• Nenhum resultado encontrado

EPIDEMIOLOGIA DAS PARASITOSES INTESTINAIS EM ESCOLARES DOS MUNICÍPIOS ALVO DO PROGRAMA BAHIA AZUL

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "EPIDEMIOLOGIA DAS PARASITOSES INTESTINAIS EM ESCOLARES DOS MUNICÍPIOS ALVO DO PROGRAMA BAHIA AZUL"

Copied!
16
0
0

Texto

(1)

EPIDEMIOLOGIA DAS PARASITOSES INTESTINAIS EM ESCOLARES DOS MUNICÍPIOS ALVO DO PROGRAMA BAHIA AZUL

Matildes da Silva Prado; Ivana V. Passos; Sarah Duarte; Maurício Lordêlo; Ana Cláudia Falcão; Davidson Pereira; Luciana Cardoso; David Martins Jr.; João Augusto Faria; Maurício Barreto.

Instituto de Saúde Coletiva - Universidade Federal da Bahia

INTRODUÇÃO

As parasitoses intestinais são amplamente documentadas como entidades de caráter ubíquo afetando aproximadamente 1/4 das populações humanas (WHO, 1987), cuja morbidade está associada ao grau de infecção e características do binômio hospedeiro/parasita. Estima-se que o número de indivíduos infectados por Ancilostomídeos esteja em torno de 1,05 bilhões; 1,3 bilhões por Trichuris trichiura e 1,5 bilhões por Ascaris lumbricoides (BUNDY, 1994). Segundo a Organização Mundial de Saúde a infecção por Schistosoma mansoni atinge 200 milhões de indivíduos em todo o mundo, estando em risco de se infectar 600 milhões de pessoas (WHO, 1993). As infecções causadas por estes parasitas têm como determinante comum a ausência ou insuficiência de condições de saneamento básico e práticas higiênicas inadequadas. Vários são os mecanismos de dispersão destas enteroparasitoses, entre as quais podemos destacar os seguintes (WHO,1991):

- destino inadequado dos dejetos disseminando ovos de Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura e Ancilostomídeos, no ambiente peri-domiciliar;

- ausência ou inadequação do sistema de drenagem de águas pluviais, contribuindo com o desenvolvimento de larvas de Ancilostomídeos;

- ausência ou inadequação da higiene doméstica levando à contaminação dos alimentos com cistos de Giardia lamblia e Entamoeba sp.;

- deficiente ou inadequado abastecimento de água, contribuindo com a disseminação da infecção por Schistosoma mansoni.

A alta prevalência de enteroparasitoses tem sido considerado a principal causa de morbidade entre os escolares de países subdesenvolvidos. Várias são as alterações orgânicas ocasionadas pelas infecções helmínticas parasitárias, dentre elas destacam-se:

- modificações do epitélio intestinal reduzindo a ação de enzimas digestivas, interferindo na digestão, absorção e transporte de nutrientes, levando o indivíduo infectado à desnutrição. No caso específico de Ascaris lumbricoides, as infecções maciças (100 ou mais vermes) podem enovelar-se na luz intestinal, levando à sua obstrução ou deslocar-se para outros órgãos provocando inflamação aguda ( exemplo apendicite ou pancreatite);

- redução na ingestão de alimentos, aumento na excreção de nutrientes e reduzida utilização dos mesmos, na infecção por Schistosoma. mansoni, Ascaris lumbricoides e Trichuris trichiura;

- perda de sangue pelas fezes, no caso específico de Ancilostomídeos e Schistosoma mansoni, levando à anemia ferropriva;

(2)

Vários estudos têm mostrado que os principais efeitos da infecção parasitária estão relacionados com a má digestão e absorção de nutrientes, tais como: proteínas, lipídios, vitamina A, B12, ferro, ácido fólico e zinco ( MIKHAIL & MANSOUR, 1982; ABDELGANI et al, 1990; FOO, L.C. 1990; CURTALE et al. 1995).

Não obstante os conhecimentos acumulados acerca da biologia dos geohelmintos e a disponibilidade de tratamentos seguros e eficazes, estes ainda permanecem como um grande problema de Saúde Pública. Há que se destacar fatores relacionados à má condução da questão ao longo dos anos:

- ocorrência maior entre os estratos sócio-economicamente excluídos (rural, urbano de baixa renda); - ignorância destes, acerca dos problemas e meios de intervenção;

- deficiências do sistema de atenção, primária no que diz respeito à cobertura e integração das ações; - deficiências no planejamento e programação de políticas de intervenção.

Estudos têm revelado que o acesso à quantidade suficiente e qualidade de água, bem como o destino adequado dos dejetos interferem significativamente na redução da morbidade por doenças relacionadas com água e dejetos (ESREY et al, 1985).

Assim, um vasto programa de saneamento ambiental, denominado Programa de Saneamento Ambiental da Baía de Todos os Santos (PROGRAMA BAHIA AZUL), em curso desde 1996, no município de Salvador e cidades do entorno da Baía de Todos os Santo, objetiva incrementar de 26 para cerca de 85% a cobertura do esgotamento sanitário, abastecimento de água e adequação de resíduos sólidos .

ASPECTOS METODOLÓGICOS

Amostragem

Salvador. Para os objetivos propostos, optou-se pelo cálculo de uma amostra estratificada proporcional ao número de crianças em idade escolar presentes em cada uma das áreas saneadas, de modo a permitir tanto inferências sobre a ocorrência de parasitoses intestinais na cidade de Salvador, como também, permitir comparações entre as taxas de reinfecção por bacia antes e depois da intervenção sanitária.

(3)

Municípios do Entorno da Baia de Todos os Santos. Para o cálculo da amostra, tomou-se o conjunto da população na faixa etária de 7-14 anos dos dez municípios, e considerou-se uma taxa média de reinfecção de 35%, com uma redução esperada de 30% após a intervenção sanitária. Levando-se em conta a realidade desses municípios, foi introduzida uma perda de 25 %. Com um poder de 80 % e 5 % de significância unicaudal, chegou-se a um n aproximado de 3000 crianças, ou seja, 300 para cada município.

Em razão de facilidades operacionais, essas crianças foram identificadas a partir das matrículas escolares registradas para o período de estudo. A seleção dos escolares foi efetuada utilizando-se as listas das crianças matriculadas e freqüentando as escolas públicas estadual e municipal de cada cidade, e selecionando-se a quantidade de escolas de acordo com a quantidade de alunos matriculados, de forma a se atingir o n amostral de 300, atribuído, pelo apresentado acima, a cada município.

Antes de iniciar a investigação, foram realizadas visitas às Diretorias Regionais de Educação e Secretarias de Educação Municipal com o objetivo de apresentar as propostas do Programa Bahia Azul e buscar apoio logístico para realização do estudo. Os dirigentes das escolas selecionadas foram contactados com a finalidade de se obter informações necessárias para o desenvolvimento da pesquisa. Em cada escola selecionada foi anotado o número de alunos, série, filiação e endereços dos escolares. Juntamente com os dirigentes das escolas selecionadas foram realizadas reuniões com os pais dos escolares para explicar a natureza do estudo e obter o consentimento para que seu filho participe da pesquisa. Para a escolha das escolas que participasse do estudo levou-se em consideração aquelas que apresentassem o maior número de alunos matriculados.

Coleta de amostras e exames parasitológicos de fezes

Cada escolar selecionado recebeu um recipiente plástico, com tampa, rotulado e codificado. No dia seguinte à distribuição dos coletores foi coletada a amostra fecal. As crianças que neste dia não entregaram as amostras, tiveram mais duas oportunidades para a entrega. Após o prazo, foi considerado recusa e a criança substituída.

As amostras após serem coletadas foram acondicionadas em caixa de isopor, sob refrigeração, transportadas e examinadas no mesmo dia da coleta. Quando a quantidade do material não foi suficiente, os trabalhadores de campo foram informados e solicitado novo material.

(4)

Para o diagnóstico e contagem de ovos de helmintos nas fezes foi utilizado o método de Kato modificado por Katz (Katz et al, 1972) utilizando-se kits da Helm Tec Indústria e Comércio Ltda.. Obteve-se a estimativa do número de ovos dos helmintos ( Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura, Ancilostomídeos e Schistosoma mansoni) eliminados por grama de fezes multiplicando-se o número de ovos encontrados em cada lâmina de Kato pela constante 24. A intensidade da infecção foi medida de acordo com o número de ovos de helmintos presentes nas fezes. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (WHO, 1987) a carga parasitária da infecção por helmintos pode ser classificada em três níveis: leve, moderada e alta. Considerou-se infecção leve por Ascaris lumbricoides quando o número de ovos eliminados por grama de fezes foi inferior a 5.000; infecção moderada quando o número de ovos estava entre 5.000 - 50.000 e infecção alta quando havia mais de 50.000 ovos/g de fezes (WHO,1987). Para a infecção por Trichuris trichiura estes valores foram os seguintes: menor ou igual a 1.000 ovos/g de fezes, infecção leve; 1001 -10.000 ovos/g de fezes, infecção moderada e acima de -10.000 ovos/g de fezes, infecção alta. No caso de infecção por Ancilostomídeos, a infecção leve foi definida quando o número de ovos/g de fezes foi igual ou inferior a 500; infecção moderada 501-2.000 ovos/g de fezes e infecção alta quando o número de ovos/g de fezes ultrapassava o valor de 2.000. Considerou-se infecção leve por Schistosoma mansoni quando a presença de ovos/g de fezes era de 1 a 100 ovos; infecção moderada o número de ovos estava entre 100 -400 e infecção alta mais de -400 ovos/g de fezes. Para avaliar a presença de cistos de protozoários ( Giardia lamblia e Entamoeba) foi utilizado o método da sedimentação espontânea.

Os escolares infectados por geohelmintos receberam, em suas próprias residências, o tratamento com albendazole (dose única de 400mg), pela equipe de trabalho de campo. Esse tratamento foi feito junto com a entrega dos resultados dos exames.

(5)

RESULTADOS

Participaram deste estudo, 979 escolares distribuídos nas oito bacias não saneadas, alvo do Programa Bahia Azul. Entre os escolares examinados 499 (51,0%) foram do sexo masculino e 480 (49,0%) feminino (Tabela 1).

A prevalência geral da infecção por Trichuris trichiura, Ascaris lumbricoides, Ancilostomídeos e Schistosoma mansoni para todas as bacias examinadas foi respectivamente 42,2%, 33,7%, 9,3% e 2,5% (Tabela 2).

Tabela 1: DISTRIBUIÇÃO DAS CRIANÇAS DE 7-14 ANOS EXAMINADAS POR SEXO E BACIAS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO, SALVADOR, 1997

SEXO

BACIAS DE ESGOTAMENTO Masculino Feminino TOTAL

n % n % PARIPE 59 49,6 60 50,4 119 PERIPERI 68 56,2 53 43,8 121 COBRE 69 55,6 55 44,4 124 LOBATO 61 49,6 62 50,4 123 CALAFATE 54 44,6 67 55,4 121 TRIPAS 64 52,0 59 48,0 123 MÉDIO CAMARAGIPE 56 45,2 68 54,8 124 MANGABEIRA 68 54,8 56 45,2 124 TOTAL 499 51,0 480 49,0 979

Tabela 2: PREVALÊNCIA GLOBAL DA INFECÇÃO POR HELMINTOS E PROTOZOÁRIOS, SALVADOR,1997

HELMINTOS PREVALÊNCIA*( %) Trichuris trichiura 42,2 Ascaris lumbricoides 33,7 Ancilostomídeos 9,3 Schistosoma mansoni 2,6 PROTOZOÁRIOS PREVALÊNCIA* (%) Entamoeba histolytica 5,7 Giardia lamblia 9,6 *Total de examinados: 979

(6)

Com relação aos protozoários de ação patogênica nota-se que, a maior prevalência observada foi para a infecção por Giardia lamblia nas bacias de Paripe (15,1%), Médio Camaragipe e Mangabeira ( 11,3% ) (Tabela 3).

Tabela 3: PREVALÊNCIA DA INFECÇÃO POR HELMINTOS E PROTOZOÁRIOS EM CRIANÇAS DE 7- 14 ANOS, SEGUNDO BACIA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO, SALVADOR, 1997

BACIAS DE ESGOTAMENTO

PARIPE PERIPERI COBRE LOBATO CALAFATE TRIPAS M.CAMA-RAGIPE MANGA-BEIRA INFECÇÃO HELMINTOS n % n % n % n % n % n % n % n % T.trichiura 73 61,3 61 50,4 62 50,0 68 55,3 33 27,3 28 22,8 36 29,0 53 42,7 A.lumbricoides 58 48,7 51 42,1 49 39,5 51 41,5 35 28,9 21 17,1 26 21,0 41 33,1 Ancilostomídeos 15 12,6 17 14,0 15 12,1 12 9,8 6 5,0 5 4,1 7 5,6 16 12,9 S.mansoni 6 5,0 6 5,0 5 4,0 2 1,6 4 3,3 - - 1 0,8 1 0,8 PROTOZOÁRIOS n % n % n % n % n % n % n % n % E.histolytica 8 6,7 11 9,1 7 5,6 9 7,3 7 5,8 3 2,4 4 3,2 7 5,6 G. lamblia 18 15,1 10 8,3 9 7,3 13 10,6 9 7,4 7 5,7 14 11,3 14 11,3

A distribuição da infecção por helmintos segundo o sexo é apresentada na Tabela 4. Observa-se que as prevalências da infecção para todas as espécies de helmintos foram consistentemente elevada para o sexo masculino do que para o feminino. Quando se analisa a distribuição dos protozoários segundo sexo dos escolares (Tabela 5), verifica-se que mais uma vez que foram os meninos os mais infectados.

(7)

Tabela 4: PREVALÊNCIA DA INFECÇÃO POR HELMINTOS EM CRIANÇAS DE 7-14 ANOS, SEGUNDO O SEXO, NAS BACIAS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO, SALVADOR, 1997

HELMINTOS BACIAS DE

ESGOTAMENTO

Trichuris trichiura Ascaris lumbricoides Ancilostomídeos Schistosoma mansoni M F M F M F M F PARIPE 66,1 55,0 50,8 45,0 18,6 5,0 6,8 3,3 PERIPERI 54,4 45,3 44,1 39,6 17,6 9,4 7,4 1,9 COBRE 60,9 36,4 44,9 32,7 15,9 7,3 4,3 3,6 LOBATO 62,3 48,4 42,6 40,3 8,2 11,3 - 3,2 CALAFATE 35,2 20,9 33,3 25,4 9,3 1,5 7,4 -TRIPAS 26,6 18,6 18,8 15,3 6,3 1,7 - -MÉDIO CAMARAGIPE 33,9 25,0 23,2 19,1 5,4 4,4 - 1,5 MANGABEIRA 50,0 33,9 35,3 28,6 16,2 8,9 1,5

-Tabela 5: PREVALÊNCIA DA INFECÇÃO POR HELMINTOS EM CRIANÇAS DE 7-9 E 10-14 ANOS, NAS BACIAS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO, SALVADOR, 1997

HELMINTOS BACIAS DE ESGOTAMENTO Trichuris trichiura Ascaris lumbricoides Ancilostomídeos Schistosoma mansoni 7 - 9 10 -14 7 - 9 10 -14 7 - 9 10 -14 7 - 9 10 -14 PARIPE 51,2 65,4 34,1 55,1 2,4 16,7 2,4 6,4 PERIPERI 55,9 47,7 41,2 41,9 5,9 16,3 5,9 4,7 COBRE 42,4 52,7 42,4 38,5 3,0 15,4 6,1 3,3 LOBATO 46,5 60,0 27,9 48,8 9,3 10,0 - 2,5 CALAFATE 40,0 22,1 48,6 20,9 2,9 5,8 2,9 3,5 TRIPAS 17,9 25,0 12,8 19,0 5,1 3,6 - -MÉDIO CAMARAGIPE 35,4 25,0 22,9 19,7 - 7,9 - 1,3 MANGABEIRA 39,5 44,2 26,3 34,9 7,9 15,1 - 1,2

(8)

Tabela 6: PREVALÊNCIA DA INFECÇÃO POR PROTOZOÁRIOS EM CRIANÇAS DE 7-14 ANOS, SEGUNDO O SEXO E FAIXA ETÁRIA, NAS BACIAS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO,

SALVADOR, 1997

PROTOZOÁRIOS BACIAS DE

ESGOTAMENTO

Entamoeba histolytica Giardia lamblia

SEXO FAIXA ETÁRIA SEXO FAIXA ETÁRIA

M F 7-9 10-14 M F 7-9 10-14 PARIPE 10,2 3,3 7,3 6,4 13,6 16,7 17,1 14,1 PERIPERI 10,3 7,5 2,9 11,6 11,8 3,8 5,9 9,3 COBRE 7,2 3,6 7,7 10,1 3,6 15,2 4,4 LOBATO 8,2 6,5 7,0 7,5 13,1 8,1 9,3 11,3 CALAFATE 3,7 7,5 11,4 3,5 9,3 6,0 11,4 5,8 TRIPAS 3,1 1,7 2,6 2,4 4,7 6,8 7,7 4,8 MÉDIO CAMARAGIPE 1,8 4,4 2,1 3,9 14,3 8,8 8,3 13,2 MANGABEIRA 7,4 3,6 - 8,1 8,8 14,3 15,8 9,3

A distribuição da intensidade da infecção por Trichuris trichiura apresentada na Tabela 7 mostra que os escolares das bacias de Paripe e Lobato tiveram as maiores prevalências de infecção leve ( 35,3% e 33,3%), quando comparadas às demais bacias. A infecção moderada apresentou prevalência mais alta para a bacia de Paripe (23,5%) e menor para a bacia de Tripas (3,3%). Com relação à infecção intensa, a maior prevalência foi verificada na bacia de Cobre (4,8). As bacias de Lobato e Mangabeira ocuparam o segundo lugar na intensidade da infecção (4,1% e 3,2%).

(9)

Tabela 7: INTENSIDADE DE INFECÇÃO POR Trichuris trichiura ENTRE CRIANÇAS DE 7-14 ANOS DAS BACIAS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO, SALVADOR, 1997

INTENSIDADE DE INFECÇÃO BACIAS DE

ESGOTAMENTO

Não infectado Leve ( < 1000*) Moderada (1001 - 10000*) Alta ( > 10000*) % % % % PARIPE 47 39,5 42 35,3 28 23,5 2 1,7 PERIPERI 60 49,6 35 28,9 23 19,0 3 2,5 COBRE 62 50,0 34 27,4 22 17,7 6 4,8 LOBATO 55 44,7 41 33,3 22 17,9 5 4,1 CALAFATE 88 72,7 25 20,7 7 5,8 1 0,8 TRIPAS 95 77,2 24 19,5 4 3,3 - -MÉDIO CAMARAGIPE 88 71,0 24 19,4 12 9,7 - -MANGABEIRA 71 57,3 36 29,0 13 10,5 4 3,2

* Ovos por grama de fezes

Tabela 8: INTENSIDADE DE INFECÇÃO POR Ascaris lumbricoides ENTRE CRIANÇAS DE 7-14 ANOS DAS BACIAS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO, SALVADOR, 1997

INTENSIDADE DE INFECÇÃO BACIAS DE

ESGOTAMENTO

Não infectado Leve ( < 5000*) Moderada (5000 – 50000*) Alta ( > 50000*) % % % % PARIPE 62 52,1 15 12,6 28 23,5 14 11,8 PERIPERI 70 57,9 15 12,4 26 21,5 10 8,3 COBRE 75 60,5 20 16,1 16 12,9 13 10,5 LOBATO 72 58,5 15 12,2 21 17,1 15 12,2 CALAFATE 86 71,1 12 9,9 16 3,2 7 5,8 TRIPAS 102 82,9 10 8,1 7 5,7 4 3,3 MÉDIO CAMARAGIPE 98 79,0 11 8,9 9 7,3 6 4,8 MANGABEIRA 84 67,7 15 12,1 13 10,5 12 9,7

(10)

A Tabela 9 mostra os resultados da intensidade da infecção por Ancilostomídeos. Observa-se que a prevalência da infecção leve foi maior para as bacias de Cobre (8,9%), Lobato (8,9%) e Mangabeira (8,1%). As bacias de Paripe e Periperi ocuparam o segundo lugar (7,6% e 7,4%). Com relação à infecção moderada verifica-se que os maiores valores foram encontrados nas bacias de Periperi (5,8%) e Mangabeira (4,8%). A bacia do Médio Camaragipe ocupou o segundo lugar (2,4%). A infecção intensa de maior destaque foi verificada na bacia de Paripe (2,5%).

A distribuição da intensidade da infecção por Schistosoma mansoni apresentada na Tabela 10 mostra que a infecção leve foi mais prevalente nas bacias de Paripe (4,2%), Periperi e Calafate (3,3%) e Cobre (3,2%). Para a infecção moderada e alta os resultados encontrados foram insignificantes.

Tabela 9: INTENSIDADE DE INFECÇÃO POR ANCILOSTOMÍDEOS ENTRE CRIANÇAS DE 7-14 ANOS DAS BACIAS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO, SALVADOR, 1997

INTENSIDADE DE INFECÇÃO

BACIA Não infectado Leve

( < 500*) Moderada (501 - 2000*) Alta ( > 2000*) % % % % PARIPE 105 88,2 9 7,6 2 1,7 5 2,5 PERIPERI 104 86,0 9 7,4 7 5,8 1 0,8 COBRE 109 87,9 11 8,9 2 1,6 2 1,6 LOBATO 111 90,2 11 8,9 1 0,8 - -CALAFATE 115 95,0 5 4,1 1 0,8 - -TRIPAS 118 95,9 3 2,4 2 1,6 - -MÉDIO CAMARAGIPE 118 95,2 2 1,6 3 2,4 1 0,8 MANGABEIRA 108 87,1 10 8,1 6 4,8 -

(11)

Tabela 10: INTENSIDADE DE INFECÇÃO POR Schistosoma mansoni ENTRE CRIANÇAS DE 7-14 ANOS DAS BACIAS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO, SALVADOR, 1997

INTENSIDADE DE INFECÇÃO

BACIA Não infectado Leve

( < 100*) Moderada (101 - 400*) Alta ( > 400*) % % % % PARIPE 113 95,0 5 4,2 1 0,8 - -PERIPERI 114 95,0 4 3,3 2 1,7 - -COBRE 119 96,0 4 3,2 - - 1 0,8 LOBATO 121 98,4 2 1,6 - - - -CALAFATE 117 96,7 4 3,3 TRIPAS 123 100,0 - - - -MÉDIO CAMARAGIPE 123 99,2 1 0,8 - - - -MANGABEIRA 123 99,2 1 0,8 - - -

-* Ovos por grama de fezes

(12)

Tabela 11: PREVALÊNCIA DA INFECÇÃO POR HELMINTOS E PROTOZOÁRIOS EM ESCOLARES DOS MUNICÍPIOS ALVO DO PROGRAMA BAHIA AZUL - 1997

(13)

A distribuição da intensidade da infecção por Trichuris trichiura (medida pelo número de ovos excretados nas fezes) indica que a maioria dos escolares dos seis municípios apresentou infecção leve e moderada, variando de 27,4% a 38,2% (Tabela 12).

Tabela 12: INTENSIDADE DA INFECÇÃO POR Trichuris trichiura ENTRE OS ESCOLARES DOS MUNICÍPIOS ALVO DO PROGRAMA BAHIA AZUL – 1997

Intensidade de Simões Filho Candeias Madre de Deus Itaparica Vera Cruz São F. do Conde infecção n°° % n°° % n°° % n°° % n°° % n°° % Não Infectado 96 31,9 77 23,3 115 36,2 90 28,5 69 22,0 91 27,1 Leve (< 1000*) 115 38,2 101 30,6 103 32,4 112 35,4 113 36,1 105 31,3 Moderada (1001-10000*) 83 27,6 127 38,5 87 27,4 105 33,2 113 36,1 115 34,2 Alta (>10000*) 7 2,3 25 7,6 13 4,1 9 2,8 18 5,8 25 7,4 * Ovos por grama de fezes

Os dados apresentados na Tabela 13 mostram que a maioria dos escolares dos seis municípios apresentou infecção leve por Ancilostomídeo ( 11,3% a 25,9%).

Tabela 13: INTENSIDADE DA INFECÇÃO POR ANCILOSTOMÍDEO ENTRE OS ESCOLARES DOS MUNICÍPIOS ALVO DO PROGRAMA BAHIA AZUL – 1997

(14)

Com relação à distribuição da intensidade da infecção por Schistosoma mansoni verifica-se que 4,3% dos alunos eram portadores de infecção leve; 0,3% de infecção moderada e 2,7% de infecção intensa (Tabela 14).

Tabela 14: INTENSIDADE DA INFECÇÃO POR Schistosoma mansoni ENTRE OS ESCOLARES DOS MUNICÍPIOS ALVO DO PROGRAMA BAHIA AZUL – 1997

Intensidade de Simões Filho Candeias Madre de Deus Itaparica Vera Cruz São F. do Conde infecção n°° % n°° % n°° % n°° % n°° % n°° % Não infectado 279 92,7 317 96,1 313 98,4 316 100,0 291 93,0 282 83,9 Leve (< 100*) 13 4,3 8 2,4 4 1,3 - - 18 5,8 41 12,2 Moderada (101-400*) 1 0,3 2 0,6 - - - - 3 10,0 7 2,1 Alta (>400*) 8 2,7 3 0,9 1 0,3 - - 1 0,3 6 1,8

* Ovos por grama de fezes

Quando se analisa a intensidade da infecção por Ascaris lumbricoides, nota-se que a infecção moderada e alta apresentaram elevados percentuais ( 11,0% e 31,5%) (Tabela 15).

Tabela 15: INTENSIDADE DA INFECÇÃO POR Ascaris lumbricoides ENTRE OS ESCOLARES DOS MUNICÍPIOS ALVO DO PROGRAMA BAHIA AZUL – 1997

Intensidade de Simões Filho Candeias Madre de Deus Itaparica Vera Cruz São F. do Conde infecção n°° % n°° % n°° % n°° % n°° % n°° % Não infectado 127 42,2 127 38, 5 169 53, 1 144 45, 6 114 36, 4 128 38,1 Leve (< 5000*) 59 19,6 41 12, 4 44 13, 8 40 12, 7 34 10, 9 47 14,0 Moderada (5000-50000*) 80 26,6 104 31, 5 70 22, 0 75 23, 7 88 28, 1 82 24,4 Alta (>50000*) 35 11,6 58 17, 6 35 11, 0 57 18, 0 77 24, 6 79 23,5

(15)
(16)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABDELGANI,S.M. et al. Vitamin A status in diferent stages of schistosomal cases and the effectiveness of oral vitamin A therapy. Z. Ernahrungswiss, 29, 249-55, 1990.

BUNDY, DA. Immunoepidemiology of intestinal helminthic infections. 1. The global burden of intestinal nematode disease. Trans R Soc Trop Med Hyg, 88(3): 259-61, 1994.

CURTALE, F. et al. Intestinal helminths and xerophthalmia in Nepal. A case-control study. J. Trop. Pediat. 41(6): 334-7, 1995.

ESREY, S.A.; FEACHEM,R.G.; HUGHES,.J. Interventions for the control of diarrhoeal disease among young children: improving water supplies and excreta disposal facilities. Bull WLD Hlth Org, 63, 757-772, 1985.

FOO, L.C. Hookworm infection and protein-energy malnutrition: transversal evidence from two malaysian ecological groups. Trop. Geog. Med. 42, 8-12, 1990.

KATZ, N. et al. A simple device for quantitative determinatiom of Schistosoma mansoni eggs in faeces examined by the thick smear technique. Rev Inst Med Trop S. Paulo, 14, 394-400, 1972.

MIKHAIL, M.M. & MANSOUR,M.M. Complications of human schistosomiasis and their effect on levels of plasma copperzin and serum vitamin A. Human Nutr. Clin. 36, 289-96, 1982.

WHO. Prevention and control of intestinal parasitic infections. Geneva: WHO, 1987 (Tecnical Report Series No. 749)

WHO. The control of Schistosomiasis. Geneva: WHO, 1993 (Technical Report Series No 830). Tradução português. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1994.

WHO. Environmental Health in Urban Development. Geneva: WHO, 1991 (Technical Report Series No. 807).

Referências

Documentos relacionados

Nenhuma diferença nas estruturas dos chars foi observada ao microscópio devido à oxi-combustão, e a área superficial apresentou desvios mais significativos apenas para os

RF011 Manter frota Menu “Frota” para gerenciar as frotas da empresa com sub-itens Inserir frota, Editar frota, Remover frota e Consultar frota.. 38 RF027 Locar Veículo

• Na coluna relativa ao Sector de Actividade deverá escolher o que se adapta ao produto beneficiado sendo que a respectiva caracterização da Actividade deverá

“Nós nos encontramos aqui para aprender uns com os outros, para viver harmonicamente todos os nossos relacionamentos, para expressar os nossos talentos como.. indivíduos, e para

Nºº 632/2021 - Solicita do Executivo que determine à Secretaria competente, providências visando, a limpeza e desobstrução de buei- ros, na Rua Padre Donizete Tavares de Lima,

Porém, qualquer meio de comunicação, quer seja interactivo ou não, pode ter um contributo pouco favorável ao processo de ensino aprendizagem; é essencial saber como, porquê e

Os artífices mineiros eram, quando considerados no seu conjunto, eminentemente livres, com participação de escravos 50% menor do que na população total; majoritariamente mulheres,