• Nenhum resultado encontrado

1. Educação Superior, multidisciplinar Periódicos. CDD CDU

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "1. Educação Superior, multidisciplinar Periódicos. CDD CDU"

Copied!
62
0
0

Texto

(1)

Revista Eletrônica Inter Texto (recurso eletrônico) – Porto Velho, RO União das Escolas Superiores de Rondônia - UNIRON, 2010.

Semestral, v. 6, Jul/Dez 2010 ISSN 1983- 246X

Modo de acesso: www.revistaintertexto.com.br

1. Educação Superior, multidisciplinar – Periódicos.

(2)

A REVISTA

A Revista Eletrônica Inter Texto é um periódico de acesso aberto, gratuito e semestral destinado à divulgação arbitrada da produção científica nas múltiplas áreas do conhecimento, de autores brasileiros e de outros, contribuindo, desta forma, para o crescimento e desenvolvimento da produção científica.

MISSÃO

Publicação de artigos científicos que contribuam para a expansão do conhecimento, baseados em princípios éticos.

OBJETIVO

(3)

CONSELHO EDITORIAL

Dr. Carlo Ralph - UNIC

Dr. Emerson Machado de Carvalho - UNIGRAN Drª Gisele Souza Rosa - UNESP Drª Nelice Milena Batistelli Serbino - UNIRON

Drª Raquel Volpato Serbino - UNESP Drª Izaltina Silva Jardim - USP Dr. Hamilton Hisano - EMBRAPA

Drª Adriane Braga – UFES Drª Karina dos Santos Paduan - UNESP

Dr. Giovani Sampaio Gonçalves - Instituto de Pesca, IP, Brasil Dr. Marcelo Nogueira Rossi - UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo)

Ms. Jaylson Monteiro- - UNIRON Ms. Daniela Moura Ferreira Cunha - UNIRON

Ms. Danielle Prestes de Bortoli - UNIRON Ms. Marlene Guimarães - UNIRON

Ms. Melissa Volpato Curi - UnB (Universidade de Brasília) Ms. Priscila Yumiko Sakamoto - UNIRON

Ms. Cláudia de Souza Zanella - UEMS Ms. Autran Dias de Almeida - UNIRON Ms. Andréia Alves de Almeida – UNIRON

Ms. Carolina Ribeiro Garcia - UNIRON Ms. Helena Zoraide Pelacani Almada - UNIRON

Ms. Marcus Vinicius Rivoiro - UNIRON Ms. Rogério Montai de Lima - UNIRON

Ms. Paulo Alexandre Serra Coucello da Fonseca – UNIRON Ms. Elza Jacarandá - UNIRON

Ms. Edgar Romeu – UNIRON / CPRM

EDITORES

Profª Drª Nelice Milena Batistelli Serbino Profº Ms. Alexandre Matzenbacher

COORDENAÇÃO EDITORIAL

Profª Drª Nelice Milena Batistelli Serbino

EDITORAÇÃO ELETRÔNICA

Ancelmo Luiz Evangelista dos Santos

INFORMAÇÕES PARA PUBLICAÇÃO DE ARTIGOS

Todo material a ser publicado, deve ser enviado para o seguinte endereço eletrônico, aos cuidados da Profª Drª Nelice M. B. Serbino

biologia@uniron.edu.br

(4)

Sumário

Questão de saúde pública: problemas relacionados à distribuição sanitária na cidade de Porto Velho...6

Evolução larval em uca (brachyura: ocypodidae): justificativa para o abandono de modelos evolutivos larvais em inferência filogenética...16

Análise comparativa do primeiro estágio larval de Uca (Brachyura: Ocypodidae)...27

(5)

EDITORIAL

A Revista INTER.TEXTO pretende produzir informações importantes para a comunidade acadêmica e para a sociedade, através de artigos científicos de relevância. A escolha pelo meio eletrônico de publicação, tão importante no mundo moderno, visa a ampliar a disseminação e divulgação das idéias, e tornar o acesso ao conteúdo da revista mais

abrangente e democrático para a comunidade acadêmica. Com a utilização dos benefícios de uma publicação on-line, queremos ofertar ao público um meio rápido, barato e acessível para a publicação de escritos acadêmicos de qualidade. Isto é especialmente relevante para

os países em que as bibliotecas lutam para conseguir manter a assinatura anual das revistas e jornais especializados no formato escrito, sabidamente custoso. A publicação on-line, portanto, permite-nos alcançar um público maior, que talvez não tivesse acesso ao material aqui publicado de outra maneira.

Consonante com a missão que traduz-se na publicação de artigos científicos que contribuam para a expansão do conhecimento, baseados em princípios éticos, a Revista INTER.TEXTO objetiva propiciar meios de socialização do conhecimento construído, tendo em vista o estimulo à investigação científica e ao debate acadêmico. E como visão, um número crescente de colaboradores e a contínua apresentação à sociedade dos frutos de ensino de excelência e comprometimento com a ciência.

Navegue nas páginas da Revista INTER.TEXTO, com um convite à leitura.

Aprecie!

(6)

Questão de saúde pública: problemas relacionados à

distribuição sanitária na cidade de Porto Velho

Matter of public health: health problems related to distribution

in sanitary the city of Porto Velho.

Daniel Delani2 Wanne Patrício Soares2 Raquelme Monteiro de Oliveira2 Nelice Milena Batistelli Serbino3 Marlene Guimarães Santos4

Resumo

Vários autores já se perguntaram: porque é útil este levantamento referente à distribuição sanitária? Adicionalmente, também se pode fazer a seguinte pergunta: a estrutura sanitária teria alguma utilidade na análise das variáveis de saneamento? Para responder a tais questionamentos faz-se, neste trabalho, um estudo investigativo referente à cidade de Porto Velho, onde a variável tipo de saneamento urbano é analisada na perspectiva das dimensões antropológicas, com ênfase na caracterização do ambiente que permite a elaboração de um desenho do perfil patológico associado à problemática. São realizadas duas análises, uma qualitativa e uma quantitativa, para as áreas em estudo. Na primeira são mostradas as distribuições dos tipos de sistemas de esgotos domiciliares, a forma de captação e armazenamento da água, e possíveis conseqüências da manipulação destes sistemas. A segunda abordagem é caracterizada pela análise estatística envolvendo os efeitos da variável tipo de saneamento urbano.

No Brasil, as variáveis de saneamento são bastante discutidas, mas não existem estudos dessa natureza que contemplem as dimensões observadas na cidade de Porto Velho. A análise desta variável deverá possibilitar uma nova visão da evolução das ações de saneamento, podendo subsidiar novas discussões que venham a ampliar o debate acerca das políticas sanitárias.

Palavras-chave: saúde, sanitária, saneamento, análise.

Abstract

(7)

second approach is characterized by statistical analysis involving the effects of variable type of urban sanitation.

In Brazil, the sanitation variables are very much debated, but there are no such studies that address the dimensions observed in the city of Porto Velho. The analysis of this variable will allow a new vision of the development of sanitation actions and may support new discussions will broaden the debate about politics sanitarys.

KEYWORDS: health, sanitary, sanitation, analysis.

INTRODUÇÃO

Segundo a Organização Mundial de Saúde -OMS- saúde é o "bem estar físico, mental e social do cidadão"; e saneamento o "controle de todos os fatores do meio físico do homem, que exercem efeitos deletérios sobre o seu bem estar físico, mental ou social". Portanto podemos associar o conceito de saúde pública ao de saneamento básico, onde a falta desta leva a sérias conseqüências.

A ausência de sistemas adequados de esgotamento sanitário obriga as comunidades a conviverem com seus próprios excrementos, agravando os riscos de mortalidade devido a doenças transmissíveis por veiculação hídrica ou por vetores (moscas, mosquitos, baratas, ratos e outros): cólera, esquistossomose, males gastrointestinais, etc. Observa-se ainda que a ausência de abastecimento de água, além de agravar igualmente as condições de saúde, não possibilita os cuidados com a higiene pessoal e doméstica.

Os setores de abastecimento de água e de esgotamento sanitário têm integrado a agenda política de países em desenvolvimento como o Brasil. Em geral, esses setores são caracterizados por baixos índices de cobertura e de qualidade dos serviços, Porto Velho não é uma exceção. A cidade, com quase 400 mil habitantes em sua área urbana, carece em infra-estrutura de

_________________________________

1 Artigo Cientifico apresentado como Trabalho de Conclusão de Curso. 2

Daniel Delani; Wanne Patrício Soares; Raquelme Monteiro de Oliveira.Acadêmicos do curso de Ciências Biológicas

da UNIRON. 6º período, 2009daniel_tudo@hotmail.com; wanneh@hotmail.com; keu_me@hotmail.com

3

Nelice Milena Batistelli Serbino. Coordenadora do departamento de Biologia - da UNIRON – Faculdade

Interamericana de Porto Velho. ambiental@uniron.edu.br

4

(8)

saneamento básico. Somente 50% de sua população é abastecida de água potável pela CAERD (Companhia de Águas e Esgoto de Rondônia) e 2% é atendida pela rede de esgotamento sanitário, característica bastante comum às cidades da região norte (Finzetto, 2008). Apesar de 50% da população urbana ser abastecida de água, este serviço é feito de forma intermitente, o que causa sérios transtornos à população, levando-as a buscar caminhos alternativos como a perfuração de poços, para complementar ou até mesmo substituir a água fornecida pela companhia responsável (Filho, 2001).

As formas inadequadas de disposição de lixo urbano, lançados nos lixões a céu aberto ou nas águas e mangues, também são um grande problema a ser relatado, pois afetam o ambiente, poluindo o solo, a água, o ar, destruindo fauna e flora e prejudicando as comunidades locais que passam a conviver com os agentes patogênicos (vírus, bactérias, protozoários e fungos) e vetores transmissores de doenças.

Referente à falta, insuficiência ou entupimentos da rede de drenagem urbana (sistema de escoamento da água da chuva) produz as enchentes e inundações e leva ao aparecimento da cólera, da leptospirose e da hepatite, entre outras, nas comunidades afetadas.

Conforme Heller (1997) é normal supor que ações de correção dos problemas relacionados com o saneamento básico terão, de algum modo, que modificar as condições de saúde humana. No entanto, os dados coletados, estatísticos e epidemiológicos das relações existentes entre as medidas de saneamento e seu impacto sobre a saúde não são fáceis de medir. Existe uma quantidade de outras variáveis, que também participam dos impactos mencionados e que muitas vezes estão ligadas à incorporação das medidas de saneamento, tais como: informação, educação, higiene, participação comunitária, entre outros (Borja e Moraes, 2003).

(9)

promover a saúde pública preventiva, reduzindo a necessidade de procura aos hospitais e postos de saúde, porque elimina a chance de contágio por diversas moléstias. Isto significa dizer que, onde há saneamento, são maiores as possibilidades de uma vida mais saudável.

O conceito de Promoção de Saúde proposto pela Organização Mundial de Saúde (OMS), desde a Conferência de Ottawa, em 1986, é visto como o princípio orientador das ações de saúde em todo o mundo. Assim sendo, parte do pressuposto de que um dos mais importantes fatores determinantes da saúde são as condições ambientais (Guimarães, 2007).

O saneamento básico é um tema da maior importância para a melhoria da qualidade de vida de toda a população, exercendo um papel integrador com as demais políticas públicas, principalmente, as de saúde e habitação.

O Capítulo IX a Lei 11.445/07, que define o Plano Nacional de Saneamento Básico, prevê o seu conteúdo e indica os desafios e propósitos ao estabelecer os fundamentos e diretrizes da Política Federal de Saneamento Básico: eqüidade no acesso; promoção da salubridade ambiental; sustentabilidade; promoção do desenvolvimento institucional; fomento ao desenvolvimento científico e tecnológico; e minimização dos impactos ambientais.

O desenvolvimento de um panorama sobre a situação do Saneamento Básico na cidade de Porto Velho visa determinar a elaboração de um diagnóstico da situação e de seus impactos nas condições de vida, utilizando sistema de indicadores sanitários, epidemiológicos, ambientais e socioeconômicos e apontando as causas das deficiências detectadas.

(10)

METODOLOGIA

Os trabalhos foram desenvolvidos em dois bairros e um conjunto habitacional do município de Porto Velho, sendo eles o bairro Agenor de Carvalho, bairro JK e o Conjunto Jamari, onde foi analisado um total de 100 famílias distribuídas entre estes.

AMOSTRA

Porto Velho é a capital e o maior município, tanto em extensão territorial quanto em população, do estado de Rondônia. Possui uma área de 34.068,50 km², e população de 382.829 habitantes (IBGE/2009), sendo assim a terceira maior capital da região Norte. Localiza-se à margem direita do rio Madeira (afluente do rio Amazonas).

O bairro Agenor de Carvalho foi incluído na pesquisa por apresentar um sistema sanitário em condições precárias de manutenção. As demais amostras analisadas são invasões encontradas no conjunto Jamari e no Bairro JK, onde estas enfrentam problemas relacionados ao acesso dos sistemas sanitários devido a falta de infra-estrutura observado nestas localidades.

LEVANTAMENTO DOS DADOS

A pesquisa foi realizada através de duas etapas:

A primeira etapa constitui-se da elaboração e aplicação de questionário em cada residência, buscando-se caracterizar as condições sanitárias da área, com ênfase nos dados antropológicos, e na elaboração de um perfil patológico associado à problemática.

A segunda etapa foi a caracterização através das análises estatísticas, das respostas observadas no levantamento dos dados operacionais existentes do sistema de abastecimento de água e esgotamento sanitário.

ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS

(11)

RESULTADOS

Foram entrevistados 100 domicílios da cidade Porto Velho, sendo 50 pertencentes ao bairro Agenor de Carvalho, 30 pertencentes à invasão da “área verde” do Conjunto Jamari e 20 da invasão instalada no bairro JK. A água subterrânea oriunda do lençol freático da cidade era consumida em 86 domicílios (40 domicílios no bairro Agenor de Carvalho, 26 na invasão do conjunto Jamari e 20 na invasão do bairro JK). A água encanada distribuída pela companhia responsável – CAERD – só era consumida em 8 domicílios com exclusividade (5 domicílios do bairro Agenor de Carvalho e 3 domicílios da invasão do conjunto Jamari), porém 6 domicílios entrevistados recebiam tanto a água encanada quanto a água proveniente da perfuração de poços

(tabela 1).

Tabela 1: Numero de domicílios estudados com suas respectivas fontes de

água.

Fonte de água Localidades

Bairro AC Bairro JK Conj. Jamari

Água encanada 05 - 03

Poço artesiano/ água encanada

01 - 01

Poço artesiano 09 10 13

Poço freático/ água encanada

04 - -

Poço freático 31 10 13

Fonte: Pesquisa de campo 2009.

Nos domicílios entrevistados nenhum usufruirá do sistema de esgoto sanitário do tipo rede, todos os 100 domicílios utilizavam fossas sépticas feitas no local.

A prevalência do número de habitantes por residência na pesquisa foi igual a 4, variando entre 1 a 9 habitantes por domicílio, sendo que a idade destes entrevistados variava entre 15 a 85 anos.

(12)

Tabela 2: Número de casos patológicos por localidade associados à má

qualidade do saneamento básico.

Patologias associadas Localidades Frequência das patologias

(%) Bairro AC Bairro JK Conj.

Jamari Ascaridíase 02 01 06 4,43 Diarréia 16 20 26 29,93 Teníase - 01 04 2,41 Infecções na pele 08 16 21 21,71 Amebíase 04 06 06 7,72 Malária 17 01 13 14,96 Dengue 17 07 15 18,84 Prevalência de

Enfermidades por Domicílio

1,28 2.6 3,03

Fonte: Pesquisa de campo 2009.

Perguntado qual era o estado de saúde dos residentes do domicílio foi observado que 23% o classificavam como muito bom 63% como bom e 14% como razoável, apesar da alta freqüência de enfermidades observadas na pesquisa.

DISCUSSÃO

(13)

gestora ambiental Elliege Cristiane Weiricer que “as águas subterrâneas na área da cidade de Porto Velho são ricas em ferro, que em caso de excesso, torna-se prejudicial à saúde, podendo até causar doenças graves como o câncer”.

A água subterrânea usada para abastecimento e poluída por sistemas de esgoto tem constituído uma das causas de transmissão de bactérias e vírus (Foster, 1993). O baixo custo do tipo de perfuração superficial do poço, a falta de conscientização e o desconhecimento em relação aos riscos causados pelo consumo da água contaminada podem explicar tal situação.

Em nossas analises patológicas não foi possível determinar a fonte das doenças observadas, mas a probabilidade de que estas estejam associadas à falta de saneamento básico e a outros problemas relacionados, como a contaminação do aquífero é a mais coerente das hipóteses.

Os achados deste estudo e da literatura demonstram que o consumo da água não tratada é determinado, pela freqüência da distribuição da água tratada e pelo custo desta. Fatores econômicos e sociais são importantes determinantes da saúde (Silva, 2005). Condições ambientais precárias constituem fator contribuinte principal para a queda do estado geral de saúde e a baixa qualidade de vida (Gouveia, 1999). Assim, as medidas para ampliar o acesso à água tratada devem intervir nos dois fatores descritos acima, tornando a distribuição mais regular e a custos acessíveis, especialmente para os grupos de baixa condição socioeconômica como os utilizados na pesquisa.

(14)

Como já descrito neste trabalho a falta de água tratada e rede de esgoto estão relacionadas a uma gama de doenças prejudiciais a saúde que tendem a melhorar com a finalização desta obra. A expectativa é de que as obras ainda minimizem os casos de dengue e malária, pois com a canalização da água os números de focos das doenças também diminuem.

Os bairros estudados estão incluídos neste programa de desenvolvimento, porém faz-se necessário frente a estas ações de políticas públicas e a garantia à população ao acesso à água potável e às demais condições de saneamento básico garantido por lei. Uma medida que atingiria a população de baixa renda seria o subsídio da tarifa de água fornecida pelo sistema público, dividindo com a comunidade os custos do serviço prestado, além da possibilidade do armazenamento de maior quantidade de água tratada, considerando a intermitência do abastecimento.

REFERENCIAS

BARROSO LR. Saneamento básico: Competências constitucionais da União, Estado e Municípios. Redae nº11, 2007; Salvador-Bahia.

BORJA, PC, MORAES LRS. Indicadores de saúde ambiental com enfoque para a área de saneamento. Partes 1 e 2 – estudos de caso. Engenharia Sanitária e Ambiental. V.8. n.1 e 2. p. 13 –25 e 26-38. ABES. Rio de Janeiro. RJ. 2003.

Companhia de Águas e Esgoto de Rondônia – CAERD

ELLIEGE CRISTIANE WEIRICER, química e gestora ambiental em entrevista ao jornal eletrônico Rondôniagora.com em: 12/06/2009.

FILHO EPS, VIÉGAS CAMPOS AJC. Diagnóstico da captação de água subterrânea em porto velho. Edufro, ano i, nº29 - Agosto - Porto Velho, 2001,ISSN 1517-5421

FINZETTO VR. Porto Velho espera esgoto há 40 anos. Ambiente Hoje; Dezembro de 2008

FOSTER S. Determinação do risco de contaminação das águas subterrâneas: um método baseado em dados existentes. Tradução de Ricardo Hirata; Sueli Yoshinaga; Seiju Hassuda; Mara Iritani. São Paulo: Instituto Geológico; 1993.

(15)

GUIMARÃES CS. Saneamento Básico. Apostila IT 179/Cap. 1, Agosto de 2007

HELLER L. Saúde e saneamento. Organização Pan-Americana da Saúde/ Organização Mundial da Saúde. Brasília. DF. p. 111. 1997

HOMERO REIS JUNIOR, assessor de Produção da Divisão de Hidrologia e Gestão Territorial da CPRM (Serviço Geológico do Brasil) em entrevista ao Diário da Amazônia em: 27/08/2009.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE Organização Mundial da Saúde – OMS

Programa 100% Água Tratada. Disponível a partir de 13 de Agosto de 2008 em:

http://www.rondonia.ro.gov.br/noticias.asp?id=3891&tipo=Mais%20Noticias

(16)

Evolução larval em uca (Brachyura: Ocypodidae): justificativa

para o abandono de modelos evolutivos larvais em inferência

filogenética.

1

Evolution larval in uca (Brachyura: Ocypodidae): justification

for the desertion of evolutive models larvais in inference

phylogenetics.

Nelice Milena Batistelli Serbino2

RESUMO

Hipóteses filogenéticas são requisitos essenciais para discutir evolução de caracteres, sejam eles moleculares, etológicos e morfológicos, entre outros. Neste trabalho, investigamos a evolução de caracteres larvais de 16 espécies de Uca com o intuito de testar o uso de modelos de evolução larval em inferências filogenéticas entre os braquiúros. A prática filogenética entre carcinologistas interessados em padrões de parentesco para Brachyura revela a persistência do pensamento ortogenético onde redução estrutural – oligomerização – é considerada a única tendência evolutiva para as larvas deste grupo. Operacionalmente, para alguns autores, a redução em número de cerdas e/ou segmentos é tida como apomórfica e usada, desta forma, para a polarização de caracteres cladísticos. Adicionalmente, para os mais fervorosos carcinologistas defensores desta crença, transformações envolvendo reduções são consideradas como irreversíveis. Visando testar essas premissas, 24 caracteres larvais provenientes do primeiro estágio de zoea foram otimizados na última hipótese filogenética para 88 espécies de

Uca baseada em 236 caracteres morfológicos de adultos. Palavras-chave: Filogenética, desenvolvimento larval, Ocypodoidea.

SUMMARY

Hypotheses phylogenetics are essential requisites to discuss evolution of characters, be molecular they, ethology and morphological, between others. In this work, we investigate the evolution of characters larvais of 16 sorts of

Uca with the intention of testing the use of models of evolution larval in

inferences phylogenetics between the Brachyura. The practice phylogenetics between carcinologist interested in standards of relationship for Brachyura shows the persistence of the thought orthogenetic where structural reduction-oligomerization – is thought the only evolutive tendency for the larvae of this group. Operationally, for some authors, the reduction in number of cerdas and / or it is had segments how apomorphica and used, in this way, for the polarization of characters cladistics. Additionally, for the most fervent defensive carcinologistas of this belief, transformations wrapping reductions

1

(17)

are considered as irreversible. Aiming to test these premises, 24 characters larvais originating from the first traineeship of zoea were optimized in the last hypothesis phylogenetics for 88 sorts of Uca based on 236 morphological characters of adults.

Key words: Phylogenetics, development larval, Ocypodoidea.

INTRODUÇÃO

Dentre os braquiúros, a família Ocypodidae está representada por um grande número de espécies de caranguejos, encontrados em estuários e hábitats semi-terrestres das regiões tropicais e subtropicais do planeta. Ocypodidae está rganizada taxonomicamente em 5 subfamílias, Camptandriinae, Dotillinae, Heloeciinae, Macrophthalminae e Ocypodinae, das quais as quatro primeiras estão restritas à região do Indo-Pacífico, e a maioria das espécies de Ocypodinae distribuídas ao longo da costa Americana (Guinot, 1979; Manning & Hothuis, 1981 e Fielder & Greenwood, 1985).

Na costa brasileira registramos representantes de todos os gêneros de Ocypodinae: Ocypode Weber, 1795, Ucides Rathbun, 1897 e Uca Leach, 1814 (Rodrigues & Hebling, 1989; Melo,1996). Dentre estes, Ocypode e

Ucides estão representados por uma única espécie O. quadrata Fabricius,

1787 e U. cordatus Linnaeus, 1763, respectivamente. O gênero Uca apresenta mais de 97 espécies reconhecidas (Rosenberg, 2001), distribuídas nas regiões tropicais e subtropicais e apresentando grande diversidade no Novo Mundo (Crane, 1975). O gênero está representado no Brasil por 10 espécies subdivididas em três subgêneros: Uca (Uca) maracoani (Latreille, 1802-1803); Uca (Minuca) thayeri Rathbun, 1900; Uca (Minuca) mordax (Smith,1870); Uca (Minuca) rapax (Smith, 1870); Uca (Minuca) vocator (Herbst, 1804); Uca (Minuca) uruguayensis Nobili, 1901; Uca (Minuca)

cumulanta Crane, 1943; Uca (Minuca) victoriana Hagen, 1987; Uca (Minuca) burgesi Holthuis, 1967, Uca (Leptuca) leptodactyla Rathbun, 1898 (Melo,

1996; Rosenberg, 2001).

(18)

espécies de Uca, incluindo todos os nove subgêneros. Recentemente, Rosenberg (2001) propôs uma hipótese filogenética para 88, das 97 espécies reconhecidas para Uca, baseada em 256 caracteres morfológicos de adultos, objetivando testar a monofilia dos subgêneros de Uca.

Há décadas, trabalhos envolvendo caracteres larvais vem sendo utilizados para resolver questões taxonômicas entre os crustáceos decápodos (Rice, 1980; 1981). Contribuições à taxonomia de espécies, gêneros e até famílias têm sido alcançadas graças ao conhecimento da morfologia larval destes organismos, especialmente braquiúros (Rice, 1983). Lebour (1928, 1931), Clark e Webber (1991) e Marques e Pohle, (1995), entre outros, consideraram que a tendência evolutiva destes organismos era a redução no número de cerdas, espinhos e segmentos- oligomerização. Adicionalmente, embora Marques e Pohle (1998) tenham demonstrado empiricamente que oligomrização não é o único processo envolvido presente em Majidae, o uso deste critério na polarização de caracteres larvais ainda é comum entre carcinologistas (ex., Huys & Boxshall, 1991; Ng & Clark, 2000, Clark, 2000). Contra esta proposição, Marques e Pohle (1998) argumentam ainda, que a polarização de caracteres por meio de análise de grupo externo (Watrous e Wheeler, 1981) é um método mais consistente com as idéias propostas por Hennig (1966) e não assume modelos de evolução de caracteres anterior a análise.

Estudos de filogenéticos são utilizados para determinar relação de parentesco e o nível evolutivo de organismos. Inúmeros trabalhos envolvendo dados larvais, moleculares, comportamentais, ecológicos entre outros, são utilizados para esse tipo de inferência (Marques & Pohle, 1998; Sturmbauer

et al, 1996 ; (Hibbett & Donoghue, 1995; ). A biologia comparativa é visada

(19)

premissa de oligomerização (Clark, 2000; Huys & Boxhall, 1991; Boxhall & Huys, 1998).

A metodologia aplicada no estudo em questão é a utilização do grupo externo, onde a ocorrência de sinapomorfias não são impostas antes de uma análise, não ocorrendo quando utilizamos oligomerização, a qual parte da premissa que redução sempre será o único caracter derivado.

O objetivo do presente projeto é otimizar a evolução de caracteres larvais na hipótese filogenética de Rosemberg (2001) para 16 espécies de

Uca e avaliar a freqüência de eventos de oligomerização na evolução do

gênero Uca. Com isso, poderemos testar a validade de polarizações de caracteres em inferências filogenéticas a partir da premissa de que eventos de oligomerização são sempre derivados em larvas de brachiúros.

MATERIAIS E MÉTODOS

Espécies do primeiro estágio larval do gênero Uca, Ucides e Ocypode (Tabela 1), foram dissecadas em solução 1:1 de CMC (produzido pela Turtox, USA) e Polivinil-lactofenol.Para dissecção foi utilizado um microscópio óptico invertido Leica DMIL e as observações foram feitas com um microscópio óptico da Zeizz Axioskop 2 Plus contendo contraste diferencial de Normarski. No mínimo 5 espécimens, foram utilizadas para caracterização morfológica. Tabela 1. Larvas utilizadas e sua procedência.

espécies Procedência

Ocypode quadrata São Sebastião- SP-BR Ucides cordatus Ubatuba- SP

Uca uruguayensis Itamambuca -Ubatuba-SP-BR U. thayeri Itamambuca -Ubatuba-SP-BR U. burgersi Itamambuca -Ubatuba-SP-BR U. rapax Praia Dura -Ubatuba-SP-BR U. leptodactyla Itamambuca -Ubatuba-SP-BR U. vocator Itamambuca -Ubatuba-SP-BR U. vocans Ilha de Inhaca- Moçambique U. clorophthalmus Ilha de Inhaca- Moçambique U. annulipes Ilha de Inhaca- Moçambique U. urville Ilha de Inhaca- Moçambique

U. mordax Rieger, P. J., 1998. Desenvolvimento larval de U. (Minuca) mordax , 1870 (Crustácea, Decapoda, Ocypodidae), em laboratório. Trab- Oceanogr- Univ-Fed-Pernambuco 25:227-267.

U. tangeri Rodrígues, A. & Jones, D. A., 1993. Larval Development of Uca tangeri (eydoux, 1835) (Decapoda: Ocypodidae) reared in the laboratory. J. C. B., 13(2): 309-321.

U. lactea Terada, M., 1979. On the zoea larvae of five crabs of the family Ocypodidae. Zool. Mag. (Tokyo), 88(1): 57- 72.

U. minax Hyman, O. W., 1920. On the development of Gelasimus after haching. J. Morphol. 33(2): 485-524.

U. pugilator Hyman, O. W., 1920. On the development of Gelasimus after haching. J. Morphol. 33(2): 485-524.

(20)

O estudo do primeiro estágio larval de 18 espécies (tabela 1), das quais 2 formam utilizadas como grupo externo (Ocypode e Ucides). Dessas, 12 espécies foram examinadas pelos presentes autores, os dados das outras espécies foram obtidas de fontes bibliográficas (Tabela 1). As espécies utilizadas nesse estudo representam diferentes clados da filogenia de Rosenberg (2001). Esses clados são, em parte, congruentes com a taxonomia do grupo – representando os subgêneros de Uca, e compreendem grupos restritos a regiões biogeográficas distintas (Rosenberg, 2001). Por exemplo, na costa Americana, U. thayeri faz parte do subgênero Borboruca;

U. vocator, U. rapax, U. burgersi, U. mordax, U. pugnax e U. minax

representam o subgênero Minuca; U. pugilator,U. uruguayensis, U.

leptodactyla, U. annulipes e U. lactea representam Celuca, esse sendo

considerado parafilético. No subgênero Celuca, a espécies U. annulipes e U.

lactea encontram-se distribuídas geograficamente no Indo oeste Pacífico, as

demais espécies que são representadas nessa região são: U. clorophthalmus dentro de Amphiuca; U. urvillei representante de Deltuca; U. vocans pertencente ao clado de Thalassuca e finalmente U. tangeri único representante de Afruca que se encontra no oeste da África.

A distribuição de caracteres larvais para 18 espécies foi inserida em uma matrix cladística que posteriormente foi otimizada na hipótese filogenética proposta por Rosenberg (2001), utilizando o programa PAUP* e MacClade versão 3.03 (Maddison & Maddison, 1992). A evolução dos caracteres larvais foi inferida pelo critério de otimização DELTRAN (Wiley et

al, 1991), para demonstrar a pesquisadores tradicionais que consideram

oligomerização o único processo evolutivo, que esse critério promove a minimização de eventos de reversão.

RESULTADOS

(21)

(RI) 0,36. A Tabela 2 lista as transformações de caracteres para cada inter-nódulo da a topologia de Rosenberg (2001).

Nossos resultados indicam que, das 42 transformações observadas na topologia, 23 apresentaram eventos de adição, onde a presença de cerdas ou segmento é derivada. Destes eventos de adição, 18 puderam ser inferidos sem ambigüidade. Em contra partida, os dados indicam que ocorreram 19 eventos de oligomerização, onde a redução estrutural foi considerada apomórfica, inferidos sem ambiguidade. Neste estudo, eventos de adição ocorreram em maior freqüência que os de oligomerização.

Figura 1. Relações de parentesco para 16 espécies de Uca para as quais existem informações larvais, (modificado de Rosemberg, 2001).

(22)

Tabela 2: Caracteres relevantes para análise filogenética e sua polarização

Caracteres Mudanças Eventos de adição Eventos de oligomerização

1. espinho lateral O. quadrata * U. tangeri * 2. esteto antenula O. quadrata *

U. thayeri U. uruguayensis * U. leptodactyla * Node 29 para node

2 para 3

4. endito coxal da maxilula U. thayeri

Node 26 para node 25

Node 23 para node 22 4 para 5

5 para 4 5 para 4

7. exopodito U. mordax 4 para 5

8. endito basal maxila Node 26 para node 25 Node 22 para node 21 O . quadrata U. lactea U. vocator 8 para 9 9 para 10 8 para 9 9 para 8 9 para 8 9. endito coxal maxila O. quadrata

U. leptodactyla Node 26 para node 25 Node 23 para node 22

6 para 7 6 para 8 6 para 7

7 para 6 10. basipodito 1* maxilipede O. quadrata

U. tangeri U. thayeri U. leptodactyla U. clorophthalmus 9 para 10 9 para 8 9 para 7 9 para 8 9 para 7 11. 1* segmento enditpodito U. leptodactyla

Node 26 para node 25

Node 23 para node 22 0 para 2

2 para 1 2 para 0 12. 2* segmento enditpodito Node 26 para node 25

Node 23 para node 22 1 para 2

2 para 1 14. 4* segmento enditpodito Node 26 para node 25

Node 23 para node 22 1 para 2

2 para 1 15. 5* segmento enditpodito Node 26 para node 25

Node 23 para node 22 4 para 5

5 para 4 18. 2* segmento enditpodito U. leptodactyla 0 para 1

19. 3* segmento enditpodito Node 26 para node 25 Node 23 para node 22 U. cordatus **

4 para 5

4 para 4

20. 1* segmento abdominal U. tangeri 0 para 1

21. 2* segmento abdominal Node 26 para node 25

Node 23 para node 22 1 para 2

2 para 1 22. 3* segmento abdominal Node 26 para node 25

Node 23 para node 22 1 para 2

2 para 1 23. 4* segmento abdominal Node 26 para node 25

Node 23 para node 22 1 para 2

2 para 1 24. 5* segmento abdominal Node 26 para node 25

Node 23 para node 22 1 para 2

2 para 1

(* ambíguo; ** equívoco)

DISCUSSÃO

(23)

caracteres larvais (Marques & Pohle, 1995 e Clark & Webber 1991). Se considerarmos oligomerização, como o único padrão evolutivo, e polarizarmos os caracteres de acordo com essa premissa, excluiríamos da análise a possibilidade de que a evolução de caracteres ocorria de outra maneira.

Muitos filogeneticistas sugerem que polarização de caracteres seja realizada com a utilização do grupo externo, inferindo assim estados pleiomórficos e o nódulo ancestral ao grupo interno, tornando o método cladístico mais robusto pelo fato de polarizar caracteres de forma parcimoniosa, sem noções pré-estabelecidas de evolução de caracteres (Watrous & Wheeler, 1981; Maddison et al., 1984; Marques & Pohle, 1998).

Nossos resultados demonstraram que os números de eventos de redução e reversão dentro do grupo interno foram praticamente iguais, com isso podemos inferir que a oligomerização não é o único evento presente na evolução deste grupo de organismos. Concluímos empiricamente que oligomerização não pode ser considerada a única forma de transformação de caracteres na história evolutiva destes organismos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOXSHALL, G. A. & HUYS, R. 1998. The ontogeny and phylogeny of copepod antennules. Phil. Trans. R. Soc. Lond., B 353:765-786.

BROOKS, D. R. & McLENNAN, D. A. 1991. “Phylogeny, Ecology, and Behavior: A research Program in Comparative Biology”. Univ. Of Chicago Press, Chicago.

CARPENTER, J. M. (1989). Testing scenarios: Wasp social behaviour.

Cladistics, 5:131-144.

CLARK, P. F. & WEBBER, W. R. 1991. A redescription of Macrocheira

kaempferi (Temmink, 1836) zoeas with a discussion of the classification of the

Majoidea Samouelle, 1819 (Crustacea: Bracyura). J. Nat. Hist., 25:1259-1279.

CLARK, P. F. 2000. Interpreting patterns in chaetaxy and segmentation associated with abbreviated brachyuran zoel development. Invertebrate

Reproduction and Development, 38:3-171-181.

CODDINGTON, J. A. 1988. Cladistic tests of adaptational hypotheses.

(24)

CRANE, J. 1975. Fiddler crabs of the world . Princeton University Press, Princeton, NJ. 736 pp.

DELEPORTE, P. 1993. Characters, attributes and tests of evolutionary scenarios. Cladistics 9: 427-432.

ELDREDGE, N., and CRACRAFT, J. 1980. “Phylogenetic Patterns and the Evolutionary Process: Method and Theory in Comparative Biology.” Columbia Univ. Press, New York.

FIELDER, D. R. & GREENWOOD, J. D. 1985. The systematic position of

Heloecius cordiformis (H. Milne Edwards, 1837) (Decapoda, Ocypodidae) as

revealed by larval morphology. Crustaceana 48: 244-248.

GREENE, H. W. 1986. Diet and arboreality in the emerald monitor, Varanus

prasinus, with comments on the study of adaptation. Fieldinana Zool. 31:

1-12.

GUINOT, D. 1979. Morphologie et phylogenèse des Brachyures. Memoires du Museum National Dhistoire Naturalle. Série A, Zoologie., 112: 1-354.

HARVEY, P.H., and PAGEL, M. D. 1991. " The Comparative Method in Evolutionary Biology. " Oxford Univ. Press, Oxford.

HENNIG, W. 1966. Phylogenetic Systematics. University of Illinois Press, Urbana.

HIBBETT D.S. & DONOGUE, M. J. 1995. Progress toward a phylogenetic classification of the polyporaceae through parsimony analysis of mitochondrial ribossomal DNA- Sequences. Canadian Journal of Botany-REvue Canadienne de Botanique, 73:S853-S861.

HYMAN, O. W. 1920. On the development of Gelasimus after haching. J. Morphol. 33(2): 485-524.

KITAURA J., WADA, K. & NISHIDA, M. 1998. Molecular Phylogeny and Evolution of Unique Mud-Using Territorial Behavior in Ocypodid Crabs (Crustace: Bracyura: Ocypodidae). Department of Biological Science, Faculty of Science, Nara Women’s University, Japan; and Department of Marine Bioscience, Fukui Prefectural University, Japan. Mol. Biol. Evol. 15(6): 626-637.

LEBOUR, M. V. 1931. Further notes on the larval Brachyura. Proc. Zool. Soc. Lond., 93-96p.

(25)

LEVINTON, J., STURMBAUER, C. & CHRISTY, J. 1996. Molecular data and biogeograph: resolution of controversy over evolutionary history of a pan-tropical group of invertebrates. J. Exp. Mar. Biol. Ecol. 203: 117-131.

LUCKOW, M. & BRUNEAU, A. 1997. circularity and independence in phylogenetic tests of ecological hypotheses. Cladistics 13: 145-151.

MADDISON, W. P, DONOGHUE, M. J. & MADDISON, D. R. 1984. Outgroup analysis parsimony. Syst. Zool., 33:83-103.

MADDISON, W. P., & MADDISON, D. R. 1992. Macclade: analysis og phylogeny and character evolution, Ver. 3.1, Sinauer Associates, Sunderland, Massachusett.

MANNING, R.B., & HOLTHUIS, L. B. 1981. West African brachyuran crabs (Crustacea: Decapoda). Smithson. Contrib. Zool. 306: 1-379.

MARQUES, F. & POLHE, G.W. 1998. The use of structural reduction in phylogenetic reconstruction of decapods and a phylogenetic hypothesis for 15 gêneros of Majidae: testing previous larval hypotheses and assumptions. Invert. Repr. Devel. 33:241-262

MARQUES, F. & POLHE, G. W. 1995. Phylogenetic analysis of the Pinnotheridae (Crustácea, Brachyura) based on larval morphology, with emphasis on the Dissodactylus species complex. Zool. Scr., 24:347-364.

MELO, G. A. S. de. 1996. Manual de identificação dos Brachyura (Caranguejos e Siris) do litoral brasileiro. São Paulo: ED. Plêiade., 603p.

NG, P. K.L., and CLARK, P. F. 2000. The eumedonid file: a case study of systematic compatibility using larval and adult characters (Crustacea: DEcapoda:Brachyura). Invertebrate REproduction and Development, 38:3-225-252.

QUEIROZ, K. de. 1996. Including the characters of interest during tree reconstruction and the problems of circularity and bias in studies of character evolution. Am. Nat. 148:700-708.

RICE, A. L., 1983. Zoeal evidence for brachyuran phylogeny. In: Crustacean

Phylogeny, Crustacean Issues, Vol. 1, F.R Schram (ed), A.A. Balkema,

Rotterdam, 1983, pp. 313-329.

RICE, A. L. 1981. Crab zoeae and brachyuran classification: a reappraisal.

Bull. Br. Mus. Nat. Hist. (Zool.), 40: 287-296.

(26)

RIEGER, P. J. 1998. Desenvolvimento larval de U. (Minuca) mordax, 1870 (Crustácea, Decapoda, Ocypodidae), em laboratório. Trab- Oceanogr- Univ-Fed-Pernambuco 25:227-267.

RODRÍGUES, A. & JONES, D. A., 1993. Larval Development of Uca tangeri (eydoux, 1835) (Decapoda: Ocypodidae) reared in the laboratory. J. C. B., 13(2): 309-321.

RODRIGUES, M. D. & HEBLING, N. J. 1989. Ucides cordatus (Linnaeus, 1763) (Crustacea, Decapoda). Complete development under laboratory condicions and its systematic position. Revita. Bras. Zool., v.6, n.1, p. 147-166.

ROSENBERG, M. S. 2001. The systematics and taxonomy of fiddler crabs: a phylogeny of the genus Uca. Journal of Crustacean Biology, 20(3): 839-869.

STURMBAUER, C., LEVINTON, J. S. & CHRISTY, J. 1996. Molecular phylogeny analysis of fiddler crabs : Test of the hypothesis of increasing behavioral complexity in evolution. Proc. Natl. Acad. Sci. USA. 93:10855-10857.

SWOFFORD, D. L. 1993. PAUP: phylogenetic analyses using parsimony version 3.1.1 Illinois Natural History Survey, Champaign, Illinois.

TERADA, M. 1979. On the zoea larvae of five crabs of the family Ocypodidae. Zool. Mag. (Tokyo), 88(1): 57- 72.

WATROUS, L. E. & WHEELER, Q. D. 1981. The outgroup comparison method of character analysis. Syst. Zool., 30:1-11.

WILEY, E. O.; SIEGEL-CAUSEY, D; BROOKS, D. R. & FUNK, V. A. 1991. The Compleat Cladist. A primer of phylogenetic procedures. Special Publication, 19. Lawrence, Kansas. 158p.

(27)

Análise comparativa do primeiro estágio larval de Uca

(Brachyura: Ocypodidae)

omparative analysis of the first traineeship larval of Uca

(Brachyura: Ocypodidae)

Nelice Milena Batistelli Serbino

RESUMO

A família Ocypodidae está representada por aproximadamente 125 espécies de caranguejos, organizados taxonomicamente entre os gêneros Ocypode,

Uca e Ucides. Estas espécies estão distribuídas pelas regiões tropicais e

subtropicais, em manguezais nas zonas de entre-marés, em galerias escavadas no lodo (Uca e Ucides) e em praias arenosas, construindo tocas no supralitoral, desde a marca mais alta da linha d’água até de encosta das dunas (Ocypode). O estudo de caracteres larvais proporciona informações adicionais para diagnosticar inúmeras entidades biológicas. Neste estudo, foi realizada a análise comparativa do primeiro estágio larval das espécies de

Uca já descritas.

Palavras-chave: Uca, desenvolvimento larval, análise comparativa.

ABSTRACT

The family Ocypodidae is represented by approximately 125 sorts of crabs, organized taxonomicamente between the types Ocypode, Uca and Ucides. These sorts are even distributed by the tropical and subtropical regions, in manguezais in the zones of entre-marés, in galleries excavated in the mud (Uca and Ucides) and in sandy beaches, building you touch the supralitoral, from the highest mark of the line d'água of slope of the dunes (Ocypode). The study of characters larvais provides additional informations to diagnose countless biological entities. In this study, there was carried out a comparative analysis of the first traineeship larval of the sorts of already described Uca.

Key words: Uca, development larval, comparative analysis

Introdução

A família Ocypodidae está representada por aproximadamente 125 espécies de caranguejos, organizados taxonomicamente entre os gêneros

Ocypode Weber 1975, Uca Leach 1814 e Ucides Rathbun 1897 (Coelho &

(28)

no supralitoral, desde a marca mais alta da linha d’água até de encosta das dunas (Powers, 1977; Ramos-Porto et al., 1978).

Na costa Brasileira está registrado representantes de todos os gêneros que compreendem a família Ocypodidae. Dentre estes, Ocypode e Ucides estão representados por apenas uma espécie, O. quadrata Fabricius, 1787 e

U. cordatus Linnaeus, 1763, respectivamente. Uca está representada por 10

espécies subdivididas em, pelo menos 3 subgêneros: Uca (Uca) maracoani (Latreille, 1802-1803); Uca (Minuca) thayeri (Rathbun, 1900); Uca (Minuca)

mordax (Smith,1870); Uca (Minuca) rapax (Smith, 1870); Uca (Minuca) vocator (Herbst, 1804); Uca (Minuca) uruguayensis (Nobili, 1901); Uca (Minuca) cumulanta (Crane, 1943); Uca (Minuca) victoriana (Hagen, 1987); Uca (Minuca) burgersi (Holthuis, 1967) e Uca (Leptuca) leptodactyla

(Rathbun, 1898) (Melo, 1996; Rosenberg, 2001).

Diante da diversidade de espécies em Ocypodidae, pouco sabemos sobre suas formas larvais. Para Uca, das aproximadas 97 espécies atualmente reconhecidas (Rosenberg, 2001), somente 14 possuem formas larvais descritas, representando um total de 14,5% para o gênero. Para

Ocypode, representado por aproximadamente 26 espécies, apenas 7

possuem formas larvais descritas, totalizando 27% para o gênero. Das 2 espécies de Ucides, conhecemos a larva de Ucides cordatus. Das aproximadas 125 espécies que compõem essa família, 22 possuem formas larvais conhecidas (Tabela 1).

As primeiras descrições larvais entre os Ocypodidae ocorreram com as espécies que se distribuem na costa Americana. Hyman (1920) caracterizou todos os estágios de U. puligator (Bosc, 1902), os dois primeiros estágios de U. pugnax (Smith, 1870) e a primeira zoea de U. minax (Le Conte, 1855). Diaz & Costlow (1972) descreveram todos os estágios de

Ocypode quadrata. Rabalais & Cameron (1983) descreveram os dois

(29)

Tabela 1. Espécies da família Ocypodidae com formas larvais descritas.

Trabalhos envolvendo descrições larvais com as espécies restritas à região do Indo-Pacífico, iniciaram-se com Chhapgar (1956) que descreveu parcialmente o primeiro estágio de zoea de U. annulipes (H. Milne-Edwards, 1837). Hashmi (1968) descreveu o primeiro e segundo estágio de zoea de U.

annulipes e de U. marionis (Demarest, 1823), esta última colocada em

sinonímia com U. vocans (Linnaeus, 1758), por Crane (1975). Quase concomitantemente, Feest (1969) descreveu o desenvolvimento de Uca

triangularis e U. annulipes. Finalmente, Terada (1979) publicou o

desenvolvimento larval de U. lactea (De Haan, 1835).

(30)

1998) estudou o desenvolvimento larval em laboratório de Uca uruguayensis,

U. mordax e U. burgersi, respectivamente.

O estudo de caracteres larvais proporciona informações adicionais para diagnosticar inúmeras entidades biológicas. Neste estudo, foi realizada a análise comparativa do primeiro estágio larval das espécies de Uca já descritas, com objetivo de diagnosticar e estabelecer os principais caracteres morfológicos larvais das espécies pertencentes à esse gênero.

MATERIAL E MÉTODOS

COLETASDECAMPO

Coletas de campo foram realizadas nos meses de janeiro e abril de 2001 (Tabela 2) na região de Ubatuba e São Sebastião-SP, visando à captura de fêmeas ovígeras e obtenção de suas respectivas larvas. Fêmeas ovígeras foram coletadas manualmente, transportadas para o laboratório com temperatura controlada (CEBIMar – USP ou NEBECC – UNESP) onde foram identificadas e individualizadas em recipientes de acrílico contendo aproximadamente 400 ml de água do mar constantemente aerada. Salinidade, temperatura e fotoperíodo foram mantidos de acordo com os dados obtidos durante a coleta (34 ‰, 24 °C e 14d/10n, respectivamente). Larvas de Uca burgersi e Ucides cordatus descritas nesse trabalho fazem parte do material utilizado nas descrições originais de Rieger (1998) e Rodrigues & Hebling (1989) respectivamente, gentilmente cedidas pelos autores.

(31)

Tabela 2. Larvas utilizadas para descrição morfológica.

PREPARAÇÃO DOS ESPÉCIMENS E ANÁLISE MORFOLÓGICA

Exemplares do primeiro estágio larval do gênero Uca, espécie U.

annulipes, foram dissecados em solução Polivinil Lactofenol contendo

Fucsina Ácida e Clorazol Black e montadas sobre lâminas e lamínulas.

Para dissecação foi utilizado o microscópio óptico invertido Leica DMIL. Observações, descrições e ilustrações foram efetuados com o auxílio de um microscópio Zeiss Axioskop 2 Plus contendo contraste diferencial de Normarski e câmara clara.

No mínimo 5 espécimes foram utilizados para caracterização morfológica. As descrições das cerdas seguem Pohle & Telford (1981) e a seqüência destas descrições estão de acordo com as sugestões de Clark et

al. (1998).

Dados morfométricos foram obtidos para 10 espécimes de cada espécie. Foram medidos o comprimento do espinho rostral (ER), espinho dorsal (ED), espinhos rostral/dorsal (R/D), espinho lateral (EL) e comprimento da carapaça (CC) com auxilio de microscópio óptico da Zeiss Axioskop 2 Plus com sistema de imagem. Para cada espécie foram computadas a média e o desvio padrão dos valores adquiridos. Todas as medidas estão expressas em micrômetros, considerando o seguinte formato: limite mínimo e máximo, seguidos da média e desvio padrão entre parênteses.

Espécies Procedência Coordenadas

Ocypode quadrata Praia do Segredo, São Sebastião- SP-BR 23º49´44" S : 45º25´24" W

Ucides cordatus Canal de Bertioga-SP-BR 23º51´S : 46º09´W

Uca annulipes Ilha de Inhaca-Moçambique 26ºS : 33ºE

U. burgersi Rio Comprido-Ubatuba-SP-BR 23º29´20.8" S : 45º9´53.5" W

U. clorophythalmus Ilha de Inhaca-Moçambique 26ºS : 33ºE

U. leptodactyla Mangue do Itamambuca-Ubatuba-SP-BR 23º24´43" S : 45º0´73" W

U. rapax Rio Comprido-Ubatuba-SP-BR 23º29´20.8" S : 45º9´53.5" W

U. thayeri Mangue do Itamambuca-Ubatuba-SP-BR 23º24´43" S : 45º0´73" W

U. uruguayensis Rio Indaiá, Ubatuba-SP-BR 23º24´51" S e 45º3´14" W

U. urvillei Ilha de Inhaca-Moçambique 26ºS e 33ºE

U. vocans Ilha de Inhaca-Moçambique 26ºS e 33ºE

(32)

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Caracteres morfológicos larvais do primeiro estágio de zoea para o gênero Uca são variáveis entre as espécies que se distribuem biogeograficamente na costa do Caribe, Moçambique, Brasil e Oeste-Africano. As maioria das espécies que compõe essas regiões possuem características únicas, algumas são extremamente variáveis, outras não possuem caracteres que possam ser utilizados para distingui-las (Tabela 3).

Das espécies que ocorrem na costa Caribenha (Tabela 3), existem dados larvais para U. minax, U. pugnax, U. pugilator e U. subcylídrica. Essas espécies possuem onze caracteres comuns que as diferenciam de outras espécies de Uca. Entre esses caracteres podemos citar a ausência de cerdas no 1º segmento do endopodito do 1º maxilípede, o 5º endopodito do 2º maxilípede ornamentado com 4 cerdas e apenas 1 cerda no 2º e 5º somitos abdominais (Tabela 3).

Hyman (1920) descreveu três espécies pertencentes ao gênero Uca endêmicas do Caribe: U. minax, U. pugnax e U. pugilator (Tabela 3). Essas espécies possuem cinco caracteres que as distingue uma das outras (Tabela 3). Uca minax se diferencia de todas por apresentar 2 cerdas na antena. Uca

pugnax possui dois caracteres diagnósticos: 3 estetos na antênula e 4 cerdas

no endito coxal da maxilula. Uca pugilator pode ser identificada pela presença de 1 esteto na antênula. Finalmente, U. minax e U. pugnax compartilham a presença de 2 cerdas na antena e 4 cerdas no endito coxal da maxilula.

Ainda considerando as espécies do Caribe, U. subcylíndrica, descrita por Rabalis & Cameron (1983), apresenta uma morfologia derivada em comparação com as outras espécies conhecidas para o gênero (Tabela 3). Larvas de U. subcylíndrica contém dezenove caracteres dos quais quatorze são restritos a esta espécie. Dentre esses, podemos citar a presença de 25-31 cerdas no escafognatito da maxila, 5 somitos no endopodito do 2º maxilípede, o 6º somito abdominal e a ausência de cerdas no basipodito do 1º e 2º maxilípedes.

Entre as espécies restritas à região do Indo-Pacífico, U.

clorophthalmus, U. urvillei, U. annulipes e U. vocans possuem um caracter

(33)

possuem caracteres morfológicos diagnósticos. Para diferenciá-las é necessário considerar os caracteres morfométricos. Uca vocans diferencia-se das demais espécies por possuir espinho rostral mais curto (61-69 Цɱ) que

U. annulipes (127-171 Цɱ) e U. urvillei (135-176). Uca urvillei pode ser

diferenciada das demais espécies pelo comprimento do espinho dorsal (90-114 Цɱ), em média menor que U. annulipes (136-206 Цɱ) e U. vocans ((90-114- (114-154 Цɱ). Finalmente, Uca clorophthalmus possui um caracter que pode ser utilizado para diferenciá-la das demais, presença de denticuletes no protopodito da maxilula.

Uca lactea, descrita por Terada (1976), apresenta três caracteres

morfológicos que a diferencia das demais espécies do Indo-Pacífico. Embora alguns desses caracteres estejam presentes em outras espécies de Uca, em conjunto, tornam-se diagnósticos desta espécie: presença de 2 estetos na antênula (também presente em U. triangularis), 4 cerdas no endito coxal da maxilula (presentes em U. pugnax e U. pugilator, do Caribe) e 8 cerdas no endito basal da maxila (presentes em U. minax, U. pugnax e U. pugilator) (Tabela 3).

Uca triangularis, descrita por Feest (1969), apresenta 4 caracteres que

a distingue das demais. Entre os caracteres larvais de U. triangularis, apenas a presença de 2 estetos na antênula pode ser observado em outras espécies de Uca (e.g., U. lactea). Os demais caracteres, 3 cerdas no escafognatito da maxila, 7 cerdas no endito basal da maxila e 4 cerdas no endito coxal da maxila são diagnósticos para essa espécie (Tabela 3).

(34)

denticuletes no basipodito do 2º maxilípede, são encontrados também em espécies brasileiras, como U. leptodactyla, U. mordax e U. thayeri (Tabela 3). Tabela 3: Comparações morfológicas entre as espécies de Uca

Entre as espécies brasileiras, Uca mordax, U. leptodactyla, U. vocator,

U. rapax, U. burgersi, U. thayeri e U. uruguayensis, existe um caracter

comum a todas: a presença de 3 estetos na antênula (Tabela 3). Uca

leptodactyla é a mais divergente entre essas espécies. Esta espécie possui

(35)

maxilípede. Dos caracteres presentes em outras espécies, destacamos a ausência de microtríquias no 1º maxilípede, também encontrado em U.

tangeri.

Dos caracteres morfológicos de zoea I descritos para U. mordax, identificamos nove caracteres que em conjunto são diagnósticos para essa espécie. Dentre eles, dois são exclusivos para a espécie: 3 cerdas na antena e ausência de microtríquias no protopodito da maxilula. Dos caracteres que são encontrados em outras espécies de Uca, temos como exemplo a ausência de microtríquias na maxila e ausência de denticuletes no basipodito do 1º e 2º maxilípede. Todos esses caracteres também são encontrados em

U. tangeri (Tabela 3). Porém, vale ressaltar que esses caracteres muito

provavelmente tenham sido negligenciados pelos autores que descreveram larvas de Uca pois são de difícil observação.

Uca vocator é a única espécie da costa brasileira que não possui

caracter morfológico que a diferencie das demais (Tabela 3). No entanto, os dados morfométricos, tais como o tamanho do espinho rostral, podem auxiliar na diferenciação dessa espécie. U. vocator possui o menor espinho rostral entre todas as espécies brasileiras, medindo aproximadamente 75 Цɱ.

Uca rapax possui um caracter morfológico diagnóstico para espécies brasileiras: presença de 1 espinho na antena. No entanto, a presença de espinho no exopodito da antena é compartilhado com Uca tangeri e U.

thayeri, embora nesses espécimens ocorra mais que um espinho (Tabela 3).

Para U. burgersi, encontramos apenas um caracter que a diferencia das demais espécies da costa brasileira, a ausência de denticuletes no basipodito do 2º maxilípede. Porém, este caracter é compartilhado com U. mordax e U.

tangeri (Tabela 3). Uca thayeri possui três caracteres que, em conjunto, são

diagnósticos para a espécie, mas que são compartilhados por outras três espécies. Entre eles estão a presença de espinhos na antena, presente em

U. tangeri e U. rapax, a ausência de denticuletes na maxila, presente em U. leptodactyla e U. mordax, e a ausência de denticuletes no 1º maxilípede,

(36)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CHHAPGAR, B.F., 1956. On the breeding habits and larval stages of some crabs of Bombay. Rec. Indian Mus. 54, 33-52.

CLARK, P.F., CALAZANS, D.K., POHLE, G.W., 1998. Accuracy and standardization of brachyuran larval descriptions. Inv. Repr. and Develop. 33, 127-144.

COELHO, P.A. & RAMOS, M.A., 1972. A constituição e a distribuição da fauna de Decapodos no litoral leste da América do Sul, entre as latitudes de 5º N e 39º S. Trab. Inst. Oceanograf. Univ. Fed. Pernambuco 13, 133-236.

CRANE, J., 1975. Fiddler crabs of the world. Princeton University Press, Princeton, NJ. 736 pp.

DIAZ, H., COSTLOW JR., J.D., 1972. Larval development of Ocypode

quadrata (Bracyura: Crustacea) under laboratory conditions. Mar. Biol. 15,

120-131.

HASHMI, S.S., 1968. Study on larval of (Gelasimus) (Ocypodidae) reared in the laboratory (Decapoda: Crustacea). Pak. J. Sci. Res. 20, 50-56.

HYMAN, O.W., 1920. On the development of Gelasimus after hatching. J. Morphol. 33, 485-524.

MELO, G.A.S. DE., 1985. Taxonomia e padrões distribucionais e ecológicos dos Brachyura (Crustacea: Decapoda) do litoral sudeste do Brasil. São Paulo: USP, Mus. Zool. 247. (Tese Doutorado).

MELO, G.A.S. DE., 1996. Manual de identificação dos Brachyura (Caranguejos e Siris) do litoral brasileiro. São Paulo: ED. Plêiade 603.

NASCIMENTO, S.A., 1993. Biologia do caranguejo-uça (Ucides cordatus). Adema, 48p.

PEREZ, L.A.V., 1980. Desenvolvimento embrionário e larval de Uca pugnax (Smith, 1870) (Crustacea, Brachyura, Ocypodidae) em laboratório. SP-BR.: Dissertação, USP, Instituto Oceanográfico 76.

POHLE, G.W., TELFORD, M., 1981. Morphology and classification of decapod crustacean larval cerdae: a scanning electron microscope study of

Dissodactylus crinitichelis Moreira, 1901 (Brahyura: Pinnotheridae). Bull. Mar.

Sc. 31, 736-752.

(37)

RABALAIS, N.N., CAMERON, J.M., 1983. Abbreviated development of Uca

subcylindrica (Crustacea, Decapoda, Ocypodidae) reared in the laboratory.

Crust. Biol. 3, 519-541.

RAMOS-PORTO, M., FERREIRA-CORREIA, M.M., SOUSA, N.R., 1978. Levantamento da fauna aquática da Ilha de São Luís (Estado do Maranhão, Brasil). II- Crustacea Boletim do Laboratório de Hidrobiologia, São Luís 2, 77-78.

RIEGER, P.J., 1996. Desenvolvimento larval de Uca (Celuca) uruguayensis Nobili, 1901 (Crustacea, Decapoda, Ocypodidae), em laboratório. Nauplius 4, 73-103.

RIEGER, P.J., 1997. Desenvolvimento larval de Uca (Minuca) mordax Smith, 1870 (Crustacea, Decapoda, Ocypodidae), em laboratório. Trab- Oceanogr-Univ. Fed. Pernambuco 25, 227-267.

RIEGER, P.J., 1998. Desenvolvimento larval de Uca (Minuca) burgersis Holthuis (Crustacea, Decapoda, Ocypodidae), em laboratório. Revta. Bras. Zool. 15, 727-756.

RODRIGUES, M.D., HEBLING, N.J., 1989. Ucides cordatus (Linnaeus, 1763) (Crustacea, Decapoda). Complete development under laboratory conditions and its systematic position. Revta. Bras. Zool. 6, 147-166.

ROSENBERG, M.S., 2001. The systematics and taxonomy of fiddler crabs: a phylogeny of the genus Uca. J. Crust. Biol. 20, 839-869.

(38)

Ocorrência e distribuição de mosca varejeira (Diptera: Calliphoridae)

nas regiões urbana, rural e silvestre do município de Porto Velho - Ro3

Occurrence and distribution of blow fly (Diptera: Calliphoridae) in urban areas, rural and wild municipality of the old port – ro

Nelice Milena Batistelli Serbino2 Isaias Ferreira da Silva3 Roberto Ataide Batalha de Araujo3

RESUMO

No estado de Rondônia não há registro científico que documente a diversidade das espécies de moscas varejeiras, no entanto, sabemos que as condições sócio-ambientais contribuem para a instalação e proliferação desses dípteros. No presente trabalho fizemos um levantamento da fauna dos espécimes pertencentes à família Calliphoridae em três áreas distintas, urbana, rural e silvestre, do município de Porto Velho. As coletas foram realizadas nessas três áreas, utilizando 18 armadilhas, que foram distribuídas de seis em seis, em cada uma delas. O experimento ocorreu mensalmente, entre os meses de dezembro de 2008 a julho de 2009. Dentre os espécimes coletados destacaram-se duas subfamílias Chrysomyinae e Calliphorinae, totalizando 1450 espécimes, sendo distribuídos em: 329 espécimes na área urbana, 774 espécimes na área silvestre e 347 espécimes na área rural. Entre os califorídeos registrados nas três áreas, encontramos uma diversidade de doze espécies, que foram: Choroprocta idioidea, Hemilucilia segmentaria, Cochliomyia

macellaria, Chrysomyia albiceps, Chrysomya putoria, Lucilia cuprina, Lucilia eximia, Lucilia sericata, Cochliomyia hominiovorax, Chrysomyia megacephala, Hemilucilia semidiaphana e Lucilia purpurisenses. Dentre as

espécies relatadas, várias delas estão associadas a falta de higiene, saneamento básico, armazenamento, proliferação do lixo, além de serem vetoras de patógenos, levando ao homem microorganismos que trazem sérios problemas a saúde, em alguns casos podem levar ao óbito. O município de Porto Velho oferece vários problemas sócio-ambientais tornando-se um ambiente propício para o domínio dessa espécie, por isso seu sucesso no número de espécimes capturados na área urbana.

PALAVRAS-CHAVE: Calliphoridae, mosca varejeira, sazonalidade.

ABSTRACT

In the state of Rondônia is no scientific record that documents the diversity of species of flesh flies, however, know that the socio-environmental conditions

1Artigo financiado pelo CNPq.

² orientadora do projeto e artigo neliceserbino@gmail.com

(39)

contribute to the onset and spread of mosquitoes. In this study we conducted a survey of wild specimens of the family Calliphoridae in three distinct areas, urban, rural and wild, the city of Porto Velho. Samples were collected in these three areas, using 18 traps, which were distributed to six in each. The experiment took place monthly between the months of December 2008 to July 2009. Among the specimens there were two subfamilies Chrysomyinae and Calliphorinae a total of 1450 specimens were distributed in: 329 specimens in the urban area, 774 specimens in the wild and 347 specimens in the rural area. Among blowflies recorded in three areas, we find a variety of twelve species that were Choroprocta idioidea, Hemilucilia segmental, macellaria

Cochliomyia, Chrysomya albiceps, Chrysomya Chrysomya, Lucilia cuprina, Lucilia eximia, Lucilia sericata, hominiovorax Cochliomyia, Chrysomya megacephala, Hemilucilia semidiaphana and Lucilia purpurisenses. Among

the species reported, several of them are associated with poor hygiene, sanitation, storage, proliferation of garbage, and they are vectors of pathogens, leading to the man microorganisms that pose serious health problems in some cases can lead to death. The municipality of Porto Velho offers various social and environmental problems become an environment conducive to the dominance of this species, so their success in the number of specimens captured in the urban area.

KEY-WORDS: Calliphoridae, blowfly, seasonality

INTRODUÇÃO

A problemática ambiental no Estado de Rondônia tornou-se um tema amplamente debatido, e os conhecimentos acerca da ecologia dos insetos vetores em ambientes naturais são ainda insipientes ou ignorados destacando-se quando se trata dos dípteros muscóides (Furusaw & Rodrigues, 2006).

No Brasil apesar da existência de estudos envolvendo sinantropia e associação de diferentes espécies, ainda é insipientes estudos relacionados à ecologia da fauna de muscóides, devido à grande extensão e à diversidade dos biótopos (Lômaco, 1987). Os espécimes representantes dessa ordem são encontrados nos mais diferentes ambientes e substratos. Na ordem Diptera encontra-se a maior fauna de espécimes que se desenvolve nos cadáveres em decomposição (Benecke, 2001). Tendo como a família Calliphoridae uma das principais representantes, atuando em todo o processo de decomposição e possuindo um dos mais variados comportamentos de oviposição, tanto diurnos e quanto noturnos (Greenberg, 1991). Dentre os Calliphoridae podemos destacar os gêneros: Lucilia,

Referências

Documentos relacionados

Leia atentamente cada questão e assinale na folha de respostas a alternativa que responde corretamente a cada uma delas. Observe as seguintes recomendações relativas

de comporta retangular de VAV com cruz de medição de pressão diferencial, para a regulação do caudal de ar Série SVA-R/M/CON 0-10/ LxH (mm) Vmin Vmax, modo de funcionamento

O presente estudo oferece informações sobre o levantamento de espécies de morcegos no Parque Estadual de Campinhos - PR no período entre junho de 2007 a maio de 2008.. Além

Portanto, o presente trabalho tem como objetivo executar um levantamento preliminar da fauna residente na caverna do Prudente, no município de Rurópolis, estado

Classe Hexapoda: Ordem Diptera; Ordem Lepidoptera; Ordem Hemiptera – Família Reduvidae; Ordem Hymenoptera – Família Formicidae; Ordem Protura - Família Thysanura..

fiscalização, quanto aos aspectos técnicos, da execução de ações de controle e transporte da comercialização de espécimes da fauna silvestre bem como a introdução de

adotar a interpretação mais favorável ao aderente.".. Caso não seja observada esta disposição, o CDC garante a não vinculação do consumidor aos contratos onde

TERMÔMETRO INFRAVERMELHO PALAVRA-CHAVE: Termômetro – Infravermelho - Medida - Digital ÁREA DE APLICAÇÃO: Diversos. ROTINA: