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Desenhar e construir em Mirobriga (Santiago do Cacém, Portugal)

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Academic year: 2023

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Small Towns,

una realidad urbana en la Hispania romana

P EDRO M ATEOS M ANUEL O LCINA A NTONIO P IZZO

T HOMAS G. S CHATTNER

(Eds.)

Volumen II

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Small Towns,

una realidad urbana en la Hispania romana

10

Mérida, 2022

V

OLUMEN

II

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Small Towns, una realidad urbana en la Hispania romana.

Editores: Pedro Mateos, Manuel Olcina, Antonio Pizzo y Thomas G. Schattner.

Año: 2022

Colección: MYTRA, Monografías y Trabajos de Arqueología. Instituto de Arqueología, Mérida (CSIC-Junta de Extremadura). Número 10.

Páginas: 700 + ilustraciones.

D.L.: BA-713-2022

I.S.B.N.: 978-84-09-45808-0 Vol. 1: 978-84-09-45810-3 Vol. 2: 978-84-09-45809-7

Citar como:

Mateos Cruz, P.; Olcina, M.; Pizzo A.; Schattner T. G. (Eds.) 2022: Small Towns, una realidad urbana en la Hispania romana, Mytra 10, Mérida.

Esta publicación ha sido posible gracias a la financiación de la subvención global de la Junta de Extremadura, a través de la Consejería de Ciencia, Economía y Agenda Digital al Instituto de Arqueología de Mérida (Referencia 20164499).

Maquetación, composición e impresión:

IMPRENTA Y MATERIAL DE OFICINA EMERITA, S. L. Mérida (Spain)

© Instituto de Arqueología, Mérida (CSIC-Junta de Extremadura).

© Mateos Cruz, P.; Olcina, M.; Pizzo A.; Schattner T. G. (Eds.) y de cada texto, su autor.

JUNTA DE EXTREMADURA

Consejería de Economía, Ciencia y Agenda Digital

(5)

Pedro Mateos Manuel Olcina Antonio Pizzo Thomas Schattner

(Eds.)

Small Towns,

una realidad urbana en la Hispania romana

Congreso Internacional

MARQ Museo Arqueológico de Alicante 26-28 de Octubre de 2021

COMITÉ CIENTÍFICO:

Lorenzo Abad, Juan M. Abascal (Universidad de Alicante) Javier Andreu (Universidad de Navarra)

Pedro Carvalho (Universidad de Coimbra) Dirce Marzoli (DAI)

José M. Noguera (Universidad de Murcia)

Emanuele Papi (Scuola Archeologica Italiana di Atene) Oliva Rodríguez (Universidad de Sevilla)

Joaquín Ruiz de Arbulo (Universidad de Tarragona)

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MYTRA

MEMORIAS Y TRABAJOS DE ARQUEOLOGÍA

COMITÉ EDITORIAL

Dirección:

Sebastián Celestino Pérez y Pedro Mateos Cruz (IAM, CSIC-Junta de Extremadura)

Secretaría:

Carlos J. Morán Sánchez (IAM, CSIC-Junta de Extremadura)

Vocales:

Juan Pedro Bellón Ruíz (Universidad de Jaén) Javier Bermejo Meléndez (Universidad de Huelva) Luis Berrocal Rangel (Universidad Autónoma de Madrid) Jesús García Sánchez (IAM, CSIC-Junta de Extremadura) Francisco Gracia Alonso (Universidad de Barcelona)

Victorino Mayoral Herrera (IAM, CSIC-Junta de Extremadura)

Almudena Orejas Saco del Valle (Centro de Ciencias Humanas y Sociales-CSIC) César Parcero Oubiña (Instituto de Ciencias del Patrimonio-CSIC)

Luís Gethsemaní Pérez Aguilar (IAM, CSIC-Junta de Extremadura) Antonio Pizzo (Escuela Española de Historia y Arqueología, Roma -CSIC) Esther Rodríguez González (IAM, CSIC-Junta de Extremadura)

Oliva Rodríguez Gutierrez (Universidad de Sevilla)

Trinidad Tortosa Rocamora (IAM, CSIC-Junta de Extremadura) Mar Zarzalejos Prieto (Universidad Nacional de Educación a Distancia)

COMITÉ CIENTÍFICO

Pablo Arias (Universidad de Cantabria)

María Carme Belarte (Institut Català d’Arqueologia Clàssica) Massimo Botto (Istituto di Studi sul Mediterraneo Antico) Stefano Camporeale (Università di Siena)

Teresa Chapa (Universidad Complutense de Madrid) Alexandra Chavarría (Università di Padova)

Jordi Cortadella (Universitat Autònoma de Barcelona) Sophie Gillotte (Centre National de la Recherche Scientifique) Sonia Gutierrez (Universidad de Alicante)

Alberto Lorrio (Universidad de Alicante)

Dirce Marzoli (DAI, Instituto Arqueológico Alemán-Madrid) Gloria Mora (Universidad Autónoma de Madrid)

Ignacio Pavón (Universidad de Extremadura) Sebastián Ramallo (Universidad de Murcia) Elisa da Sousa (Universidade de Lisboa)

Xavier Terradas (Institución Milá y Fontanals-CSIC) Frank Vermeulen (Ghent University)

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Small Towns una realidad urbana en la Hispania romana MYTRA 10, 2022: 495-508

DESENHAR E CONSTRUIR EM MIROBRIGA (SANTIAGO DO CACÉM, PORTUGAL): CONTRIBUTO PARA O CONHECIMENTO

DOS MODELOS ARQUITECTÓNICOS NO SÉC. I D.C. A PARTIR DE UM ESTUDO METROLÓGICO

DESIGNING AND BUILDING IN MIROBRIGA (SANTIAGO DO CACÉM, PORTUGAL): CONTRIBUTION TO THE KNOWLEDGE OF ARCHITECTURAL

MODELS OF THE 1ST CENTURY CE FROM A METROLOGICAL STUDY.

FILIPE SOUSA*, CATARINA FELÍCIO**

RESUMO

Este estudo teve por objectivo contribuir para a caracterização da cultura arquitectónica de Mirobriga durante a sua etapa de transformação urbanística no séc. I d.C., partindo de uma análise metrológica a dois edifícios habitacionais. Foi possível identificar um conjunto de características espaciais e metrológicas que permitiu compreender como poderá ter sido o processo de concepção dos projectos de arquitectura a partir de um modelo conceptual, bem como a sua adaptação e transposição para o terreno a construir, sendo aqui apresentada uma proposta metodológica para uma análise de engenharia reversa relativamente processo de design destes edifícios.

Quer o modelo arquitectónico quer a metrologia identificada inscrevem ambos os edifícios numa cultura arquitectónica romana (técnica e cognitiva), considerações que contribuem, para o conhecimento da identidade cultural dos intervenientes e processos construtivos activos na cidade, configurando, assim, uma proposta de linha de pesquisa para compreensão da sua génese urbanística.

PALAVRAS-CHAVE

Arquitectura romana, processos construtivos, análise de design, grelha modular, Lusitania ABSTRACT

This analysis aims at contributing to the characterization of the architectonical culture of Mirobriga during its urban transformation in the 1st cent. CE, starting with the analysis of two domestic

* CHAM - FCSH, Universidade NOVA de Lisboa, Investigador Integrado não doutorado. EEHAR - CSIC, Becario Asociado. Bolseiro de Doutoramento FCT UI/BD/151244/2021. filipesousa@fcsh.unl.pt

**CHAM - FCSH, Universidade NOVA de Lisboa, Investigadora Integrada não doutorada. EEHAR - CSIC, Becaria Asociada. Bolseira de Doutoramento FCT 2020.06757.BD cfelicio@fcsh.unl.pt

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buildings. It produced a series of spatial and metrological data and allowed for an interpretation of how the architectural design of the buildings were achieved based on conceptual model, as well as its adaptation when transposed to the construction site. We here present a hypothesis for a methodological approach to their analysis and reverse engineering.

Both the architectural model and modulation assign the buildings to an architectural culture (technical and cognitive) solidly based in the roman framework, contributing to our better understanding regarding the cultural identity of the intervenients and technical processes active in the town’s construction and making the grounds for a line of inquiry to understand its urban development.

KEYWORDS

Roman architecture, construction processes, design analysis, modular grid, Lusitania.

1.INTRODUÇÃO

O núcleo urbano do Castelo Velho de Santiago do Cacém, associado a Mirobriga Celticorum, consiste num pequeno assentamento localizado na fachada ocidental da província da Lusitania.

A sua ocupação remontará, pelo menos, ao séc. V/IV a.C. correspondendo, nesta época, a um pequeno assentamento que ocupava o topo plano de uma pequena colina que, apesar da sua proximidade ao litoral, permitia apenas o controlo visual para o interior (Slane 1988:24; Fabião 1998:245).

A cultura material, embora apresente evidências de algum contacto com a esfera ibero-púnica, manifesta-se prevalentemente continental e “céltica”, (Soares e Silva 1979; Fabião 1998:246).

Das características arquitectónicas do povoado pouco se conhece, salvo alguns dados pontuais (Biers et al 1982:39; Teichner 2018:169-180), devido à sobreposição das estruturas de época romana.

De igual modo, o período que decorreu desde o início do controlo territorial de Roma sobre a região, a partir de 139/137 a.C. (Quaresma e Silva 2021:92) e a construção do cenário urbano que hoje conhecemos, datável a partir dos meados do séc. I d.C., é ainda sobejamente desconhecido. Este período de transição reveste-se, a par de uma escassez de dados contextuais1, de questões de difícil caracterização, tais como um possível episódio de destruição por incêndio datável do final da Idade do Ferro, cuja interpretação se afigura problemática (Fabião 1998:236-237); bem como a interpretação de reformulações em construções pré- romanas proposta por D. Soren para o designado «templo céltico» (Biers et al 1982:39), e sua distinção de possíveis demolições/sobreposições eventualmente já de época romana (Fabião 1998:242-243).

A selecção do sítio para sede de civitas poderá justificar-se pelo controlo de um eixo viário, eventualmente relacionado com as explorações mineiras da Serra da Caveira (Fabião 1998:250). Contudo, esta poderá não ter tido um reflexo urbanístico imediato, tendo a maioria dos edifícios para os quais dispomos de cronologia sido construída entre os meados do séc. I e os inícios do séc. II d.C. Com efeito, a construção do complexo do forum, que terá representado o corte efectivo com o urbanismo anterior, requereu uma acção terraplanagem datada com um terminus post quem de 60 d.C. (Biers et al 1982; Teichner 2018).

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1 Pesem as evidências de cultura material proveniente da esfera romana, na sua maioria de intervenções antigas, que serão ainda pouco expressivas neste período (Quaresma 2012:30).

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497 Este processo de transformação urbanística poderá estar associado a uma eventual ascensão estatutária do aglomerado urbano. Todavia, este manteve-se como um centro urbano de muito modesta dimensão e sem um claro traçado ortogonal, não sendo conhecidos vestígios de uma muralha (Barata 2010:144;

Teichner 2021:57,72).

Se assumirmos a correspondência com o topónimo referido por Plínio, o Velho (Nat. IV. 35. 118), cujo debate escapa ao alcance deste artigo, o sítio seria, na 1ª metade do séc. I d.C. um oppidum stipendiarium.

Contudo, as evidências epigráficas recuperadas remetem para que no séc. II o sítio fosse já um municipium:

a IRCP 144, datada paleograficamente (Encarnação 1984:218-220); e a IRCP 150, hoje desaparecida, que poderia remeter esta atribuição para a época Flavia - M(unicipii) F(lavii) M(irobrigensis) - desdobramento e identificação toponímica não isentos de problematização (Encarnação 1996:133), mas onde a hipotética menção Flavii é compatível com a cronologia do fenómeno urbanístico atestado.

Quanto aos agentes desta transformação, que serão vários, muitos serão dificilmente rastreáveis no registo arqueológico. Contudo, no caso de alguns intervenientes, como arquitectos e construtores, estes terão, indubitavelmente, deixado uma marca mais indelével nos distintos edifícios, passível de caracterização.

A este respeito, as diferentes categorias de edifícios parecem contribuir de forma diferente para esta problemática. A arquitectura pública costuma manifestar uma certa coerência projectual, ao passo que a arquitectura doméstica costuma reflectir uma interpretação local, mais vinculada ao enquadramento socioeconómico dos proprietários (Pizzo 2020:11), razão pela qual este tipo de edifício poderá revelar-se mais adequado a uma caracterização cultural.

Em Mirobriga, os edifícios habitacionais identificáveis consistem, na sua maioria, em casas de peristilo com dimensões modestas e planimetrias semelhantes entre si (Cortés 2018:154), contando com acabamentos simples: pavimentos em opus signinum e pintura a fresco de modesta qualidade.

Neste sentido, dados os antecedentes da ocupação do sítio e o seu potencial legado cultural autóctone2, para além da caracterização das técnicas construtivas, onde algumas diferenças na economia construtiva de edifícios pré-romanos e romanos, foram detectadas (Fabião 1998:242), o estudo da componente projectual e métrica subjacente à construção das novas habitações da cidade reveste-se da maior pertinência para o enquadramento cultural dos intervenientes no processo de desenho dos próprios edifícios e para a caracterização da cultura arquitectónica da cidade.

O estudo aqui apresentado foca-se apenas na análise metrológica, tendo sido seleccionados dois edifícios habitacionais e um terceiro como base comparativa pontual. O seu ponto de partida foi um trabalho efectuado anteriormente3 onde foi encetado o estudo métrico da Casa da Calçada4, construída entre a 2ª metade do século I d.C. e inícios do século II d.C., que agora revisitamos num ensaio mais DESENHAR E CONSTRUIR EM MIROBRIGA (SANTIAGO DO CACÉM, PORTUGAL)…

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2 Referimo-nos à longevidade de que a componente cultural continental/céltica terá gozado na região até bastante tardiamente, inclusivamente a nível onomástico (Quaresma e Silva 2021:92), bem como à hipótese proposta de uma possível continuidade cultural estabelecida pela comparação das plantas da designada Construção 2, datável do 3º quartel do séc. I d.C., e do «templo céltico» (Quaresma 2010:351-354). Fazemos, todavia, a ressalva que a primeira se trata de um edifício com uma extensa rede de canalizações que autoriza uma leitura como possível espaço oficinal (Felício 2019:34-37); e que a leitura planimétrica do segundo é, como referimos acima, problematizada por C. Fabião, que propõe que se possa tratar de distintos edifícios sobrepostos (Fabião 1998:242-243).

3 (Sousa 2019:76-85).

4 Também conhecida como «domus com átrio» (Barata 1999) e Construção 3 (Quaresma 2012).

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2. METODOLOGIA

A abordagem metodológica a este estudo prendeu-se com duas questões principais. A primeira consistiu na conversão das medidas obtidas em centímetros (cm) para pés romanos (p).

Esta conversão assenta na premissa da impossibilidade de compreender as espacialidades documentadas na arquitectura romana sem a sua tradução nas medidas utilizadas na sua concepção e maturado. A este, adicionámos um segundo caso de estudo, a Casa 75 construída na Época Flávia (Oberhofer 2018:109), procurando obter uma perspectiva comparada.

Esta análise, apesar de insuficiente para uma caracterização global desta realidade, que extravasaria os limites desta publicação, constitui um ponto de partida metodológico, que poderá permitir, entre outros aspectos, o despiste da prevalência, ou não, de indicadores culturais indígenas na construção, à semelhança do detectado anteriormente em alguns estudos no norte de África (Barresi 2008; Camporeale 2014) sendo o caminho metodológico deste trabalho compreender o processo teórico subjacente ao desenho destes edifícios através da metrologia documentada, procurando enquadrá-los numa determinada cultura arquitectónica.

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5 Referida em publicações anteriores como Casa 3 (ex: Teichner, Oberhofer e Kopf, 2014), nomenclatura que foi alterada na publicação de 2018.

Fig. 1: Área urbana conhecida de Mirobriga, sem o circus (elaboração própria adaptada da base cartográfica de Mirobriga com adição de informação de Quaresma 2012 e Teichner 2018) e localização da cidade na província da Lusitania (adaptado de Ancient World Mapping Center, disponível em https://awmc.unc.edu/wordpress/).

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6 O presente artigo trata apenas do projecto inicial, para uma leitura das restantes fases, veja-se (Sousa e Felício, 2020).

construção (Jones 2000: 6-7). Para a conversão das medidas foi considerado 1p = 29,63cm segundo as médias obtidas por S. Cardullo (2016:27).

A segunda questão prendeu-se com a possibilidade de, para o desenho do edifício, ter sido utilizado um sistema de desenho arquitectónico com base numa grelha modular, um sistema já proposto e abordado em trabalhos anteriores dedicados à metrologia e design de edifícios romanos (Jones 2000; Barresi 2008;

Pinho e Xavier 2013; Camporeale 2014; Sousa 2019:76-85).

Para esta análise, foram consideradas as medidas dos compartimentos bem como as espessuras dos muros, uma vez que estes também ocupam espaço na área construída, devendo ser consideradas na soma total das medidas lineares interiores da área destinada à construção (Fig.2-A).

À semelhança do primeiro estudo (Sousa 2019), foi constatada alguma irregularidade nas dimensões registadas nos compartimentos e muros, nomeadamente na esquadria de paramentos ou consoante o local onde é efectuada a medição. A este respeito salientamos que o desenho de um edifício é um processo longo, passível de modificações contínuas desde o primeiro projecto à sua efectiva construção, onde devemos acautelar possíveis discrepâncias ou erros na construção, falta de precisão ou uniformidade nas ferramentas e medidas utilizadas pelos diversos intervenientes em obra, bem como as condicionantes do terreno e eventuais vontades do proprietário (Jones 2000: 11; Camporeale 2014: 90). A estes factores devemos ainda somar condicionantes externas, como distorções da estrutura em fase pós-deposicional.

Assim, foi prevista a existência de margens de erro ou desvios, optando-se pela utilização do conceito da medida intencionada ou ideal (Jones:71-72 e 214) aquando da conversão das medidas registadas em pés romanos. Neste estudo foi considerado o valor inteiro mais próximo (ex. 24,63p = 25p).

3. PROPOSTA PARA O PROCESSO DE CONCEPÇÃO DA CASA DA CALÇADA 3.1. CONSIDERAÇÕESSOBREOLOTE

A Casa da Calçada é um exemplar simples, mas canónico, de uma casa de peristilo, apresentando uma estrutura axializada constituída por vestibulum/peristilum/triclinium. É definida por um rectângulo com 45x85p, com um compartimento anexo (A1), interpretado como uma taberna, que soma 25p à largura, conferindo ao lote umas dimensões prováveis de 70x85p, ou 14x17 módulos de 5p. Estas medidas incluem ainda um contraforte, situado no cunhal noroeste, que se projecta cerca de 4p (113cm), sugerindo que terá sido construído dentro da área do lote (Fig.3-1, A e B).

A casa foi implantada no sopé de uma pequena elevação constituída pelo substrato geológico em xisto e que ocupava uma considerável área do lote, tendo sido desbastado parcialmente para a implantação da casa (Fig.1). Esta elevação foi sendo cortada ao longo das diversas fases de ampliação da taberna de modo a acomodar a nova área construída6. Com efeito, a implantação da taberna poderá ter sofrido algumas restrições relativamente à execução do possível projecto inicial, sugestão dada pelas dimensões iniciais da mesma, que parece encaixar-se numa pequena área mais baixa, que não terá necessitado de grandes preparações ao terreno. Detecta-se, ainda, uma outra restrição, que poderá estar relacionada com a construção do contraforte, e de uma canalização a céu aberto, situada também no tardoz da casa, resultando numa possível redução no comprimento do peristilo em cerca de 2p (Fig.3-1B).

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Fig. 2: A - Reconstituição planimétrica da Casa da Calçada (adaptado de Sousa 2019: fig.12), Casa 7 (adaptado de Oberhofer 2018: fig.144) e respectivas medidas documentadas. B – UEMs, compartimentos e estruturação interna.

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501 A construção dos muros perimetrais foi efectuada dentro da modulação do lote, tendo subtraído 3p à largura (1,5px2) e 3p ao comprimento (1,5px2), dando origem a uma proporção interna com um máximo divisor comum de 7. Deste modo, as medidas intramuros perimetrais correspondem a uma modulação de 7p, cerca de 42p de largura por 77p (76,4p reais) de comprimento, equivalendo a uma proporção de 6x11 módulos de 7p, tendo sido este o módulo base para a definição das áreas do peristilo e triclinium (Fig.3-1C).

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7 (Almeida 1964). Também designada como Casa 5 em (Kopf, 2018), e Casa 1 em (Teichner, Oberhofer e Kopf, 2014).

Fig. 3: 1 - Estudo do lote: A - Definição inicial do lote em módulos de 5 p; B - Adaptação do projecto ao lote; C - Área intramuros em módulos de 7 p após implantação do projecto. 2 - Proposta para o processo de design.

Assim, a leitura que indicia que o peristilo terá sido reduzido é sugerida, não só pelo erro de proporcionalidade indiciado face à modulação utilizada, mas também pela comparação com o peristilo da designada Casa Periquito7, também definível com módulos de 7p, e com uma proporção de 28x35p, demonstrando a existência desta regra de proporcionalidade (Fig. 4).

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Por outro lado, a modulação intramuros da Casa da Calçada apresenta uma proporção perfeita de 6x11 módulos de 7p pelo que, a falta de proporcionalidade no peristilo poderá dever-se a uma maior hierarquia do vestibulum que terá sido beneficiado em 2p de forma ficar com uma proporção de 12x12p, e não a uma diminuição da área intramuros devido à implantação do contraforte.

Este problema prende-se com questões de hierarquia de espaço, ou seja, qual a proporção que teria sido considerada mais importante (na primeira hipótese a manutenção da proporção do peristilo em 28x35p, conferiria à área intramuros cerca de 79p, enquanto, na segunda hipótese, a manutenção da proporção da área intramuros, com um comprimento de 77p, terá levado a uma redução do peristilo em 2p.

Para a resolução destas questões será necessário analisar mais edifícios de forma a compreender os critérios mais comumente utilizados pelos arquitectos para a resolução das hierarquias de espaço.

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Fig. 4: Comparação entre as proporções verificadas no peristilo da Casa da Calçada (adaptado de Sousa 2019: fig.12), reais e possivelmente intencionadas, e as documentadas na Casa Periquito (adaptado de Kopf 2018: fig.103).

3.2. O PROJECTO

A análise ao projecto partiu da observação de que as medidas intramuros correspondiam a uma modulação de 7p. A partir deste ponto, a disposição das paredes internas permitiu desconstruir o seu posicionamento a partir dos compartimentos definidos com base nesta modulação, tendo sido identificadas 8 possíveis etapas para estruturação interna da casa (Fig.3-2):

1.- Estipulada a área a construir, a dimensão do espaço interior conformado pelos muros fachada (UEMs 2; 9; 11 e 12) ficou com 42p de largura por cerca de 77p de comprimento (76,4p reais). Esta área foi então dividida de acordo com a hierarquia dos compartimentos e as dimensões necessárias ao seu funcionamento, tendo estas medidas sido estipuladas a partir dos paramentos interiores dos muros perimetrais.

2.- A divisão interna terá começado pela definição da área destinada ao triclinium (A7) e às possíveis áreas de serviço (A9 e A10), tendo sido medidos 28p a partir do paramento interior da UEM11, colocando-

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se aí uma das paredes subdivisoras principais (UEM14), obtendo-se um rectângulo com 28x42p, ou 4x6 módulos de 7p.

3.-Para a delimitação da largura do triclinium foi colocada uma parede a cerca de 21p da UEM9, ficando a sala com 21p de largura por 28p de comprimento, ou 3x4 módulos de 7p.

4.- A divisão das áreas de serviço foi efectuada colocando uma parede sensivelmente ao centro da área restante, ficando o A9 com cerca de 7,5p e o A10 com 10p.

5.- Para a largura do peristilo foi colocada uma parede a cerca de 28p a partir do paramento interno da UEM9 (27,6p reais). Para o comprimento seriam necessários, segundo a modulação utilizada, 35 p. A medida verificada no terreno é de apenas 33p, estando, em teoria, com 2p a menos (situação já abordada nas considerações sobre o lote). A parede que definiu a largura do peristilo definiu também o comprimento dos cubicula, tendo estes ficado com 12,5p de comprimento interno. A sua largura não foi definida de modo uniforme, tendo o compartimento A16 ficado com 12p, o A8 com 11p, e o A17, de função incerta, com 7p.

A sua definição sugere alguns princípios de colocação dos muros relativamente à grelha: uma vez que a UEM14 foi colocada dentro da área destinada ao cubiculum A16, a UEM17 teve também de avançar para a área do A8 para compensar a área perdida. Contudo, o mesmo princípio não foi seguido aquando da delimitação do A8 e do A17, tendo a UEM18 sido colocada dentro da área do A8, talvez de forma a não tornar o A17 demasiado pequeno.

Esta divisão denota uma possível hierarquização dos cubicula, um relativamente ao outro, e destes relativamente ao compartimento menor, uma vez que uma distribuição equitativa do espaço permitiria definir 3 compartimentos com cerca de 10p cada. Com efeito, os três potenciais cubicula identificados (A16, A8 e A2) apresentam dimensões semelhantes entre si (12x12,5p; 11x12,5p e 10,5x12p), denotando um dimensionamento diferenciado intencionalmente.

6 e 7.- A área junto à fachada principal, reservada ao vestibulum (A3), a um outro possível cubiculum (A2) e a outro compartimento de função indeterminada (A4), foi definida entre as UEM2 e UEM8, ficando com 12p entre estas duas paredes. Contudo, esta área da casa encontra-se mal conservada, sendo pouco claras as medidas de espessuras dos muros e, por consequência, as dimensões dos espaços.

O vestibulum foi aparentemente definido com proporção quadrangular de 12x12p, fazendo passar duas paredes ao centro do 2ª e 4ª linhas de módulos verticais, procurando manter o mais possível a axialidade e a boa proporção normalmente reservadas aos vestibula, mas considerando também as necessidades dos outros espaços.

8.- O posicionamento do muro estilóbato terá sido uma das últimas fases do desenho. Para a sua implantação propusemos, em trabalho anterior, que este teria sido efectuado, medindo 7p a partir dos paramentos internos das paredes que definem o espaço, originado um ambulatorium com 7p de largura em todos os lados (214cm), interpretação que, por enquanto, mantemos.

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4.2.O PROJECTO

A Casa 7 não apresenta uma modulação intramuros tão bem proporcionada, faltando 2p à largura para perfazer os 50p. A modulação de 5p é aferida pelo comprimento da área intramuros, pelas proporções do peristilo e largura do triclinium. Tal como no caso anterior, a partir dos compartimentos definidos com base nesta modulação foi possível desconstruir o seu posicionamento tendo sido identificadas, neste caso, 7 possíveis etapas para a estruturação da casa (Fig.5):

1.- Estabelecidos os limites da área a construir, a dimensão interior do espaço conformado pelos muros de fachada (UEM4, 5, 63 e 98), ficou com cerca de 48p para a largura, e cerca de 50p para o comprimento.

2.- A casa é então dividida tendo em conta a importância e medidas necessárias ao funcionamento dos compartimentos. Tendo o comprimento interno 50p, este foi dividido ao meio, estabelecendo a largura da área destinada ao peristilo (R7.1.1) e aos cubicula (R7.1.6; R7.1.7) em 25p. É de salientar que a construção desta parede (UEM7) teve lugar dentro da modulação destinada ao triclinium (R7.1.2), sacrificando a sua proporção.

4. PROPOSTA PARA O PROCESSO DE CONCEPÇÃO DA CASA 7 4.1. CONSIDERAÇÕESSOBREOLOTE

A Casa 7 é conformada por um perímetro quadrangular com 55x60p, tendo em conta a localização da porta de entrada proposta por Karl Oberhofer (2018: 110; fig.128), o que permite propor um loteamento em definido em módulos de 5p. Neste caso, a modulação principal diagnosticada no edifício foi de 5p e não 7p como no edifício anterior.

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Fig. 5: Proposta para o processo de design da Casa 7 (planta adaptada de Oberhofer 2018: fig.144).

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3.- Seguidamente, foi definida a largura do triclinium, tendo sido medidos 25p a partir do paramento interior do muro (UEM5), sendo aí construída a parede delimitadora (UEM30).

4.- Para o comprimento do peristilo terão sido medidos 30p a partir do paramento interior da UEM5 sendo aí construída esta nova parede que irá delimitar este espaço do reservado aos cubicula (a localização desta parede é hipotética, não tendo a área onde se implanta sido alvo de sondagens).

5.- Para delimitação dos cubicula foi construída uma parede (UEM 314) ao centro deste espaço, atravessando ao centro a linha de módulos central, ficando os dois cubicula com 11p de largura cada.

6.- A restante área da casa corresponde às áreas de serviço. Esta foi dividida em duas partes (UEM178), ficando a culina (R7.1.4) com cerca de 10p de largura e o outro espaço (R7.1.5), de função incerta, com cerca de 12p de largura por cerca de 10p de comprimento, ficando a restante área (R7.1.3) destinada à circulação.

7.- Diversamente do caso anterior, a largura do ambulatorium foi aparentemente efectuada pela delimitação de dois módulos centrais, ficando com um impluvium de cerca de 5x10p.

5. DISCUSSÃO

Ambos os exemplares apresentam uma estruturação interna semelhante. A Casa da Calçada encontra- se compartimentada em 3 áreas principais: a área do vestibulum; a área do peristilo e cubicula; e a área do triclinium e áreas de serviço. A Casa 7 apresenta a mesma estruturação, tendo, contudo, apenas 2 áreas principais: peristilo e cubicula; e triclinium e áreas de serviço, não tendo uma área destinada ao vestibulum (Fig.2-B).

Esta situação sugere a existência de um conceito de organização espacial padronizado, situação já apontada por A. Cortés também para outros exemplares da mesma cidade (2018: 154), e cujas variações na organização e dimensões dos espaços, poderão estar relacionadas quer com constrangimentos do lote, quer com o poder de compra ou necessidade do proprietário. Neste sentido, alguns destes edifícios poderão corresponder a um mesmo modelo de habitação adaptado a condicionantes urbanísticas e socioeconómicas inerentes à cidade.

Por sua vez, a proposta de utilização de um sistema de desenho por grelha modular, já proposto por outros autores (vide cap. 2), parece funcionar para ambos os casos aqui apresentados. A esta proposta adicionamos a observação de 3 princípios que parecem nortear este método relativamente ao posicionamento dos muros na grelha.

Estes princípios aparentam estar relacionados com a hierarquia dos espaços e consequente manutenção das suas proporções e dimensões mínimas necessárias. Assim, os 3 princípios de posicionamento são: paredes colocadas no limite exterior de uma linha de módulos (ex. triclinium A7:

UEM13 e 14 e triclinium R7.1.2: UEM30); paredes colocadas no limite interior de uma linha de módulos (ex. cubiculum A8; UEM17 e 18 e triclinium R7.1.2: UEM7); e paredes colocadas ao centro de uma linha de módulos (ex. vestibulum A3; UEM4 e 7 e cubicula R7.1.6 e R7.7.7: UEM314).

A implantação das paredes é efectuada a partir do paramento interior dos muros perimetrais, o que denota um maior cuidado na métrica interior do edifício. Esta situação vai ao encontro das observações de M. W. Jones em como os edifícios podem ser orientados externamente, internamente ou ambíguos (Jones

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2000: 76-77), podendo, neste caso, propor-se que os edifícios habitacionais sejam orientados internamente.

O módulo do triclinium corresponde ao módulo principal, sendo este compartimento, provavelmente, o primeiro a ser definido. Os outros compartimentos de menores dimensões, como os cubicula ou o vestibulum, podem também ser calculados com base no módulo principal, segundo o método aqui proposto, tal como parece sugerir a localização das paredes relativamente à grelha.

Contudo, no caso de não existir espaço necessário para garantir as boas proporções de todos os compartimentos, alguns verão a sua proporcionalidade sacrificada em favor de outros considerados mais importantes.

A este respeito, salientamos uma passagem de Vitrúvio, que parece enquadrar perfeitamente o contexto acima descrito:

“Não deverá haver maior cuidado por parte do arquitecto que não seja o terem os edifícios correctos planeamentos de acordo com proporções reportadas a uma determinada parte. Uma vez constituído o sistema de medidas e explanadas por cálculos as modulações, haverá então lugar para que a sua boa realização tenha em conta a natureza do lugar, seja no que respeita ao uso, seja no que respeita ao aspecto exterior, procedendo a ajustamentos através de alterações, diminuindo ou acrescentando proporcionalmente, de modo a transparecer que o edifício foi planeado devidamente, e nada foi deixado ao acaso, no que concerne ao resultado final” (Vit. VII, II, 1).

Esta proposta metodológica de desenho arquitectónico aparenta funcionar também para outros edifícios habitacionais da cidade, verificando-se, por exemplo, alguns dos princípios espaciais referidos na designada Casa Periquito. No entanto, é ainda necessário um estudo mais aprofundado de cada um destes edifícios, de forma a compreender as diferentes nuances de cada projecto, antes de propor um processo de design.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo aqui apresentado permitiu a observação de alguns aspectos que contribuem para a compreensão da cultura arquitectónica de âmbito doméstico em Mirobriga, a partir dos meados do séc. I d.C.

O primeiro refere-se aos padrões métricos documentados, que são compatíveis com a existência de um método de desenho com base numa grelha modular, cuja dimensão do módulo poderia variar em função da tipologia dos espaços e dimensão do lote. Este dado revela a existência de um processo de design arquitectónico subjacente à realidade construída e que este seria aplicado consoante as possibilidades do lote e do proprietário, manifestando, simultaneamente, o seu enquadramento num processo de design, métrica e execução técnica romanos, semelhantes ao já observado noutros locais pelos estudos atrás mencionados.

Desta realidade ressalta, contudo, uma arquitectura simples, com uma estruturação interna algo estandardizada indiciando a existência de modelos maturados, adaptáveis a diversas condicionantes, mas ainda assim reconhecíveis e funcionais de um ponto de vista socio-cultural romano.

Analogamente, as medições obtidas reflectem uma cultura metrológica romana, não se verificando, para já, a presença de outros sistemas metrológicos (ex. pé púnico).

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DESENHAR E CONSTRUIR EM MIROBRIGA (SANTIAGO DO CACÉM, PORTUGAL)…

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Esta realidade aparenta reflectir uma cultura arquitectónica local/regional, que embora concebida a partir dos modelos itálicos, apresenta marcadores próprios, relacionáveis com as dinâmicas do assentamento, mas, ainda assim, protagonizada por intervenientes plenamente italicizados, pelo menos ao nível do pensamento arquitectónico, situação que não evidencia, para já, a prevalência de aspectos culturais pré-romanos na arquitectura doméstica do século I d.C.8. Acrescenta-se que estes contextos construtivos vão ao encontro de uma realidade económica com muitas condicionantes, mesmo ao nível das elites, que não terão permitido a aplicação de modelos mais generosos, quer em complexidade arquitectónica, quer em acabamentos de prestígio.

Por fim, este estudo reforça a pertinência do contributo que os estudos metrológicos podem trazer para a caracterização das tradições construtivas e culturas arquitectónicas presentes num dado assentamento.

Agradecimentos

Este artigo resulta do trabalho que temos vindo a desenvolver acerca de Mirobriga desde 2017, aquando da realização de dissertações de mestrado dedicadas a esta antiga cidade, pelo que existem personalidades a quem não poderíamos deixar de agradecer.

Ao Professor Rodrigo Banha da Silva, pela orientação no primeiro estudo métrico. Ao projecto TabMir, coordenado pelo Professor José Carlos Quaresma, pela relação de proximidade com o sítio que nos proporcionou; bem como à Direcção Regional de Cultura do Alentejo, que tutela o sítio, na pessoa de Manuela de Deus e restante equipa do Centro Interpretativo, por todo o apoio ao longo das diversas visitas e estadias no sítio. Gostaríamos ainda de agradecer ao Deutsches Archäologisches Institut Madrid, onde ficámos em residência em Março de 2018.

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8 Pese a já referida proposta de continuidade cultural no caso da Construção 2 (Quaresma 2010:351-354), cuja função é ainda incerta, e onde um estudo arquitectónico e metrológico poderia trazer novos dados que ajudassem a compreender melhor a sua génese.

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Las ciudades pequeñas/Small Town s de la Península Ibérica son la abrumadora mayoría de las aproximadamente 400 ciudades que en época romana existieron en Hispania, es decir casi una quinta parte de las aprox. 2000 ciudades del Imperio Romano entero. De ahí que resulta de interés como punto de partida y base de estudio para la investigación, a pesar de las dificultades de definición. Mientras que los intentos anteriores buscaban utilizar el término en su calidad de clasificador para poder elaborar una jerarquía de asentamientos, y así asignar a cada uno de ellos su lugar en la clasificación y de esa manera describir sus propiedades correspondientes, aqui se propone la utilización del término Small Towns solo en su calidad de aspecto diferenciador con vistas a las capitales de provincia y de conventus, manteniendo toda su imprecisión para asentamientos con o sin trama urbana extendida, en un sentido amplio y genérico sin condicionantes ni jurídicos ni políticos.

Las Small Towns suelen y pueden tener, con alguna variedad, características urbanas como edificios sacros y públicos, una muralla defensiva y casas urbanas. Sin embargo, suele observarse una desproporción entre la edificación pública y sacra por un lado y la privada por el otro en el sentido, de que la primera tenga una clara predominancia sobre la segunda tanto en calidad como en cantidad. Por otro lado les suelen faltar a las Small Towns otros criterios importantes habituales de los centros mayores como son la alta densidad de población, altos estándares de calidad, un cierto grado de diversificación económica, un plan urbanístico de circulación. Esas características ausentes son compensadas, por el otro lado, con un elemento del que se nutre a través de la carga generada por la (excesiva) edificación sacra y pública, y que le proporciona aquel atributo, que resume en sí la esencia de los centros mayores, que es la más típica y la que más los destaca: un exceso de significado.

La temática de desarrolla en unas 50 comunicaciones que permiten una buena visión y matización tanto en su alcance geográfico como jurídico, urbanístico, arquitectónico, económico, social y religioso. Se trata de la aportación hispánica al problema discutido en las demás provincias romanas.

Imagen de cubierta: Vista aérea de los yacimientos romanos de Munigua, Contributa y Lucentum.

JUNTA DE EXTREMADURA

Consejería de Economía, Ciencia y Agenda Digital

ISBN 978-84-09-45809-7

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