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SIMPLES NACIONAL: ALTERAÇÃO PELA LEI COMPLEMENTAR N.147/201 - ESTUDO COMPARATIVO SIMPLES NACIONAL X LUCRO PRESUMIDO*

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estudos, Goiânia, v. 42, n. 2, p. 143-159, abr./jun. 2015.

143 GUSTAVO CORREA REGO, RICARDO MORAIS NUNES,

CRISTINA BARBOSA SANTOS

Resumo: o estudo teve como objetivo analisar e demonstrar a aplica- bilidade da lei do Simples Nacional, com ênfase nas alterações promovidas pela Lei Complementar n°. 147/2014 e do Lucro Presumido, com intuito de identificar a forma de tributação mais econômica dentro das determinações legais, para as Micro e Pequenas Empresas (MPEs) do ramo de serviços, que exerçam como atividade serviços de engenharia.

Palavras-chave: Carga Tributária. Simples Nacional. Redução de Cus- tos. Lucro Presumido.

SIMPLES NACIONAL:

ALTERAÇÃO PELA LEI

COMPLEMENTAR N.147/201 - ESTUDO COMPARATIVO

SIMPLES NACIONAL X LUCRO PRESUMIDO*

E

nveredar o caminho do empreendedorismo no Brasil a cada dia se torna um desafio inatingível devido principalmente, a alta carga tributária imposta sobre as diversas atividades que o empreendedor assume para si: Comércio, Prestação de Serviços ou Indústria.

Diante dessa situação 24,4% desses novos negócios vem apresentando uma vida útil de apenas dois anos conforme estudo “Sobrevivência das Empre- sas no Brasil 2013”, realizado pelo SEBRAE e após estes, fecham suas portas.

Quando questionado de o porquê fechar, a resposta do empresário é sempre unanime “não estou conseguindo pagar os impostos/a carga tributária corrói todo o meu lucro...”. Visando uma solução para este problema o governo lançou em 2007 o Super Simples/Simples Nacional através da Lei 123/2006 onde, reduz a carga tributária para os segmentos abrangidos por essa lei e facilita o recolhimento dos impostos por meio de uma única guia a DAS - Documento de Arrecadação do Simples.

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Desde então, o Simples Nacional tem conquistado cada vez mais adeptos moti- vado principalmente pela simplicidade no recolhimento e cálculo dos tributos. Nesse regime de tributação, o dono do negócio entende como foi gerado aquele imposto e como calcula.

Esse impacto positivo do Simples Nacional, fez com que diversas classes/ativi- dades não abrangidas pela Lei 123/2006, buscasse junto ao governo a sua modificação, a fim de incluí-las também nesse regime. O principal argumento utilizado por esses setores foi a quantidade de profissionais que se beneficiariam e se formalizariam com a alteração cito, médicos, advogados, dentistas, fisioterapeutas, enfermeiros, fonoaudió- logos, psicólogos, engenheiros, arquitetos etc. O governo entendendo essa necessidade sancionou no dia 06/08/2014 a Lei Complementar 147/2014, retirando as restrições de adesão ao Simples Nacional para esses segmentos, deixando apenas como limitador o porte da empresa e o seu faturamento.

Diante disso, este estudo propõe analisar qual a viabilidade econômica para a ado- ção do Simples Nacional como regime de tributação em uma empresa de serviços de engenharia; demonstrar a aplicabilidade da Lei do Simples Nacional com ênfase nas alterações promovidas pela Lei Complementar n° 147/2014; desenvolver um estudo sobre a Lei Complementar 123/2006, que institui o Estatuto das Micro e Pequenas Empresas e dispõe sobre o Simples Nacional e demonstrar as formas de tributação pelo Simples Nacional com base no anexo VI, ante o Lucro Presumido.

PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO

Atualmente no Brasil as MPE- Micro e Pequenas Empresas passam por grandes desafios para garantir sua sobrevivência no mercado e para isso utiliza-se de diversas ferramentas, sendo o planejamento tributário um dos alicerces para uma boa gestão com o intuito de tomada de decisões.

O planejamento tributário é uma ferramenta que busca a redução dos impostos inerentes a atividade da empresa, para Oliveira e Chieregato (2005, p. 38), o “Plane- jamento Tributário é um estudo destinado a fazer com que as entidades reduzam suas cargas tributárias de maneira lícita”.

Já para Andrade Filho (2005, p. 644) o “planejamento tributário ou elisão fiscal envolve a escolha, entre alternativas igualmente válidas, de situações fáticas ou jurí- dicas que visem reduzir ou eliminar ônus tributários, sempre que isso for possível nos limites da ordem jurídica” desta forma, o planejamento tributário permeia sempre por antecipar-se ao imposto através de um amparo legal buscando dentre as opções exis- tentes, a menos onerosa ao contribuinte.

O regime tributário brasileiro tem como principais impostos: PIS/PASEP- Contribuição para o Programa de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público;

COFINS- Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social; IRPJ- Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica; CSLL- Contribuição Social sobre o Lucro Líquido; IPI- Imposto sobre Produtos Industrializados; CPP- Contribuição para a Seguridade Social, a cargo da pessoa jurídica patronal; ICMS- Imposto sobre transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação e ISSQN- Imposto sobre serviços de qualquer natureza. Todo esse

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145 ordenamento tributário é regulado pelo CTN - Código Tributário Nacional. Para o cálculo e recolhimento desses tributos é preciso adotar um dos regimes de tributação sendo: Lucro Real, Lucro Arbitrado, Lucro Presumido ou Simples Nacional.

Lucro Presumido

O Lucro Presumido é aquele onde o cálculo dos impostos é feito de forma simples, conforme fator de presunção a ser aplicado sobre a receita bruta das empresas. Oliveira (2009, p.110) define que o lucro presumido é o montante determinado pela aplicação de percentuais variáveis, conforme o ramo de atividade da pessoa jurídica sobre a receita bruta auferida em cada trimestre.

Para Andrade Filho (2005, p.420) o “lucro presumido é a base de cálculo do im- posto que será determinada pela aplicação de um percentual sobre o montante da receita bruta decorrente da venda de mercadorias e de serviços, e acrescido de outras receitas e ganhos de capital, apurados na forma da lei”.

Essa forma de tributação dispensa o empresário de elaborar o DRE - Demonstrativo de Resultado do Exercício para o recolhimento do IRPJ e da CSLL trimestralmente, conforme exige o Art. 527/2004 do RIR/2004:

A pessoa jurídica habilitada à opção pelo regime de tributação com base no lucro presumido deverá manter (Lei n º 8.981, de 1995, art. 45):

I - escrituração contábil nos termos da legislação comercial;

II - Livro Registro de Inventário, no qual deverão constar registrados os estoques existentes no término do ano-calendário;

III - em boa guarda e ordem, enquanto não decorrido o prazo decadencial e não prescritas eventuais ações que lhes sejam pertinentes, todos os livros de escritu- ração obrigatórios por legislação fiscal específica, bem como os documentos e demais papéis que serviram de base para escrituração comercial e fiscal.

Parágrafo único. O disposto no inciso I deste artigo não se aplica à pessoa jurídica que, no decorrer do ano-calendário, mantiver Livro Caixa, no qual deverá estar escriturado toda a movimentação financeira, inclusive bancária (Lei n º 8.981, de 1995, art. 45, parágrafo único).

A Lei 9.249/1995, art. 15 §1, define os percentuais a serem aplicados sobre as receitas do período para calculo do IRPJ, conforme o anexo 1.

Para cálculo da CSLL a Lei 10.684/03 no seu art. 22 determina os percentuais a serem aplicados sobre a receita bruta auferida no período:

"Art. 20. A base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido, devida pelas pessoas jurídicas que efetuarem o pagamento mensal a que se referem os arts. 27 e 29 a 34 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995 , e pelas pessoas jurídicas desobrigadas de escrituração contábil, corresponderá a doze por cento da receita bruta, na forma definida na legislação vigente, auferida em cada mês do ano calendário, exceto para as pessoas jurídicas que exerçam as atividades a que se refere o inciso III do § 1º do art. 15, cujo percentual corresponderá a trinta e dois por cento.

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Além do IRPJ e da CSLL recolhidos trimestralmente aos cofres federais, os optan- tes pela tributação com base no lucro presumido recolhem mensalmente PIS/PASEP e COFINS, sendo alíquotas de 0,65% e 3% sobre a receita bruta.

A opção pelo regime de tributação com base no lucro presumido será manifestada com o pagamento da primeira quota ou quota única do imposto devido, correspondente ao primeiro trimestre de apuração de cada ano-calendário.

Simples Nacional

O Simples Nacional ou Super Simples, é instituído pela Lei Complementar n°123/2006 que veio estabelecer normas gerais relativas ao tratamento diferenciado e favorecido para as Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP) na esfera dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nos termos dos art. n.º 146, 170 e 179 da Constituição Federal.

A cerca do Simples Nacional, Marins e Bertoldi (2007, p.68) atestam que é um:

Regime especial de tributação compartilhado de arrecadação, cobrança e fiscalização, de determinados tributos de competência da União, Estados, Municípios e Distrito Fe- deral, aplicável opcionalmente às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, como escopo de garantir a estes contribuintes tratamento fiscal diferenciado e favorecido.

Para Alexandre (2010, p.664), define o Simples Nacional como “um regime jurídico simplificado e favorecido, tendente a reduzir a burocracia e a carga tributária a que estão submetidas às microempresas e empresas de pequeno porte do País.”

O Simples Nacional entrou em vigor a partir de 01 de julho de 2007 revogando e substituindo a Lei nº 9.317 de 05/12/1996, que dispunha sobre o SIMPLES, uma versão anterior do Simples Nacional que unificava o pagamento de Tributos Federais: IRPJ, CSLL, IPI, COFINS, PIS e o INSS (parte patronal).

A União e cada ente federativo tinham o seu Simples. Assim, havia o Simples Federal, Simples Paulista, Simples Goiano, etc. O Simples Federal previa recolher tributos para os outros entes federados e repassar o valor arrecadado. Desde a vigência da Lei de Responsabilidade Fiscal, porém, os repasses de arrecadação estavam condicionados a várias condições, de forma que se algum ente federado aderisse ao Simples Federal ele arriscaria a ter a sua arrecadação retida. De fato, nenhum estado chegou a aderir e não há informação de município que o tenha feito. (Portal Contabilidade, 2014).

No Simples Nacional, além dos tributos que já tinham o pagamento unificado na versão anterior, passou a integrar o recolhimento do ICMS e do ISS.

Outra novidade foi à arrecadação direta de tributos, ou seja, ao pagar a guia de arrecadação denominada de DAS (Documento de Arrecadação do Simples), o valor pago é repassado a um sistema que distribui automaticamente o recurso para os entes destinatários do valor.

A LC nº123/2006, visa atender à necessidade de aparelhar o Estado com instrumentos jurídicos capazes de realizar a justiça tributária através da consideração da capacidade

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147 contributiva, presumidamente menor quando se trata de MPE’s e implementar finalidades extrafiscais de desenvolvimento de setores e atividades não devidamente desenvolvidas (ÁVILA, 2010, p.143).

Micro e Pequenas Empresas

Para que as Micros e Pequenas Empresas sejam beneficiadas com a LC nº. 123/2006, devem se enquadrar no art. 3º, auferindo no ano em curso uma receita bruta anual de até R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) para ME - Microempresas, e que aufira anualmente uma receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais)e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) para EPP- Empresa de Pequeno Porte. (BRASIL, 2011).

Opção e Vedações

Conforme artigo 16º da LC nº. 123/2006, “a opção pelo Simples Nacional da pessoa jurídica enquadrada na condição de microempresa e empresa de pequeno porte dar-se-á na forma a ser estabelecida em ato do Comitê Gestor, sendo irretratável para todo o ano-calendário” (BRASIL, 2006).

Não poderá se beneficiar do Simples Nacional para nenhum efeito legal conforme previsto no art. 3º, § 4º da LC nº. 123/2006, a pessoa jurídica:

I - de cujo capital participe outra pessoa jurídica;

II - que seja filial, sucursal, agência ou representação, no País, de pessoa jurídica com sede no exterior;

III - de cujo capital participe pessoa física que seja inscrita como empresário ou seja sócia de outra empresa que receba tratamento jurídico diferenciado nos termos desta Lei Complementar, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput deste artigo;

IV - cujo titular ou sócio participe com mais de 10% (dez por cento) do capital de outra empresa não beneficiada por esta Lei Complementar, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso II docaput deste artigo;

V - cujo sócio ou titular seja administrador ou equiparado de outra pessoa jurí- dica com fins lucrativos, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput deste artigo;

VI - constituída sob a forma de cooperativas, salvo as de consumo;

VII - que participe do capital de outra pessoa jurídica;

VIII - que exerça atividade de banco comercial, de investimentos e de desenvolvi- mento, de caixa econômica, de sociedade de crédito, financiamento e investimento ou de crédito imobiliário, de corretora ou de distribuidora de títulos, valores mo- biliários e câmbio, de empresa de arrendamento mercantil, de seguros privados e de capitalização ou de previdência complementar;

IX - resultante ou remanescente de cisão ou qualquer outra forma de desmembra- mento de pessoa jurídica que tenha ocorrido em um dos 5 (cinco) anos-calendário anteriores;

X - constituída sob a forma de sociedade por ações.

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XI - cujos titulares ou sócios guardem, cumulativamente, com o contratante do serviço, relação de pessoalidade, subordinação e habitualidade (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014)

O art. nº 17 da LC nº. 123/2006 enumera uma série de situações em que não poderão recolher os impostos e contribuições na forma do simples nacional a microempresa e a empresa de pequeno porte:

I - que explore atividade de prestação cumulativa e contínua de serviços de as- sessoria creditícia, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, gerenciamento de ativos (asset management), compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring);

II - que tenha sócio domiciliado no exterior;

III - de cujo capital participe entidade da administração pública, direta ou indi- reta, federal, estadual ou municipal;

V - que possua débito com o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, ou com as Fa- zendas Públicas Federal, Estadual ou Municipal, cuja exigibilidade não esteja suspensa;

VI - que preste serviço de transporte intermunicipal e interestadual de passagei- ros, exceto quando na modalidade fluvial ou quando possuir características de transporte urbano ou metropolitano ou realizar-se sob fretamento contínuo em área metropolitana para o transporte de estudantes ou trabalhadores;(Redação dada pela Lei Complementar nº 147, de 2014)

VII - que seja geradora, transmissora, distribuidora ou comercializadora de energia elétrica;

VIII - que exerça atividade de importação ou fabricação de automóveis e motocicletas;

IX - que exerça atividade de importação de combustíveis;

X - que exerça atividade de produção ou venda no atacado de:

a) cigarros, cigarrilhas, charutos, filtros para cigarros, armas de fogo, munições e pólvoras, explosivos e detonantes;

b) bebidas a seguir descritas:

1 - alcoólicas;

2 - cervejas sem álcool;

XII - que realize cessão ou locação de mão-de-obra;

XIV - que se dedique ao loteamento e à incorporação de imóveis.

XV - que realize atividade de locação de imóveis próprios, exceto quando se referir a prestação de serviços tributados pelo ISS.

XVI - com ausência de inscrição ou com irregularidade em cadastro fiscal federal, municipal ou estadual, quando exigível.

Abrangência

Conforme o art. nº 13 da LC n°.123, o Simples Nacional implica o recolhimento mensal, mediante documento único de arrecadação (DAS), abrange os seguintes im-

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149 postos e contribuições: IRPJ; IPI; CSLL; COFINS; PIS/PASEP; CPP; ICMS; e o ISS.

Base de Cálculo e Alíquotas

O Simples Nacional será devido mensalmente sobre a receita bruta auferida pela empresa. Não existe um percentual fixo de Simples Nacional, o que determina as alíquotas a serem aplicadas são as tabelas dos anexos de I a VI da Lei Complementar que a consti- tuiu, de acordo com a atividade que originou as receitas e de acordo também com o total de receita bruta acumulada nos 12 (doze) meses anteriores ao do período de apuração.

A pessoa jurídica poderá optar pela tributação sobre as receitas segundo o regime de caixa ou o regime de competência. Sendo que a opção será irretratável para todo o ano-calendário e somente poderá ser modificada no início de cada ano.

São consideradas como receitas tributáveis de acordo com a redação dada pela Lei Complementar n° 147/2014:

• Revenda de mercadorias;

• Venda de mercadorias industrializadas pelo contribuinte;

• Receitas decorrentes de prestação de serviços;

• Receitas decorrentes de locação de bens moveis;

Não são consideradas para o calculo do Simples nacional as demais receitas auferi- das pela empresa, não provenientes de seus objetivos sociais, como é o caso de ganhos obtidos em bolsa de valores, das receitas de aplicação financeiras obtidos em bolsa de valores, etc.(BRASIL, 2014).

ALTERAÇÕES PROMOVIDAS PELA LEI COMPLEMENTAR Nº. 147/2014 Passa a fazer parte do contexto Legislativo Tributário Nacional, a Lei Complementar nº 147, promulgada em 7 de Agosto de 2014, quem unificou dispositivos de diversos diplomas legais, basicamente alusivos às ME e EPP, sobre tudo no que concerne ao Simples Nacional, alterou principalmente a Lei Complementar nº 123, de 2006, que institui o Estatuto da Micro e Pequena Empresa e dispõe sobre o Simples Nacional.

As alterações procedidas pela LC nº. 147/2014 serão objeto de regulamentação pelo Comitê Gestor do Simples Nacional (CGSN), que dentro das suas atribuições, aprovou a Resolução CGSN nº 115/2014, dispondo dos primeiros itens regulamentados.

Dentre as principais modificações que a LC nº. 147/2014 concerne estão a possibilidade de adesão ao Simples Nacional de novas atividades, a criação do anexo VI, o limite extra para exportação de mercadorias e serviços, mudanças relativas a baixa de empresas e a contratação de Microempreendedor Individual- MEI por pessoa jurídica (BRASIL, 2014).

Novas Atividades

Poderá fazer opção pelo Simples Nacional e ser tributadas com base nos anexos I com alíquotas de 4% a 11,61% ou no anexo II com alíquota que vão de 4,50% a 12,11%

conforme a LC. nº 123/2006 a partir de 01/01/2015, a ME ou EPP que exerça atividade

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de produção e comércio atacadista de refrigerantes. Aspirantes ao anexo III que tem alíquota que variam entre 6% a 17,42% estão as empresas que exerçam atividades de Fisioterapia; Corretagem de seguros; Corretagem de imóveis de terceiros; Serviços prestados mediante locação de bens imóveis próprios com a finalidade de exploração de salões de festa, centro de convenções, escritórios virtuais, stands, quadras esporti- vas, estádios, ginásio, auditórios, casas de espetáculos, parques de diversões, canchas e congêneres, para realização de eventos ou negócios de qualquer natureza e Serviços de transporte intermunicipal e interestadual de passageiros, na modalidade fluvial, ou quando possuir características de transporte urbano ou metropolitano ou realizar-se sob fretamento contínuo em área metropolitana para o transporte de estudantes e trabalha- dores (retirando-se o ISS e acrescentando-se o ICMS).

Já a ME ou EPP que exerce atividade de Serviços advocatícios, poderá optar pelo Simples Nacional a partir de 2015, e ser tributada com base no anexo IV da LC. nº 123/2006, com alíquotas que variam entre 4,50% a 16,85%.

Novo Anexo VI (vigência: 2015)

A LC nº. 147/2014 inseriu um novo anexo de serviços ao Simples Nacional, vigente a partir de 01/01/2015 o anexo VI prevê alíquotas entre 16,93% e 22,45%. Poderá optar pelo anexo VI a partir de 2015 um extenso grupo de prestadores de serviços de saúde e também incluirá serviços de assessoria, consultoria, auditoria, arquitetura e engenharia, representação comercial, entre outras atividades intelectuais de natureza técnica, artís- tica ou cultural, desde que essas atividades não estejam inseridas em outros anexos de serviço da LC. Nº. 123/2006.

Limite extra para exportação de serviços

A partir de 2015, o limite extra para que a EPP tenha incentivos para exportar passará a abranger mercadorias e serviços.

Dessa forma, a empresa poderá auferir receita bruta anual de até R$ 7,2 milhões, sendo R$ 3,6 milhões no mercado interno e R$ 3,6 milhões em exportação de merca- dorias e serviços.

Baixa de empresas

Poderá haver a baixa de empresas mesmo com pendências ou débitos tributários, a qualquer tempo.

O pedido de baixa importa responsabilidade solidária dos empresários, dos titulares, dos sócios e dos administradores no período da ocorrência dos respectivos fatos geradores.

MEI – Contratação por empresas

Para a empresa que contrata MEI- Micro Empreendendor Individual para prestar ser- viços diferentes de hidráulica, eletricidade, pintura, alvenaria, carpintaria e de manutenção

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151 ou reparo de veículos, extinguiu-se a obrigação de registro na GFIP e recolhimento da cota patronal de 20% (o art. 12 da LC 147/2014 revogou retroativamente essa obrigatoriedade).

Todavia, quando houver os elementos da relação de emprego, o MEI deverá ser considerado empregado para todos os efeitos.

Adicionalmente, a LC 123/2006 estabelece que o MEI, a ME e a EPP não podem prestar serviços na modalidade de cessão de mão-de-obra.

UNIVERSO, A AMOSTRA E A METODOLOGIA

A partir da pesquisa descritiva e quantitativa, optou-se por elaborar um estudo de caso, que consiste na comparação econômica e analise entre o Simples Nacional e o Lu- cro Presumido. Nessa comparação será utilizada uma empresa que exerce a atividade de engenharia, que poderá a partir do próximo ano optar pelo Simples Nacional como forma de tributação, com base no anexo VI como prevê a LC 147/2014. A empresa em questão nesse estudo é tratada com dados fictícios e os valores serão projetados para o ano de 2015.

Empresa de Engenharia

A empresa da amostra em estudo atua na prestação de serviço no ramo de engenha- ria e não possui nas suas características impedimentos tanto para o Simples Nacional quanto para o Lucro Presumido.

Será considerado o faturamento de 2014 para a empresa de engenharia, num total de R$1.226.849,55 (um milhão, duzentos e vinte e seis mil, oitocentos e quarenta e nove reais e cinquenta e cinco centavos), e como faturamento de 2015 o total de R$

2.613.938,04 (dois milhões, seiscentos e treze mil, novecentos e trinta e oito reais e quatro centavos), apresenta-se na Tabela 1 dados descritivos do valor do faturamento mensal entre o período de 2014 á 2015:

Tabela 1: Dados descritivos do faturamento de 2014 e 2015

2014 FATURAMENTO 2014 FATURAMENTO 2015

Fatur. Mês Fatur. acumulado Fatur. Mês Fatur. acumulado

Janeiro R$ 90.390,30 R$90.390,30 R$ 225.149,85 R$1.226.849,55

Fevereiro R$ 83.654,72 R$ 174.045,02 R$ 185.369,95 R$1.361.609,10

Março R$ 64.781,20 R$238.826,22 R$ 193.482,42 R$ 1.463.324,33

Abril R$ 144.052,28 R$ 382.878,50 R$ 200.841,36 R$ 1.592.025,55

Maio R$ 187.144,69 R$ 570.023,19 R$ 223.204,52 R$ 1.648.814,63

Junho R$ 65.323,22 R$ 635.346,41 R$ 202.954,13 R$ 1.684.874,46

Julho R$ 9.680,28 R$ 675.026,69 R$279.800,73 R$ 1.822.505,37

Agosto R$ 42.777,78 R$ 717.804,47 R$ 210.319,90 R$2.062.625,82 Setembro R$ 37.080,28 R$ 754.884,75 R$ 260.621,41 R$ 2.230.167,94 Outubro R$ 28.495,90 R$ 783.380,65 R$196.783,40 R$ 2.453.709,07 Novembro R$ 107.903,10 R$ 891.283,75 R$ 167.240,40 R$ 2.621.996,57 Dezembro R$ 335.565,80 R$ 1.226.849,55 R$268.169,97 R$ 2.681.333,87

TOTAL R$ 1.226.849,55 - R$2.613.938,04 -

Fonte: Elaborada pelos autores.

Será considerada Folha de pagamento e Pró-Labore para o ano de 2015 os seguintes valores, conforme apresentado na Tabela 2:

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Tabela 2: Folha de pagamento de 2015

MÊS FOLHA DE PAGAMENTO 2015

SALÁRIOS PRÓ-LABORE

Janeiro R$ 12.531,96 R$ 678,00

Fevereiro R$ 11.853,96 R$ 678,00

Março R$ 11.853,96 R$678,00

Abril R$ 13.997,28 R$ 678,00

Maio R$11.853,96 R$ 678,00

Junho R$ 12.250,76 R$678,00

Julho R$ 11.419,56 R$ 678,00

Agosto R$ 12.052,36 R$ 678,00

Setembro R$ 12.052,36 R$678,00

Outubro R$19.217,88 R$ 678,00

Novembro R$ 35.292,00 R$ 678,00

Dezembro R$ 40.622,00 R$678,00

TOTAL R$ 204.998,04 R$ 8.136,00

Cálculos pelo Simples Nacional em 2015

Será utilizado como parâmetro para cálculo do Simples Nacional o anexo VI da LC nº. 123/2006, incluído pela LC nº.147/2014, com vigência a partir de 1ode janeiro de 2015, conforme na Tabela 3.

Tabela 3: Novo anexo VI (vigência: 2015)

RECEITA BRUTA EM 12 MESES (EM R$) ALÍQUOTA IRPJ, PIS/Pasep, CSLL,

Cofins e CPP ISS

Até 180.000,00 16,93% 14,93% 2,00%

De 180.000,01 a 360.000,00 17,72% 14,93% 2,79%

De 360.000,01 a 540.000,00 18,43% 14,93% 3,50%

De 540.000,01 a 720.000,00 18,77% 14,93% 3,84%

De 720.000,01 a 900.000,00 19,04% 15,17% 3,87%

De 900.000,01 a 1.080.000,00 19,94% 15,71% 4,23%

De 1.080.000,01 a 1.260.000,00 20,34% 16,08% 4,26%

De 1.260.000,01 a 1.440.000,00 20,66% 16,35% 4,31%

De 1.440.000,01 a 1.620.000,00 21,17% 16,56% 4,61%

De 1.620.000,01 a 1.800.000,00 21,38% 16,73% 4,65%

De 1.800.000,01 a 1.980.000,00 21,86% 16,86% 5,00%

De 1.980.000,01 a 2.160.000,00 21,97% 16,97% 5,00%

De 2.160.000,01 a 2.340.000,00 22,06% 17,06% 5,00%

De 2.340.000,01 a 2.520.000,00 22,14% 17,14% 5,00%

De 2.520.000,01 a 2.700.000,00 22,21% 17,21% 5,00%

De 2.700.000,01 a 2.880.000,00 22,21% 17,21% 5,00%

De 2.880.000,01 a 3.060.000,00 22,32% 17,32% 5,00%

De 3.060.000,01 a 3.240.000,00 22,37% 17,37% 5,00%

De 3.240.000,01 a 3.420.000,00 22,41% 17,41% 5,00%

De 3.420.000,01 a 3.600.000,00 22,45% 17,45% 5,00%

Fonte: Http://www.planalto.gov.br/ccivil-03/leis/lcp/LCP147.htm Nota: tabela elaborada pelos autores.

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estudos, Goiânia, v. 42, n. 2, p. 143-159, abr./jun. 2015.

153 A seguir é exposto pela tabela 4, o demonstrativo do Cálculo do Simples Nacional para ano de 2015 para empresa de Engenharia.

Tabela 4: Cálculo do simples nacional para 2015 – empresa de engenharia

MÊS RECEITA BRUTA

ALÍQUOTA RECEITA BRUTA SIMPLES NACIONAL

ACUM. 12 MESES DO MÊS À RECOLHER

Janeiro R$ 1.226.849,55 20,34% R$ 225.149,85 45.795,48 Fevereiro R$ 1.361.609,10 20,66% R$ 185.369,95 38.297,43 Março R$ 1.463.324,33 21,17% R$ 193.482,42 40.960,23 Abril R$ 1.592.025,55 21,17% R$ 200.841,36 42.518,12 Maio R$ 1.648.814,63 21,38% R$ 223.204,52 47.721,13 Junho R$ 1.684.874,46 21,38% R$ 202.954,13 43.391,59 Julho R$ 1.822.505,37 21,86% R$ 279.800,73 61.164,44 Agosto R$ 2.062.625,82 21,97% R$ 210.319,90 46.207,28 Setembro R$ 2.230.167,94 22,06% R$ 260.621,41 57.493,08 Outubro R$ 2.453.709,07 22,14% R$ 196.783,40 43.567,84 Novembro R$ 2.621.996,57 22,21% R$ 167.240,40 37.144,09 Dezembro R$ 2.681.333,87 22,21% R$ 268.169,97 59.560,55

TOTAL - - R$ 2.613.938,04 R$ 563.821,27

Fonte: Elaborada pelos autores.

Na Tabela 4, as alíquotas para o calculo dos tributos foram encontradas através dos valores das somas dos últimos doze meses de faturamento mensais.

A carga tributária da empresa em destaque pelo Regime Tributário do Simples Nacional sobre o Faturamento Projetado para 2015 levando em consideração os valores acumulados de 2014 foi de R$ 563.821,27 (quinhentos e sessenta e três, oitocentos e vinte e um reias, e vinte e sete centavos) durante os meses de Janeiro a Dezembro de 2015, e representa toda a tributação Federal, Municipal dessa entidade.

Cálculos pelo Lucro Presumido em 2015

Como o próprio nome já diz, o Lucro Presumido trata-se de uma presunção de lucro, essa presunção servira de base de calculo para o IRPJ e para a CSLL, independentemente de a empresa ter apurado lucro ou prejuízo no trimestre de apuração.

É importante salientar que a base de calculo presumida servirá somente para de- terminação dos valores a pagar de IR e CSLL, sendo os demais tributos calculados diretamente pela receita bruta. Para fins de comparação entre o Lucro Presumido e o Simples Nacional, foram levantados na empresa em questão nas circunstancias projeta- das para 2015 conforme a Tabela 5 os valores apurados referentes aos tributos Federais e Municipais durante o exercício.

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estudos, Goiânia, v. 42, n. 2, p. 143-159, abr./jun. 2015.

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MÊS FATURAMENTO PIS COFINS CSLL IRPJ AIR ISSQN TOTAL

MENSAL JAN R$ 225.149,85 R$ 1.463,47 R$ 6.754,50

R$17.395,26 R$28.992,11 R$13.328,07

R$11.257,49 R$19.475,46

FEV R$ 185.369,95 R$ 1.204,90 R$ 5.561,10 R$9.268,50 R$16.034,50

MAR R$ 193.482,42 R$ 1.257,64 R$ 5.804,47 R$9.674,12 R$76.451,67

ABR R$ 200.841,36 R$ 1.305,47 R$ 6.025,24

R$18.057,60 R$30.096,00 R$14.064,00

R$10.042,07 R$17.372,78

MAI R$ 223.204,52 R$ 1.450,83 R$ 6.696,14 R$11.160,23 R$19.307,19

JUN R$ 202.954,13 R$ 1.319,20 R$ 6.088,62 R$10.147,71 R$79.773,13

JUL R$ 279.800,73 R$ 1.818,70 R$ 8.394,02

R$21.621,37 R$36.035,62 R$18.023,75

R$13.990,04 R$24.202,76

AGO R$ 210.319,90 R$ 1.367,08 R$ 6.309,60 R$10.516,00 R$18.192,67

SET R$ 260.621,41 R$ 1.694,04 R$ 7.818,64 R$13.031,07 R$98.224,49

OUT R$ 196.783,40 R$ 1.279,09 R$ 5.903,50

R$18.207,18 R$30.345,30 R$14.230,20

R$9.839,17 R$17.021,76

NOV R$ 167.240,40 R$ 1.087,06 R$ 5.017,21 R$8.362,02 R$14.466,29

DEZ R$ 268.169,97 R$ 1.743,10 R$ 8.045,10 R$13.408,50 R$85.979,38

Total R$2.613.938,04 R$16.990,60 R$78.418,14 R$75.281,42 R$125.469,03 R$59.646,02 R$130.696,90 R$486.502,10

Tabela 5: Cálculo dos tributos sobre a receita e lucro presumido para 2015

Nota: tabela elaborada pelos autores.

O IRPJ e a CSLL foram calculados neste caso trimestralmente, aplicando sobre o faturamento trimestral para definição da base de cálculo competente a empresa de engenharia em questão, um percentual de 32%, e aplicação da alíquota de 15% de IRPJ e 9% de CSLL. O valor referente ao AIR é resultado da aplicação da alíquota de 32%

sobre o faturamento trimestral e sobre esse valor é subtraído R$ 60.000,00, sobre o valor resultante é aplicado para definição do adicional de imposto de renda a alíquota de 10%.

Os tributos Federais PIS e COFINS foram calculados conforme dispõe a legislação para os estabelecimentos prestadores de serviços de engenharia tributados pelo regime do Lucro Presumido, os percentuais de 0,65% (zero vírgula sessenta e cinco por cento) e 3% (três por cento) respectivamente, percentuais estes aplicados diretamente sobre o faturamento bruto mensal, que corresponde a totalidade das receitas auferidas.

Tabela 6: Cálculo do ISS para 2015 – empresa de engenharia

Mês Receita Bruta Base de Calculo Alíquota ISS Total

Janeiro R$ 225.149,85 R$ 225.149,85 5% R$ 11.257,49

Fevereiro R$ 185.369,95 R$ 185.369,95 5% R$ 9.268,50

Março R$ 193.482,42 R$ 193.482,42 5% R$ 9.674,12

Abril R$ 200.841,36 R$ 200.841,36 5% R$ 10.042,07

Maio R$ 223.204,52 R$ 223.204,52 5% R$ 11.160,23

Junho R$ 202.954,13 R$ 202.954,13 5% R$ 10.147,71

Julho R$ 279.800,73 R$ 279.800,73 5% R$ 13.990,04

Agosto R$ 210.319,90 R$ 210.319,90 5% R$ 10.516,00

Setembro R$ 260.621,41 R$ 260.621,41 5% R$ 13.031,07

Outubro R$ 196.783,40 R$ 196.783,40 5% R$ 9.839,17

Novembro R$ 167.240,40 R$ 167.240,40 5% R$ 8.362,02

Dezembro R$ 268.169,97 R$ 268.169,97 5% R$ 13.408,50

TOTAL R$ 2.613.938,04 R$ 2.613.938,04 - R$130.696,90

Nota: tabela elaborada pelos autores.

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estudos, Goiânia, v. 42, n. 2, p. 143-159, abr./jun. 2015.

155 O imposto municipal ISS, foi calculado conforme a tabela n.º6, segundo alíquota fornecida pelo município de Goiânia/GO, em conformidade com a Lei nº. 5.040 de 20/09/1975 e suas alterações, que define a alíquota de 5,0% (três por cento) para serviços de engenharia, aplicada diretamente sobre a receita bruta.

Tabela 7: Cálculo da folha lucro presumido para 2015 - empresa de engenharia

Mês Sal, Fériase 1/3 Pró-Labore INSS Empresa FGTS Total de Encargos Janeiro R$12.531,96 R$678,00 R$3.744,80 R$1.002,56 R$ 4.747,36 Fevereiro R$11.853,96 R$678,00 R$3.549,54 R$ 948,32 R$ 4.497,86 Março R$11.853,96 R$678,00 R$3.549,54 R$948,32 R$ 4.497,86 Abril R$13.997,28 R$678,00 R$4.166,82 R$1.119,78 R$ 5.286,60 Maio R$11.853,96 R$678,00 R$3.549,54 R$948,32 R$ 4.497,86 Junho R$12.250,76 R$678,00 R$3.663,82 R$980,06 R$ 4.643,88 Julho R$11.419,56 R$678,00 R$3.424,43 R$913,56 R$ 4.338,00 Agosto R$12.052,36 R$678,00 R$3.606,68 R$964,19 R$ 4.570,87 Setembro R$12.052,36 R$678,00 R$3.606,68 R$964,19 R$4.570,87 Outubro R$19.217,88 R$678,00 R$5.670,35 R$1.537,43 R$ 7.207,78 Novembro R$35.292,00 R$678,00 R$10.299,70 R$2.823,36 R$13.123,06 Dezembro R$40.622,00 R$678,00 R$11.834,74 R$3.249,76 R$5.084,50 13° Sal. R$17.629,00 - R$5.077,15 R$1.410,32 R$6.487,47 Total R$ 222.627,04 R$8.136,00 R$65.743,79 R$17.810,16 R$ 83.553,95 Nota: tabela elaborada pelos autores.

Na Tabela 7, são demonstrados os valores da folha de pagamento, mais odécimo terceiro salário e as férias proporcionais dos meses de janeiro a dezembro de 2015.

Os valores de INSS foram calculados no percentual de 28,8% (vinte e oito vírgula oito por cento), correspondente ao percentual da empresa de 20% (vinte por cento), mais 3% (três por cento) de Grau de Incidência de Incapacidade Laborativa decorrente dos Riscos Ambientais do Trabalho-GILRAT, mais Contribuições de Terceiros de 5,8%

(cinco vírgula oito por cento), sobre o montante de salários acrescentados ao décimo terceiro proporcional de cada mês. Os valores de FGTS demonstrados correspondem ao percentual de 8% (oito por cento).

Através da opção pelo Lucro Presumido, a empresa de engenharia deverá de- sembolsar, a título de tributos, o montante de R$ 682.942,79 (seiscentos e oitenta e dois mil, novecentos e quarenta e dois reais e setenta e nove centavos), conforme demonstrado na Tabela 8, que leva em consideração valores Totais expressos nas tabelas 5, 6, 7. É relevante lembrar, que esse total representa toda a carga tributária Federal e Estadual dessa entidade.

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estudos, Goiânia, v. 42, n. 2, p. 143-159, abr./jun. 2015.

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Tabela 8: Total de tributos pelo lucro presumido para 2015 -empresa de engenharia

MÊS Total de Tributos s/ a

Total de ISS Total de Encargos Total de Tributos pelo Receita e s/ o Lucro S/ a Folha (- FGTS) Lucro Presumido

Janeiro R$ 19.475,46 R$ 11.257,49 R$ 3.744,80 R$ 34.477,75

Fevereiro R$ 16.034,50 R$ 9.268,50 R$ 3.549,54 R$ 28.852,54

Março R$ 76.451,67 R$ 9.674,12 R$ 3.549,54 R$ 89.675,33

Abril R$ 17.372,78 R$ 10.042,07 R$ 4.166,82 R$ 31.581,67

Maio R$ 19.307,19 R$ 11.160,23 R$ 3.549,54 R$ 34.016,96

Junho R$ 79.773,13 R$ 10.147,71 R$ 3.663,82 R$ 93.584,66

Julho R$ 24.202,76 R$ 13.990,04 R$ 3.424,43 R$ 41.617,23

Agosto R$ 18.192,67 R$ 10.516,00 R$ 3.606,68 R$ 32.315,35

Setembro R$ 98.224,49 R$ 13.031,07 R$ 3.606,68 R$ 114.862,24

Outubro R$ 17.021,76 R$ 9.839,17 R$ 5.670,35 R$ 32.531,28

Novembro R$ 14.466,29 R$ 8.362,02 R$ 10.299,70 R$ 33.128,01 Dezembro R$ 85.979,38 R$ 13.408,50 R$ 16.911,89 R$ 116.299,77

TOTAL R$ 486.502,10 R$130.696,90 R$ 65.743,79 R$ 682.942,79

Fonte: Elaborada pelos autores.

Tabela 9: comparativa das tributações para 2015 simples nacional x lucro presumido

ATIVIDADE SIMPLES NACIONAL LUCRO PRESUMIDO

DIFERENÇA A MENOR

ECONOMIA SIMPLES NACIONAL

ENGENHARIA R$ 563.821,27 R$ 682.942,79 R$ 119.121,52 17%

Nota: tabela elaborada pelos autores.

A Tabela 9 em conjunto com a Figura 1, confirma que para a empresa em estudo, a opção pelo Simples Nacional é a mais econômica para o ano de 2015. O valor da economia que esta empresa vai obter optando por esta modalidade de tributação esta na quantia de R$ 119.121,52 (cento e dezenove mil, cento e vinte e um reais e cinquenta e dois centavos) ou seja, 17% (dezessete por cento) ante o Lucro Presumido.

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estudos, Goiânia, v. 42, n. 2, p. 143-159, abr./jun. 2015.

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Figura 1: Comparação das tributações para 2015 Nota: tabela elaborada pelos autores.

Cabe salientar que o presente estudo é válido, permanecendo inalterados os dados da empresa e as Leis Tributárias Brasileiras, pois na hipótese de modificação no perfil da empresa e alterações nas Leis, este estudo pode perder a validade.

CONCLUSÃO E SUGESTÃO FUTURA

O Planejamento Tributário é uma importante ferramenta para a sobrevivência das organizações no mundo dos negócios, considerando este contexto, este trabalho teve por objetivo analisar e demonstrar a aplicabilidade da Lei do Simples Nacional com ênfase nas alterações promovidas pela Lei Complementar n° 147/2014 e do Lucro Presumido, com intuito de identificar a forma de tributação mais econômica, dentro das determi- nações legais, para as MPEs - Micro e Pequenas Empresas do ramo de serviços, que exerçam a atividade de Engenharia. Para atingir este objetivo realizou-se um estudo de caso com o fim verificar qual a opção mais econômica em termos tributários entre o Simples Nacional ou o Lucro Presumido.

Primeiramente, foi realizada uma revisão de literária para uma melhor compreensão dos conceitos relacionados ao tema, questão apresentados na parte da fundamentação teórica, evidenciando principalmente a legislação pertinente, no que tange a maneira como são realizados seus cálculos e os tipos de Regimes de Tributação existente no Brasil. Nessa etapa, inicialmente abordou-se o Lucro Presumido onde foram apresen- tados os impostos envolvidos nesse tipo de tributação e suas características, em seguida foi abordado o Simples Nacional, com as formas de efetuar seus cálculos e enfatizando algumas diferenças deste com o Lucro Presumido. Foram analisados os tributos inci- dentes sobre o faturamento das empresas, e sobre a folha de pagamento, de modo que, entre estas formas de tributação, existem diferenças no valor devido para a Seguridade Social (INSS)correspondente à parte da empresa sobre a folha mensal.

(16)

Com a realização deste estudo, com cálculos sobre os valores projetados, chegou-se a conclusão final de que a opção menos onerosa em termos tributários para as empre- sas em estudo é o Simples Nacional, representando uma economia em 2015 de 17%

(dezessete por cento), que em valores monetários corresponde a R$ 119.121,52 (cento e dezenove mil e cento e vinte e um reias e cinquenta e dois centavos).

Por fim, como resultado final, pode-se responder ao problema inicial desta pesqui- sa: para as empresas prestadoras de serviços de Engenharia, o modelo de tributação Simples Nacional é o que apresenta maior vantagem para o ano de 2015.

Sem a intenção de esgotar o assunto, sugerem-se estudos mais aprofundados das Leis Complementares nº. 123/2006 e nº. 147/2014 em outros ramos de prestação de serviços, a fim de que estes possam contribuir para o fortalecimento e diminuição da mortalidade das MPEs-Micro e Pequenas Empresas em nosso país.

NATIONAL SINGLE: AMENDMENT BY COMPLEMENTARY LAW 147 / 2014_ESTUDO NATIONAL COMPARATIVE X SIMPLE PRESUMED INCOME

Abstract: the study aimed to analyze and demonstrate the applicability of the law of the National Simple, with emphasis on the changes introduced by Complementary Law no. 147/2014 and presumed income , aiming to identify the most economical form of taxation within the legal requirements for MSEs - Micro and Small Business Servi- ces Branch , exercising activity as engineering services.

Keywords: Tax burden. Simple national. Cost-cutting. Estimated profit.

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_____. Resolução CGSN nº. 115, de 04 de setembro de 2014, Altera a Resolução CGSN nº. 3, de 28 de maio de 2007. Disponível em: http://www.receita.fazenda.gov.

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* Recebido em: 02.02.2015. Aprovado em: 17.02.2015.

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GUSTAVO CORREA REGO

Graduando de Ciências Contábeis na Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás). E-mail: gustavo_fiscal@dominicont.com

RICARDO MORAIS NUNES

Graduando de Ciências Contábeis na PUC Goiás. E-mail: morais.ricardo1@gmail.com CRISTINA BARBOSA SANTOS

Mestre em Contabilidade e Fiscalidade e Finanças Empresariais. Professora no Curso de Ciências Contábeis da PUC Goiás. E-mail: docentecrissantos@gmail.com

Referências

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