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OCORRÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO DE MOSCA VAREJEIRA (DIPTERA: CALLIPHORIDAE) NAS REGIÕES URBANA, RURAL E SILVESTRE DO MUNICÍPIO DE PORTO VELHO - RO 1

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OCORRÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO DE MOSCA VAREJEIRA (DIPTERA:

CALLIPHORIDAE) NAS REGIÕES URBANA, RURAL E SILVESTRE DO MUNICÍPIO DE PORTO VELHO - RO1

OCCURRENCE AND DISTRIBUTION OF BLOW FLY (DIPTERA:

CALLIPHORIDAE) IN URBAN AREAS, RURAL AND WILD MUNICIPALITY OF THE OLD PORT – RO

Nelice Milena Batistelli Serbino2 Isaias Ferreira da Silva3 Roberto Ataide Batalha de Araujo3

RESUMO

No estado de Rondônia não há registro científico que documente a diversidade das espécies de moscas varejeiras, no entanto, sabemos que as condições sócio-ambientais contribuem para a instalação e proliferação desses dípteros.

No presente trabalho fizemos um levantamento da fauna dos espécimes pertencentes à família Calliphoridae em três áreas distintas, urbana, rural e silvestre, do município de Porto Velho. As coletas foram realizadas nessas três áreas, utilizando 18 armadilhas, que foram distribuídas de seis em seis, em cada uma delas. O experimento ocorreu mensalmente, entre os meses de dezembro de 2008 a julho de 2009. Dentre os espécimes coletados destacaram-se duas subfamílias Chrysomyinae e Calliphorinae, totalizando 1450 espécimes, sendo distribuídos em: 329 espécimes na área urbana, 774 espécimes na área silvestre e 347 espécimes na área rural. Entre os califorídeos registrados nas três áreas, encontramos uma diversidade de doze espécies, que foram: Choroprocta idioidea, Hemilucilia segmentaria, Cochliomyia macellaria, Chrysomyia albiceps, Chrysomya putoria, Lucilia cuprina, Lucilia eximia, Lucilia sericata, Cochliomyia hominiovorax, Chrysomyia megacephala, Hemilucilia semidiaphana e Lucilia purpurisenses. Dentre as espécies relatadas, várias delas estão associadas a falta de higiene, saneamento básico, armazenamento, proliferação do lixo, além de serem vetoras de patógenos, levando ao homem microorganismos que trazem sérios problemas a saúde, em alguns casos podem levar ao óbito. O município de Porto Velho oferece vários problemas sócio-ambientais tornando-se um ambiente propício para o domínio dessa espécie, por isso seu sucesso no número de espécimes capturados na área urbana.

PALAVRAS-CHAVE: Calliphoridae, mosca varejeira, sazonalidade.

ABSTRACT

In the state of Rondônia is no scientific record that documents the diversity of species of flesh flies, however, know that the socio-environmental conditions

1Artigo financiado pelo CNPq.

² orientadora do projeto e artigo neliceserbino@gmail.com

³orientandos vinculados ao grupo de pesquisa de “ecologia de insetos”no CNPq, acadêmicos do 6° período do Curso de Biologia da Faculdade de Educação de Porto Velho - UNIRON.

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contribute to the onset and spread of mosquitoes. In this study we conducted a survey of wild specimens of the family Calliphoridae in three distinct areas, urban, rural and wild, the city of Porto Velho. Samples were collected in these three areas, using 18 traps, which were distributed to six in each. The experiment took place monthly between the months of December 2008 to July 2009. Among the specimens there were two subfamilies Chrysomyinae and Calliphorinae a total of 1450 specimens were distributed in: 329 specimens in the urban area, 774 specimens in the wild and 347 specimens in the rural area. Among blowflies recorded in three areas, we find a variety of twelve species that were Choroprocta idioidea, Hemilucilia segmental, macellaria Cochliomyia, Chrysomya albiceps, Chrysomya Chrysomya, Lucilia cuprina, Lucilia eximia, Lucilia sericata, hominiovorax Cochliomyia, Chrysomya megacephala, Hemilucilia semidiaphana and Lucilia purpurisenses. Among the species reported, several of them are associated with poor hygiene, sanitation, storage, proliferation of garbage, and they are vectors of pathogens, leading to the man microorganisms that pose serious health problems in some cases can lead to death. The municipality of Porto Velho offers various social and environmental problems become an environment conducive to the dominance of this species, so their success in the number of specimens captured in the urban area.

KEY-WORDS: Calliphoridae, blowfly, seasonality

INTRODUÇÃO

A problemática ambiental no Estado de Rondônia tornou-se um tema amplamente debatido, e os conhecimentos acerca da ecologia dos insetos vetores em ambientes naturais são ainda insipientes ou ignorados destacando - se quando se trata dos dípteros muscóides (Furusaw & Rodrigues, 2006).

No Brasil apesar da existência de estudos envolvendo sinantropia e associação de diferentes espécies, ainda é insipientes estudos relacionados à ecologia da fauna de muscóides, devido à grande extensão e à diversidade dos biótopos (Lômaco, 1987). Os espécimes representantes dessa ordem são encontrados nos mais diferentes ambientes e substratos. Na ordem Diptera encontra-se a maior fauna de espécimes que se desenvolve nos cadáveres em decomposição (Benecke, 2001). Tendo como a família Calliphoridae uma das principais representantes, atuando em todo o processo de decomposição e possuindo um dos mais variados comportamentos de oviposição, tanto diurnos e quanto noturnos (Greenberg, 1991). Dentre os Calliphoridae podemos destacar os gêneros: Lucilia, Chrysomya, Cochliomyia, e Calliphora, por sua abundância relativa e pela definida sucessão durante o processo de decomposição (Bornemissza, 1957; Reed, 1958; Payne, 1965 e 1972).

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A família Calliphoridae tem uma ampla distribuição, desde o extremo Norte continental, até ilhas subantárticas, porém a maior diversidade corresponde à região Afro-tropical, sendo a América do Sul a que possui a menor diversidade específica (Mariluis & Mulieri, 2005). Os gêneros neotropicais desta família apresentam uma abundância maior durante as épocas cálidas (primavera-verão), com alternância na dominância de espécies (Schnack et al., 1995).

Os califorídeos possuem um importante papel biológico, médico-veterinário e sanitário, uma vez associados à matéria orgânica em decomposição são importantes na veiculação mecânica de doenças, miíases, além de serem utilizados como indicadores forenses em investigações criminais (Baumhover, 1966; Zumpt, 1965; James, 1970; Ferreira, 1978; Harwood & James, 1979, Guimarães etal., 1983).

No estado de Rondônia não há registros científicos que documentem as espécies de Calliphoridae aqui existentes, no entanto, sabemos que as condições sócio-ambientais contribuem para a instalação e proliferação desses dípteros (Serbino, 2007). Com isso, o presente trabalho tem como objetivo de fazer um levantamento da fauna desses dípteros necrófagos em três áreas distintas, urbana, rural e silvestre, no município de Porto Velho, Estado de Rondônia.

MATERIAS E MÉTODOS

As coletas dos espécimes de Calliphoridae foram realizadas no Município de Porto Velho, Estado de Rondônia, nas regiões urbana, silvestre e rural. A área urbana está localizada Faculdade de Educação de Porto Velho – UNIRON Campos II. A área silvestre no Parque Ecológico de Porto Velho (reserva ecologia de mata nativa). E a área rural na chácara Colônia de Produtores Rurais Viçosa, localizada 16 km da cidade de Porto Velho.

As 18 armadilhas foram confeccionadas de acordo com o modelo proposto por Ferreira em 1978 (figura 1), distribuídas de seis em seis, nas três áreas diferentes. Cada bateria de armadilhas foi instalada, com a distância de aproximadamente 10 metros uma da outra, e foram suspensas por fio de

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náilon, com cerca de 80 cm do solo, para evitar o assédio da fauna silvestre.

Foi passado silicone em gel no fio de náilon pra evitar o ataque de formigas e outros animais que pudessem ter acesso pelo fio ao mix de isca.

Como iscas foram utilizadas carne moída e sardinha, formando um mix bem atrativo para esses dípteros. A utilização desses mix se dava após 48 horas que o mesmo fosse colocado em um recipiente fechado e deixado em temperatura ambiente, com intuito de acelerar o processo de putrefação e se tornar mais atrativo para os espécimes, devido ao odor liberado. Após a instalação de cada armadilha, foi distribuído cerca de 80g do mix de isca para cada uma, sendo trocado a cada 24 horas, durante 3 dias consecutivos.

Depois de coletados transportadas para o laboratório de zoologia da UNIRON e ainda com os espécimes nas armadilhas são colocadas diretamente no freezer para serem submetidas a baixa temperatura por 24 horas para assim depois ser realizado uma triagem e identificação criteriosa do material através de chave de identificação as chaves taxonômicas (Mc Alpine, 1981a;

Mc Alpine, 1981b; Dear, 1985; Pamplona, 1992; Pont & Carvalho, 1994;

Ribeiro & Carvalho, 1998; Mello, 2003; Couri, 2005; Amat & Wolff, 2007).

Figura 1: Armadilha para captura de dípteros utilizada no trabalho de campo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados gerados na presente pesquisa são referentes a oito meses de coleta, de dezembro de 2008 à julho de 2009. Dos espécimes de califorídeos

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coletados, identificamos 5 gêneros e 12 espécies, totalizando 1450 espécimes (tabela 1 e figura 1).

Das 12 espécies coletadas, 11 foram encontradas na área urbana totalizando 329 espécimes (tabela 1), com maior ocorrência para Chrysomya albiceps com 125 espécimes e Chrysomyia putoria com 97 espécimes (figura 1).

Na área rural (tabela 1) constatamos a mesma variedade de espécies que na área urbana, 11 espécies, porém diferindo entre apenas 2 espécies (Lucilia purpurisenses e Hemilucia semidiaphana,, respectivamente). Dos 347 indivíduos coletados na área rural, a maior ocorrência se deu em Chloroprocta idioidea com 79 espécimes e para Chrysomya albiceps com 75 espécimes, tornando a quantidade de indivíduos coletados muito próxima (figura 1).

Já na área silvestre (tabela 1) a variedade de espécies foi menor que nas outras áreas analisadas, no entanto a quantidade de espécimes foi bem maior, dando quase dobro de exemplares. Das 9 espécies de califorídeos, identificamos um total de 774 indivíduos, com maior ocorrência para as espécies Chloropocta idioidea com 271 espécimes, seguido por Hemilucilia segmentaria com 225 e Cochliomyia macellaria com 188 espécimes (figura 1).

Tabela 1. Total dos espécimes de Calliphoridae coletados nas três diferentes áreas, entre dezembro de 2008 a julho de 2009.

ESPÉCIES

ÁREA URBANA

ÁREA SILVESTRE

ÁREA RURAL

Total de espécimes Chloroprocta

idioidea 19 271 79

369 Chrysomya

albiceps 125 5 75

205 Chrysomya

megacephala 24 4 8

36

Chrysomya putoria 97 26 6 129

Cochliomyia

macellaria 16 188 26

230

C. hominiovorax 6 0 32 38

Hemilucia

segmentaria 8 225 70

303 Hemilucia

semidiaphana 0 0 4

4

Lucilia cuprina 14 23 17 54

Lucilia eximia 10 21 12 43

lucilia sericata 9 11 18 38

lucilia 1 0 0 1

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purpurisenses

Total por área 329 774 347 1450

Figura 1. Resultado do total de espécimes identificados nas áreas urbana, rural e silvestre entre dezembro 2008 a julho de 2009.

0 50 100 150 200 250 300

Chloro pro

cta idioidea

Chrysomya albiceps Chrysomya megacephala

Chrysomya putoria Cochliomyia macellaria

C. hom iniovorax

Hemilucia segmentaria Hemilucia semidiaphana

Lucilia cuprina Lucilia eximia

Lucilia sericata Lucilia purp

urisenses

ÁREA URBANA ÁREA SILVESTRE ÁREA RURAL

Figura 2. Resultado em maior ocorrência do total de espécimes identificados nas três áreas (urbana, rural e silvestre) entre dezembro 2008 a julho 2009, totalizando 1450 espécimes distribuídos entre 12 espécies.

Total

0 50 100 150 200 250 300 350 400

Chloroprocta idioidea hemilucilia segmentaria

Cochliomyia macellaria Chrysomya albiceps

Chrysomya putoria Lucilia cuprina

Lucilia exim ia

Lucilia sericata Cochiiomyia hominiovorax

Chrysomya megacephala hemilucilia semidiaphana

Lucilia purpurisenses

Total

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Dentre os califorídeos identificados podemos destacar de acordo com a abundância, as seguintes espécies: Chloroprocta idioidea, Hemilucilia segmentaria, Cochliomyia macellaria, Chrysomyia albiceps, Chrysomyia putoria, Lucilia cuprina e Lucilia eximia (figura 2).

Durante o processo de coleta, a espécie que teve maior representabilidade, somando as três áreas pesquisadas, foi Chloroprocta idioidea (figura 2). Essa espécie tem uma ampla distribuição e está presente em todos os processos de decomposição de uma carcaça, devido a essa característica, a espécie em questão não tem importância em estudos envolvendo sucessão ecológica (Santana, 2006).

A segunda espécie de maior abundância foi Hemilucilia segmentaria, totalizando 225 espécimes (figura 1). Esse gênero é endêmico da América do Sul e América Central (Mello, 2003). A espécie é assinantrópica, preferindo ambientes de mata nativa, mais devido a proximidade e similaridade com o ambiente silvestre, também foi encontrada na área rural. Ao analisarmos a quantidade de espécimes capturados nas 3 áreas de estudo, podemos constatar a afirmação acima, quando diz que a espécie tem preferência pela área silvestre. Outro fator que influenciou na quantidade desses espécimes capturados foi a temperatura, nos meses em que a temperatura estava mais elevada a quantidade de espécimes foi maior do que nos dias mais amenos.

Cochliomyia macellaria foi a terceira espécie de moscas mais encontrada totalizando 230 espécimes, das três áreas de estudo sua maior ocorrência foi na área silvestre (tabela1) com 188 espécimes registrados. O gênero Cochlyomyia é endêmico do novo mundo e contem quatro espécies, sendo duas encontradas no Brasil, C. macellaria e C. hominiovorax, que desempenham papel muito importante sob o ponto de vista médico, veterinário e econômico (Dear, 1985).

Com a introdução do gênero Chrysomyia, na da década de 70, Cochlyomyia macellaria apresentou uma considerável queda populacional, provavelmente devido ao comportamento predatório e a competição larval com espécies com Chrysomyia albiceps (Marchenko, 1985 apud Salviano,1996) em Porto Velho observamos que a C. macellaria ocorreu quase que exclusivamente em ambiente silvestre (figura 1), muito provavelmente pela maior presença de indivíduos do gênero Chrysomyia em ambientes urbanos e rurais.

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Já a espécie Chrysomyia albiceps foi a espécie predominante do ambiente urbano e a segunda mais encontrada na área rural, na área silvestre apresentou apenas 5 espécimes (tabela 1). Essa espécie foi introduzida no Brasil a partir da década de 70 (Guimarães et al 1978) e atualmente encontra-se distribuída em quase todo o território nacional, dada sua considerável habilidade de dispersão e adaptação, e vem ganhando importância na área econômica por estar associada a quadros de miíases (Guimarães etal., 1979).

Segundo Braack & Retief em 1986 (apud Ribeiro, 2003) C. albiceps possui alta capacidade de dispersão, apresentando comportamento pioneiro e larvas predadoras de imaturos de instares inferiores, fato que explica sua abundância.

São sinantrópicas e se adaptam bem nas áreas urbanas. O município de Porto Velho oferece vários problemas sócio-ambientais tornando-se um ambiente propício para o domínio dessa espécie, por isso seu sucesso em número de espécimes capturados na área urbana.

Outra espécie pertencente ao gênero Chrysomyia que teve grande ocorrência na área urbana foi C. putoria (figura 1). Esta espécie tem importância medico sanitária devido aos seus hábitos de procria-se em matéria orgânica em decomposição de origem animal (Guimarães etal., 1978; Baumgartner &

Greenberg, 1984) e ainda de veicular microorganismos patogênicos (Greenberg, 1971; Furlanetto et al.,1984). A última característica dessa espécie, trás grandes preocupações, pois quando a população não tem hábitos de higiene, a contaminação por certos patógenos pode ser fatal.

As espécies Lucilia cuprina e Lucilia eximia, representantes do gênero Lucilia tiveram maior ocorrência na área silvestre, seguida pela área rural e área urbana (tabela 1). Dessas duas espécies, a de maior interesse para nossa região é Lucilia eximia por ser vetora mecânica de patógenos de importância médico- veterinária Mendes e Linhares, 1993; Carvalho et al.,2000 apud (Moretti e Thyssen, 2006). Essa espécie normalmente encontrada em carcaça de animais é uma das primeiras colonizadoras desse substrato, mesmo sob influência de predação e competição com outras espécies Azeredo-Espin e Madeira, 1996 apud (Moretti e Thyssen, 2006.)

Outra espécie de relevante importância na área da saúde é a espécie Cochliomyia hominiovorax por causar a miíase cutânea primária, comumente

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chamada de bicheira. O número de espécimes coletados deram quase que exclusivamente na área rural com 32 espécimes, seguido por 6 espécimes na área urbana, e não apresentando exemplares no ambiente silvestres. Essa espécie é considerada como a principal praga dos bovídeos e a segunda mais importante dentre as pragas causadas por artrópodes (Gomes, A. et al., 1998). Os principais hospedeiros para C. hominivorax são os animais de sangue quente, nos quais as larvas alimentam-se de fluídos e de tecido muscular e os destroem com seus ganchos orais e enzimas proteolíticas contidas em sua saliva. As lesões formadas exalam odor desagradável que pode servir como atrativo para novas posturas desta mosca, as lesões quando não tratadas evoluem consideravelmente e, dependendo da localização, podem causar cegueira, peritonite, manqueira, afecções dentárias, genitais, entre outros, podendo resultar na morte do animal. As infecções bacterianas podem estar presentes nestas lesões Oliveira, 1982 apud (Gomes, etal., 1998).

Chrysomyia megacephala faz parte de um gênero tropical e subtropical do velho mundo foi introduzida na América do Sul por meio de embarcações na década de 70. Apresenta grande importância socioeconômica, sendo considerada, por alguns autores, o díptero vetor mais perigoso de microorganismos patogênicos (Furlanetto etal. 1984; Greenberg 1988; Sulaiman etal. 1988 , 1989). No entanto, a função ecológica destas espécies reside principalmente no fato de suas larvas desenvolverem-se em carcaças, atuando como decompositoras. O sucesso dessas espécies está associado a densidade e aos maus hábitos populacional, quanto maior o número de pessoas, acúmulo de lixo maior a proliferação desses espécimes. Como o Estado de Rondônia a explosão populacional ainda é baixa, encontramos poucos exemplares desses espécimes quando comparamos com outras regiões mais desenvolvidas, como sul e suldeste do Brasil. Mesmo assim nossos dados corroboraram com de outros pesquisadores, quando relatamos a maior quantidade dessa espécie na área urbana, seguida pela área rural e área silvestre (tabela 1, figura 1).

Dentre as espécies relatadas, várias delas estão associadas à falta de higiene, saneamento básico, armazenamento, proliferação do lixo, além de serem vetoras de patógenos, levando ao homem microorganismos que trazem sérios problemas a saúde, em alguns casos podem levar ao óbito. O município

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de Porto Velho oferece vários problemas sócio-ambientais tornando-se um ambiente propício para o domínio dessa espécie, por isso seu sucesso no número de espécimes capturados na área urbana.

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