O INSTITUTO DA GUARDA COMPARTILHADA COMO REGRA IMPOSITIVA: A AUTORIDADE PARENTAL VERSUS O PRINCÍPIO DO
MELHOR INTERESSE DA CRIANÇA E SUA PROTEÇÃO INTEGRAL
SOUZA, Pâmella Lomar de1 SILVA, Tatiana Mareto2
INTRODUÇÃO
A presente obra apresenta o instituto da guarda compartilhada, consagrado como regra impositiva no ordenamento jurídico brasileiro com a implementação da Lei nº 13.058 de 22 de dezembro de 2014.
Ocorre que, com o alarmante crescimento das separações conjugais e por gerar consequências no comportamento e desenvolvimento emocional e psíquico da criança e do adolescente, o legislador achou pertinente estabelecer novas alterações ao Código Civil de 2002, e dessa forma revogou a Lei nº 11.698 de 13 de junho de 2008 – que deu previsão legal ao mecanismo da guarda compartilhada – com o intuito de reduzir a individualização da criação dos filhos, as alienações parentais e a ausência principalmente da figura paterna na vida e crescimento dos infantes, assim, dispôs a guarda compartilhada como regra, mesmo diante casos de desacordo entre os pais.
Desse modo, o presente trabalho objetiva inicialmente explanar a evolução histórica do poder familiar e do direito da criança e do adolescente no Brasil, extrair os desdobramentos literais da Lei 13.058/2014 e levantar os questionamentos favoráveis e desfavoráveis a cerca da imposição desta como regra, e com isso analisar se realmente a nova alteração legislativa abarcaria o melhor interesse da criança e do adolescente ao invés de favorecer apenas a autoridade parental.
1 Graduanda do Curso de Direito do Centro Universitário são Camilo – Espírito Santo. E-mail pamella.lomar@hotmail.com.
2 Professora do curso de Direito do Centro Universitário São Camilo – Espírito Santo. Doutoranda vinculada ao Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Direitos e Garantias Fundamentais da Faculdade de Vitória – FDV. E-mail tatianamareto@saocamilo-es.