Mecânica dos Solos
Natureza e Estado dos Solos
Prof. Fernando A. M. Marinho
2016
• O solo consiste de grãos (minerais e fragmentos de rochas) com ar e água nos vazios entre os grãos
• A quantidade de ar e água contida no solo varia de acordo com as condições locais. O solo pode estar completamente seco, totalmente saturado de água ou entre estes dois extremos
• Sob o ponto de vista da engenharia o solo não é um material sólido como o aço ou concreto, ele é um meio particulado.
• É de grande importância compreender o significado dos tamanhos das partículas, sua forma e composição.
• Outro aspecto importante é a sua estrutura.
Características básicas dos solos
Descrição dos Solos
• A descrição dos engenheiros geotécnicos engloba o estado do solo e sua susceptibilidade para mudanças futuras.
• Estas mudanças podem ser devidas a: carregamento, drenagem, estruturas, e modificação da superfície do terreno
• Os engenheiros geotécnicos estão interessados nas seguintes propriedades dos solos:
• Resistência
• Rigidez
• Permeabilidade
• Isto depende em primeiro lugar :
• Dos grãos do solo (mineralogia, tamanho e forma),
• do Estado de tensão,
• do teor de umidade e grau de saturação,
• do peso específico
Comportamento dos Solos Natureza dos
Solos Estado dos Solos
Resistência Rigidez
Permeabilidade Mineralogia
Distribuição granulométrica
Estado de tensão,
Teor de umidade e grau de saturação
Densidade
Natureza dos Solos
Os minerais são sólido inorgânicos que ocorrem
naturalmente na natureza e possuem uma composição química definida e os átomos no mineral são arranjados de uma forma sistemática.
O que são minerais
O solo pode ser definido como sendo uma composição de materiais orgânicos e inorgânicos (predominantemente inorgânicos do ponto de vista geotécnico). Os materiais inorgânicos são os minerais
O que são solos
Quartzo é o mineral não argiloso mais encontrado nos solos.
Os minerais argílicos são silicatos.
A unidade estrutural deles consiste de
tetraedros de sílica e octaedros de alumina
https://www.kullabs.com/class-engineering/
Estas unidade básicas se combinam para formar as estruturas das caolinitas, ilitas e montmorilonitas.
(a) Caulinita, (b) ilita e (c) montmorilonita, (Craig, 1990)
• Cargas elétricas não balanceadas
• Cátions e água satisfazem este desbalanceamento elétrico criando ligações e unindo as camadas estruturas.
• Os minerais argílicos são formados por uma combinação de camadas
estruturais básicas com diferentes ligações entre elas.
Adsorção na superfície da partícula de argila (modified after Cernica, 1995)
A estrutura da argila e sua carga negative cria um material com
grande atividade em relação a água e este fenômeno é responsável
por muitas propriedades da argila.
Todos os solos se originam, direta ou indiretamente de rochas:
•Rochas ígneas : Esfriamento do magma – (granitos, basaltos..etc.)
•Rochas sedimentares: Camadas de sedimentos adensados e cimentados (arenitos, calcáreos, folhelhos, etc.)
•Rochas metamórficas – Alteração de rochas existentes devido ao calor de intrusões ígneas (mármores, quartzitos) ou devido a
pressão do movimento da crosta terrestre (gnaisse, ardósia)
Origens dos Solos - ROCHAS
Origens dos Solos (Formação e Mineralogia)
• Os solos são os resultados de eventos geológicos.
• A natureza e estrutura do solo depende muito do processo geológico que o formou.
• Estes processos são:
• Destruição da rocha mãe (intemperismo, decomposição, erosão)
• Transporte para o local de deposição (gravidade, fluxo de água, vento)
• Condições ambientais no local da deposição (inundação em planície, bancos em rios, em lagos, no mar)
• Condições de carregamento e drenagem após a deposição (sem
sobrecarga, grande sobrecarga, mudanças de água, lixiviação,
contaminação).
Origens dos Solos - INTEMPERISMO
A Intemperização das rochas podem ser dos seguintes tipos:
• Física ou mecânica ( ação da água, temperatura, vento)
•O produto é uma material grosso (silte, areias e pedregulhos)
• Químico (ambiente quente e úmido. Degradação por alteração/ou decomposição).
•O produto é geralmente solos finos.
•O tipo de mineral depende da rocha mãe e da drenagem local.
•O quartzo não é afetado pelo intemperismo químico.
•As argilas são formadas principalmente dos feldspatos.
http://www2.pvc.maricopa.edu/~douglass/v_trips/wxing/introduction_files/rocktypes.html
Baseado em
http://www.seafriends.org.nz/enviro/soil/geosoil.htm
Vento Chuva Granizo Gelo
Calor Frio
Rocha mãe
Intemperização Mecânica
Desagregação da rocha mãe
Minerais, nutrientes (ions em solução)
Óxidos de ferro e alumina)
Silica
Silte
Areia (quartzo) Argila 3 camadas (esmectita)
Argila 2 camadas
(Caolinita) Intemperização
espontânea
Intemperização Química
(água)
Intemperização
Solos Residuais
Solos Transportados
Modificado de
http://geologycafe.com/erosion/weathering.html Trincas verticais
Intemperização esferoidal:
efeito do intemperismo mecânico e químico
Solo e colúvio
Aluvião
Talus
Trincas horizontais podem se formar a partir de expansões devidas ao alívio de tensões
Ciclos de congelamento e descongelamento e atividades orgânicas expandem as trincas Intemperização
esferoidal
A infiltração de água nas fraturas causam
intemperização química a partir da superfície.
Leito rochoso não intemperizado relativamente homogêneo
Aspectos do Intemperismo
Intemperização química associada a rocha fraturada
Intemperização esférica de granito
Santa Cruz Mountains
Joshua Tree National Park
Barril Prato Moeda
Areia Silte Argila
Tamanho das Partículas, Forma e Distribuição
http://www.ctahr.hawaii.edu/mauisoil/a_comp01.aspx
Tamanho das Partículas
• Areias – As partículas são visíveis a olho nu
• Siltes – Quando secam ficam viram pó e são facilmente removidos das mãos e dos sapatos.
• Argilas – Quando úmidas são pegajosas e difíceis de serem removidas das mãos e dos sapatos.
Argila Silte Areia
0.002mm 0.06mm 2mm 60mm 200mm
0.006 0.002 6 20 6 20
Cascalho Pedra
de mão Matacão
Tamanho das Partículas
Areias
Areias e Siltes
• Aredondados – água ou ar – sedimento transportado
• Angular – Faces planas e quinas vivas – solos residuais
• Areias e partículas de grandes diâmetros são arredondadas, mas possuem diferentes características na forma e na rugosidade da superfície
• Isto depende da forma de transporte
• Possuem uma baixa superfície específica
http://www.sand-atlas.com/en/shape-of-sand-grains/
Brasil – Bahia – Salvador, Jardim de Alá USA – California – Palm Springs Mexico – Baja California Sur – Cabo – Cabo San Lucas
Africa do Sul – Western Cape – Cape Peninsula, Hout Bay Kenia – Coast – Beach at Pate island Australia – Victoria – Great Ocean Road, 12 Apostels
Areias no Mundo
Argilas
• As argilas possuem uma forma de placas onde sua espessura é muitas vezes menor que seu comprimento e largura.
• Muitas vezes isto chega a 1/100 de seu comprimento.
• Possuem um elevado valor de superfície específica.
• Suas superfícies possuem uma pequena carga elétrica negativa que atrai a carga positiva da moléculas de água.
• A carga depende do tipo de mineral e pode ser afetado pela característica da água.
• Esta característica causa forças entre as partículas que são proporcionais a superfície específica.
• Muita água pode ser absorvida pela argila.
𝑐𝑚 2 𝑔
𝑐𝑚2 𝑔
Hopmans (2002)
Superfície específica.
Gibbsite
Kaolinite Kaolinite Smectite
Smectite, montmorillonite Vermiculite
Allophane Chlorite + illite
Argilas
http://www.minersoc.org/gallery.php?id=2&cform_is_valid=1&cf_pager_page=1
Caulin Bentonita
Solo Laterítico Solo Residual
São três os principais tipos de minerais argila:
• As Caolinitas : Formada pela decomposição de feldspato ortoclase (i.e. granito)
• Ilitas : São os mais comuns. São formados pela decomposição de algumas micas e feldspatos
• Montmorilonita : São do grupo das Esmectitas. São formados pela alteração de rochas ígneas básicas contendo silicatos ricos em Ca e Mg. São potencialmente expansivos.
Tipos de minerais Argila
http://www.soil-net.com/dev/page.cfm?pageid=casestudies_diatoms&loginas=anon_casestudies
Material de um estuário
Arenito do Castelo de Nottingham
Grãos de quartzo ligados por uma pequena porção de argila 4 mm
Castelo de Nottingham
Solo Residual - compactado
20000 8000
2000 4000
Solo Residual de Gnaisse - compactado
500 1000
2000 4000
Solo Residual de Gnaisse - compactado
Solo Residual Solo Residual
Turfa – Solo orgânico
Little (1969)
New South Wales.
http://crcleme.org.au/Educ/rgg/4-mt_oberon/index.html
Análise Tátil Visual
Análise Tátil Visual
http://soil.gsfc.nasa.gov/pvg/consist.htm
Solo solto Solo friável
Solo firme
Solo extremamente firme
Análise Tátil Visual
http://soil.gsfc.nasa.gov/pvg/consist.htm
Amostragem para
Caracterização
ESTADO DO SOLO NATUREZA DO SOLO
Solo
Produto da intemperização das rochas
Residuais Transportados
Minerais
Tamanho das partículas Forma das partículas
Transporte Intemperização
Física Química
Análise do tamanho dos grãos
Peneiramento
Sedimentação
Curva Granulométrica Coeficiente de
forma Solos não plásticos Solos plásticos
Limites de consistência
LL LP LC
Índices
Índice de plasticidade
Índice de atividade
Índice de consistência
CARACTERIZAÇÃO DO SOLO
Caracterização dos solos
Preparação de Amostras para Caracterização
Limites Massa específica do grãos
PENEIRA 0.42mm Retido
Desprezar Ensaiar o Passante (aprox. 200g)
PENEIRA 2mm Retido
Peneiramento grosso
Peneiras 50, 38, 25, 19, 9.5, 4.8 e 2mm
Passante
Desprezar
PENEIRA 2.0mm Retido
Desprezar Ensaiar o Passante (aprox. 500g)
Retido
Peneiras 1.2, 0.6, 0.42, 0.25, 0.15 e 0.075mm Peneiramento fino
Secar ao ar o solo Destoroar Homogeneizar
Retido Despresar
PENEIRA 76mm
Passante
Granulometria Quantidade de solo a ser usada
Observação visual
diâmetro (mm) peso da amostra (kg)
< 5 1
5 a 25 4
> 25 8
Passante Sedimentação
120g (solo arenoso) 70g (solo siltoso e argiloso)
Sedimentação
Após sedimentação
Lavar o material na # 0.075mm
Classificação em relação ao tamanho dos grãos
Areia – 2,0 a 0,05 mm
Silte – 0,05 a 0,002 mm
Argila - < 0,002 mm
Determinação da Distribuição Granulométrica
Peneiramento
Determinação da Distribuição Granulométrica
Sedimentação
18
)
2
(
w s
g
v d
Lei de Stokes
(min) ) ) (
( t
cm K L
mm
D
) 1 (
30
G
sK
t
v
g L
Viscosidade da águaL
0.001 0.01 0.1 1 10
Diâmetro dos Grãos (mm)
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
P o rc e n ta g e m P a s s a d a
18-03 21-03 18-07 21-07
Areia Média Areia Fina
Silte
Argila A.grossa Pedregulho
20 40
200 100 10 4
270 nº P.
Argila de Santos
0.001 0.01 0.1 1 10 100
Diâmetro dos Grãos (mm)
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
P o rc e n tag em P a s s a d a
#200 #100 #50#40 #30 #16 #10 # 4
argila silte areia fina areia média a. grossa pedregulho
Areia Fina
0.001 0.01 0.1 1 10 100
Diâmetro dos Grãos (mm)
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
P orc en ta g e m P a s s ad a
#200 #100 #50#40 #30 #16 #10 # 4
Bentonita Activada
argila silte areia fina areia média a. grossa pedregulho
0.001 0.01 0.1 1 10 100
Diâmetro dos Grãos (mm)
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
P o rc e n ta g e m P a s s a d a
#200 #100 #50#40 #30 #16 #10 # 4
1 com hexa 1 sem hexa 2 com hexa 2 sem hexa 3 com hexa 3 sem hexa
argila silte areia fina areia média a. grossa pedregulho
0.001 0.01 0.1 1 10 100
Diâmetro dos Grãos (mm)
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
P o rc e n ta g e m P a s s a d a
#200 #100 #50#40 #30 #16 #10 # 4
PM - 4
Areia do dreno PM - 8
Aterro EST 47
argila silte areia fina areia média a. grossa pedregulho
Mitchell, 1976
Sistema Solo-Água
Limites de Consistência
(Limites de Atterberg)
Limites de Consistências
LL LP
LC
Teor de Umidade
IP
LL – limite de liquidez
LP – Limite de plasticidade
LC – Limite de contração
IP – Índice de Plasticidade
Limite de contração Limite de plasticidade Limite de liquidez V s
V a
Volume
Teor de Umidade
Sólido
Semi-sólido
Plástico
Líquido
w s w p w L
I p
Ensaio de Limite de Liquidez (Aparelho de Casagrande)
13mm
Limite de Liquidez
10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Número de golpes
3035 40 45 50 55 60 65
T eo r d e u m id a d e (% )
LL w l
W l = Limite de liquidez = LL
Limite de Liquidez
(cone)
Limite de Plasticidade
LP = média de três teores de umidades
Carta de Plasticidade
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Wl (%)
0 10 20 30 40 50 60 70 80
I p
(%) Linh a B
CH
MH ou OH
ML ou OL CL
CL-ML CL
ML C – Argila M – Silt
O – Solo orgânico
H – Alta plasticidade – wl> 50%
L – Baixa plasticidade – wl< 50%
Sedimentação
Aparelho de Casagrande (limite de
liquidez)
Limite de plasticidade Densidade dos
grãos
Peneiramento
#200
#10 .
#40 . . .
Análise granulométrica