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Livro Eletrônico. Aula 00. Noções de Legislação do Servidor do DF p/ CLDF (Técnico Legislativo - Agente de Polícia)-Pós-Edital

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(1)

Aula 00

Noções de Legislação do Servidor do DF p/ CLDF (Técnico Legislativo - Agente de Polícia)-Pós-Edital

Professores: Herbert Almeida, Time Herbert Almeida

(2)

A ULA 0

A PRESENTA‚ÌO E C RONOGRAMA DO C URSO

E STATUTO DOS S ERVIDORES DO

DF ( PARTE 01)

S

UMÁRIO

Apresenta•‹o do Curso e Cronograma

Sum‡rio ... 1

Estatuto dos Servidores Pœblicos do Distrito Federal ... 2

1 - Considera•›es Iniciais ... 5

2 Ð No•›es Iniciais ... 5

3 - Cargos pœblicos e fun•›es de confian•a ... 7

3.1 Ð Concurso pœblico ... 7

3.2 Ð Provimento ... 10

3.3 Ð Posse ... 30

3.4 Ð Exerc’cio ... 32

3.5 Ð Est‡gio probat—rio ... 34

3.6 Ð Estabilidade ... 38

3.7 Ð Remanejamentos ... 39

3.8 Ð Vac‰ncia ... 42

3.9 Ð Substitui•‹o ... 45

3.10 Ð Acumula•‹o ... 45

4 - Quest›es Mœltipla Escolha ... 47

5 - Lista das Quest›es de Aula ... 63

6 - Gabarito ... 72

7 - Considera•›es Finais ... 72

(3)

A PRESENTAÇÃO E C RONOGRAMA DE A ULAS

E

STATUTO DOS

S

ERVIDORES

P

ÚBLICOS DO

D

ISTRITO

F

EDERAL

Ol‡ concurseiros e concurseiras.

ƒ com muita satisfa•‹o que estamos lan•ando o curso de No•›es de Legisla•‹o do Servidor do Distrito Federal para Agente de Pol’cia Legislativa do concurso da C‰mara Legislativa do Distrito Federal - CLDF.

De imediato, vejamos as caracter’sticas deste material:

ü Ser‡ feita uma abordagem completa e objetiva do Estatuto;

ü grande quantidade de quest›es comentadas;

ü refer•ncias atualizadas, com ampla pesquisa na doutrina e jurisprud•ncia recente;

ü contato direto com o professor atravŽs do f—rum de dœvidas.

Caso ainda n‹o me conhe•am, meu nome Ž Herbert Almeida, sou Auditor de Controle Externo do Tribunal de Contas do Estado do Esp’rito Santo aprovado em 1¼ lugar no concurso para o cargo. AlŽm disso, obtive o lugar no concurso de Analista Administrativo do TRT/23¼ Regi‹o/2011.

Meu primeiro contato com a Administra•‹o Pœblica ocorreu atravŽs das For•as Armadas. Durante sete anos, fui militar do ExŽrcito Brasileiro, exercendo atividades de administra•‹o como Gestor Financeiro, Pregoeiro, Respons‡vel pela Conformidade de Registros de Gest‹o e Chefe de Se•‹o. Sou professor de Direito Administrativo e Administra•‹o Pœblica aqui no EstratŽgia Concursos e palestrante da Turma EstratŽgica.

AlŽm disso, no Tribunal de Contas, participo de atividades relacionadas com o Direito Administrativo.

Ademais, os concursos pœblicos em que fui aprovado exigiram diversos conhecimentos, inclusive sobre Direito Administrativo. Ao longo de meus estudos, resolvi diversas quest›es, aprendendo a forma como cada organizadora aborda os temas previstos no edital. Assim, pretendo passar esses conhecimentos para encurtar o seu caminho em busca de seu objetivo. Ent‹o, de agora em diante, vamos firmar uma parceria que levar‡ voc• ˆ aprova•‹o no concurso pœblico da CLDF

Observo ainda que o nosso curso contar‡ com o apoio da Prof». Leticia Cabral, que nos auxiliar‡ com as respostas no f—rum de dœvidas. A Prof. Leticia Ž advogada e trabalha tambŽm como assessora de Procurador do Estado em Vit—ria-ES. Atualmente tambŽm Ž aluna do mestrado em Direito Processual na UFES (Universidade Federal do Esp’rito Santo).

Com isso, daremos uma aten•‹o mais completa e pontual ao nosso f—rum. Para maximizar o seu aprendizado, nosso curso estar‡ estruturado em cinco aulas, sendo esta aula demonstrativa e outras quatro, vejamos o cronograma:

(4)

AULA CONTEÚDO DATA

Aula 0 Estatuto dos Servidores do DF - LC 840/2011 (parte 1) Disponível Aula 1 Estatuto dos Servidores do DF - LC 840/2011 (parte 2) 15/06 Aula 2 Estatuto dos Servidores do DF - LC 840/2011 (parte 3) 30/06 Aula 3 Lei Complementar distrital nº 769, de 2008 e alterações.

(parte 1)

10/07

Aula 4 Lei Complementar distrital nº 769, de 2008 e alterações.

(parte 1) 25/07

Aten•‹o! Este curso Ž completo em pdf. Adotaremos videoaulas complementares em rela•‹o aos principais temas, mas recomendamos, pelo estilo das quest›es sobre legisla•‹o, que voc• estude prioritariamente pelos pdfs.

Outro ponto fundamental Ž que nosso curso ser‡ elaborado com base na FCC.

Entretanto, sabemos que n‹o temos muitas quest›es da FCC sobre a LC 840/2011. As poucas quest›es sobre esse assunto, em geral, s‹o do Cespe/Unb.

Por isso, adotaremos a seguinte linha de a•‹o: ao longo da aula, intercalando com o conteœdo, teremos quest›es do Cespe, que devem ser resolvidas para fins de fixa•‹o do tema. No final da aula, teremos uma guia apenas de quest›es da FCC adaptadas. Isso mesmo, pegaremos as quest›es da Lei 8.112/1990 e as adaptaremos para as disposi•›es da LC 840/2011, de tal forma que voc• possa treinar o assunto com base na legisla•‹o da prova.

Por fim, se voc• quiser receber dicas di‡rias de prepara•‹o para concursos e de Direito Administrativo, siga-me nas redes sociais (n‹o esque•a de habilitar as notifica•›es no Instagram, assim voc• ser‡ informado sempre que eu postar uma novidade por l‡):

@profherbertalmeida /profherbertalmeida/!

@profherbertalmeida!

Sem mais delongas, espero que gostem do material e vamos ao nosso curso.

Observa•‹o importante: este curso Ž protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legisla•‹o sobre direitos autorais e d‡ outras provid•ncias.

Grupos de rateio e pirataria s‹o clandestinos, violam a lei e prejudicam os professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe

(5)

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(6)

R EGIME DOS S ERVIDORES P ÚBLICOS DO

D ISTRITO F EDERAL

1 - C

ONSIDERAÇÕES

I

NICIAIS

Na aula de hoje vamos estudar os t’tulos I e II do Estatuto dos Servidores Pœblicos do Distrito Federal, que abordam, respectivamente, as disposi•›es preliminares e as disposi•›es sobre os cargos pœblicos e fun•›es de confian•a.

Vamos l‡?!

2 N

OÇÕES

I

NICIAIS

O Regime Jur’dico ònico para os servidores pœblicos da administra•‹o direta, aut‡rquica e fundacional e dos —rg‹os relativamente aut™nomos1 do Distrito Federal consta na Lei Complementar Distrital 840/2011 (LC 8402). Trata-se de uma Lei Distrital e, portanto, aplica-se exclusivamente aos servidores do Distrito Federal.3

AlŽm disso, as regras da Lei Complementar 840/2011 s— alcan•am os

—rg‹os da administra•‹o direta, das autarquias e das funda•›es pœblicas, n‹o se aplicando ˆs empresas pœblicas e ˆs sociedades de economia mista, cujos empregados pœblicos submetem-se ˆs regras da Consolida•‹o das Leis do Trabalho Ð CLT.

Nesse contexto, acrescenta-se que a Lei Complementar 840/2011 Ž o Estatuto dos servidores pœblicos, em sentido estrito. S‹o os chamados servidores estatut‡rios, justamente porque sua rela•‹o profissional se d‡ por meio das regras previstas em um ÒestatutoÓ que, no caso, Ž a LC 840. Assim, tal diploma legal costuma ser chamado de Estatuto dos Servidores Pœblicos do Distrito Federal.

1 De acordo com o Decreto Distrital 27.591/2007, s‹o —rg‹os relativamente aut™nomos, sem personalidade jur’dica: (i) Jardim Bot‰nico de Bras’lia (ii) Arquivo Pœblico do Distrito Federal. Trata-se de uma situa•‹o especial, constante na legisla•‹o de organiza•‹o administrativa do DF. No entanto, por se tratarem de —rg‹os pœblicos, e por tal natureza n‹o possu’rem personalidade jur’dica pr—pria, devemos chegar a inevit‡vel conclus‹o de que esses —rg‹os fazem parte de algum ente da Administra•‹o Pœblica, que, no nosso ponto de vista, ser‡ da pessoa pol’tica do Distrito Federal. Dessa forma, ainda que o Decreto Distrital 27.591/2007 tenha colocado os —rg‹os relativamente aut™nomos em cap’tulo pr—prio, entendemos que eles fazem sim parte da Administra•‹o Pœblica Direta do Distrito Federal. Claro que tal posicionamento foge ao objeto do nosso curso. Assim, para facilitar a abordagem, ao decorrer do curso, mencionaremos o trecho Òe dos —rg‹os relativamente aut™nomosÓ apenas quando necess‡rio, j‡ que tais —rg‹os j‡ est‹o inclu’dos na express‹o Òadministra•‹o diretaÓ.

2 Ao longo da aula, para n‹o tornar a leitura cansativa, vamos utilizar as express›es ÒLC 840Ó, ÒEstatutoÓ, ÒEstatuto dos ServidoresÓ ou ÒRegime Jur’dico dos ServidoresÓ para nos referir ˆ Lei Complementar Distrital 840/2011.

3 Cada ente da Federa•‹o deve possuir o estatuto aplic‡vel aos seus servidores. PorŽm, antes da edi•‹o da LC 840/2011, aplicava-se aos servidores do DF a Lei Federal 8.112/1990, por expressa determina•‹o da LC Distrital 197/1991. Essa determina•‹o foi revogada pela LC 840, sendo que, desde ent‹o, a Lei 8.112/1990 n‹o Ž mais aplic‡vel aos servidores distritais.

(7)

Com efeito, enquanto o v’nculo dos empregados pœblicos Ž contratual, a rela•‹o entre os servidores pœblicos e o poder pœblico Ž legal. Por conseguinte, para os empregados pœblicos o pacto contratual s— poder‡

ser alterado por concord‰ncia das duas partes (empregado e poder pœblico). Por outro lado, o regime jur’dico dos servidores pœblicos poder‡

ser alterado sempre que o estatuto sofrer altera•›es. Vale dizer, o servidor pœblico n‹o est‡ livre de modifica•›es legais, que poder‹o alterar os termos de sua rela•‹o com a Administra•‹o Pœblica.

Ademais, devemos observar que, em v‡rios julgados, o STF e o STJ j‡

reconheceram que o servidor pœblico n‹o possui direito adquirido ˆ imutabilidade do regime jur’dico. Dessa forma, como toda lei Ž pass’vel de modifica•‹o, Ž poss’vel a modifica•‹o legal do regime jur’dico inicial de um servidor pœblico. Por exemplo, no MS 28.433 Agr/PB, o Supremo Tribunal Federal entendeu que Òo servidor pœblico n‹o tem direito adquirido a regime jur’dico, o que, consequentemente, significa que n‹o h‡ viola•‹o a direito quando se altera a jornada de trabalho anteriormente fixadaÓ4.

Entretanto, as modifica•›es em lei n‹o poder‹o retirar aquilo que o servidor j‡ alcan•ou a t’tulo de direito adquirido, ou seja, os direitos dos quais ele j‡ tenha preenchido os requisitos para goz‡-los devem ser respeitados.

A LC 840 conceitua servidor pœblico como a pessoa legalmente investida em cargo pœblico (art. 2¼).

Por outro lado, cargo pœblico Ž o conjunto de atribui•›es e responsabilidades previstas na estrutura organizacional e cometidas a um servidor (art. 3¼, caput). Ademais, os cargos pœblicos s‹o criados por lei, com denomina•‹o pr—pria e subs’dio ou vencimentos pagos pelos cofres pœblicos, para provimento em car‡ter efetivo ou em comiss‹o (art. 3¼, par‡grafo œnico).

O cargo pœblico Ž, portanto, uma unidade de compet•ncia atribu’da a um servidor pœblico, criada por lei e prevista em nœmero certo, possuindo denomina•‹o pr—pria. Por exemplo, s‹o cargos pœblicos: Consultor Legislativo da CLDF, Auditor de Controle Externo do TCDF, Professor de Educa•‹o B‡sica do DF, TŽcnico de Gest‹o Educacional do DF, etc.

Vale destacar que os cargos pœblicos podem ser de provimento efetivo, quando depender‹o de prŽvia aprova•‹o em concurso pœblico, e de provimento em comiss‹o, situa•‹o em que ser‹o de livre nomea•‹o e exonera•‹o pela autoridade competente.

4No STF, ver MS 28.433 AgR/DF; no mesmo sentido, podemos observar o EDcl no AgR no RESp 1.349.802/RJ, nos seguintes termos: ÒOcorre que a natureza do v’nculo que liga o servidor ao Estado Ž de car‡ter legal e pode, por conseguinte, sofrer modifica•›es no ‰mbito da legisla•‹o ordin‡ria pertinente, as quais o servidor deve obedecer, de modo que n‹o h‡ direito adquirido do servidor a determinado regime jur’dico, nos termos de tranquila jurisprud•ncia da Suprema CorteÓ.

(8)

Dessa forma, tanto os servidores aprovados em concurso pœblico quanto os chamados servidores comissionados submetem-se ˆs disposi•›es do Regime Estatut‡rio.

Servidor pœblico Ž o ocupante de cargo pœblico, podendo ser de provimento efetivo

ou em comiss‹o

Os servidores pœblicos desenvolvem suas atividades como profiss‹o e, por esse motivo, o art. 124 da LC 840 veda a presta•‹o de servi•os gratuitos, ressalvados os casos previstos em lei.

1. (Cespe Ð TŽcnico Administrativo/ICMBio/2014) A Lei Complementar Distrital 840/2011 se aplica a todos os indiv’duos que trabalham no servi•o pœblico distrital, incluindo os servidores da administra•‹o distrital, os militares e os empregados pœblicos.

Coment‡rio: essa Ž uma quest‹o sobre o ‰mbito de aplica•‹o da LC 840/2011. Nesse contexto, devemos saber que ela se aplica a todos os servidores pœblicos estatut‡rios da administra•‹o direta, aut‡rquica e fundacional e dos —rg‹os relativamente aut™nomos do Distrito Federal.

A LC 840/2011, contudo, n‹o se aplica aos militares, que se submetem ˆ regime jur’dico pr—prio, aos ocupantes de emprego pœblico, que seguem a Consolida•‹o das Leis Trabalhistas, e aos servidores tempor‡rios, que tambŽm seguem legisla•‹o pr—pria.

Gabarito: errado.

3 - C

ARGOS PÚBLICOS E FUNÇÕES DE CONFIANÇA

3.1 – Concurso público

As regras sobre concurso pœblico guardam muita rela•‹o com o que disp›e a Constitui•‹o Federal. Ademais, salienta-se que, no ‰mbito do Distrito Federal, as regras sobre concursos pœblicos s‹o disciplinadas na Lei 4.949/2012 Ð Lei de Normas Gerais para Concurso Pœblico no Distrito Federal.

Nessa linha, o Estatuto disp›e que Òas normas gerais sobre concurso pœblico s‹o as fixadas em lei espec’ficaÓ (art. 11).

Com efeito, a aprova•‹o em concurso pœblico Ž requisito para o provimento em cargo ou emprego pœblico de provimento efetivo. Dessa forma, n‹o se aplica a regra do concurso pœblico para os cargos de provimento em comiss‹o.

(9)

O concurso possui, basicamente, dupla finalidade. A primeira Ž a de selecionar os melhores candidatos para o preenchimento da vaga, conforme n’vel de conhecimento demonstrado na avalia•‹o. A outra finalidade Ž garantir a todas as pessoas que atendem aos requisitos do cargo o direito de concorrer ˆ vaga.

Assim, o concurso poder‡ ser de provas ou de provas e t’tulos, conforme dispuser a lei do respectivo plano de carreira.

O prazo de validade do concurso pœblico ser‡ de atŽ dois anos, podendo ser prorrogado uma œnica vez, por igual per’odo, na forma prevista no edital (art. 13). Portanto, o prazo m‡ximo que um concurso poder‡

chegar Ž de quatro anos. Acrescenta-se que o prazo de prorroga•‹o ser‡

id•ntico ao per’odo inicial de validade. Assim, se o concurso tiver a validade de noventa dias, o edital poder‡ prever a sua prorroga•‹o por outros noventa, por exemplo.

Durante o per’odo de validade do concurso pœblico, o candidato aprovado deve ser nomeado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo na carreira (art. 13, ¤ 1¼). Isso significa que, se for realizado um novo concurso para o mesmo cargo enquanto vigente um certame anterior, com candidatos aprovados (no famoso Òcadastro de reservaÓ), estes ser‹o nomeados antes de qualquer nomea•‹o dos novos aprovados.

A LC 840 tambŽm permite que o candidato aprovado solicite, no prazo de cinco dias contados da publica•‹o do ato de nomea•‹o, seu reposicionamento para o final da lista de classifica•‹o (art. 13, ¤ 2¼). Para entender essa regra, imagine que foram aprovados 30 candidatos para um cargo no DF. No entanto, o primeiro colocado possui algum impedimento para tomar posse imediatamente. Dessa forma, ele tem o direito de solicitar o seu reposicionamento para o final da lista de classifica•‹o (para depois do œltimo classificado), ganhando mais tempo para resolver as suas pend•ncias.

O Estatuto exige que o edital de concurso reserve 20% das vagas para serem preenchidas por pessoa com defici•ncia5. No entanto, se a vaga n‹o for preenchida, ou seja, se n‹o houver candidato com defici•ncia habilitado, essa vaga ser‡ revertida para provimento dos demais candidatos (art. 12, caput e ¤ 1¼).

Observa-se, contudo, que a defici•ncia deve ser compat’vel com o cargo.

Por isso, a Lei determina que a defici•ncia e sua compatibilidade para as atribui•›es do cargo ser‹o verificadas antes da posse, garantido recurso em caso de decis‹o denegat—ria, com suspens‹o da contagem do prazo para a posse (art. 12, ¤ 2¼).

5 Deve-se desprezar a parte decimal, afinal n‹o existe Òmeia pessoaÓ ou Ò0,9 pessoaÓ. Portanto, se o percentual n‹o for suficiente para preencher uma vaga, n‹o haver‡ reserva de vagas.

(10)

Por outro lado, n‹o est‹o abrangidas pela reserva de vagas as pessoas com defici•ncia apta para trabalhar normalmente ou inapta para qualquer trabalho (art. 12, ¤ 3¼).

2. (Cespe - Monitor de Gest‹o Educacional/SEDF/2017) A investidura em cargo em comiss‹o depende de prŽvia aprova•‹o em concurso pœblico.

Coment‡rio: somente a investidura em cargo efetivo depende de aprova•‹o prŽvia em concurso pœblico. Por outro lado, os cargos de provimento em comiss‹o s‹o de livre nomea•‹o e exonera•‹o, constituindo exce•‹o ˆ exig•ncia do concurso pœblico.

Gabarito: errado.

3. (Cespe - Professor de Educa•‹o B‡sica/SEDF/2017) Disposi•‹o da lei complementar em apre•o permite a abertura de concurso pœblico mesmo quando houver candidato aprovado em concurso anterior com prazo de validade n‹o expirado, mas n‹o nomeado.

Coment‡rio: exato! Na verdade, a Lei n‹o veda a realiza•‹o de novo concurso pœblico enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior. O Estatuto apenas reproduz a disposi•‹o constitucional que exige prioridade aos candidatos aprovados em concurso anterior, enquanto vigente o seu prazo de validade. Assim, no per’odo de validade do concurso pœblico, o candidato aprovado deve ser nomeado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo na carreira (art. 13, ¤ 1¼).

Nesse ponto, a LC 840/2011 difere da Lei 8.112/1990, pois esta œltima possui uma regra mais restritiva, dispondo que Òn‹o se abrir‡ novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior com prazo de validade n‹o expiradoÓ.

Logo, podemos temos a seguinte compara•‹o:

Ø Lei 8.112/1990: veda a realiza•‹o de novo concurso se houver aprovado, ainda n‹o nomeado, no concurso anterior vigente;

Ø LC 840/2011: permite a realiza•‹o de novo concurso, porŽm dando prioridade ao aprovado no concurso anterior ainda vigente.

Gabarito: correto.

(11)

3.2–PROVIMENTO

3.2.1–DISPOSIÇÕES GERAIS

De acordo com a LC 840/11, s‹o requisitos b‡sicos para a investidura em cargo pœblico (art. 7¼):

a) a nacionalidade brasileira;

b) o gozo dos direitos políticos;

c) a quitação com as obrigações militares e eleitorais;

d) o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;

e) a idade mínima de dezoito anos;

f) aptidão física e mental.

AlŽm disso, as atribui•›es do cargo poder‹o justificar a exig•ncia de outros requisitos estabelecidos em lei (art. 7¼, ¤1¼). Esse ponto merece ser destacado. Os concursos pœblicos devem permitir a maior competi•‹o poss’vel, exigindo-se como requisitos apenas aqueles essenciais para o desempenho das atribui•›es do cargo. Contudo, qualquer exig•ncia diferenciada dever‡ ser feita em lei, n‹o se podendo utilizar atos infralegais para criar condi•›es para acesso aos cargos pœblicos.

Por conseguinte, n‹o se admite que atos administrativos venham a estabelecer restri•›es. Nesse sentido, a Sœmula 14 do STF estabelece que ÒN‹o Ž admiss’vel, por ato administrativo, restringir, em raz‹o da idade, inscri•‹o em concurso para cargo pœblicoÓ. Na mesma linha, a Sœmula Vinculante 44, tambŽm do STF, disp›e que ÒS— por lei se pode sujeitar a exame psicotŽcnico a habilita•‹o de candidato a cargo pœblicoÓ.

Por exemplo, se determinado cargo exigir que o candidato possua curso superior para a investidura, sem definir ‡rea de forma•‹o, n‹o poder‡ o edital restringir o acesso somente aos formados em direito. Isso porque tal requisito dever‡ constar em lei.

TambŽm n‹o pode, por exemplo, limitar a idade ou a altura simplesmente por regra no edital do concurso, uma vez que tal exig•ncia dever‡ estar amparada em lei.

Ademais, vimos acima que um dos requisitos para ingresso nos cargos pœblicos Ž ter nacionalidade brasileira. Ressalta-se, porŽm, que Ž poss’vel o provimento de estrangeiro em cargo pœblico, desde que observado o disposto em lei federal (art. 7¼, ¤2¼).

Os requisitos para investidura em cargo pœblico devem ser comprovados por ocasi‹o da posse (art. 7¼, ¤ 3¼). Por exemplo: se voc• prestar um concurso cujo cargo exija curso superior, a comprova•‹o de que voc•

(12)

possui este curso ser‡ realizada no momento da posse, e n‹o no ato da inscri•‹o.6

Um ponto interessante Ž que os cargos pœblicos dividem-se em cargos de provimento efetivo e de provimento em comiss‹o. Os cargos de provimento efetivo s‹o aqueles que dependem de prŽvia aprova•‹o em concurso pœblico (art. 4¼).

Por outro lado, os cargos em comiss‹o s‹o aqueles de livre nomea•‹o e exonera•‹o pela autoridade competente, os quais s‹o destinados exclusivamente ˆs atribui•›es de dire•‹o, chefia e assessoramento (art.

5¼). De acordo com o Estatuto, considera-se cargo em comiss‹o:

a) de dire•‹o: aquele cujo desempenho envolva atribui•›es da administra•‹o superior;

b) de chefia: aquele cujo desempenho envolva rela•‹o direta e imediata de subordina•‹o;

c) de assessoramento: aquele cujas atribui•›es sejam para auxiliar:

(a) os detentores de mandato eletivo; (b) os ocupantes de cargos vital’cios; (c) os ocupantes de cargos de dire•‹o ou de chefia.

A Constitui•‹o Federal assegura o livre provimento e exonera•‹o dos cargos em comiss‹o, isto Ž, a autoridade competente possui a discricionariedade de escolher as pessoas que ser‹o investidas neste cargo. PorŽm, o pr—prio texto constitucional disp›e que a lei dever‡

destinar um percentual dos cargos em comiss‹o para serem ocupados por servidores de carreira (CF, art. 37, V). Assim, a LC 840 determina que pelo menos 50% dos cargos em comiss‹o devem ser providos por servidor pœblico de carreira, nos casos e condi•›es previstos em lei (art. 5¼, ¤ 2¼).

N‹o devemos confundir, entretanto, cargo em comiss‹o e fun•‹o de confian•a. Ambos se destinam ˆs atribui•›es de dire•‹o, chefia e assessoramento, mas os cargos em comiss‹o representam o conjunto de atribui•›es cometidas a um servidor, ou seja, Ž a ÒvagaÓ ou o Òespa•oÓ ocupado por um servidor. As fun•›es, por outro lado, representam Òum conjunto de atribui•›esÓ, mas sem estarem vinculadas a um cargo espec’fico. Dessa forma, as fun•›es somente podem ser ocupadas por servidores efetivos. Por exemplo, um professor da rede de ensino pode ser designado para desempenhar a fun•‹o de auxiliar do diretor de uma escola. O cargo dele continua sendo o de professor, mas simultaneamente ele exercer‡ a fun•‹o de auxiliar do diretor.

A diferen•a Ž bastante sœtil, mas o principal ponto Ž que os cargos de livre nomea•‹o e exonera•‹o podem ser preenchidos por qualquer pessoa (desde que pelo menos 50% sejam destinados aos servidores de carreira), ao passo que as fun•›es de confian•a somente podem ser

6 Essa Ž uma regra geral. Observa-se, porŽm, que existem alguns casos em que a comprova•‹o deve ocorrer no momento da inscri•‹o, como ocorre com a idade m‡xima para participar em concurso (STF, ARE 730.959 AgR/BA) e a comprova•‹o dos requisitos previstos para os cargos de juiz substituto e de membro do MinistŽrio Pœblico (STF, MS 26.681/DF).

(13)

preenchidas por servidor efetivo. Outra diferen•a Ž que, para ocupar o cargo em comiss‹o, o servidor Ž nomeado, enquanto que para ocupar fun•‹o de confian•a ele Ž designado.

A LC 840/2011 pro’be a designa•‹o para fun•‹o de confian•a ou a nomea•‹o para cargo em comiss‹o, inclu’dos os de natureza especial, de pessoa que tenha praticado ato tipificado como causa de inelegibilidade prevista na legisla•‹o eleitoral, observado o mesmo prazo de incompatibilidade dessa legisla•‹o (art. 5¼, ¤ 3¼).

(14)

Cargo em comissão Função de confiança O que é? É o “espaço”, a vaga ocupada por

um servidor público

É um conjunto de atribuições

Quem pode ocupar Livre nomeação

*desde que respeitada a regra do mínimo de 50% dos cargos a serem preenchidas por servidores de carreira

Somente servidor efetivo

Forma de preenchimento

Nomeação Designação

Destinação Direção, chefia e assessoramento Direção, chefia e assessoramento

Visto isso tudo, vamos fazer alguns exerc’cios! Partiu!?

4. (Cespe Ð TŽcnico/FUB/2015 Ð adaptada) AlŽm dos requisitos b‡sicos previstos na Lei Complementar Distrital 840/2011, as atribui•›es de determinados cargos pœblicos podem exigir que outros requisitos sejam institu’dos por lei para que ocorra a investidura do servidor.

Coment‡rio: consoante o art. 7¼ da LC 840, s‹o requisitos b‡sicos para investidura em cargo pœblico:

® a nacionalidade brasileira;

® o gozo dos direitos pol’ticos;

® a quita•‹o com as obriga•›es militares e eleitorais;

® o n’vel de escolaridade exigido para o exerc’cio do cargo;

® a idade m’nima de dezoito anos;

® a aptid‹o f’sica e mental.

Ademais, as atribui•›es do cargo podem justificar a exig•ncia de outros requisitos estabelecidos em lei (art. 7¼, ¤ 1¼).

Gabarito: correto.

5. (Cespe Ð TŽcnico Administrativo/ANTAQ/2014) Um dos

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requisitos de acessibilidade aos cargos pœblicos Ž a nacionalidade brasileira, n‹o sendo permitida, portanto, aos estrangeiros a ocupa•‹o de cargo na administra•‹o pœblica.

Coment‡rio: a Constitui•‹o Federal permite o acesso aos cargos pœblicos pelos estrangeiros, na forma da lei. Trata-se, portanto, de norma de efic‡cia limitada, uma vez que depende de previs‹o legal para ocorrer.

Com efeito, o Estatuto dos Servidores do DF estabeleceu que ÒO provimento de cargo pœblico por estrangeiro deve observar o disposto em lei federalÓ. Portanto, os estrangeiros podem ingressar em cargo pœblico, desde que atenda aos requisitos constantes em legisla•‹o federal sobre o tema.

Gabarito: errado.

Feitas essas considera•›es, vamos analisar as formas de provimento.

3.2.2–FORMAS DE PROVIMENTO

Segundo Hely Lopes Meirelles7, provimento Ž o ato pelo qual se efetua o preenchimento do cargo pœblico, com a designa•‹o de seu titular.

Assim, a LC 840/2011 estabelece as seguintes hip—teses de provimento, vejamos (art. 8¼):

a) nomeação;

b) reversão;

c) aproveitamento;

d) reintegração;

e) recondução.

3.2.2.1–PROVIMENTO ORIGINÁRIO E PROVIMENTO DERIVADO

As formas de provimento apresentadas acima dividem-se em provimento origin‡rio e provimento derivado.

O provimento origin‡rio Ž o que se faz atravŽs da nomea•‹o, constituindo o preenchimento inicial do cargo sem que haja qualquer v’nculo anterior com a administra•‹o. Quando se tratar de provimento em cargos efetivos, o provimento origin‡rio depender‡ sempre de prŽvia aprova•‹o em concurso pœblico.

A nomea•‹o Ž a œnica forma de provimento origin‡rio.

Todas os demais tipos constituem hip—teses de provimento derivado, uma vez que pressup›em a exist•ncia de prŽvio v’nculo com a Administra•‹o.

7 Meirelles, 2013, p. 482.

(16)

Vale dizer, no provimento derivado, h‡ uma modifica•‹o na situa•‹o de servi•o da pessoa provida, que j‡ possu’a um v’nculo anterior com o poder pœblico.

Por exemplo, a reintegra•‹o Ž forma de provimento derivado, prevista no art. 41, ¤ 2¼, da CF, em que o servidor est‡vel Ž reintegrado ao servi•o pœblico em decorr•ncia de invalida•‹o de sua demiss‹o. Nesse caso, o servidor est‡vel foi reintegrado ao servi•o pœblico, ou seja, j‡ existia uma prŽvia rela•‹o com o poder pœblico, procedendo-se apenas a invalida•‹o de sua demiss‹o, com consequente reintegra•‹o.

Dessa forma, podemos mencionar que s‹o formas de provimento derivado previstas na LC 840/2011 a revers‹o, o aproveitamento, a reintegra•‹o e a recondu•‹o.

Alerta-se que as formas de provimento derivado podem alterar as condi•›es do v’nculo anterior do servidor, porŽm n‹o podem fazer com que o servidor passe a assumir cargo estranho ˆ sua carreira, sob pena de viola•‹o ao princ’pio do concurso pœblico.

Nessa linha, podemos mencionar o conteœdo da Sœmula Vinculante 43 do STF, que estabelece que Òƒ inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prŽvia aprova•‹o em concurso pœblico destinado ao seu provimento, em cargo que n‹o integra a carreira na qual anteriormente investidoÓ.

Assim, formas de provimento que existiam em outras legisla•›es, como a ascens‹o e a transfer•ncia s‹o consideradas inconstitucionais pelo STF, uma vez que permitem o ingresso em carreira diversa daquela para a qual o servidor pœblico ingressou por concurso8. Outras formas de provimento derivado, muito semelhantes com as mencionadas acima, tambŽm s‹o consideradas inconstitucionais, pois poderiam permitir o ingresso em cargo que n‹o integra a carreira para a qual o servidor prestou o concurso, tais como a transposi•‹o, a transforma•‹o ou a ascens‹o funcional9.

Das formas de provimento derivado, a reintegra•‹o, o aproveitamento e a recondu•‹o possuem previs‹o expressa no texto constitucional (CF, art. 41, ¤¤ 2¼ e 3¼). Portanto, possuem respaldo diretamente na Constitui•‹o da Repœblica, motivo pelo qual n‹o podem ser consideradas ileg’timas.

ƒ importante frisar isso, pois, ao ÒpŽ-da-letraÓ, o aproveitamento permite o reingresso do servidor em carreira distinta daquela em que ele foi originariamente provido. O aproveitamento ocorre quando um servidor Ž reintegrado e, por consequ•ncia, eventual servidor que passou a ocupar o seu cargo precisa ser reconduzido ao cargo de origem ou, se n‹o houver vaga, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade (CF, art.

41, ¤ 2¼).

8 ADI 231/RJ.

9 RE 602.264/DF.

(17)

Por isso que o aproveitamento deve seguir rigorosamente as hip—teses constitucionais e as determina•›es da LC 840, conforme veremos adiante.

Assim, a reda•‹o da Sœmula Vinculante 43 do STF deve ser analisada com uma certa ressalva, uma vez que existe, no pr—prio texto constitucional, forma de provimento em cargo distinto ao qual o servidor prestou concurso pœblico.

O fato Ž que, atualmente, podemos observar uma forma de provimento origin‡rio (nomea•‹o) e quatro formas de provimento derivado (revers‹o; aproveitamento; reintegra•‹o; recondu•‹o), conforme iremos discutir abaixo.

3.3.3–NOMEAÇÃO (PROVIMENTO ORIGINÁRIO)

A nomea•‹o Ž a œnica forma de provimento origin‡rio admitida em nosso ordenamento jur’dico, podendo dar-se para provimento de cargo efetivo ou em comiss‹o.

Vale destacar que como forma de provimento origin‡rio, a nomea•‹o independe de prŽvio v’nculo com a Administra•‹o. Na verdade, em regra, o nomeado n‹o possui nenhum v’nculo com o Poder Pœblico antes de sua nomea•‹o.

Entretanto, existir‹o situa•›es em que a pessoa j‡ ocupar‡ algum cargo, de provimento efetivo ou em comiss‹o, mas isso n‹o muda a natureza de provimento origin‡rio da nomea•‹o. Isso porque a nova nomea•‹o n‹o possui nenhuma rela•‹o com o v’nculo anterior. Vejamos dois exemplos para deixar as coisas mais claras.

Pedro Ž servidor comissionado, ocupante do cargo de assistente no gabinete de um Conselheiro X no Tribunal de Contas do DF.

Posteriormente, Pedro veio a ser nomeado para ocupar o cargo de chefe de gabinete do Governador do DF. Nesse caso, a nomea•‹o continua sendo provimento origin‡rio, pois o provimento no novo cargo n‹o possui rela•‹o com o anterior (qualquer pessoa poderia ter sido nomeada para o segundo cargo). Dessa forma, mesmo j‡ sendo agente pœblico, Pedro ter‡

um novo provimento origin‡rio quando for nomeado para o outro cargo.

Vamos ao segundo exemplo. Lœcio Ž servidor efetivo na Secretaria de Educa•‹o do DF, ocupando cargo de TŽcnico em Gest‹o Educacional para o qual foi aprovado por meio de concurso pœblico. Alguns anos depois, Lœcio concluiu seu curso superior e prestou concurso para cargo de Analista no mesmo —rg‹o. Obtendo a aprova•‹o, foi nomeado para ocupar o cargo. Nessa situa•‹o, mesmo j‡ sendo servidor efetivo, Lœcio ter‡ novo

Nomeação

Efetivo Prévia aprovação em concurso público Comissão Livre nomeação e

exoneração

(18)

provimento origin‡rio, pois novamente a nomea•‹o no segundo cargo n‹o possui nenhuma rela•‹o com o cargo anterior. Mesmo que Lœcio n‹o fosse servidor, poderia ter prestado o concurso e, depois, ser nomeado para o cargo.

Dessa forma, independentemente se a pessoa possui v’nculo anterior ou n‹o, a nomea•‹o Ž forma de provimento origin‡rio, justamente por independer de qualquer v’nculo prŽvio com o Poder Pœblico.

Com efeito, a nomea•‹o Ž o ato administrativo unilateral, pois Ž a manifesta•‹o de vontade unicamente da autoridade administrativa competente. Dessa forma, a nomea•‹o n‹o gera nenhuma obriga•‹o para o candidato nomeado, representando somente o direito subjetivo ˆ posse, por meio da qual ser‡ formalizado o v’nculo funcional com a administra•‹o pœblica.

Portanto, o candidato nomeado n‹o possui obriga•‹o de ocupar o cargo, mas apenas o direito a formalizar seu v’nculo funcional por meio da posse.

N‹o desejando ocupar o cargo, n‹o ocorrer‡ nenhuma penalidade ao candidato, pois n‹o lhe h‡ obriga•‹o de tomar posse.

Anota-se que a Lei veda a edi•‹o de atos de nomea•‹o, posse ou exerc’cio com efeito retroativo (art. 9¼). Portanto, n‹o Ž poss’vel que uma autoridade nomeie um servidor, designando no ato uma data anterior.

Outra informa•‹o importante refere-se ˆs autoridades competentes para nomear. Segundo o art. 10 do Estatuto, o ato de provimento de cargo pœblico compete ao:

a) Governador, no Poder Executivo;

b) Presidente da C‰mara Legislativa;

c) Presidente do Tribunal de Contas.

Por exemplo, se voc• passar no concurso da SEDF, a compet•ncia para nomear ser‡ do Governador; se passar no concurso da CLDF, a compet•ncia para nomear ser‡ do Presidente da Casa; por fim, se passar no concurso do TCDF, a compet•ncia para nomear ser‡ do Presidente da Corte de Contas.

AlŽm disso, um ponto muito interessante a se discutir Ž sobre o direito do candidato aprovado em concurso pœblico de ser nomeado.

H‡ poucos anos, a nomea•‹o era tratada como ato administrativo discricion‡rio, na qual a autoridade competente, por meio de seu ju’zo de conveni•ncia e oportunidade, poderia decidir se nomeava ou n‹o o candidato aprovado em concurso pœblico.

Todavia, nos œltimos anos, esse entendimento sofreu importantes modifica•›es. Atualmente, Ž firme o entendimento de que o candidato aprovado em concurso pœblico, dentro do nœmero de vagas previstas no edital, possui direito subjetivo ˆ nomea•‹o. Tal entendimento foi, inclusive, incorporado na LC 840, que estabelece que Òo candidato

(19)

aprovado no nœmero de vagas previstas no edital do concurso tem direito ˆ nomea•‹o no cargo para o qual concorreuÓ (art. 14, ¤ 2¼).

Nessa linha, o Supremo Tribunal Federal entende que a regra Ž a nomea•‹o do candidato aprovado dentro das vagas previstas em edital, afastando-se tal dever apenas em situa•›es excepcional’ssimas, que justifiquem solu•›es diferenciadas, devidamente motivadas de acordo com o interesse pœblico. Assim, para justificar o excepcional’ssimo n‹o cumprimento do dever de nomea•‹o por parte da Administra•‹o Pœblica, Ž necess‡rio que a situa•‹o justificadora seja dotada das seguintes caracter’sticas10:

a) superveni•ncia: os eventuais fatos ensejadores de uma situa•‹o excepcional devem ser necessariamente posteriores ˆ publica•‹o do edital do certame pœblico;

b) imprevisibilidade: a situa•‹o deve ser determinada por circunst‰ncias extraordin‡rias, imprevis’veis ˆ Žpoca da publica•‹o do edital;

c) gravidade: os acontecimentos extraordin‡rios e imprevis’veis devem ser extremamente graves, implicando onerosidade excessiva, dificuldade ou mesmo impossibilidade de cumprimento efetivo das regras do edital;

d) necessidade: a solu•‹o dr‡stica e excepcional de n‹o cumprimento do dever de nomea•‹o deve ser extremamente necess‡ria, de forma que a Administra•‹o somente pode adotar tal medida quando absolutamente n‹o existirem outros meios menos gravosos para lidar com a situa•‹o excepcional e imprevis’vel.

Em rela•‹o ao direito dos candidatos aprovados fora do nœmero de vagas, o STF entende que, em regra, n‹o h‡ direito subjetivo ˆ nomea•‹o.

Entretanto, h‡ dois casos em que o candidato aprovado fora das vagas ganha o direito de ser nomeado.

A primeira Ž se houver preteri•‹o da ordem de classifica•‹o. ƒ o que disp›e a Sœmula 15 do STF: Òdentro do prazo de validade do concurso, o candidato aprovado tem direito ˆ nomea•‹o, quando o cargo for preenchido sem observ‰ncia da classifica•‹oÓ.11 Seria o caso de um servidor aprovado em terceiro lugar, e que n‹o foi nomeado, enquanto a administra•‹o nomeia o dŽcimo colocado.

O segundo caso ocorre quando surgirem novas vagas, ou for aberto novo concurso durante a validade do certame anterior, e ocorrer a preteri•‹o de candidatos de forma arbitr‡ria e imotivada por parte da administra•‹o.

Vamos explicar esse caso um pouco melhor! Segundo o STF, a preteri•‹o arbitr‡ria e imotivada de candidatos ocorre quando o Poder Pœblico passa a adotar um comportamento t‡cito e expresso que demonstre a

10 RE 598099/MS.

11 A Lei Complementar 840/2011 determina que Òa nomea•‹o para cargo efetivo deve observar a ordem de classifica•‹o e o prazo de validade do concurso pœblicoÓ (art. 14, ¤ 1¼).

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necessidade de nomea•‹o de novos servidores, durante o prazo de validade de concurso anterior.12

Por exemplo: Jo‹o presta um concurso pœblico em 2015, com validade de dois anos, e fica no cadastro de reserva. PorŽm, surgem novas vagas para o —rg‹o para o qual Jo‹o prestou concurso e o presidente da unidade solicita or•amento e determina a abertura dos procedimentos para realizar um novo concurso pœblico ainda em 2016, alegando para isso a situa•‹o ca—tica do —rg‹o pela falta de servidor. PorŽm, o presidente do —rg‹o fica ÒesperandoÓ passar a validade do concurso anterior, com o œnico objetivo de nomear os aprovados do novo concurso. Isso Ž a tal Òpreteri•‹o de candidatos de forma arbitr‡ria e imotivadaÓ.

Direito à nomeação Aprovado dentro

das vagas

Sim (regra)

Salvo se: surgir uma situação superveniente, imprevisível e grave em que a não nomeação seja de fato necessária.

Aprovado fora das vagas

Não (regra) Salvo se:

1 – não for observada a ordem de classificação do concurso (Súmula 15 do STF);

2 – surgirem novas vagas ou for aberto novo concurso durante a validade do concurso anterior, e ocorrer a preterição de candidatos de forma arbitrária e imotivada por parte da administração (RE 837.311).

Vamos, agora, falar um pouco sobre a nomea•‹o para cargo em comiss‹o.

H‡ muita reclama•‹o da sociedade em rela•‹o ao ÒloteamentoÓ de cargos na Administra•‹o Pœblica com familiares de pol’ticos e altas autoridades.

Como consequ•ncia dessa pr‡tica deplor‡vel, o STF elaborou a Sœmula Vinculante 13, que estabelece o seguinte:

Sœmula Vinculante 13:

A nomea•‹o de c™njuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, atŽ o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jur’dica investido em cargo de dire•‹o, chefia ou assessoramento, para o exerc’cio de cargo em comiss‹o ou de confian•a ou, ainda, de fun•‹o gratificada na administra•‹o pœblica direta e indireta em qualquer dos poderes da Uni‹o, dos Estados, do Distrito Federal e dos Munic’pios, compreendido o ajuste mediante designa•›es rec’procas, viola a Constitui•‹o Federal.

12 RE 837.311.

0

(21)

Por essa Sœmula Vinculante, o STF deixou claro que a pr—pria Constitui•‹o Federal j‡ veda a pr‡tica do nepotismo. Dessa forma, mesmo se o ente da Federa•‹o n‹o possu’sse uma legisla•‹o vedando essa pr‡tica, ela j‡

seria vedada, por viola•‹o aos princ’pios da moralidade, impessoalidade e efici•ncia.

No ‰mbito do Distrito Federal, essa veda•‹o foi fortalecida, uma vez que a Lei Complementar 840/2011 pro’be expressamente a nomea•‹o, para cargo em comiss‹o ou a designa•‹o para fun•‹o de confian•a, do c™njuge, de companheiro ou de parente, por consanguinidade atŽ o terceiro grau ou por afinidade13, das seguintes autoridades (art. 16):

a) do Governador e do Vice-Governador, na administra•‹o pœblica direta, aut‡rquica ou fundacional do Poder Executivo;

b) de Deputado Distrital, na C‰mara Legislativa;

c) de Conselheiro, Auditor ou Procurador do MinistŽrio Pœblico, no Tribunal de Contas.

Essa veda•‹o alcan•a tambŽm os casos de (art. 16, ¤ 1¼):

a) aos casos de reciprocidade de nomea•‹o ou designa•‹o, isto Ž, quando uma autoridade nomeia o parente de outra, e vice-versa;

b) ˆs rela•›es homoafetivas.

Deve-se observar, contudo, que a veda•‹o ˆ nomea•‹o ou designa•‹o de parentes n‹o pode ser absoluta, j‡ que determinadas pessoas possuem a qualifica•‹o destinada ao cargo, mesmo possuindo algum grau de parentesco com autoridades.

Nessa linha, a LC 840 disp›e que n‹o se inclui nas veda•›es a nomea•‹o ou a designa•‹o (art. 16, ¤ 2¼):

a) de servidor ocupante de cargo de provimento efetivo, inclu’dos os aposentados, desde que seja observada:

® a compatibilidade do grau de escolaridade do cargo efetivo com o cargo em comiss‹o ou a fun•‹o de confian•a;

® a compatibilidade e a complexidade das atribui•›es do cargo efetivo com o cargo em comiss‹o ou a fun•‹o de confian•a;

b) realizada antes do in’cio do v’nculo familiar entre o agente pœblico e o nomeado ou designado;

c) de pessoa j‡ em exerc’cio no mesmo —rg‹o, autarquia ou funda•‹o antes do in’cio do v’nculo familiar com o agente pœblico, para

13 O parentesco por consanguinidade ocorre quando h‡ um ancestral comum, como ocorre com os pais, filhos, av—s, irm‹os, primos, etc. Por outro lado, o parentesco por afinidade decorre das rela•›es sociais, como o casamento, incluindo aqui o sogro, sogra, cunhados e outros parentes do c™njuge. No link a seguir h‡ uma tabela da C‰mara dos Deputados que mostra a rela•‹o de parentesco para a configura•‹o de nepotismo (copie e cole o endere•o no seu navegador):

http://www2.camara.leg.br/a-camara/estruturaadm/depes/secretariado-parlamentar/diagrama-de- parentesco

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cargo, fun•‹o ou emprego de n’vel hier‡rquico igual ou mais baixo que o anteriormente ocupado.

Entretanto, h‡ veda•‹o absoluta da manuten•‹o de familiar ocupante de cargo em comiss‹o ou fun•‹o de confian•a sob subordina•‹o hier‡rquica mediata ou imediata (art. 16, ¤ 3¼).

Vedação ao nepotismo (art. 16) O que é?

(art. 16, caput e § 1º)

Proibição de nomeação para cargo em comissão ou a designação para função de confiança de:

a) cônjuge, de companheiro; ou

b) parente, por consanguinidade até o terceiro grau ou por afinidade.

Incluindo (art. 16, § 1º):

a) os casos de reciprocidade de nomeação ou designação, isto é, quando uma autoridade nomeia o parente de outra, e vice-versa;

b) as relações homoafetivas.

Quais autoridades (art. 16, § 2º)

a) do Governador e do Vice-Governador, na administração pública direta, autárquica ou fundacional do Poder Executivo;

b) de Deputado Distrital, na Câmara Legislativa;

c) de Conselheiro, Auditor ou Procurador do Ministério Público, no Tribunal de Contas.

Exceções (art. 16, § 3º)

Nomeações e designações:

a) de servidor ocupante de cargo de provimento efetivo, incluídos os aposentados, desde que compatível o grau de escolaridade e a complexidade das atribuições dos cargos.

b) realizadas antes do início do vínculo familiar entre o agente público e o nomeado ou designado;

c) de pessoa já em exercício no mesmo órgão, autarquia ou fundação antes do início do vínculo familiar com o agente público, para cargo, função ou emprego de nível hierárquico igual ou mais baixo que o anteriormente ocupado.

Vedação absoluta (art. 16, § 3º)

Manutenção de familiar ocupante de cargo em comissão ou função de confiança sob subordinação hierárquica mediata ou imediata.

Por fim, o art. 15 da LC 840 estabelece que o servidor ocupante de cargo em comiss‹o pode ser nomeado para ter exerc’cio, interinamente, em outro cargo em comiss‹o. Nessa hip—tese, o servidor dever‡:

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a) acumular as atribui•›es de ambos os cargos; e

b) optar pela remunera•‹o de um deles durante o per’odo da interinidade.

6. (Cespe - TŽcnico de Gest‹o Educacional/SEDF/2017) Segundo a lei em apre•o, nomea•‹o Ž a forma origin‡ria de provimento de cargo pœblico, podendo o ato de nomea•‹o ser editado com efeito retroativo.

Coment‡rio: a nomea•‹o realmente Ž a forma origin‡ria de provimento em cargo pœblico. Entretanto, a LC 840/2011 veda a edi•‹o de atos de nomea•‹o, posse ou exerc’cio com efeito retroativo.

Gabarito: errado.

7. (Cespe - Professor de Educa•‹o B‡sica/SEDF/2017) O ato de nomea•‹o de um aprovado em concurso pœblico para professor do Distrito Federal pode ter efeito retroativo, sendo, no entanto, vedado tal efeito para os atos de posse e exerc’cio.

Coment‡rio: quest‹o basicamente igual ˆ anterior. N‹o se pode editar atos de nomea•‹o, posse ou exerc’cio com efeito retroativo (art. 9¼).

Gabarito: errado.

3.4.4–REVERSÃO

A revers‹o Ž o retorno ˆ atividade de servidor aposentado. Trata-se de uma forma de provimento derivado, constante no art. 34 do Estatuto dos Servidores do DF.

A revers‹o pode ocorrer em rela•‹o ao servidor aposentado:

a) por invalidez, quando, por junta mŽdica oficial, ficar comprovada a sua reabilita•‹o;

b) quando constatada, administrativa ou judicialmente, a insubsist•ncia dos fundamentos de concess‹o da aposentadoria;

c) voluntariamente, desde que, preenchidos os requisitos legais.

Portanto, no primeiro caso, o servidor se aposentou por invalidez permanente, mas posteriormente a junta mŽdica comprova que ele est‡

novamente em condi•›es de trabalhar.

Na segunda situa•‹o, constata-se, mediante processo administrativo ou judicial, que n‹o mais existem os motivos que levaram a aposentadoria anterior. Por exemplo, pode-se constatar que o servidor, na verdade, n‹o

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preenchia os requisitos de tempo de contribui•‹o para se aposentar, determinando-se o seu retorno.

Por fim, a terceira forma, Ž a revers‹o volunt‡ria, isto Ž, o servidor aposenta-se, mas futuramente solicita o seu retorno ˆ atividade. Contudo, a revers‹o volunt‡ria depende do preenchimento dos seguintes requisitos:

a) haja manifesto interesse da administra•‹o, expresso em edital que fixe os critŽrios de revers‹o volunt‡ria aos interessados que estejam em igual situa•‹o;

b) tenham decorrido menos de cinco anos da data de aposentadoria;

c) haja cargo vago.

Percebe-se, pois, que deve existir: (i) interesse pœblico; (ii) prazo m‡ximo de cinco anos desde a aposentadoria; e (iii) cargo vago.

Entretanto, a exig•ncia de cargo vago aplica-se unicamente ˆ revers‹o volunt‡ria. Nas outras duas formas de revers‹o (por reabilita•‹o ou por insubsist•ncia dos fundamentos), se o cargo se encontrar provido, o servidor exercer‡ suas atribui•›es como excedente, atŽ a ocorr•ncia de vaga (art. 35, par‡grafo œnico).

A partir do momento que tomar ci•ncia da revers‹o, o servidor tem o prazo de quinze dias œteis para retornar ao exerc’cio do cargo (art. 34, ¤ 1¼).

Ademais, a revers‹o deve ser feita no mesmo cargo ou no cargo resultante de sua transforma•‹o (art. 35, caput).

Por fim, a LC 840 determina que nenhum servidor aposentado poder‡

reverter se j‡ tiver completado 70 anos. (art. 34, ¤ 2¼).

Atualmente, h‡ muita confus‹o em rela•‹o ˆ idade limite para revers‹o e a aposentadoria compuls—rio. Esta œltima refere-se ˆ idade em que o servidor submetido ao regime pr—prio de previd•ncia social deveria ser obrigatoriamente aposentado. Antigamente, a aposentadoria compuls—ria ocorria aos 70 anos, de tal forma que existia coincid•ncia entre a idade de aposentadoria compuls—ria e o limite para revers‹o.

Entretanto, a Emenda Constitucional 88/2016 permitiu a altera•‹o da idade da aposentadoria compuls—ria para os 75 anos, fato que se consumou com a edi•‹o da Lei Complementar 152/2015. Portanto, desde a vig•ncia da Lei Complementar 152/2015, a aposentadoria compuls—ria no servi•o pœblico passou a ocorrer aos 75 anos.

Dessa forma, atŽ que a LC 840 seja alterada, as idades de aposentadoria compuls—ria e de limite para revers‹o n‹o s‹o coincidentes, a primeira ocorre aos 75 anos, enquanto a segunda ocorre aos 70 anos.

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Aposentadoria compulsória Limite para reversão

Idade: 75 anos

Fundamento: CF/88, art. 40, § 2º; LC 152/2015

Idade: 70 anos

Fundamento: LC 840/2011, art. 34, § 2º

3.4.5–REINTEGRAÇÃO

A reintegra•‹o Ž a reinvestidura do servidor no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua transforma•‹o, quando invalidada a sua demiss‹o por decis‹o administrativa ou judicial, com o restabelecimento dos direitos que deixou de auferir no per’odo em que esteve demitido (art. 36).

Em termos mais simples, a reintegra•‹o ocorre quando Ž anulada a demiss‹o do servidor. Por conseguinte, ele retorna ao exerc’cio do cargo, percebendo todos os direitos que deveria ter recebido durante o per’odo em que estava demitido, incluindo remunera•‹o e outras vantagens.

O servidor reintegrado deve retornar para o seu cargo original, ou para o resultando de sua transforma•‹o, quando for o caso. Entretanto, se o cargo tiver sido extinto, o servidor dever‡ ficar em disponibilidade14 (art. 36, ¤ 1¼).

Se o cargo estiver ocupado (provido), o seu eventual ocupante deve ser reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indeniza•‹o, ou aproveitado em outro cargo ou, ainda, posto em disponibilidade (art.

36, ¤ 2¼).

Por exemplo: imagine que Jo‹o tenha sido demitido, mas posteriormente comprovou que sua demiss‹o foi ilegal. Nesse caso, a demiss‹o ser‡

invalidada e Jo‹o ir‡ retornar ao seu cargo. Contudo, imagine ap—s a demiss‹o o cargo passou a ser ocupado por Paulo. Nessa situa•‹o, Jo‹o volta a ocupar o cargo, e Paulo passar‡ por uma das tr•s seguintes situa•›es: (i) ser‡ reconduzido ao cargo anterior (se ele era servidor em outro cargo pœblico); (ii) poder‡ ser aproveitado em cargo similar; (iii) ser‡ posto em disponibilidade.

Por fim, Ž de cinco dias œteis o prazo para o servidor retornar ao exerc’cio do cargo, contados da data em que tomou ci•ncia do ato de reintegra•‹o (art. 36, ¤ 3¼).

14 Vamos explicar o que Ž disponibilidade logo abaixo.

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Reintegração (art. 36)

Conceito

Retorno à atividade do servidor cuja demissão foi ANULADA (invalidada) por decisão judicial ou administrativa, com restabelecimento de todas as vantagens.

Observações

Se o cargo estiver PROVIDO, o eventual ocupante será:

a) reconduzido ao cargo de origem;

b) aproveitado em outro cargo;

c) posto em disponibilidade.

Se o cargo tiver sido EXTINTO, o reintegrado ficará em disponibilidade.

3.4.6–RECONDUÇÃO

Para finalizar as formas de provimento, vamos estudar a recondu•‹o, que Ž o retorno do servidor est‡vel ao cargo anteriormente ocupado.

Trata-se, pois, de provimento derivado previsto expressamente no texto constitucional (art. 41, ¤2¼) e na LC 840 (art. 37).

Assim, a recondu•‹o ser‡ aplicada em decorr•ncia de:

a) reprova•‹o em est‡gio probat—rio;

b) desist•ncia de est‡gio probat—rio;

c) reintegra•‹o do anterior ocupante.

Nos dois primeiros casos, o servidor est‡vel obtŽm aprova•‹o, por meio de concurso pœblico, para outro cargo. Todavia, quando em exerc’cio no novo cargo, o servidor n‹o consegue aprova•‹o ou desiste do est‡gio probat—rio15, motivo pelo qual n‹o mais poder‡ permanecer neste cargo.

Entretanto, uma vez que o agente possui estabilidade no servi•o pœblico, ser‡ ele reconduzido ao cargo que ocupava anteriormente.

Vejamos um exemplo. Paulo Ž servidor est‡vel no cargo de TŽcnico do Tribunal de Contas do DF. Posteriormente, Paulo obteve aprova•‹o em concurso para o cargo de Consultor TŽcnico da C‰mara Legislativa do DF, sendo devidamente nomeado, empossado e, por fim, entrou em exerc’cio.

Contudo, por meio de avalia•‹o especial de desempenho, Paulo Ž inabilitado no est‡gio probat—rio. Nesse caso, ele ser‡ reconduzido ao cargo anterior (TŽcnico do TCDF).

Na terceira hip—tese, o servidor Ž reconduzido em decorr•ncia de reintegra•‹o do anterior ocupante de seu cargo. Para melhor elucida•‹o, vejamos o que disp›e o art. 41, ¤2¼, da CF:

15 Devemos lembrar que o est‡gio probat—rio ocorre para cada cargo, ou seja, mesmo que a pessoa seja est‡vel, quando for ocupar um novo cargo efetivo, dever‡ submeter-se novamente ao est‡gio probat—rio.

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¤ 2¼ Invalidada por senten•a judicial a demiss‹o do servidor est‡vel, ser‡ ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se est‡vel, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indeniza•‹o, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remunera•‹o proporcional ao tempo de servi•o. (grifos nossos)

Vamos a um novo exemplo. Lucas Ž servidor est‡vel no cargo X.

Entretanto, sem observar os requisitos legais, sofreu a pena de demiss‹o a bem do servi•o pœblico. Em seguida, Ot‡vio, que era servidor est‡vel no cargo Y, foi nomeado para ocupar o cargo de Lucas, uma vez que obteve aprova•‹o em concurso pœblico para aquele cargo. Meses depois, Lucas consegue anular judicialmente a sua demiss‹o, sendo devidamente reintegrado ao cargo X. Nessa situa•‹o, Ot‡vio ser‡ reconduzido ao cargo Y, sem direito ˆ indeniza•‹o.

Encontrando-se provido o cargo de origem, isto Ž, aquele para o qual o servidor reconduzido dever‡ retornar, o eventual ocupante ser‡

aproveitado em outro cargo (art. 37, ¤ 1¼).

No caso de recondu•‹o, o servidor tem de retornar ao exerc’cio do cargo atŽ o dia seguinte ao da ci•ncia do ato de recondu•‹o (art. 37, ¤ 2¼).

3.4.7–APROVEITAMENTO (E DISPONIBILIDADE)

O aproveitamento Ž forma de provimento derivado com previs‹o expressa na Constitui•‹o Federal (art. 41, ¤ 3¼) e na LC 840/2011 (arts.

38 a 40).

Disp›e o art. 41, ¤ 3¼, da Constitui•‹o Federal que, uma vez extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor est‡vel que o ocupava ficar‡ em disponibilidade, com remunera•‹o proporcional ao tempo de servi•o, atŽ seu adequado aproveitamento em outro cargo.

Assim, o aproveitamento Ž o retorno ˆ atividade do servidor que estava em disponibilidade, devendo ocorrer em cargo de atribui•›es e vencimentos compat’veis com o anteriormente ocupado.

Devemos observar que quando for extinto o cargo pœblico, o servidor est‡vel n‹o poder‡ ser demitido. Por isso que a Constitui•‹o lhe assegura o direito ˆ disponibilidade, isto Ž, o direito a ficar sem exercer suas fun•›es temporariamente, mantendo-se o v’nculo com a Administra•‹o e assegurando-lhe o direito a receber remunera•‹o proporcional ao tempo de servi•o, atŽ que seja adequadamente aproveitado em outro cargo.

Dessa forma, podemos perceber que o aproveitamento aplica-se exclusivamente ao servidor est‡vel.

Note que a disponibilidade n‹o Ž uma forma de provimento. A disponibilidade Ž uma situa•‹o transit—ria, em que o servidor fica sem exercer suas atribui•›es, recebendo a remunera•‹o proporcional ao tempo de servi•o, atŽ que finalmente seja aproveitado em cargo de natureza semelhante.

De acordo com o Estatuto dos Servidores do DF, o servidor somente poder‡ ser posto em disponibilidade nos casos previstos na Constitui•‹o

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Federal (art. 38). Nesse caso, ele perceber‡ a remunera•‹o proporcional ao tempo de servi•o, porŽm ela n‹o poder‡ ser inferior a um ter•o do que percebia no m•s anterior ao da disponibilidade. Explicando melhor: em determinadas situa•›es, o servidor ter‡ pouco tempo de servi•o, o que ensejaria uma remunera•‹o muito baixa; para evitar tal situa•‹o, a legisla•‹o prev• que o m’nimo que o servidor receber‡ ser‡ um ter•o da remunera•‹o percebida no m•s anterior ao da disponibilidade (art. 38, par‡grafo œnico).

O retorno ˆ atividade de servidor em disponibilidade Ž feito mediante aproveitamento (art. 39):

a) no mesmo cargo;

b) em cargo resultante da transforma•‹o do cargo anteriormente ocupado;

c) em outro cargo, observada a compatibilidade de atribui•›es e vencimentos ou subs’dio do cargo anteriormente ocupado.

Ademais, o aproveitamento Ž vinculado para o agente pœblico e para a Administra•‹o. Nessa linha, a LC 840 disp›e que Ž obrigat—rio o imediato aproveitamento de servidor em disponibilidade, assim que houver vaga em —rg‹o, autarquia ou funda•‹o. Ademais, ser‡ tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponibilidade se o servidor n‹o entrar em exerc’cio no prazo de trinta dias, contados da data em que tomou ci•ncia do aproveitamento, salvo se por doen•a comprovada por junta mŽdica oficial (art. 40).

*****

A figura abaixo representa as formas de provimento previstas na LC 840/2011.

Para fixar, vamos dar uma olhada em quest›es.

Formas de provimento

Originário Nomeação

Derivado

Reversão Reintegração

Recondução Aproveitamento

Referências

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