A eleição acabou e o trabalho duro deve começar
Fazenda e Receita podem mudar paradigma na
relação com contribuintes
Informativo
Diretoria foi reeleita para triênio 2019/2021
Página 7
Workshop sobre mercado de aparas
Página 10
Revista O Papel realizou fórum sobre mercado e gestão
Páginas 8 e 9
Produção nacional de papel fica estável e vendas caem
Página 12
Importação de papel segue abaixo de 2017
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E XPEDIENTE
NewsPaper Informativo Setorial ANDIPA é uma publicação da ANDIPA - Associação Nacional dos Distribuidores de Papel. Direitos autorais reservados.
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Presidente
Vitor Paulo de Andrade Diretoria
Antonio Manoel de Mattos Vieira Neto José Luiz Barbosa Leonardos Marcelo Patury Accioly Presidente Executivo Vicente Amato Sobrinho
Staff Edna Souza
Conteúdo Editorial e Diagramação Keser Serviços de Comunicação
Jornalista Responsável Rosangela Valente (Mtb 121/MS“
News Paper
Setorial ANDIPA
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C ONFIRA NA COLUNA T WO S IDES :
A verdade sobre o futuro dos livros
Com programas de conformidade tributária que classificam as empresas, a Secretaria da Fazenda de São Paulo e a Receita Federal devem valorizar
bons pagadores e incentivar boas práticas.
Páginas 3 a 6
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NewsPaper - n° 65 - novembro 2018 - © Andipa 2
Definidos os mandatários, só
resta a eles trabalho sério e duro
Vitor Paulo de Andrade Presidente do Conselho Diretor Marcado por acirrada disputa, o processo eleitoral de
2018 está encerrado, com a definição dos eleitos escolhidos pela maioria dos votantes, como determi- na o regime democrático. De agora em diante as divergências eleitorais deverão se tornar secundá- rias e o que importa efetivamente é que todos mandatários e população tenham a clareza de que os eleitos serão presidente e governador de todos e, assim como senadores e deputados federal e esta- dual, deverão atuar pelo interesse coletivo.
A eleição majoritária coloca naturalmente o foco na presidência da República e nos rumos do governo federal. Mas, precisamos ficar igualmente atentos ao que acontece nos estados. É claro, o mesmo vale para as gestões municipais e faço aqui um parênte- se. Promulgada em 05 de outubro de 1988, nossa Constituição Cidadã completou 30 anos, e a jovem democracia brasileira ainda deve amadurecer em vários aspectos, inclusive na relação entre a popula- ção e os ocupantes de cargos eletivos, que deveri- am ser verdadeiros servidores públicos. Penso que as situações difíceis enfrentadas pelo Brasil nos últi- mos anos podem ser oportunidades para despertar a consciência e a participação da sociedade sobre a condução do que é o interesse público.
Voltando ao nosso ambiente setorial, a percepção clara do interesse coletivo é igualmente relevante para a saúde e longevidade dos negócios, das em- presas e para a consequente geração de empre- gos, renda e valor na cadeia do papel. E é neste sentido que devemos continuar atuando, potenciali- zando as sinergias e minimizando as divergências para reforçar a ação conjunta das entidades repre- sentativas dos segmentos em prol do bem maior que é o engrandecimento do mercado gráfico e edi- torial brasileiro.
E, é impossível que o Brasil tenha uma indústria gráfica mais competitiva sem que lhe assegure acesso à matéria-prima de qualidade e em condi- ções para enfrentar a concorrência internacional.
Isso, obviamente, sem entrar no mérito do caos tributário e do custo Brasil que onera indiscrimina-
damente a produção brasileira. Mas, no mercado global, a proteção comercial é um instrumento que pode ter efeito inver- so e danoso à socie- dade, apesar do apa- rente benefício a um segmento, produto ou contribuinte. To-
das essas questões deverão ser enfrentadas pelo novo governo federal, que tem sinalizado pela aber- tura comercial.
Também concluído o processo de escolha de seus dirigentes para os próximos três anos de gestão, a Andipa continuará defendendo medidas que favore- çam a concorrência leal, a competitividade e a livre comercialização, condições essenciais para o bom desempenho da indústria gráfica nacional. Com manifestação de aprovação e apoio à condução da entidade, a atual diretoria foi reconduzida pelos as- sociados para o próximo mandato e pretende dar continuidade aos assuntos encaminhados, como a revisão de regras de controle e fiscalização do papel imune, para que coíbam as fraudes dando seguran- ça jurídica aos que seguem o rigor da legislação. Da mesma forma, a diretoria da Andipa vai atuar com igual dedicação em outros temas e demandas cole- tivas, consonantes com os valores associativos e para um futuro mais promissor para o setor.
Em suma, na Associação seguiremos trabalhando com afinco, acompanhando com atenção os movi- mentos e ações dos novos governos federal e esta- dual para os encaminhamentos em favor dos distri- buidores e da cadeia do papel.
Na gestão pública, quem quiser governar para re- solver os problemas do país e do nosso estado terá de trabalhar muito! É isso que esperamos e deve- mos cobrar!
Arquivo
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E SPAÇO L IVRE
Simplificação do sistema tributário estadual; boa-fé e previsibilidade de condutas; segurança jurídica pela objetividade e coerência na aplicação da legislação tri- butária; concorrência leal entre os agentes econômi- cos. Até parece que listamos os pleitos recorrentemen- te apresentados aos órgãos de fiscalização e controle, em especial à Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP“. Mas, felizmente, os tópicos da frase acima são princípios que inspiram a implementa- ção de medidas concretas para criar condições para a construção contínua e crescente de um ambiente de confiança recíproca entre os contribuintes e a Adminis- tração Tributária . É o que estabelece o Artigo 1º do Capítulo I da Lei Complementar nº 1.320, de 06 de a- bril de 2018, que institui o Programa de Estímulo à Conformidade Tributária - "Nos Conformes", define princípios para o relacionamento entre os contribuintes e o Estado de São Paulo e estabelece regras de con- formidade tributária.
O programa visa instituir um novo modelo de gestão tributária com foco na orientação e que incentive a au- torregularização. Dessa forma, a Fazenda paulista po- derá dar tratamento simplificado e outras contraparti- das àqueles contribuintes regulares em termos fiscais, e que privilegiem fornecedores nas mesmas condições.
Com participação obrigatória, os contribuintes do ICMS serão classificados de ofício, pela Secretaria da Fazen- da, nas categorias A+, A, B, C, D, E e NC (Não Classi- ficado“, seguindo três critérios: obrigações pecuniárias tributárias vencidas e não pagas relativas ao ICMS; a- derência entre escrituração ou declaração e os docu- mentos fiscais emitidos ou recebidos pelo contribuinte;
e perfil dos fornecedores do contribuinte, conforme en- quadramento nas mesmas categorias e pelos mesmos critérios de classificação previstos na lei complementar.
Apesar de gerar algumas dúvidas e controvérsias, es- pecialmente quanto ao critério de avaliação dos forne- cedores, o programa Nos Conformes é uma novidade que foi recebida com entusiasmo e uma dose de caute- la, e dá aos bons contribuintes do estado de São Paulo a expectativa de novos e melhores tempos na seara tributária. O programa é positivo, sobretudo para as
empresas do segmento de papel, que vêm travando embates jurídicos com a receita paulista por autua- ções que ignoraram a pre- sunção de boa-fé prevista na legislação tributária na- cional. Sem chance nas esferas administrativas, cabe às empresas que têm condições para isso buscar a via judicial. Embo-
ra a Justiça já tenha decidido em favor do contribuinte, o processo de fiscalização, autuação e defesa é extre- mamente oneroso, tanto para as empresas quanto pa- ra os cofres públicos.
A proposta de construir uma nova cultura na relação do fisco com os contribuintes é muito positiva e vem ao encontro dos anseios e demandas empresariais, bem como das novas práticas de gestão baseadas na go- vernança corporativa e no compliance. Neste quesito, a Secretaria da Fazenda de São Paulo está na vanguar- da da modernidade. Mesmo ainda em implantação, a iniciativa paulista já inspira outras ações como a da Re- ceita Federal, que recentemente fez consulta pública para lançar o seu Programa de Estímulo à Conformida- de Tributária (Pró-Conformidade“.
Creio que estamos mesmo testemunhando o surgimen- to de um novo paradigma fiscal, no qual a atuação dos agentes é direcionada pelas inteligências fiscais, com a valorização dos bons pagadores e o reconhecimento daqueles que cumprem à risca suas obrigações.
Uma relação de confiança, baseada na simplicidade, na concorrência leal, na transparência e na segurança jurídica é o sonho de consumo no meio empresarial. E este cenário positivo está em vias de se tornar possível e real no estado de São Paulo. É hora de cada um fa- zer a sua parte para que fique tudo nos conformes.
Conforme o mérito de cada um
Arquivo
* Presidente executivo da Andipa, presidente do Sinapel,
diretor da FecomercioSP e conselheiro do Sesc
Por Vicente Amato Sobrinho *
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Fazenda paulista inicia testes para classificação de contribuintes
A Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo deu mais um passo na implantação do programa Nos Con- formes. Desde o dia 17/10/2018 está disponível o sis- tema que permite a 250 mil contribuintes conhecerem sua classificação junto ao órgão estadual. A Lei de Estímulo à Conformidade Tributária (Lei Complemen- tar nº 1.320, de 06 de abril de 2018“ define princípios para o relacionamento entre os contribuintes e o esta- do de São Paulo e estabelece regras de conformidade tributária, através de diversas atividades, entre elas o sistema de classificação.
Com implantação gradual do Programa, a fase de tes- tes da classificação dos contribuintes do ICMS vai até 28/02/2019. A partir de março de 2019 as empresas poderão consultar os dados da plataforma. Os contri- buintes podem ser classificados nas categorias A+, A, B, C, D, E e NC (Não Classificado“. A nota leva em conta obrigações tributárias vencidas e não pagas relativas ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS“ e adesão entre escrituração ou de- claração e os documentos fiscais emitidos ou recebi- dos pelo contribuinte.
Entre os serviços integrantes do programa Nos Con- formes, já estão disponíveis: o Posto Fiscal Eletrônico (PFE“ e o Agendamento Eletrônico. Um canal de co- municação com a Fazenda e todas as regras do pro- grama estarão disponíveis no Sistema de Classifica- ção dos Contribuintes no Posto Fiscal Eletrônico. A consulta da classificação de contribuinte é feita no PFE, com acesso através de login e senha ou com certificado digital.
Diversas entidades setoriais e representativas e em- presas têm acompanhado atentamente a implantação do programa que vai redefinir os parâmetros para a relação da fiscalização estadual com seus contribuin- tes. Uma delas é a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomer- cioSP“, a qual são ligadas as empresas atacadistas de papel, como as associadas à Andipa e ao Sinapel.
Como previsto na lei (Artigo 3º do Capítulo II“, a Sefaz deve apresentar relatórios semestrais sobre o progra- ma ao Conselho Estadual de Defesa do Contribuinte (Codecon“, colegiado integrado pela FecomercioSP e por outras entidades paulistas. Com esses dados, o Codecon pode sugerir alterações e melhorias na legis- lação e nos mecanismos do programa Nos Confor- mes, de modo que a iniciativa atinja seu objetivo.
Além disso, através de seus conselhos, a Fecomer- cioSP tem acompanhado o programa e proposto me- lhorias, como o tratamento específico para as empre- sas em recuperação judicial, condição não considera- da na lei. Para a Federação, também é necessária a implantação de instrumentos de solução de conflitos, como arbitragem, conciliação e mediação. O governa- dor de São Paulo recebeu as propostas e o pedido de regulamentação, conforme noticiado pela Federação no dia 01 de novembro. No texto, a entidade afirma que a Lei 1.320/18 adota uma nova lógica tributária, na qual leva ao aumento da arrecadação sem eleva- ção da carga tributária, tornando mais eficiente os me- canismos de fiscalização dos devedores. Além disso, melhora a eficiência administrativa e moderniza a es- trutura do órgão estadual, por meio do uso intensivo de tecnologia da informação, com a disponibilização dos processos e serviços que aumentam a qualidade do atendimento e a agilidade dos trabalhos de fiscali- zação e arrecadação.
Esse modelo de classificação, que, obrigatoriamente, privilegiará as empresas sérias, ou seja, os bons pa- gadores, atende os anseios de quase todos os contri- buintes, e nos parece sem volta para o futuro da rela- ção fisco-contribuinte , avalia a equipe de tributaristas da LBZ Advocacia. Em comunicado aos seus clientes, os especialistas reiteram que é necessário muito zelo quanto ao cumprimento das obrigações tributárias, pois sua importância só aumentará e premiará as em- presas .
"Nos Conformes"
"Nos Conformes"
"Nos Conformes"
"Nos Conformes" é o Programa de Estímulo à conformidade tributária, criado pela Lei
Complementar 1.320/2018, privilegia a orientação, o atendimento, a autorregularização,
a conformidade, o controle, o aprimoramento dos trabalhos de fiscalização e a redução de
litigiosidade, ofertando instrumentos que facilitarão o cumprimento voluntário dos compromissos tributários pelos contribuintes paulistas, promovendo uma mudança cultural na
Secretaria da Fazenda, alterando procedimentos administrativos fazendários, em alinhamento
com as boas práticas internacionais.
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A classificação de contribuintes do ICMS, no âmbito da Lei de Estímulo à Conformidade Tributária, utiliza o conceito da pirâmide de risco para instituir uma nova lógica de atuação da Administração Tributária, bus- cando oferecer o tratamento tributário adequado às diferentes categorias de contribuintes.
Conforme divulgado pela Secretaria, com a segmenta- ção dos contribuintes por perfil de risco, a estratégia da Administração Tributária é incentivar todos os con- tribuintes à regularidade, propiciando tanto a amplia- ção de investimentos no estado no curto/médio prazo quanto a concorrência leal entre os agentes econômi- cos, com reflexos positivos em todo ambiente de ne- gócios do Estado.
Além disso, no âmbito da Lei de Estímulo à Conformi- dade Tributária, o fisco já vem adotando uma postura mais orientativa, instruindo e auxiliando os contribuin- tes que desejam estar em conformidade a se autorre- gularizarem e, ao mesmo tempo, não deixa de aplicar a força da lei para os que não cumprem com suas o- brigações tributárias.
A pirâmide de risco conta com 6 categorias, entre A+
e E, que indicam a classificação dos contribuintes do ICMS em ordem decrescente de conformidade, levan- do-se em conta todos os seus estabelecimentos em conjunto.
Os detalhes do programa Nos Conformes podem ser consultados no portal da secretaria (https://
portal.fazenda.sp.gov.br/servicos/nosconformes“. Co- mo descrito na Resolução SF 105/2018, que dispõe sobre a implantação gradual do Sistema de Classifica- ção dos Contribuintes do ICMS, na fase inicial não haverá contrapartidas, porém o contribuinte terá a o- portunidade de conhecer a sua classificação e atuar para ficar em conformidade, se for o caso.
O acesso ao Sistema de Classificação será disponibili- zado às pessoas físicas do Quadro de Sócios e Admi- nistradores dos contribuintes, conforme consta no CA- DESP da empresa. O acesso aos contabilistas será disponibilizado a partir de 21/11/2018.
Fazenda paulista inicia testes para
+ =
Adimplência
Regras
• Prazo de Atraso
• Inscrição em Dívida Ativa
• Omissão de GIA
• Atraso de GIA
• Início de atividades (5 meses“ = NC
• Situação cadastral (nulo, inapto, suspenso“ = E
• Inadimplência (classificação D“ = D
• Percentual de aderência
• Omissão de EFD
• EFD incompleta
• Atraso de EFD
Aderência
Regras Geral
Exceções
Reprodução Portal Fazenda SP
Classificação de
Contribuintes
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Receita Federal cria programa de conformidade tributária
A Receita Federal do Brasil (RFB“ implementará um programa para premiar empresas que são boas paga- doras de impostos, com benefícios que vão desde o atendimento prioritário, inclusive na análise de deman- das, informação prévia sobre eventuais irregularida- des, culminando no recebimento do Certificado de Conformidade Tributária. A proposta se inspira em boas práticas adotadas por outras administrações tributárias, seguindo modelo mundialmente reconheci- do de favorecimento às práticas de conformidade tributária. Conforme divulgado pela Receita, no perío- do de 18 a 31 de outubro, o órgão fez consulta pública para receber opiniões sobre o programa, denominado Pró-Conformidade.
O Programa de Estímulo à Conformidade Tributária (Pró-Conformidade“, como informa a Receita, surge num contexto em que se busca estimular os contribu- intes a adotarem boas práticas com o fim de evitar desvios de conduta e de fazer cumprir a legislação. O Programa visa estimular a conformidade tributária, fomentando a autorregularização. Espera-se como consequências a diminuição do contencioso e da inadimplência, a melhoria do ambiente de negócios no País, além de uma administração tributária mais efici- ente , resume a Receita.
Na justificativa do projeto para consulta pública, a Receita Federal argumenta que as boas práticas estão voltadas à manutenção da conformidade tributá- ria, que se constitui no dever de cumprir as obrigações tributárias principais e acessórias e que compõe o princípio constitucional da moralidade. Ressaltando que deixar de pagar tributos implica vantagem compe- titiva injusta, o órgão considera que a conformidade tributária é uma forma objetiva e imparcial de privilegi- ar o contribuinte que exerce sua atividade em conso- nância com a ordem tributária.
Nesse contexto, partindo do princípio da boa-fé, que deve pautar a relação entre a administração tributária e o contribuinte e convergir em uma atuação coopera- tiva no cumprimento das obrigações, o Pró- Conformidade adota medidas que visam a realização do crédito tributário, facilitando o seu pagamento, orientando e apoiando o contribuinte, evitando os litígios e a constituição de débitos. Para o contribuinte que age de forma dolosa e fraudulenta, deve-se apli- car o rigor da lei. O programa pauta-se ainda na trans- parência das ações perante os contribuintes , confor- me item 3 da exposição de motivos apresentada na consulta pública.
Como etapa prévia à implantação do programa, a Receita Federal vai realizar a classificação dos contri- buintes levando em conta quatro critérios objetivos que avaliam o seu comportamento para com o fisco federal: situação cadastral compatível com as ativida- des da empresa; aderência nas informações presta- das à RFB por meio de declarações e escriturações;
tempestividade na apresentação das declarações e das escriturações; e adimplência no pagamento dos tributos devidos. Considerando essas premissas, os contribuintes serão classificados nas categorias A, B ou C , em ordem decrescente, conforme o risco que representam para a Receita Federal.
Segundo divulgado, aqueles que oferecem maior risco
estarão sujeitos, de forma prioritária, aos rigores da
lei, como a inclusão em regime diferenciado de fiscali-
zação ou mesmo a aplicação prioritária de medidas
legais que os incentive ao pagamento dos tributos,
dentre as quais a cassação de benefícios fiscais. Com
isso, a Receita estima que haverá aumento na eficiên-
cia de seus procedimentos, sobretudo na alocação de
recursos, que redundará em redução do custo para o
contribuinte quando do cumprimento das obrigações
tributárias.
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Associados reelegem diretoria para triênio 2019 a 2021
Os quatro membros da atual diretoria da Andipa foram reeleitos para um mandato de três anos. Seguindo o estatuto e rito interno, os distribuidores associados confirmaram a eleição da diretoria na Assembleia Ge- ral Ordinária, realizada no dia 06 de novembro de 2018, na sede da entidade, em São Paulo. Findo o prazo regimental para a inscrição das chapas, foi habi- litada e eleita a lista composta por (na foto da esquer- da para direita“: José Luiz Barbosa Leonardos (OPUS, Opções, Papéis, Soluções Ltda“, Vitor Paulo de An- drade (Rio Branco Comércio e Indústria de Papéis Ltda“; Antonio Manoel de Mattos Vieira Neto (AMV Papéis Distribuidora Ltda“ e Marcelo Patury Accioly (Tecpel Importação e Distribuição de Papéis Ltda“.
Conforme o estatuto da entidade, o presidente do
Conselho Diretor será um dos quatro eleitos, escolhi- do pelos próprios membros na primeira reunião no início do mandato. Atual presidente do Conselho Diretor da Andipa, Vitor Paulo de Andrade, avalia que o resultado do pleito indica que a Associação deve manter a linha de atuação junto aos públicos de rela- cionamento dos distribuidores de papel. Seguimos atentos às possibilidades que favorecem o segmento , afirma Andrade.
O encontro para eleição da diretoria para triênio 2019 a 2021 foi também oportunidade para discussão e confraternização. Após os trabalhos, os associados receberam os distribuidores integrantes do Sinapel para juntos participarem de coquetel que proporcionou a integração e a troca de informações e experiências.
Acervo Andipa
NewsPaper - n° 65 - novembro 2018 - © Andipa 8
Durante três dias de outubro, o universo da celulose e do papel esteve concentrado em São Paulo, que sediou o ABTCP 2018 51º Congresso e Exposição Internacionais de Celulose e Papel promovido pela Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel (ABTCP“. Com sessões técnicas e temáticas, a pro- gramação do Congresso tratou de temas como big data , biorrefinarias, enzimas, nanotecnologia, tissue 4.0, bioeconomia, biomassa e biocombustíveis, entre outras tendências nas modernas fábricas de celulose.
O evento promoveu também programações paralelas que trataram de temas como inovação, mercado, gestão e economia. Um dos destaques foi a realiza- ção da terceira edição do Fórum Revista O Papel Mercado & Gestão, que reuniu os principais colunistas da Revista O Papel e convidados para debater o melhor conteúdo estratégico sobre dados e estatísti- cas essenciais ao planejamento das empresas em 2019, entre outros assuntos relevantes à competitivi- dade no mercado.
"O Fórum Revista O Papel 79 Anos - Mercado & Ges- tão - trouxe temas extremamente relevantes e atuais às empresas, passando por mercado, preços, produ- ção e perspectivas, além de debater sobre a reforma trabalhista, legislação ambiental, tributária e as ten- dências sobre gestão de empresas e pessoas na quarta revolução industrial. Nosso balanço do evento é muito positivo e recebemos mais de 100 participan- tes durante os três dias de apresentações dos colunis- tas e convidados especiais da Revista O Papel , des- tacou Patrícia Capo, editora responsável pela Revista O Papel e coordenadora do Fórum da O Papel 2018.
Com programação geral abrangendo aspectos jurídi- cos e gestão, o fórum teve o primeiro dia dedicado ao mercado, tratando de produção, produtos e preços, assuntos mais diretamente relacionados ao segmento de distribuição de papel. Além dos especialistas que assinam as colunas na Revista O Papel, o Fórum contou com a presença do convidado Carlos Farinha e Silva, vice-presidente da Pöyry Tecnologia, que falou sobre as megatendências globais e seus impactos nos mercados de celulose e papel.
Apresentando indicadores sobre as tendências globais e a demanda por produtos florestais novos e existen- tes, Carlos Farinha mostrou que o cenário para a indústria de celulose e papel é primordialmente defini- do pelos usos finais do papel. Os tipos usados para embalagens e fins sanitários têm previsão de cresci- mento, enquanto deve diminuir o consumo dos papéis gráficos que englobam jornais, panfletos, revistas, catálogos, brochuras e papelaria de escritório. Confor- me apresentação, o palestrante apontou questões ambientais e demográficas para o aumento da deman- da de papéis, que deve ser reflexo da preocupação com a redução do lixo plástico e da adequação aos novos hábitos da sociedade, como crescimento da população urbana, famílias menores e envelhecimento populacional.
O vice-presidente da Pöyry Tecnologia destacou que as oportunidades para a indústria de base florestal envolvem um mercado de 200 bilhões de euros, dos quais 90 bilhões representam o mercado de produtos de madeira impulsionados pela urbanização, pelo crescimento demográfico, industrialização e automa- ção na construção, crescimento da indústria movelei- ra, entre outros. Outros 55 bilhões de euros estão no mercado de papel cartão, que cresce com o e- commerce, com os requisitos na rotulagem de produ- tos, na substituição de embalagens plásticas.
Os produtos para higiene entram nessa lista com um crescimento mais robusto de 3,4% ao ano, movido principalmente pelo crescimento da população e do poder aquisitivo da classe média e pelo envelhecimen- to da população. Como grande destaque temos a possibilidade do mercado de produtos químicos, com- bustíveis e materiais. Trata-se de um mercado que cresce 5,5% ao ano e que ganha espaço pela pressão da redução dos gases do efeito estufa, da maior cons- ciência ambiental do consumidor, novos regulamentos e legislação , pontuou o executivo afirmando que o potencial para os grandes players desse setor está na diversificação dos seus produtos, ainda que o merca- do tradicional, com foco na produção da celulose de mercado continue a crescer.
ABTCP 2018 teve fórum
sobre mercado e gestão
NewsPaper - n° 65 - novembro 2018 - © Andipa 9
Indicadores do cenário industrial brasileiro e as perspectivas para o quadro macroeconômico no país foram temas tratados na apresentação de Marcio Funchal, diretor da Consufor, que trouxe informações da indústria de transformação, madeira, celulose e papel, papelão e embalagem. Devemos vislumbrar crescimento dentro dos próximos 3 a 5 anos no setor de celulose. Falou-se sobre apagões florestais no passado, o que não veio acontecer e não há risco. O mercado tem capacidade plena. Inclusive temos excesso de oferta. Entre oportunidades e desafios está a necessidade de ganho de escala , disse. O executivo citou ainda a obsolescência das plantas de papel no país como um obstáculo e a concentração das operações por conta dos grandes grupos industriais, além do acirramento de disputas comerciais. Como fator positivo, aponta a decisão chinesa de substituição de componentes plásticos por fibras naturais renováveis.
Chamando a atenção para a dinâmica dos preços dos produtos florestais, Carlos José Caetano Bacha, professor titular da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (ESALQ/USP“, explicou que a capacidade de produção mundial de celulose move-se numa figura tipo escada,
enquanto a demanda cresce continuamente ao longo do tempo. Assim, há momento de falta de celulose (de 2002 a 2010, e o preço sobe“ e outros em que sobram celulose (de 2011 a 2016“ quando o preço cai.
Estamos em nova fase de alta de preços a partir de 2017. É necessário distinguir os conceitos de preço lista e preço para cliente médio. O primeiro é preço sem desconto e o segundo deduz os descontos , destacou.
Ainda no primeiro dia, o Fórum contou com a palestra da economista da RISI, Amanda Fantinatti, que falou dos mercados global e latino americano de papel para embalagens. A indústria brasileira de papel tissue e o setor de aparas e a reciclagem foram temas da apresentação de Pedro Vilas Boas, presidente da Associação Nacional dos Aparistas (ANAP“ e diretor da Anguti Estatística.
ABTCP 2018 teve fórum sobre mercado e gestão
ABTCP / Guilherme Balconi