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COMUNIDADE CONSCIENTE, MEIO AMBIENTE PRESERVADO: A COMUNIDADE JUTIENSE PREOCUPANDO-SE COM AS NASCENTES. 1

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Academic year: 2021

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COMUNIDADE CONSCIENTE, MEIO AMBIENTE PRESERVADO: A COMUNIDADE JUTIENSE PREOCUPANDO-SE COM AS NASCENTES.1

Wagner José da Rosa2 Matheus Vinicius Dorce3 Zefa Valdivina Pereira4 Shaline Sefara Lopes Fernandes5 Palavras Chaves

Conservação dos recursos hídricos, Sensibilização, Restauração.

Introdução

A água é um recurso natural insubstituível para a manutenção da vida, sendo assim, considerada como o mais importante dos recursos naturais por ser fundamental para os outros recursos e por influenciar diretamente na saúde e bem estar do homem e garantir auto-suficiência econômica às regiões (PINTO et al, 2004).

Contudo, pela sua aparente inesgotabilidade esta foi sempre utilizada de forma irracional, esse mau uso, associado ao crescimento populacional e as demandas sobre os recursos hídricos superficiais e subterrâneos são algumas das causas fundamentais da crise enfrentada hoje (CALIJURI e OLIVEIRA, 2000).

O uso dos recursos hídricos e sua conservação é um dos principais desafios do desenvolvimento sustentável. Dentro deste contexto ressalta-se a importância da restauração das nascentes dos rios, fontes naturais da água na superfície terrestre. Atualmente inúmeros problemas ambientais, principalmente em áreas de nascentes e de cursos d’água, vêm ocorrendo em virtude de ações como a exploração intensa e desordenada dos recursos naturais, o uso do solo sem o emprego de técnicas conservacionistas, o desmatamento irracional e o uso indiscriminado de fertilizantes e defensivos agrícolas (SANTOS JUNIOR, 2009).

Segundo PRIMACK E RODRIGUES (2001) a sociedade tem a responsabilidade de proteger o planeta, pois, se degradarmos os recursos naturais da terra, as gerações futuras terão uma qualidade de vida inferior a nossa. Portanto deveríamos usar os

1 Programa de conservação e restauração de nascentes da Região Sul do Mato Grosso do Sul – Apoio Financeiro: CNPQ, PROEXT/MEC, PROEX/ UFGD

2 Acadêmico do curso de Licenciatura em Ciências Sociais FCH e Bolsista EXP CNPQ 3 Acadêmico do curso de Administração e Bolsista de Extensão Universitária na FCBA. 4

Faculdade de Ciências Biológicas Ambientais Universidade Federal da Grande Dourados 5 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Biologia Geral/Bioprospecção- FCBA/UFGD

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recursos de maneira sustentável, imaginar que estamos emprestando a terra das gerações futuras e que devolveremos em boas condições.

A recuperação de áreas degradadas torna-se, cada vez, uma necessidade maior do ser humano, frente ao ritmo crescente da degradação ambiental que se impõe aos diversos, ecossistemas. Recuperar áreas antropicamente alteradas, na busca de se amenizar os efeitos negativos da degradação na qualidade de vida da população, torna-se necessária para que em um futuro próximo tenhamos vida nas várias faixas da biodiversidade (MARTINS, 2001). Dessa forma este trabalho teve por objetivo relatar a experiência da comunidade Jutiense na recuperação da nascente do córrego Santa Luzia.

Metodologia

A área restaurada foi a nascente do córrego santa Luzia localizada na área urbana do município de Juti, Mato Grosso do Sul (Figura 1).

Figura 1- Localização da nascente do córrego Santa Luzia, município de Juti, Mato Grosso do Sul.

Foram ministrados mini-cursos sobre recuperação e conservação de nascentes, além de oficinas de educação ambiental, plantio de mudas nativas. Além disso, juntamente com a comunidade foi iniciado o processo de restauração em duas nascentes.

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Em nenhum momento anterior da história da humanidade esteve tão forte e necessitado desenvolver um processo de formação de consciência e de atitudes urgentes no propósito de preservação ambiental em detrimento de nossa própria sobrevivência, trocando em miúdos, ou preservamos ou morreremos com a natureza. Foi através desse processo de consciência e de necessidade urgente de fazer algo que no ano de 2007 a comunidade do município de Juti sentiu a necessidade de buscar ajuda especializada para o processo de reconstrução da mata ciliar do córrego Santa Luzia.

Para poder continuar o presente texto e no intuito de unir preservação com consciência histórica, é impossível pensar na preservação do córrego Santa Luzia sem lembrar da sua importância para essa comunidade. Segundo o senhor Chiro, antigo morador da região,

foi a margem esquerda do córrego Santa Luzia que se estabeleceu o seu primeiro morador e detentor dessas terras o senhor Sérgio Maciel. Assim como os demais de sua família ele veio para cá, este pedaço de terra ficou para ele, os outros irmãos ficaram com outras terras na região (Chiro, 90 anos).

Esse estabelecimento dar-se-á concomitantemente com a chegada de Tomaz Laranjeira nesta região, esse que tornou-se o detentor do direito de todos os ervais da região, e que somente permitiu a entrada desses “gaúchos” nestas áreas pois as mesmas eram de campo, e como seu Chiro afirma, naquele tempo só podia requere campo, pois as matas eram da mate. Em outros depoimentos e conversas informais com os mais antigos, os mesmo diziam que este lugar era um lugar de lazer de passar os domingos de calor a refrescar-se.

Com toda essa história e somada com a importância da preservação do meio ambiente, a comunidade busca a universidade para poder ajudar a desenvolver o processo de preservação de um patrimônio socioambiental. No ano de 2007 foram feitas as primeiras aproximações e visitas e formatação de parceria entre comunidade, município e universidade.

Já no ano de 2008 começou os primeiros passos e mais concretos em relação ao desenvolvimento desta parceria, pois o lugar que outrora servira de lazer é nada mais que um monte de areia. Foram feitas então várias reuniões com a comunidade, no intuito de mobiliza-los no sentido de unir forças para recuperação da nascente (Figura 2)

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Figura 2- Atividades mobilizadoras realizadas com a comunidade Jutiense: A e D-

reunião com a comunidade; B– Visita a nascente; C- condição que se encontrava a nascente.

Verificou-se que durante as reuniões houve uma participação maciça de todos os membros da comunidade, inclusive as crianças e adolescentes. Essa participação é importante para melhorar a eficiência e a eficácia do Projeto e fortalecer a auto-estima dos moradores.

Posteriormente a essas atividades foi providenciado o cercamento da área evitando assim o passeio de animais, esse processo foi realizado pela prefeitura municipal. Em um segundo momento o plantio das mudas que foi realizado em conjunto com a UFGD e Pró-jovem, que também ficou responsável pelo cuidado com a unidade de preservação (Figura 3).

Já no ano de 2009 foi possível observar os primeiros resultados desse processo, o até então árido ambiente, começou a gerar vida, as gramíneas apareceram, as mudas já esverdearam o ambiente e a água começou a brotar timidamente (Figura 3).

No total foram plantadas mais de 4 mil mudas, a comunidade demonstrou-se bastante entusiasmada com a ação, assumindo os cuidados com as mudas posteriormente ao plantio. Considerando que as matas ciliares são fundamentais para o equilíbrio ambiental, a sua recuperação pode trazer benefícios muito significativos tanto em escala local como regional, pois protegem a água e o solo, proporcionam abrigo e sustento para a fauna e funcionam como barreiras, reduzindo a propagação de pragas e doenças em culturas agrícolas como sugerido por BARBOSA (2006).

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Figura 3 - Plantio de mudas realizado na Nascente do Córrego Santa Luzia, município

de Juti, evidenciando a participação de jovens bem como a nascente com água novamente.

Dessa forma as comunidades Jutiense são agentes ativo dessas mudanças e representam modelos para serem seguidos por outras comunidades da região. As pessoas capacitadas neste projeto serão os multiplicadores e espera-se que em pouco tempo sejam iniciadas em mais nascentes o processo de restauração.

Referencias

BARBOSA, L.M. coord. Manual para recuperação de áreas degradadas do estado de São Paulo: Matas Ciliares do Interior Paulista. São Paulo: Instituto de Botânica, 2006.

CALIJURI, M.C.; OLIVEIRA, H.T. (2000). Manejo da Qualidade da Água. In: Castellano, E.G.; Chaudry F.H. (Eds.) Desenvolvimento sustentável: problemas e estratégias. São Carlos: EESC-USP, (p. 39-58).

MARTINS, S. V. Recuperação de matas ciliares. Editora Aprenda Fácil. Viçosa - MG, 2001

PINTO, L. V. A.; BOTELHO, S. A.; DAVIDE, A. C.; FERREIRA, E. Estudo das nascentes da bacia hidrográfica do Ribeirão Santa Cruz, Lavras, MG. Scientia Forestalis, n. 65, p. 197-206, 2004.

PRIMACK, R. B. RODRIGUES, E. Biologia da conservação. Londrina: E. Rodrigues, 2001.

SANTOS JUNIOR, W. R. Análise do grau de conservação das nascentes urbanas de Caldas Novas – GO. In: CONGRESSO DE ECOLOGIA DO BRASIL, 9. Anais. São Lourenço, 2009.

Referências

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