EDITAL N 13/2017. A banca do processo de seleção divulga o resultado final (por ordem de classificação):

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Programa de Pós-Graduação em Ciência Política www.cienciapolitica.ufpr.br

processo de seleção turma 2018 mestrado e doutorado

EDITAL N° 13/2017

A banca do processo de seleção divulga o resultado final (por ordem de classificação):

MESTRADO

CLASSIFICAÇÃO CANDIDATO(A) NOTA

1 GIOVANNA CASTRO DA CRUZ 93,9

2 BRENO PACHECO LEANDRO 91,3

3 JUAN FRANCISCO ARROM SUHURT 89,9

4 BRUNA BRITO PRATA FERREIRA 89,2

5 LUIZ FERNANDO ZELINSKI DA SILVA 85,6

6 MARÍLIA CORREIA MACHADO 81,8

7 YACHAN SEIJI TAKESHITA HORA PINSAG 81,1

8 ULISSES ALVES ARIAS 80,8

9 DIOGO TAVARES DE 13MIRANDA FERREIRA 80,7

10 DEVLIN TAVARES BIEZUS 80,2

11 PABLO SILVA PIMENTEL 79,4

12 ELIAS ARIEL DE SOUZA 79,0

13 SERGIO LUIZ ZACARIAS 76,7

14 CLARICE DE CAMARGO IBAÑEZ 75,7

15 ERIVELTO DIEGO DO AMARANTE 75,4

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DOUTORADO

CLASSIFICAÇÃO CANDIDATO(A) NOTA

1 MARIANA LORENCETTI 97,8

2 ANA PAULA MACIEL 93,6

3 FERNANDO WISSE 92,2

4 MARIA CECILIA EDUARDO 91,0

5 ALESSANDRO TOKUMOTO 87,0

6 GIULIA FONTES 86,4

7 JULIANA DE SOUZA 83,7

8 GABRIEL BOZZA 83,3

9 FELIPE HERMANN 82,3

10 ANDERSON ALACRON 79,3

11 EDSON GIL SANTOS JR 78,9

Gabarito das questões.

Questão obrigatória) Discorra sobre as principais semelhanças e diferenças nos enfoques de J. A. Schumpeter e Robert Dahl sobre as democracias modernas.

A questão demanda que o candidato discorra sobre as semelhanças e diferenças entre os enfoques de Schumpeter e Dahl sobre as democracias modernas. Pontos que poderiam ser destacados entre as semelhanças: a) tentativa de elaborar uma definição operacional de

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democracia; b) crítica à ideia tradicionalmente presente do pensamento político de democracia como democracia como !governo do povo”; c) enfoque da democracia como um método de tomada de decisões e escolha de representantes; d) definição minimalista de democracia.

Dentre as diferenças, podemos destacar: a) Schumpeter tem uma visão negativa do papel das massas que deriva da teoria das elites; b) Dahl procura formalizar melhor sua abordagem da democracia formalizando um conceito de poliarquia agrupado em dois eixos, participação e oposição; c) Dahl procura elaborar melhor as gradações entre os diferentes tipos de regime ou sistema políticos, das democracias às oligarquias;

QL01) Discorra sobre as principais transformações ocorridas na atividade política na era da comunicação de massas de acordo com Wilson Gomes, destacando as mudanças observadas na propaganda política e no processo de construção de imagem dos atores políticos.

A questão demanda que o(a) candidato(a) elabore um texto indicando as principais mudanças na política na era de comunicação de massas, destacando a propagada política e a construção de imagem. Dentre as várias mudanças enumeradas ao longo do livro (profissionalização, uso sistemático de técnicas de marketing, constituição de uma esfera pública mediatizada etc.), poderiam ser destacadas: a) uso de tecnologias de comunicação como a TV e a internet; b) decréscimo da importância dos vínculos comunitário e comunicação face a face; c) difusão de meios de propaganda que exigem maior conhecimento especializado; d) adoção de estratégias discursiva mais sofisticadas e profissionalizadas pelos atores políticos; e) inserção da retórica como elemento constituinte do ambiente da competição discursiva; f) emergência de uma política de imagem pública, sistematicamente planejada e elaborada pelos atores políticos; g) a construção de imagem dos atores políticos passa a ter um papel fundamental nas democracias de massas com vistas a angarias o apoio do cidadão mediano.

QL02) Comente algumas das críticas de Skocpol às formas de análise do Estado e o que elas implicam na construção de sua própria proposta de análise.

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Segundo a autora, apesar da diversidade e do grande número de estudos sobre o Estado, há muita convergência em relação aos argumentos e às estratégias de análise, ou seja, consideram como o Estado afeta os processos políticos e sociais através de suas políticas e suas relações com os grupos sociais. As abordagens centradas na sociedade, características das abordagens pluralista, estrutural funcionalista e neomarxista, colocam a questão do governo, entendido como uma arena na qual os grupos de interesse, as classes sociais e os movimentos sociais (inputs) se relacionam com o processo de tomada de decisão das políticas públicas, o qual alocaria benefícios entre os demandantes (outputs). Skocpol critica as abordagens pluralistas e estrutural-funcionalistas por não tratarem da questão do Estado e os neo-marxistas em comprovar o peso causal das variações na estrutura do Estado entre as nações e a autonomia do Estado e ultrapassar as questões colocadas pelos autores clássicos das Ciências Sociais em torno da questão do Estado enquanto ator e seu impacto na construção das instituições.

Skocpol também recorre a Max Weber e Otto Hintze para considerar a questão da dimensão do Estado e da sua relação com outros atores, inclusive outros Estados, e para além de uma mera arena de embate entre os grupos sociais. Da proposta de análise da questão do Estado e sua relação com a sociedade de Skocpol a partir do diálogo crítico com estas abordagens, podemos destacar algumas de suas formulações. Antes de mais nada, a autora ressalva que se trata de um trabalho de “reorientação teórica” que está ainda no início e que enfrenta o peso da abordagem centrada na sociedade. Daí o objetivo de Skocpol é propor um “quadro de referência”, questões de médio alcance e hipóteses que possam informar futuras pesquisas, as quais seriam mais propriamente “state-centered explanations”, em especial voltadas para as sociedades capitalistas democráticas e em um contexto transnacional e de interdependência entre os países. Nesta nova abordagem do papel do Estado na economia e na sociedade, os estudos comparativos são de grande importância. Os problemas a partir do qual se pode construir tal abordagem são, de um lado, problematizar a questão da autonomia do Estado e

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de suas capacidades de realizar políticas e, de outro, os impactos do Estado sobre o conteúdo das políticas implementadas. Do debate com a literatura, Skocpol destaca algumas questões que deveriam ser levadas em conta neste empreendimento analítico do Estado: a importância da questão da autonomia das elites estatais ou burocráticas e da própria burocracia. Frente a isso, a autora ressalva que a autonomia do Estado não é um fator estrutural fixo, pois não apenas as elites quanto os próprios fatores estruturais podem se alterar em função de aspectos das políticas do Estado e da sua relação com a sociedade, o que exige a consideração e casos históricos concretos, nos quais a ação do Estado pode ou não ser coerente e apropriada, mas nunca pode ser considerada realmente “desinteressada”. Sobre a questão das capacidades do Estado, Skocpol destaca fatores como o grau de soberania sobre seu território, as capacidades e as características das elites militares e administrativas e suas relações com os grandes centros educacionais e seus recursos financeiros, quais políticas o Estado possui a capacidade de implementar, sua capacidade de controle sobre atores não estatais, nacionais e transnacionais, especialmente aqueles que são economicamente poderosos. Essas questões podem ser colocadas em qualquer estudo sobre tais capacidades, cujas respostas permitiriam verificar as condições dos Estados para realizarem seus objetivos. Tais “relational approaches”

acerca dos atores e das estruturas traz o Estado de volta para a posição central na análise da produção de decisões políticas e das mudanças sociais que rompe com o “determinismo social”

das abordagens pluralistas, estrutural-funcionalista e marxistas. Daí a importância da abordagem de Tocqueville, a qual entende que o Estado importa não apenas por causa dos objetivos de suas autoridades, mas porque suas “configurações institucionais” e seus padrões de ação afetam a cultura política, os padrões de formação e de constituição dos grupos sociais enquanto atores políticos e o próprio processo político e sua agenda. Trata-se dos “effects of the state”, destacados por Tocqueville, que inspiram as “macroscopic explorations of the socio- political effects of states”, de viés histórico-comparativo. Os marxistas podem estar certos em chamar a atenção para as tensões entre as classes nas sociedades industriais, mas a expressão dos interesses de classe nunca é automaticamente ou economicamente determinada, dado

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que depende de suas capacidades de consciência, organização e representação. Por fim, Skocpol conclui que mais importante do que o debate conceitual ou uma “grande teoria do Estado”, são as “estratégias analíticas”, as quais remetem a abordagens históricas e comparativas como forma de desenvolver generalizações de médio alcance sobre o papel do Estado, suas políticas e seus efeitos sobre os conflitos e disputas políticas, em âmbito nacional e internacional que permitam a compreensão precisa das “causal regularities that underlie the histories os states, social structures, and transnational relations in the modern world”.

Observação: a questão pede comentários sobre as proposições da autora, os quais remetem às opiniões da/do respondente acerca de sua própria compreensão destas proposições.

QL03) Caracterize os modelos de democracia propostos por Arend Lijphart (2013) e disserte sobre como eles podem explicar as relações entre executivo e legislativo no presidencialismo brasileiro.

A questão demanda que o(a) candidato(a) faça uma dissertação que contemple dois elementos principais:

Pelo primeiro, o(a) candidato deve mencionar os dois modelos de democracia que o autor propõe – quais sejam, majoritário e consensual – e explicar, com o maior detalhamento possível, cada uma dessas características, elencadas a seguir:

Modelo majoritário

Dimensão executivos-partidos:

• Concentração do Poder Executivo em gabinetes unipartidários e de maioria mínima;

• Gabinete dominante em relação à Legislatura;

• Sistema bipartidário;

• Sistema de eleição majoritário e desproporcional;

• Pluralismo de grupos de interesse.

Dimensão federal-unitária:

• Governo unitário e centralizado;

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• Concentração do poder legislativo em legislatura unicameral;

• Flexibilidade constitucional;

• Ausência de revisão judicial;

• Banco central controlado pelo Poder Executivo.

Modelo consensual

Dimensão executivos-partidos:

• Poder Executivo compartilhado mediante gabinetes de ampla coalizão;

• Equilíbrio de poder entre Executivo e Legislativo;

• Sistema multipartidário;

• Representação proporcional;

• Corporativismo de grupos de interesse.

Dimensão federal-unitária:

• Governo Federal e descentralizado;

• Bicameralismo forte;

• Rigidez constitucional

• Revisão judicial;

• Independência do Banco Central.

Pelo segundo elemento, o(a) candidato(a) deve argumentar, por meio da descrição do funcionamento de cada uma das características acima no Brasil, em que medida o país se aproxima/afasta dos dois modelos propostos, mesclando-os no desenho de suas instituições políticas.

Assinam abaixo os membros da banca do processo de seleção. Curitiba, 01 de dezembro de 2017.

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Prof. Dr. Paulo Roberto Neves Costa

PRESIDENTE da banca de seleção

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Professor Dr. Rafael Cardoso Sampaio

SECRETÁRIO da banca de seleção

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Prof. Dr. Sérgio Soares Braga

Membro da banca de seleção

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Prof. Dr. Rodrigo Rossi Horochovski

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Prof. Dr. Bruno Bolognesi

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