substituição tributária e a incidência monofásica está no fato das receitas desta não estarem sujeitas obrigatoriamente ao regime cumulativo, como ocorre com a substituição”. Completando a ideia de oliveira et al. os autores Reis, Gallo e Pereira (2012) destacam que apesar de a tributação monofásica apresentar certa semelhança com a substituição tributária, ambas contemplam características distintas entre elas.

Quando se trata de substituição, o valor majorado a recolher corresponde ao valor agregado nas próximas etapas da cadeia comercial sendo destacado nas notas fiscais, em consequência é um tributo direto arcado pelo próximo adquirente até a venda ao consumidor final que arcará com o valor total do tributo apurado. Já no regime monofásico o valor apurado no início da cadeia produtiva ou na importação não constam nas próximas notas fiscais onde é

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comercializado estes produtos. Para melhor compreensão demonstra-se no quadro 3 um exemplo de cálculo de PIS e COFINS monofásico em uma indústria.

Quadro 3 – Cálculo PIS/COFINS Monofásico

Cálculo PIS/COFINS - Monofásico

Descrição Janeiro Fevereiro Março

Receita Bruta Total 1.230.000,00 1.180.000,00 1.290.000,00 Receita Produtos Monofásicos 984.000,00 944.000,00 1.032.000,00 Receita Demais Produtos Tributáveis 369.000,00 354.000,00 387.000,00 PIS sobre Vendas (2,2%) 21.648,00 20.768,00 22.704,00 COFINS sobre Vendas (10,3%) 101.352,00 97.232,00 106.296,00 PIS sobre Vendas (1,65%) 6.088,50 5.841,00 6.385,50 COFINS sobre Vendas (7,6%) 28.044,00 26.904,00 29.412,00 Total Débito de PIS 27.736,50 26.609,00 29.089,50 Total Débito de COFINS 129.396,00 124.136,00 135.708,00

Compras 620.000,00 580.000,00 590.000,00

PIS a recuperar (1,65%) 10.230,00 9.570,00 9.735,00 COFINS a recuperar (7,6%) 47.120,00 44.080,00 44.840,00

PIS a recolher 17.506,50 17.039,00 19.354,50

COFINS a recolher 82.276,00 80.056,00 90.868,00

Fonte: elaborado pelos autores (2017)

No quadro 3 evidenciou-se um exemplo de apuração de PIS e COFINS por uma indústria que comercializa seus produtos tributados no regime monofásico e no regime não-cumulativo, a receita de ambos regimes foi demonstrada de forma individualizada no quadro, assim como suas respectivas alíquotas, possibilitando uma melhor identificação das bases de cálculos e respectivas alíquotas incidentes.

No entanto as empresas tributadas pelo regime tributário não-cumulativo têm direito à créditos tributários, portanto além dos débitos foi demonstrado no quadro 3 a realização dos créditos sobre as compras efetuadas pela empresa. Cabe destacar que o regime de tributação monofásico é indiferente nesse caso, portanto ao final do quadro 3, apresentam-se os valores a recolher de PIS e COFINS, somando os débitos sobre as vendas nos dois regimes e subtraindo os créditos sobre compras.

3 MÉTODO

No que se refere ao método deste estudo, destaca-se a opção por realizar uma pesquisa aplicada de natureza quantitativa uma vez que, conforme destacado por Prodanov e Freitas (2013, p. 51 e 69), busca-se “gerar conhecimentos para aplicação prática dirigidos à solução de problemas específicos [envolvendo] verdades e interesses locais” e considerando para isso “tudo [que] pode ser quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las”. Portanto, tendo em vista os objetivos da pesquisa, realizaram-se os cálculos dos tributos em diversos cenários e os analisou no contexto da empresa XYZ, de forma a possibilitar a demonstração da relevância da análise dos tributos PIS/COFINS no planejamento tributário das organizações.

No que tange seus objetivos, essa pesquisa pode ser classificada como descritiva ao passo que “os fatos são observados, registrados, analisados, classificados e interpretados, sem

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que o pesquisador interfira sobre eles” (PRODANOV; FREITAS, 2013, p. 52). Isso ocorre uma vez que nesta pesquisa analisou-se os dados da empresa foco deste estudo e realizou-se a análise sobre o impacto do PIS/COFINS monofásico na escolha do regime tributário. Por fim, em relação aos procedimentos técnicos, essa pesquisa é documental pois sua consecução está baseada nas informações contábil-financeira cedidas pela organização XYZ.

4 ANÁLISES DOS DADOS

Nessa seção foram comparados dois regimes tributários, o lucro presumido e o lucro real, através dessa comparação foram analisados os valores a recolher de PIS, COFINS, IRPJ e CSLL. Essa comparação foi realizada tendo em vista a determinação do regime tributário menos oneroso para empresa em estudo. Destaca-se que o ICMS e o IPI não fizeram parte da análise por apresentarem o mesmo tratamento tanto para o lucro presumido quanto para o lucro real.

A análise comparativa deu-se em uma empresa do ramo de cosméticos localizada na cidade de Porto Alegre/RS. A empresa conta com cerca de 60 funcionários diretos, fundada em 1987, atua em todo território brasileiro com linha de produtos para profissionais e de uso pessoal, seu faturamento bruto em 2016 foi em torno de 24,7 milhões de reais o que representa um aumento de quase 70% em relação ao ano anterior, saindo de um prejuízo no ano de 2015 para um resultado positivo de 13% antes do IRPJ e CSLL e previsão de lucro para 2017 entre 12% e 14%. A partir desses números se faz necessário um estudo de caso com o objetivo de averiguar a relevância do PIS e COFINS na determinação do melhor regime tributário para empresa em estudo, tendo em vista que o ramo da empresa analisada encontra-se para fins de cálculo do PIS e da COFINS no Regime Monofásico, regime este abrangido pela lei 10.147/00.

4.1 Análise Comparativa do PIS

A empresa XYZ deverá realizar o recolhimento de PIS mensal para União Federal, por estar enquadrada no que descreve a Lei 9.718/98, para fins de análise do PIS projetou-se um faturamento mensal de R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais), baseados na previsão realizada pelo setor administrativo para o ano de 2016, sabendo que a receita bruta referente aos produtos tributados pelo regime monofásico corresponde a 75% do total do faturamento, ou seja, R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais) serão tributados pelo regime diferenciado e 25% compreendendo o valor de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) serão tributados pelo regime normal, nas respectivas alíquotas estabelecidas na legislação.

Estabeleceu-se, com base na análise em documentos fornecidos pelo Contador da empresa, um percentual referente ao crédito, previstos nas Leis 10.637/02 e 10.833/03, de PIS que é de 32% comparando ao débito de PIS, portanto, para efeitos de comparação as alíquotas no lucro real serão reduzidas em 32%, passando a representar 1,5% no regime monofásico e 1,12% na alíquota básica, no lucro presumido as alíquotas são, conforme encontradas nas Leis 10.147/00 e 9,718/98 de 2,2% e 0,65%, respectivamente para o regime monofásico e regime normal. A seguir um quadro projetando a apuração do PIS.

Quadro 9 – Projeção de Cálculo para o PIS

Lucro Presumido

Tributo Receita Trib. Imposto a Recolher

PIS Monofásico (2,2%) R$ 1.500.000,00 R$ 33.000,00 PIS (0,65%) R$ 500.000,00 R$ 3.250,00

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9 Total R$ 2.000.000,00 R$ 36.250,00

Lucro Real

Tributo Receita Trib. Imposto a Recolher

PIS Monofásico (1,5%) R$ 1.500.000,00 R$ 22.500,00 PIS (1,12%) R$ 500.000,00 R$ 5.600,00 Total R$ 2.000.000,00 R$ 28.100,00

Diferença Mensal R$ 8.150,00 Diferença Anual R$ 97.800,00

Fonte: elaborado pelos autores (2017)

A partir do quadro 9 onde demonstrou-se a projeção de cálculo do PIS na empresa XYZ, partindo da informação das alíquotas vigentes na Lei 9.718/88 e Lei 10.147/00 obtém-se o valor total mensal a recolher na projeção do lucro presumido que é de R$ 36.520,00 (trinta e seis mil quinhentos e vinte reais) e no lucro real que é de R$ 28.100,00 (vinte e oito mil e cem reais), a diferença em um mês é de R$ 8.150,00 (oito mil cento e cinquenta reais) elevados a R$ 97.800,00 (noventa e sete mil e oitocentos reais) se considerado o período de 12 meses, Carlin (2014) justifica essa busca pelo economia de tributos como procedimentos lícitos, cabe ressaltar que as alíquotas utilizadas no lucro real são reduzidas em virtude do crédito que a empresa tem direito sobre suas compras.

4. 2 Análise Comparativa da COFINS

Na análise comparativa da COFINS, foram utilizadas as mesmas variáveis da análise comparativa do PIS, ou seja: projeção de faturamento de R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) mensais, divididos em R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais) sujeitos ao regime monofásico e R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) tributados no regime normal, as alíquotas do lucro real foram reduzidas em 32% em razão do aproveitamento do crédito, previstos nas Leis 10.637/02 e 10.833/03, sobre as compras, ficando em 7,0% para o monofásico e 5,17% para o regime normal. No quadro a seguir demonstra-se a projeção do COFINS:

Quadro 10 - Projeção de Cálculo para o COFINS

Lucro Presumido

Tributo Receita Trib. Imposto a Recolher

COFINS Monofásico (10,3%) R$ 1.500.000,00 R$ 154.500,00 COFINS (3,0%) R$ 500.000,00 R$ 15.000,00 Total R$ 2.000.000,00 R$ 169.500,00

Lucro Real

Tributo Receita Trib. Imposto a Recolher

COFINS Monofásico (7%) R$ 1.500.000,00 R$ 105.000,00 COFINS (5,17%) R$ 500.000,00 R$ 25.850,00 Total R$ 2.000.000,00 R$ 130.850,00

Diferença Mensal R$ 38.650,00 Diferença Anual R$ 463.800,00

Fonte: elaborado pelos autores (2017)

No quadro 10 percebe-se a diferença de valores na apuração pelo lucro presumido e pelo lucro real. Utilizando-se da estratégia proposta por Oliveira Et. Al. (2008) de reduzir custos a partir da redução de tributos, seriam recolhidos R$ 169.500,00 (cento e sessenta e nove mil e quinhentos reais) no regime presumido R$ 38.650,00 (trinta e oito mil seiscentos e cinquenta reais) a menos que no lucro real, onde o valor a recolher seria de R$ 130.850,00 (cento e trinta

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mil oitocentos e cinquenta reais), por essa projeção a diferença anual é de R$ 463.800,00 (quatrocentos e sessenta e três mil oitocentos reais) a maior, se optando pelo lucro presumido, o que representa praticamente 30% (trinta por cento) a mais, se comparado lucro real com o lucro presumido.

4.3 Análise Comparativa do IRPJ

A análise do IRPJ, parte da mesma projeção de faturamento, com a aplicação das alíquotas do lucro presumido que são 8% de presunção de lucro, por tratar-se de empresa do ramo industrial, após encontrar a base de cálculo aplica-se o percentual de 15% para o imposto de renda pessoa jurídica de mais 10% de adicional do IRPJ, para a parcela da base de cálculo que exceder a R$ 20.000,00 (vinte mil reais) no mês de apuração.

Para a análise do cálculo do IRPJ na forma de tributação do lucro real foram projetados vários cenários com diferentes resultados, desse modo alterando a base de cálculo do imposto. O quadro a seguir é demonstrado com clareza em um primeiro momento o resultado encontrado pela forma de tributação de lucro presumido e na sequencia várias situações de lucro fiscal sobre o faturamento bruto da empresa, resultando assim em cenários diversos, tendo em vista as projeções diferenciadas desde lucro.

Com os dados para análise pode-se obter de forma precisa e clara o comparativo do IRPJ, sendo este acrescido do valor do adicional do imposto de renda, nas duas formas de tributações tratadas na análise.

Quadro 11 – Projeção de Cálculo para o IRPJ

Lucro Presumido

Faturamento IRPJ a Recolher

2.000.000,00 38.000,00

Lucro Real

Faturamento IRPJ a Recolher Diferença Mensal Projeção Lucro Diferença Anual 2.000.000,00 8.000,00 30.000,00 2% 360.000,00 2.000.000,00 18.000,00 20.000,00 4% 240.000,00 2.000.000,00 28.000,00 10.000,00 6% 120.000,00 2.000.000,00 38.000,00 0,00 8% 0,00 2.000.000,00 48.000,00 -10.000,00 10% -120.000,00 2.000.000,00 58.000,00 -20.000,00 12% -240.000,00 2.000.000,00 68.000,00 -30.000,00 14% -360.000,00 2.000.000,00 78.000,00 -40.000,00 16% -480.000,00 2.000.000,00 88.000,00 -50.000,00 18% -600.000,00 2.000.000,00 98.000,00 -60.000,00 20% -720.000,00

Fonte: elaborado pelos autores (2017)

Na demonstração encontrada no quadro 11, ficou evidenciado que se a empresa apresentar um lucro fiscal inferior a 8% (oito por cento) é menos onerosa a forma de tributação pelo lucro real, no entanto a partir do momento que o percentual sobre o lucro exceder a 8% torna-se menos onerosa a forma de tributação pelo lucro presumido. Cabe ressaltar que no demonstrativo do quadro 11 a tributação pelo regime monofásico não foi considerada. A análise foi realizada apenas considerando o resultado da empresa, nos próximos subcapítulos terá uma análise detalhada da influência do regime monofásico no resultado da empresa.

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4.4 Análise Comparativa da CSLL

A comparação da CSLL traz consigo exatamente as mesmas variáveis do comparativo do PIS e da COFINS, com as alíquotas determinadas na legislação, essa análise, a exemplo da análise anterior do IRPJ, não demonstra a influência do regime monofásico nos valores a recolher de impostos. Os cenários apresentando são os mesmos da comparação do IRPJ, o mesmo faturamento, mas com projeções de lucro diferentes, a seguir um quadro comparativo

Quadro 12 – Projeção de Cálculo para a CSLL

Lucro Presumido Faturamento CSLL a Recolher 2.000.000,00 21.600,00 Lucro Real Faturamento CSLL a Recolher Diferença Mensal Projeção Lucro Diferença Anual 2.000.000,00 3.600,00 18.000,00 2% 216.000,00 2.000.000,00 7.200,00 14.400,00 4% 172.800,00 2.000.000,00 10.800,00 10.800,00 6% 129.600,00 2.000.000,00 14.400,00 7.200,00 8% 86.400,00 2.000.000,00 18.000,00 3.600,00 10% 43.200,00 2.000.000,00 21.600,00 0,00 12% 0,00 2.000.000,00 25.200,00 -3.600,00 14% -43.200,00 2.000.000,00 28.800,00 -7.200,00 16% -86.400,00 2.000.000,00 32.400,00 -10.800,00 18% -129.600,00 2.000.000,00 36.000,00 -14.400,00 20% -172.800,00

Fonte: elaborado pelos autores (2017)

Na comparação apresentada no quadro 12 fica visível que se a empresa apresentar um lucro fiscal de até 12% é mais vantajoso a opção pela forma de tributação do Lucro Real, porém, o lucro sendo maior que 12% a melhor opção de tributação é o lucro presumido.

4.5 Análise Geral dos Tributos

Partindo do conceito de Oliveira et. al. (2009) de analisar em conjunto os tributos para projeções mais precisas, se faz necessário uma compilação das análises dos tributos que será realizada a seguir com os 4 tributos analisados, o qual é possível determinar os valores dos tributos em cada cenário de lucro apresentado.

Quadro 13 – Análise geral dos Tributos

Lucro Presumido

Faturamento PIS Monofásico (2,20%) COFINS Monofásico (10,30%) PIS (0,65%) COFINS

(3,0%) IRPJ CSLL Total 2.000.000,00 33.000,00 154.500,00 3.250,00 15.000,00 38.000,00 21.600,00 265.350,00 Lucro Real Faturamento PIS Monofásico (1,5%) COFINS Monofásico (7,0%) PIS (1,12%) COFINS (5,17%) IRPJ CSLL Total Diferença Mensal Projeção Lucro Diferença Anual 2.000.000,00 22.500,00 105.000,00 5.600,00 25.850,00 38.000,00 14.400,00 211.350,00 54.000,00 8,00% 648.000,00 2.000.000,00 22.500,00 105.000,00 5.600,00 25.850,00 48.000,00 18.000,00 224.950,00 40.400,00 10,00% 484.800,00 2.000.000,00 22.500,00 105.000,00 5.600,00 25.850,00 58.000,00 21.600,00 238.550,00 26.800,00 12,00% 321.600,00 2.000.000,00 22.500,00 105.000,00 5.600,00 25.850,00 68.000,00 25.200,00 252.150,00 13.200,00 14,00% 158.400,00 2.000.000,00 22.500,00 105.000,00 5.600,00 25.850,00 73.000,00 27.000,00 258.950,00 6.400,00 15,00% 76.800,00 2.000.000,00 22.500,00 105.000,00 5.600,00 25.850,00 76.750,00 28.350,00 264.050,00 1.300,00 15,75% 15.600,00 2.000.000,00 22.500,00 105.000,00 5.600,00 25.850,00 78.000,00 28.800,00 265.750,00 -400,00 16,00% -4.800,00 2.000.000,00 22.500,00 105.000,00 5.600,00 25.850,00 88.000,00 32.400,00 279.350,00 -14.000,00 18,00% -168.000,00 2.000.000,00 22.500,00 105.000,00 5.600,00 25.850,00 98.000,00 36.000,00 292.950,00 -27.600,00 20,00% -331.200,00

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Sabendo que os valores de PIS e COFINS são os mesmos independente do resultado da empresa, pois são apurados com base no faturamento, diferente do IRPJ e da CSLL que são apurados com base no resultado da empresa, a diferença na apuração dos tributos no lucro real se encontram no IRPJ e CSLL, no quadro 13 isso fica evidenciado, valores de PIS e COFINS são iguais e valores de IRPJ e CSLL alteram de acordo com a projeção de lucro, quanto mais alto o lucro maior os valores a recolher. Fabretti (2009) afirma que essa análise deve ser realizada antes do fato gerador, com a finalidade de prever os gastos com tributos.

No quadro 13 percebe-se que o lucro real é vantajoso para empresa até o momento que ela atinge um valor próximo de 16% de resultado, o dobro da presunção do lucro presumido. Essa alta diferença ocorre em virtude do faturamento enquadrado no regime monofásico, que é de R$ 1.500.000,00, (um milhão e quinhentos mil reais) ou seja 75%, entre os R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) do faturamento total. Lima e Duarte (2007) reiteram a importância do planejamento tributário na estratégia empresarial, assim diminuindo custos de maneira elisiva. Para exemplificar de maneira mais clara, a seguir um gráfico com os valores projetados de tributos a recolher juntamente com os valores devidos caso os produtos da empresa fossem 100% tributados pelo regime monofásico ou totalmente tributados pelo regime normal de PIS e COFINS.

Gráfico 1 – Impacto do Regime Monofásico nos Tributos a Recolher

Fonte: elaborado pelos autores (2017)

No gráfico 1 percebe-se com clareza a influência do regime monofásico na tributação da empresa, a linhas de tom azul são referentes aos valores analisados da empresa XYZ, enquanto nas linhas de tom rosa são simulados os valores caso os produtos da empresa não estivessem sujeitos ao regime monofásico e por último nas linhas de tom marrom a simulação de uma hipótese em que 100% dos produtos fossem tributados pelo regime presumido de PIS e COFINS.

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Como pode-se compreender analisando o gráfico, o regime monofásico tem relevância significativa na tributação da empresa, pois são onerados em alíquotas maiores do que as do regime normal, porém o crédito, no caso do lucro real, é realizado nas alíquotas do regime não-cumulativo.

Na comparação do lucro real a diferença é em torno de R$ 44.000,00 (quarenta e quatro mil) mensais, se considerado faturamento tributado integralmente no regime monofásico e tributado integramente sem o regime monofásico. Como explicado no início desse subcapitulo de análise dos tributos, nesse gráfico fica demonstrado que seria menos oneroso para empresa migrar do lucro real para o lucro presumido se o resultado for de 16%, acima do previsto para 2017 que é entre 10% e 12%. Entretanto, supondo que os produtos não fizessem parte da tributação pelo regime monofásico, ao atingir o lucro de 1,5% o lucro presumido se torna menos oneroso, na última hipótese, de 100% dos produtos sofrerem tributação monofásica, a empresa teria que obter um resultado de 21% para o lucro presumido se tornar a melhor opção.

Considerando apenas o regime cumulativo, a influência do regime monofásico se torna ainda maior, com a diferença chegando a um valor perto de R$ 180.000,00 (cento e oitenta mil), desde a tributação integral no regime monofásica até a tributação integral no regime normal de PIS e COFINS.

Diante disso e sabendo que a empresa projeta um Lucro entre 12% e 14%, considerando os tributos estudados, a ideia de Oliveira et. al. (2009) de reduzir custos através da análise de tributos para melhorar a competitividade da empresa no mercado, é empregada nesse momento, quando é possível afirmar que a melhor opção de regime tributário para o ano de 2017 é o Lucro Real, pois o valor a recolher comparado ao lucro presumido é de R$ 13.200,00 (treze mil e duzentos reais) mensais a menor caso a empresa atinja projeção mais otimista de lucro que é de 14%.

Após o desenvolvimento da pesquisa sobre a tributação monofásica, regimes de tributação e planejamento tributário o próximo capítulo traz uma síntese dos resultados obtidos na análise do estudo de caso e comentários finais acerca do trabalho.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A tributação no Brasil não é fácil de compreender para quem não estuda ou trabalha na área de tributos, uma boa equipe no setor tributário representa a possibilidade de ganhos representativos as empresas, isso faz com que o planejamento tributário seja uma ferramenta indispensável no planejamento das empresas, visto que a carga tributária representa grande impacto no preço final do produto, afetando diretamente na sua competitividade e no resultado alcançado.

Nesse contexto a proposta do pesquisador foi de fazer um estudo de caso analisando os dados em uma empresa do lucro real, com produtos enquadrados no regime monofásico de PIS e COFINS, além da pesquisa bibliográfica, proporcionando uma visão mais ampla sobre o assunto abordado, trazendo legislação e diversos autores sobre contabilidade, tributos, planejamento tributário, STN e regimes tributários existentes no Brasil

Essa pesquisa buscou explorar o PIS e a COFINS e seu regime monofásico de tributação, com suas alíquotas diferenciadas buscando desta forma se aprofundar na legislação e verificar seu impacto nos regimes cumulativo e não-cumulativo, para posteriormente constatar sua influência em uma escolha de regime tributário.

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Com o objetivo geral de avaliar a relevância do PIS e COFINS monofásico na opção pelo melhor regime tributário da empresa XYZ, o estudo foi conduzido, inicialmente, por uma pesquisa bibliográfica para o desenvolvimento do referencial teórico e a seguir foi definida A metodologia e por fim um estudo de caso, com dados retirados de documentos contábeis elaborados pelo setor de contabilidade da empresa e analisados pelo autor do trabalho.

Com base nos dados levantados e analisados pode-se deste afirmar que o objetivo geral foi atingido conforme demonstrado no estudo de caso, onde percebe-se a grande influência da tributação monofásica, pois para empresa XYZ o Lucro real é vantajoso quando o resultado atingido for de até 16%, isto é, o dobro da presunção o Lucro Presumido, da mesma forma pôde-se atingir o objetivo específico de definir qual o melhor regime de tributação para a empresa XYZ considerando seu PIS/COFINS monofásico, tendo em vista que a previsão de lucro da empresa é entre 12% e 14%, o regime mais vantajoso para empresa é o Lucro Real, para o Lucro Presumido se tornar mais vantajoso a empresa teria que atingir os 16% de lucro sobre o faturamento, conforme demonstrado no quadro 13 e no gráfico 1.

Ainda, pode-se afirmar com base nos resultados alcançados que a cobrança pelo regime monofásico do PIS e da COFINS podem impactar de forma significativa na apuração tributária da empresa, ficando evidenciado a necessidade do desenvolvimento do planejamento tributário de forma periódica nas empresas.

Por fim, ressalta-se que o propósito desse trabalho não é encerrar esse assunto, mas, a partir da análise de uma empresa de um ramo específico ampliar estudos e o olhar crítico sobre esse tema. Assim, contribuiu-se com o fomento a realização de estudos sobre gestão tributária nas organizações tendo em vista os potenciais impactos econômicos para as empresas. Portanto, destaca-se que o caso estudado não abrange todos os produtos enquadrados no regime monofásico do PIS e COFINS e que possivelmente os resultados obtidos podem ser diferentes em diferentes organizações. Sendo assim, há a necessidade de se realizar uma análise similar em outras organizações a fim de identificar o impacto desses tributos nessas outras organizações. Nesse sentido, esse trabalho contribui para que esses outros estudos sejam realizados a partir da base metodológico apresentada por essa pesquisa

Desta maneira, considerando esse assunto amplo e dinâmico, mesmo que os objetivos dessa pesquisa foram alcançados, pode-se apontar como sugestão para pesquisas futuras que o assunto seja abordado em empresas com o regime monofásico de outros produtos, com alíquotas diferentes das estudadas nessa monografia, ajudando a ter melhor conhecimento do regime monofásico e auxiliando na percepção de sua influência na escolha do regime tributário menos oneroso para empresa.

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providências. DOU de 31.12.02. Disponível em

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10637.htm> Acesso em 17 dez. 2016. ______Lei n° 10.833, de 29 de dezembro de 2003. Altera a Legislação Tributária Federal e dá outras providências. DOU de 30.12.03. Disponível em

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Referências

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