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Estilo de vida de escolares adolescentes

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Academic year: 2021

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RESUMO

Objetivo: Verifi car o estilo de vida de adolescentes em uma escola pública de Porto Velho-RO. Métodos: O estudo caracteriza-se como um estudo descritivo. A população foi de adolescentes de ambos os sexos do ensino médio da escola estadual Rio Branco, totalizando-se 318 alunos, com idade de 14 a 19 anos. Utilizou-se a técnica de amostragem por conveniência, com intervalo de confi ança de 95% e erro amostral de 5%, totalizando 177 alunos, número que, depois de perdas e recusas (67) fi nalizou com 110 adolescentes. Foram aplicados os seguintes questionários: Perfi l de estilo de vida, IPAQ versão curta e ABEP. As variáveis utilizadas neste estudo foram sexo, idade, turno de estudo, classe social e nível de atividade física. Para a análise estatística dos dados foi utilizado o programa SPSS versão 17.0. Foi utilizado o teste Qui- quadrado, e para a análise descritiva retrospectiva da taxa de incidência através do Odds Ratio (OR) (razão de chances).

Adotou-se um valor p de 5%. Resultados: Entre o componente nutrição e atividade física ocorreu signifi cância (p=0,02).

No componente atividade física ocorreu associação signifi cativa com as variáveis: sexo, classe social. O sexo masculino apresenta melhor comportamento satisfatório em todos os componentes do estilo de vida. Conclusão: O componente nutrição apresentou associação com o comportamento satisfatório nos adolescentes ativos; no componente atividade física o sexo masculino mostrou associação com a classe social alta e média e os ativos. Nos demais componentes do estilo de vida não foram observadas associações.

PALAVRAS-CHAVE

Adolescente, estilo de vida, estudantes.

ABSTRACT

Objective: To explore the lifestyles of adolescent pupils at a government school in Porto Velho, Roraima State. Methods:

This descriptive study addresses a population of 318 teenage boys and girls between 14 and 19 years old attending a State-run high school in Rio Branco. Using the convenience sampling technique with a 95% confi dence interval and a 5% sampling error, the original total of 177 pupils fell by 67 through losses and refusals, resulting in a fi nal sample of 110 adolescents. The following questionnaires were administered: Lifestyle Profi le, IPAQ short version and ABEP. The variables used were: gender, age, classroom shift, social class and level of physical activity. The statistical analysis was run through the SPSS version 17.0, using the chi-square test, with retrospective descriptive analysis of the incidence rate using the Odds Ratio (OR), with a p-value of 5%. Results: The nutrition and physical activity components were signifi cant (p = 0.02), with the physical activity component associated signifi cantly with the gender and social class variables. Boys performed better overall for every lifestyle component. Conclusion: The nutrition component was associated with satisfactory performance

Estilo de vida de escolares adolescentes

Stylo life of adolescent students

Edson dos Santos Farias1 Luciano Gutierrez de Souza2 Josivana Pontes dos Santos3

Edson Dos Santos Farias (esfarias@bol.com.br) - Av. Rio Madeira, 1973, ap. 202 B, Nova Porto Velho. Porto Velho, RO, Brasil.

CEP: 76820-161.

Recebido em 25/01/2015 – Aprovado em 31/03/2015

1Pós-doutor pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). São Paulo, SP, Brasil. Doutorado em Saúde da Criança e Adolescente pela Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas (FCM/UNICAMP). Campinas, SP, Brasil. Professor Adjunto IV da Universidade Federal de Rondônia (UNIR). Rolim de Moura, RO, Brasil.

2Graduado em Educação Física pela Universidade Federal de Rondônia (UNIR). Rolim de Moura, RO, Brasil.

3Graduada em Educação Física pela Universidade Federal de Rondônia (UNIR). Técnica em Enfermagem pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial, SENAC, Brasil. Experiência no Programa de Educação pelo Trabalho para Saúde-PET Saúde/UNIR. Rolim de Moura, RO, Brasil.

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ca, caça etc.; características que foram perdidas ao longo dos tempos. Na sociedade atual exis- tem diversos inventos tecnológicos que facilitam a vida do homem e fazem que ele passe mais tempo com um comportamento sedentário4.

Este comportamento é um fato preocu- pante ainda mais quando verifi camos os dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), de 2008: no mundo 31% dos adultos maiores de 15 anos eram insufi cientemente ativos. O resul- tado disto foi o aumento do peso corporal de toda a população - cerca de 500 milhões de pes- soas são consideradas obesas5.

O estilo de vida é de suma importância para a melhoria ou manutenção da qualidade de vida, e esta é entendida, de maneira geral, como sendo resultante de um conjunto de parâmetros individuais e socioambientais, modifi cáveis ou não, que caracterizam as condições em que vive o ser humano4.

A adolescência é um período crítico para a fi xação de valores, atitudes e comportamentos que possivelmente estarão presentes na vida adulta. Assim, a melhor compreensão desta fase da vida passa a ser de grande importância para o planejamento de estratégias que pos- sibilitem a adoção de hábitos saudáveis entre jovens adolescentes6.

Delciampo e Delciampo7 ressaltam que na fase inicial da adolescência, por não ter estabele- cido adequadamente sua imagem corporal, o/a adolescente pode apresentar difi culdades em considerar prioritário os cuidados com a saúde física, limitando muitas vezes uma orientação alimentar e atividade física ainda que os sinais sejam evidentes para os adultos.

Os alunos do ensino médio tendem a dimi- nuir a participação nas aulas de educação física, no entanto isto não é motivo para os professores

INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas o comportamento do indivíduo em seu dia a dia tem sido a principal causa de surgimento de inúmeros agravos à saúde como o surgimento de Doenças Crônicas não transmissíveis (DCNT), como o diabetes, a hipertensão, cardiopatias, depressão, obesidade dentre outros. Conforme amplamente relatado na literatura no século passado, a causa prin- cipal de mortes eram as condições ambientais em que o indivíduo vivia, porém hoje a principal causa de mortes no mundo é o estilo de vida negativo que o indivíduo leva1.

Para Vilarta e Gonçalves2, por estilo de vida entende-se hábitos ou comportamentos autode- terminados ou adquiridos por infl uência social/

cultural. Hoje estima-se que dois terços das mor- tes provocadas por doenças que poderiam ser evitadas são decorrentes do tabagismo, alimen- tação inadequada e inatividade física.

De acordo com Ministério da Saúde3 o se- dentarismo e uma alimentação inadequada são fatores primários de risco para o surgimento de doenças crônicas não transmissíveis, tais como a hipertensão arterial, diabetes tipo 2, cardio- patias e alguns tipos de câncer. Hábitos como a ingestão exagerada de alimentos gordurosos e com excesso de sal, uso de cigarros, exagero no consumo de bebidas alcoólicas, inatividade física, têm sido adotados por grande parte da população, resultando em um estilo de vida ne- gativo maléfi co para a saúde da população.

Dos comportamentos nocivos ao ser huma- no, o que mais chama a atenção é o sedentaris- mo, pois nosso organismo foi construído para ser ativo e nossos ancestrais se mantinham ati- vos por necessidade de sobrevivência como fuga de inimigos e feras, prática da agricultura, pes-

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among active youngsters; the physical activity component was associated with active high and middle class boys. No associations were noted for the other lifestyle components.

KEY WORDS

Adolescent, life style, students.

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desistirem de estimular a adoção de um estilo de vida ativo. Esta fase é marcada por muitas descobertas, incertezas e inseguranças e, de maneira geral, adolescentes sofrem infl uências na construção de sua personalidade, o que po- derá determinar o seu modo de viver, portanto, receber o maior número de informações sobre a importância da adoção de um estilo de vida saudável nessa fase pode ser decisivo para sua adesão a praticas saudáveis.

Neste sentido, o profi ssional de educação física tem a responsabilidade de contribuir para este processo de conscientização da prática re- gular da educação física na escola, com o ob- jetivo do desenvolvimento do ser humano bio- logicamente, socialmente e psicologicamente, através dos pontos de vista funcional, morfoló- gico e comportamental do aluno. Diante do ex- posto, este trabalho teve como objetivo verifi car o estilo de vida de adolescentes em uma escola pública de Porto Velho, RO.

MÉTODOS

O presente trabalho caracteriza-se como um estudo descritivo transversal. A população deste estudo foram 318 alunos adolescentes, com idade de 14 a 19 anos, matriculados do 1°

ao 3° ano do ensino médio da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Rio Branco, da cidade de Porto Velho, RO.

No processo de amostragem probabilís- tica utilizou-se a técnica de amostragem por conveniência, com intervalo de confi ança de 95% e erro amostral de 5%, totalizando 177 alunos, dos quais, tendo em vista as perdas e recusas (67), apenas 110 adolescentes partici- param do estudo8.

Para este estudo foi enviado um ofício à di- reção da escola solicitando autorização para a realização da pesquisa, que foi concedida tendo a direção auxiliado na estratégia de aplicação dos questionários; posteriormente, os modelos de questionários e os objetivos da pesquisa fo- ram enviados à supervisão da escola, que for-

neceu o quantitativo de alunos matriculados no ensino médio desta instituição. A aplicação dos questionários foi realizada durante as aulas de educação física da escola, com o auxílio do pro- fessor regente da disciplina.

Foi utilizado o perfi l do estilo de vida in- dividual-adolescente preconizado por Nahas4. O questionário Perfi l do Estilo de Vida - Adoles- cente avalia os componentes do estilo de vida:

nutrição, atividade física, estresse, comporta- mento preventivo e os relacionamentos; cada componente possui 3 questões, e tem como opção as afi rmativas: nunca, às vezes, quase sempre e sempre, correspondentes a valores de 0, 1, 2 e 3, respectivamente; no protocolo de análise é estipulado que as alternativas nunca e às vezes (valor 0 e 1), sejam consideradas como comportamento insatisfatório em relação ao es- tilo de vida e quase sempre e sempre (valor 2 e 3), comportamento satisfatório.

O questionário internacional de Atividade Física - IPAQ (versão curta) conta com 8 ques- tões abertas as quais procuram saber o tipo e a intensidade de atividades físicas realizadas pelas pessoas no seu dia a dia e o tempo gas- to sentado durante um dia de semana e nos fi nais de semana e classifi ca os indivíduos em sedentários, insufi cientemente ativos, ativos e muito ativos9.

O questionário da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa-ABEP10 investiga o nível socioeconômico das pessoas através do po- der de compra das pessoas e famílias urbanas e leva em consideração o nível de escolarida- de do chefe de família e as classifi ca através de um sistema de pontos; para este estudo, foram adotadas as classes socioeconômicas Alta/Mé- dia (classes A1, A2, B1 e B2) e Média/Baixa (C1, C2, D e E). Para a análise estatística foi utilizado o programa SPSS versão 17.0, calculada através da estatística inferencial o teste qui-quadrado que faz o cruzamento de medidas de associação utilizando-se tabelas 2x2, e uma análise descri- tiva retrospectiva da taxa de incidência através do Odds Ratio (razão de chances) (OR). Adotou- -se um valor p de 5%.

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A coleta de dados foi realizada mediante a autorização da direção da escola, pais e alunos, através da assinatura do Termo de Consenti- mento Livre e Esclarecido (TCLE). O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com seres humanos da Universidade Federal de Ron- dônia (CAAE 14190113.30000.5300).

RESULTADOS

Na tabela 1, componente do estilo de vida nutrição, foi observado que os alunos do sexo masculino apresentam melhor comportamento satisfatório (64,1%) do que as alunas do sexo feminino (35,9%) com um Odds Ratio (OR) de 0,581. Quando o componente é analisado pela faixa etária percebe-se que os escolares que apresentaram melhor comportamento satisfató- rio são os com idade mais baixa (56,4% 14 a 16 anos) OR de 0,581. Em relação ao turno, obser- va-se que os alunos matriculados no período da tarde apresentam melhor comportamento satis- fatório que os do período da manhã, (51,3% e 48,7%) OR 1,983. Analisando os dados referen- tes ao nível socioeconômico, percebe-se que os escolares que pertencem às classes socioeconô- micas Alta/Média apresentaram melhor com- portamento satisfatório em relação à alimenta- ção, (64,1%) e (35,9%) OR 1,032. Em relação ao nível de atividade física, os indivíduos ativos apresentaram melhor comportamento satisfató- rio em relação ao componente nutrição, (84,6%

ativos), sendo esta variável signifi cativa (p<0,05) OR 2,989 - isto signifi ca que os indivíduos ativos possuem cerca de 3 vezes mais probabilidade de apresentarem um comportamento satisfatório que os indivíduos não ativos.

Verifi ca-se na tabela 2, que os indivíduos do sexo masculino apresentam melhor com- portamento satisfatório, (65,8% masculino) e (34,2%feminino), observado na signifi cância (p= 0,000), o que mostra uma relação positiva entre o sexo e o componente atividade física; o valor do OR=6,603, mostra que o sexo mascu- lino possui cerca de 6 vezes mais probabilidade

de apresentar comportamento satisfatório em relação ao feminino. No que se refere à idade, verifi ca-se que indivíduos com idade mais baixa apresentam melhor resultado satisfatório (67,1%

14 a 16 anos) OR 1,472. Quanto ao turno, per- cebe-se que os indivíduos que estudam no período da tarde apresentam melhor compor- tamento satisfatório (59,5%) OR 1,430. A clas- se socioeconômica Alta/Média obteve melhor comportamento satisfatório (58,2%) OR 0,407.

O nível de atividade física dos ativos obteve me- lhor comportamento satisfatório, (82,3%) com uma signifi cância, muito alta, (p=0,000) entre o componente do estilo de vida atividade física e o nível de atividade física, com valor de OR 5,638, sendo que os sujeitos ativos possuem cerca de 6 vezes mais probabilidade de possuírem com- portamento satisfatório a este componente do estilo de vida que indivíduos não ativos.

Observa-se na tabela 3 que o sexo mascu- lino apresentou melhor comportamento satisfa- tório que o sexo feminino, (52,1%) OR 0,604.

Em relação à faixa etária, os escolares que apre- sentam melhor comportamento satisfatório, são os com idade mais baixa, (66,7% 14 a 16 anos) OR 2,000. Analisando o turno, os escolares que estudam à tarde, apresentaram melhor compor- tamento satisfatório, (59,4%) OR 2,509. O nível socioeconômico que apresenta melhor compor- tamento satisfatório é das classes Alta/Média (63,5%) com OR 0,968. Em relação ao nível de atividade física, os indivíduos ativos apresentam melhor comportamento satisfatório (74%) OR 2,130, sendo que os indivíduos ativos têm cer- ca de duas vezes mais chances de apresentarem um comportamento satisfatório neste compo- nente do que os não ativos.

Na Tabela 4 os indivíduos do sexo masculi- no apresentam melhor comportamento satisfa- tório que os indivíduos do sexo feminino, (52,9%

masculino) OR 0,675. No componente idade, nota-se que os indivíduos com a menor faixa etá- ria possuem melhor comportamento satisfatório do que os com idades mais elevadas, (66,7%

14 a 16 anos) OR 3,333. As classes sociais mais elevadas apresentaram melhor comportamento satisfatório, (62,7% Alta/Média) OR 0,561.

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Tabela 1. Estilo de vida em relação ao componente nutrição em adolescentes escolares.

Variáveis

Comportamento

Satisfatório Insatisfatório p-valor Odds Ratio IC/ 95%

n % n %

Sexo 0,07 1,943 (0,871-4,338)

Masculino 25 64,1 34 47,9

Feminino 14 35,9 37 52,1

Idade 0,13 0,581 (0,259-1,304)

14 a 16 22 56,4 49 69

17 a 19 17 43,6 22 31

Turno 0,07 1,983 (0,890-4,416)

Manhã 19 48,7 23 32,4

Tarde 20 51,3 48 67,6

Classe social 0,55 1,032 (0,458-2,327)

Alta/média 25 64,1 45 63,4

Média/baixa 14 35,9 26 36,6

Atividade física 0,02 2,989 (1,103-8,100)

Ativo 33 84,6 46 64,8

Não Ativo 6 15,4 25 35,2

Qui-quadrado, IC95% (Intervalo de Confi ança); Odds Ratio (Razão de Chances)

Tabela 2. Estilo de vida em relação ao componente atividade física em adolescentes escolares.

Variáveis

Comportamento

Satisfatório Insatisfatório p-valor Odds Ratio IC/ 95%

n % n %

Sexo 0,00 6,603 (2,524-17,276)

Masculino 52 65,8 7 22,6

Feminino 27 34,2 24 77,4

Idade 0,25 1,472 (0,627-3,458)

14 a 16 53 67,1 18 58,1

17 a 19 26 32,9 13 41,9

Turno 0,28 1,430 (0,595-3,436)

Manhã 32 40,5 10 32,3

Tarde 47 59,5 21 67,7

Classe social 0,04 0,407 (0,157-1,055)

Alta/média 46 58,2 24 77,4

Média/baixa 33 41,8 7 22,6

Atividade física 0,00 5,638 (2,262-14,050)

Ativo 65 82,3 14 45,2

Não Ativo 14 17,7 17 54,8

Qui-quadrado (<0,05); IC95% (Intervalo de Confi ança); Odds Ratio (Razão de Chances)

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Tabela 3. Estilo de vida em relação ao comportamento preventivo em adolescentes escolares.

Variáveis

Comportamento

Satisfatório Insatisfatório p-valor Odds Ratio IC/ 95%

n % n %

Sexo 0,28 0,604 (0,189-1,934)

Masculino 50 52,1 9 64,3

Feminino 46 47,9 5 35,7

Idade 0,17 2,000 (0,646-6,193)

14 a 16 64 66,7 7 50

17 a 19 32 33,3 7 50

Turno 0,13 2,509 (0,657-9,581)

Manhã 39 40,6 3 21,4

Tarde 57 59,4 11 78,6

Classe social 0,60 0,968 (0,301-3,118)

Alta/média 61 63,5 9 64,3

Média/baixa 35 36,5 5 35,7

Atividade física 0,16 2,130 (0,673-6,744)

Ativo 71 74 8 57,1

Não Ativo 25 26 6 42,9

Qui-quadrado (<0,05); IC95% (Intervalo de Confi ança); Odds Ratio (Razão de Chances)

Tabela 4. Estilo de vida em relação ao componente relacionamento social em adolescentes escolares.

Variáveis

Comportamento

Satisfatório Insatisfatório p-valor Odds Ratio IC/ 95%

n % n %

Sexo 0,44 0,675 (0,153-2,975)

Masculino 54 52,9 5 62,5

Feminino 48 47,1 3 37,5

Idade 0,10 3,333 (0,752-14,781)

14 a 16 68 66,7 3 37,5

17 a 19 34 33,3 5 62,5

Turno 0,13 2,509 (0,657-9,509)

Manhã 39 40,6 3 21,4

Tarde 57 59,4 11 78,6

Classe social 0,39 0,561 (0,108-2,923)

Alta/média 64 62,7 6 75

Média/baixa 38 37,3 2 25

Atividade física 0,40 1,586 (0,355-7,078)

Ativo 74 72,5 5 62,5

Não Ativo 28 27,5 3 37,5

Qui-quadrado (<0,05); IC95% (Intervalo de Confi ança); Odds Ratio (Razão de Chances)

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No componente relacionamento e controle de stress, observa-se que os indivíduos do sexo masculino apresentam melhor resultados em re- lação ao sexo feminino, (52,9% masculino) OR 0,675. Na variável idade, observa-se que os com idade mais baixa apresentam melhor compor- tamento satisfatório, (64,7% 14 a 16 anos) OR 1,100. Em relação ao turno, percebe-se que os escolares que possuem melhor comportamento satisfatório são do turno da tarde, (59,8%) OR 4,705. Apresentaram melhor comportamento satisfatório indivíduos das classes sociais Alta e Média, (64,7%) OR 1,833. Os indivíduos ativos apresentam melhor comportamento satisfatório (71,6%) OR 0,839 (Tabela 5).

DISCUSSÃO

O presente estudo verifi cou que na tabela 1, quem apresenta melhor comportamento sa- tisfatório em relação ao componente nutrição

são os jovens que estudam no período da tar- de, o que pode ser explicado pelo fato de que a escola em questão fi ca localizada na região central no município, e a maioria de seus alu- nos mora nos bairros afastados do centro e têm que acordar muito cedo para chegarem à escola no horário, já que a maioria utiliza transporte coletivo e muitas vezes acabam saindo de casa sem tomar café da manhã; quando chegam em casa já passou o horário do almoço e às vezes (ou quase sempre) acabam fazendo refeições inadequadas, com altos valores calóricos e pou- co nutritivos, o que, a longo prazo pode contri- buir para o surgimento de doenças relacionadas ao excesso de peso e à obesidade. Quanto a melhor alimentação nos níveis socioeconômi- cos mais elevados, explica-se pelo fato de que, quem tem maior poder de compra pode investir mais na alimentação.

Em estudo semelhante realizado na cidade de Fortaleza, CE, Vasconcelos et al.11, utilizou o questionário do estilo de vida individual do ado-

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Tabela 5. Estilo de vida em relação ao componente relacionamento controle de stress em adolescentes escolares.

Variáveis

Comportamento

Satisfatório Insatisfatório p-valor Odds Ratio IC/ 95%

n % n %

Sexo 0,44 0,675 (0,153-2,975)

Masculino 54 52,9 5 62,5

Feminino 48 47,1 3 37,5

Idade 0,58 1,100 (0,248-4,870)

14 a 16 66 64,7 5 62,5

17 a 19 36 35,3 3 37,5

Turno 0,11 4,705 (0,558-39,684)

Manhã 41 40,2 1 12,5

Tarde 61 59,8 7 87,5

Classe social 0,31 1,833 (0,433-7,770)

Alta/média 66 64,7 4 50

Média/baixa 36 35,3 4 50

Atividade física 0,59 0,839 (0,160-4,400)

Ativo 73 71,6 6 75

Não Ativo 29 28,4 2 25

Qui-quadrado (<0,05); IC95% (Intervalo de Confi ança); Odds Ratio (Razão de Chances)

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lescente proposto por Nahas4, para investigar o estilo de vida de 591 alunos (14 a 17 anos) e verifi cou que estes adolescentes apontam posi- tivamente quanto a questões de nutrição onde 44% foram considerados com o comportamen- to positivo e 49% com o comportamento regu- lar. Maria et al.12 em estudo realizado na cidade de Florianópolis com 865 adolescentes, verifi ca- ram que em resultados relacionados à nutrição, de maneira geral, os adolescentes apresentaram um comportamento positivo.

Observa-se na tabela 2, que os indivíduos ativos têm cerca de três vezes mais probabilida- de de apresentarem um comportamento satisfa- tório que os indivíduos não ativos. Tal resultado apoia-se na ideia de que os indivíduos ativos têm um melhor conhecimento sobre hábitos de vida saudáveis. Nos resultados desta pesquisa verifi - ca-se que houve uma alta signifi cância (p=0,00) entre os gêneros e o componente atividade físi- ca, onde o sexo masculino possui cerca de cinco vezes mais probabilidade de ter um compor- tamento satisfatório que o sexo feminino; isso pode ser explicado pelo fato de o sexo feminino ter tido um comportamento insatisfatório maior que o sexo masculino e são as adolescentes que mais criam barreiras para não participar das au- las de educação física e assim deixam de realizar atividades físicas o que, para muitas destas jo- vens, é a única oportunidade de realizarem algu- ma atividade física durante o dia a dia.

Houve ainda uma signifi cância alta (p=0,00) entre o componente atividade física e o nível de atividade física - isto é justifi cado pelo fato de que o questionário do perfi l do estilo de vida do adolescente leva em consideração as ati- vidades realizadas durante as aulas de educação física e atividades propostas e a maioria destes escolares participam dos programas esportivos oferecidos pela escola.

Resultado semelhante foi encontrado por Silva13, que em estudo com universitários de uma universidade pública do Nordeste do Bra- sil, localizada na cidade de São Cristóvão, SE, verifi cou que os acadêmicos com uma alimenta- ção inadequada apresentaram cinco vezes mais

chances de serem pouco ativos que seus pares com alimentação adequada.

Em um de seus estudos Gordia et al.14 bus- caram verifi car a qualidade de vida de estudan- tes do ensino médio de um Colégio Particular da cidade de Curitiba, PR. Eles observaram que não foram identifi cadas disparidades entre os gêne- ros para o Domínio Físico (p=0,674), que equiva- le ao componente atividade física deste estudo.

Na tabela 3, observa-se que os indivíduos com idade mais elevada (17 a 19 anos), possuem o pior resultado no comportamento insatisfató- rio e a maioria é do sexo masculino; observa-se que, para os alunos, pode faltar conhecimento sobre o que sejam comportamentos preventivos o que faz com que os jovens próximos à maio- ridade façam uso de exagerado de bebidas al- coólicas e cigarros, não se protejam na hora da relação sexual e, em meio à luta pela busca de sua identidade, muitos acabam manifestando comportamento agressivo.

Ruby e Sher15 verifi caram que o componen- te comportamento preventivo se apresenta po- sitivo no estilo de vida dos adolescentes, apre- sentando valores expressivos neste índice sobre os demais (91%), também observaram que os adolescentes no 1° ano do ensino médio apre- sentam tendência positiva neste componente.

Verifi ca-se na tabela 4 que os indivíduos ativos e do sexo masculino apresentaram me- lhor comportamento satisfatório. Uma explica- ção para este resultado é que os estudantes do sexo masculino participam mais de programas esportivos oferecidos pela escola, o que favorece o aumento de seu círculo de amizades, e supõe- -se que, por praticarem atividades esportivas o comportamento de respeito e cordialidade pra- ticado nos esportes prevaleça em seu cotidiano, como se pode verifi car na tabela 4, este com- portamento é mais frequente em adolescentes mais novos. Vilarta e Gonçalves2 verifi caram que 89% dos adolescentes de seu estudo apresenta- ram comportamento positivo, resultado que se assemelha ao deste nosso estudo.

No componente controle do estresse (ta- bela 5), observa-se que um número muito pe-

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queno de adolescentes apresenta comporta- mento insatisfatório, sobressaindo, mais uma vez, os indivíduos ativos e do sexo masculino com idade de 14 a 16 anos. Para melhor enten- der este resultado devemos analisar a participa- ção destes jovens nas aulas de educação física, como os dados da tabela 5 apontam no geral:

quanto mais idade tem aluno do ensino médio, menos ele participa das aulas de Educação Físi- ca e dos programas esportivos oferecidos pela escola. Sabe-se que a prática esportiva gera um alto gasto de calorias, o que pode ser benéfi co para estes escolares, mas também serve como uma válvula de escape para o indivíduo, uma vez que, durante a prática esportiva, ele sente prazer em jogar e esquece os problemas que tem que enfrentar, vale ressaltar que as práticas esportivas devem ser praticadas de maneira vo- luntária e prazerosa.

No estudo de Flausino et al.16 foram encon- trados resultados similares ao deste estudo: 52%

dos adolescentes pesquisados apresentaram comportamento positivo em relação ao controle do estresse. Já Orsano et al.17 verifi caram que os

adolescentes da 1ª à 3ª séries apresentam nega- tividade em relação ao controle do stress.

Em relação às limitações deste estudo, o IPAQ apesar de ser um questionário confi ável para avaliar o nível de atividade física, mostrou- -se de difícil interpretação pelos escolares; a classifi cação do nível socioeconômico apresenta algumas difi culdades por apresentar utensílios pouco utilizados em nossa região como aspira- dor de pó e houve difi culdade em distinguir os itens geladeira e freezer.

CONCLUSÃO

Com base nos dados que foram apresen- tados conclui-se que o comportamento satisfa- tório no componente nutrição está associado aos escolares adolescentes ativos e no compo- nente atividade física está associado a escolares do sexo masculino, de classe social alta/média que praticam atividades físicas regularmente.

Nos demais componentes do estilo de vida não foram verifi cadas associações signifi cativas com as demais variáveis.

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REFERÊNCIAS

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