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Potencial de Amblydromalus sp. (Acari: Phytoseiidae) no controle de ácaros-praga de pinhão-manso (Jatropha curcas L.)

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Academic year: 2021

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Universidade Federal do Tocantins Campus Universitário de Gurupi

Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal

VALDIRENE COUTINHO MIRANDA

Potencial de Amblydromalus sp. (Acari: Phytoseiidae) no controle

de ácaros-praga de pinhão-manso (Jatropha curcas L.)

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Universidade Federal do Tocantins Campus Universitário de Gurupi

Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal

VALDIRENE COUTINHO MIRANDA

Potencial de Amblydromalus sp. (Acari: Phytoseiidae) no controle

de ácaros-praga de pinhão-manso (Jatropha curcas L.)

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Produção Vegetal da Universidade Federal do Tocantins como parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em Produção Vegetal.

Orientador: Prof. Dr. Renato de Almeida Sarmento (Universidade Federal do Tocantins)

Co-orientador: Dr. Marçal Pedro Neto (Universidade Federal do Tocantins)

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Biblioteca da Universidade Federal do Tocantins

Campus Universitário de Gurupi

M672p Miranda, Valdirene Coutinho.

Potencial de Amblydromalus sp. (Acari: Phytoseiidae) no controle de ácaros-praga de pinhão-manso (Jatropha curcas L.)/ Valdirene Coutinho Miranda - Gurupi, 2015.

62f.

Dissertação de Mestrado – Universidade Federal do Tocantins, Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal, 2015.

Linha de pesquisa: Fitossanidade

Orientador: Prof. Dr. Renato de Almeida Sarmento

1. Àcaro predador. 2. Controle biológico. 3.Tabela de vida. I. Sarmento, Renato de Almeida. II. Universidade Federal do Tocantins. III. Título.

CDD:632.96 Bibliotecária: Glória Maria Soares Lopes CRB-2 / 592

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A meus pais na realização deste sonho profissional, Luiza Coutinho e Janones Vasco e a toda minha família meu bem maior!

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AGRADECIMENTOS

A Deus que me concedeu esta vitória maravilhosa, sem ele não sou e nem serei nada.

À minha família, base de tudo, em especial aos meus pais Janones Vasco de Miranda e Luiza Coutinho Miranda que me educaram e nunca desistiram de mim; e às minhas irmãs (Vanda, Vanilza e Valdilene), pessoas as quais amo tanto.

Ao meu orientador, Professor Dr. Renato de Almeida Sarmento pela dedicação e paciência, sem ele não seria possível a realização deste trabalho.

Aos colegas do Laboratório de pesquisa Ecologia Funcional e Aplicada: Aline Silvestre, Fábio Araújo, Marcos Alberto, Marcela Silveira, Diógenis Fontenelle, Renata Marques, Alana Soares, Adriana Gonçalves, Daniela Gonçalves, Sorane Moraes, Adriano Silveira, Althiéris Saraiva. Em especial agradeço à Ana Clara Carvalho, Bruna Raíssa e Emiliano Brandão por terem me ajudado na execução dos experimentos, serei eternamente grata.

Minhas amigas Graciane Reis e Aline Silva, Katiana Sousa e Angelina Gonçalves pela amizade sincera ao longo da minha vida.

Ao Dr. Marçal Pedro Neto por ter contribuído na identificação dos ácaros e no andamento do trabalho.

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SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS ... 9 LISTA DE FIGURAS ... 10 RESUMO ... 11 ABSTRACT ... 12 1 INTRODUÇÃO GERAL ... 13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 19

CAPÍTULO I : Biologia do ácaro predador Amblydromalus sp. (Phytoseiidae) alimentado com pólen de mamona (Ricinus communis L) e ácaros-praga da cultura do Pinhão-Manso (Jatropha CurcasL.)...27 RESUMO...27 ABSTRACT...30 1.INTRODUÇÃO ... 29 2. MATERIAL E MÉTODOS ... 32 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 35 5. CONCLUSÕES ...42 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...43

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LISTA DE TABELAS

CAPÍTULO I

TABELA 1: Duração, em dias, dos estádios do desenvolvimento de Amblydromalus sp., a 25 ± 1°C e 70 ± 5% de UR com 12 horas de fotofase quando alimentado com pólen de mamona, T. bastosi e P. latus...36 TABELA 2:Duração, em dias, dos períodos de pré-oviposição, oviposição e pós-oviposição e longevidade de

Amblydromalus sp. a 25 ± 1°C e 70 ± 5% de UR com 12 horas de fotofase quando alimentado com pólen de

mamona, T.bastosi e P. latus...38 TABELA 3: Média do número de ovos de Amblydromalus sp. quando alimentado com pólen de mamona, T.

bastosi e P. latus, a 25 ± 1°C e 70 ± 5% de UR com 12 horas de fotofase...38

TABELA 4: Parâmetros obtidos a partir das tabelas de vida de Amblydromalus sp. alimentado com pólen de R.

communis, T. bastosi e P. latus...40

CAPITULO II

TABELA 1: Número de ácaros P. latus e T. bastosi (Média ± EP) predados por diferentes fases do ácaro predador

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LISTA DE FIGURAS

CAPÍTULO I

FIGURA 1: Porcentagem de fêmeas de Amblydromalus sp. que ovipositaram, tendo como alimento T.bastosi, P.

latus e pólen de mamona...34

FIGURA 2: Fertilidade específica (mx) da fêmea de Amblydromalus sp. alimentado com pólen de mamona, P.

latus e T. bastosi em relação a idade a 25 ± 1°C e 70 ± 5% de UR com 12 horas de fotofase...41

FIGURA 3: Sobrevivência (lx) da fêmea de Amblydromalus sp. alimentado pólen de mamona, P. latus e T.

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RESUMO

Potencial de Amblydromalus sp. (Acari: Phytoseiidae) no controle de ácaros-praga de pinhão-manso (Jatropha curcas L.)

O pinhão-manso (Jatrophas curcas L.) é uma cultura com grande potencial energético para a produção de biodiesel. No entanto, a cultura sofre com ataque de pragas, que comprometem seu desenvolvimento. Como principais pragas da cultura do pinhão-manso têm-se os ácaros fitofágos Polyphagotarsonemus latus e

Tetranychus bastosi. O método de manejo destas pragas tem sido basicamente o

controle químico, porém, este método tem afetado várias espécies de organismos benéficos. Assim, o controle biológico com ácaros predadores da família Phytoseiidae torna-se uma alternativa promissora para diminuir os danos causados por ácaros fitofágos. Com o objetivo de analisar o potencial de Amblydromalus sp. como agente de controle biológico de ácaros-praga na cultura do pinhão-manso, o presente trabalho avaliou o desenvolvimento biológico desse predador alimentado com os ácaros fitofágos P. latus, T. bastosi e pólen de mamona (Ricinus communis L), como tratamento controle. Para a realização do experimento foram feitas 60 repetições para cada tratamento. Foram avaliados a cada 12 horas nos estádios imaturos e 24 horas no estádio adulto para identificar o ciclo biológico, oviposição e predação de Amblydromalus sp. A duração em dias dos estádios de larva, protoninfa e deutoninfa de Amblydromalus sp. alimentado com pólen, foram de 0,82; 0,16; 1,59 respectivamente. Quando Amblydromalus sp. foi alimentado com pólen constatou-se que o ciclo ovo-adulto foi de 4,86 dias, ao passo que quando o predador foi alimentado com as presas P. latus e T. bastosi a longevidade foi de 32,10 e 32,32 dias respectivamente. Quanto aos parâmetros de fertilidade observou-se que a duração média de uma geração (T) de 16,41, 14,74 e 14,52 para os tratamentos pólen, P. latus e T. bastosi respectivamente. A taxa líquida de reprodução (Ro) de

Amblydromalus sp. foi de 18,40 quando alimentado com pólen; 19,17 quando

alimentado com T. bastosi e 15,24 quando alimentado com P. latus. A taxa intrínseca de crescimento da população (rm) de Amblydromalus sp. foi de 0,18

fêmeas/fêmea/dia para o tratamento pólen, 0,18 fêmeas/fêmea/dia para P. latus e 0,20 fêmeas/fêmea/dia para T. bastosi. Os resultados evidenciaram que a população de Amblydromalus sp. dobrou a cada 3,85 dias para o tratamento pólen, 3,46 dias para o tratamento T. bastosi e 3,70 para o tratamento P. latus. Quanto a atividade predatória de Amblydromalus sp., este obteve um melhor desempenho predando o adulto de P. latus, ao passo que as fêmeas foram satisfatórias em todos os tratamentos. Das fases do fitófago T. bastosi , a fase de larva foi a mais consumida pelo predador.

Palavras-chave: Ácaro predador; ácaros fitofagos; controle biológico; tabela de

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ABSTRACT

Potential Amblydromalus sp. (Phytoseiidae) in control of physic nut pest mites (Jatropha curcas L.)

The physic nut (Jatropha curcas L.) is a culture with great energy potential for the production of biodiesel. However, the culture suffers from pest attack, that compromise their development. The main pests of physic nut cultivation, have been the phytophagous mites Polyphagotarsonemus latus and Tetranychus bastosi. The management method of these pests has been basically chemical control, however, this method has affected several species of organisms, also damaging the natural enemies. Thus, the biocontrol with phytoseiid predatory mites of the family becomes a promising alternative to reduce the damage caused by phytophagous mites. In order to analyze the potential of Amblydromalus sp. as a biological control agent of pest mites in physic nut cultivation, the present study evaluated the biological development of this predator fed phytophagous mite P. latus, T. bastosi and castor pollen (Ricinus communis L) as control treatment . To perform the experiment were made 60 repetitions for each treatment mentioned above. Were evaluated every 12 hours the immature stage and 24 hours as adults to identify the biological cycle, oviposition and predation Amblydromalus sp. The duration in days of larval stages, protonymph and deutonymph of Amblydromalus sp. fed with pollen were 0.82; 0.16; 1.59 respectively. When Amblydromalus sp. Pollen was fed was found longevity of 4.86 days whereas when the larvae were fed with prey and T. P. latus bastosi longevity was 4.73 and 3.75 days, respectively. As for fertility parameters was observed that the average generation time (T) of 16.41, 14.74 and 14.52 for the pollen treatments, P. latus and T. bastosi respectively. The net reproductive rate (Ro)

of Amblydromalus sp. was 18.40 when supplied with pollen; When supplied with 19.17 and 15.24 P. latus when fed T. bastosi. The intrinsic rate of population growth (rm) of Amblydromalus sp. was 0.18 female / female / day for treating pollen, 0.18 female / female / day for females and 0.20 P. latus / female / day for T. bastosi. The results showed that the population of Amblydromalus sp. doubled every 3.85 days to pollen treatment, 3.46 days for the treatment P. latus and 3.70 for T. bastosi treatment. As predatory activity Amblydromalus sp., It achieved a better performance preying adult P. latus, whereas females were satisfactory in all treatments. The larval stage is the most consumed by the predator. Thus, the results suggest that

Amblydromalus sp. can be used in biological control of pests mites in physic nut.

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1 INTRODUÇÃO GERAL

O Brasil possui características favoráveis para a produção de biodiesel devido a sua extensão territorial e a diversidade de espécies de plantas oleaginosas fornecedoras de matéria-prima (Albuquerque, 2007). Diante disso, o pinhão-manso (Jatropha curcas L.) é considerado promissor no cenário de fontes energéticas sustentáveis, pois não compete com outras culturas alimentares (Durães, et al. 2011). Além desses atributos o cultivo do pinhão-manso promove geração de emprego e renda, visto que a falta de maquinários adequados para a execução dos tratos culturais contribui para que o trabalho seja realizado manualmente (Maciel et al. 2007).

O pinhão-manso é uma planta arbustiva da família Euphorbiaceae, considerada uma espécie rústica que se adapta aos mais diversos ambientes, chegando atingir até quatro metros de altura (Vanzoline et al. 2010). Vários autores relatam que esta oleaginosa tem centro de origem indeterminado (Duke, 1983; Heller, 1996; Gübitz et al. 1999; Swot, 2002), porém estudos relatam que é oriundo das Américas do Sul e Central, porém a planta é encontrada de forma espontânea nas regiões intertropicais e tropicais e em menor escala em regiões temperadas (Arruda et al. 2004; Saturnino et al. 2006).

A propagação do pinhão-manso se dá através de sementes ou por estaquia, dependendo da finalidade. Para a produção comercial o método mais indicado é via sementes por resultar em plantas mais vigorosas e com maior longevidade (Heller, 1996; Santos et al. 2012).

A produtividade do pinhão-manso varia de uma região para outra e de fatores como disponibilidade de chuvas, solo, métodos de cultivo, tratos culturais e a idade da planta (Arruda et al. 2004, Drumond et al.1984). Assim, Carnielli (2003) constatou que a espécie é capaz de produzir no mínimo duas toneladas de óleo por hectare/ano e chega à idade produtiva no período de três a quatro anos, podendo estender por até 40 anos. A cultura do pinhão-manso destaca-se como uma opção agrícola promissora nas regiões norte e nordeste do Brasil, inclusive no Tocantins (Guarnieri, 2010; Sarmento et al. 2011).

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Polyphagotarsonemus latus Banks (1904) (Acari: Tarsonemidae) e Tetranychus bastosi Tuttle, Baker e Sales (1977) (Acari: Tetranychidae).

Conforme Gerson (1992) e Peña e Bullock (1994) P. latus possui ampla distribuição geográfica, é generalista, ataca mais de 60 famílias botânicas de interesse econômico, é uma espécie polífaga que se alimenta de fungos, algas e conteúdo celular das plantas. Sua preferência é por folhas novas e tecidos tenros em razão das quelíceras serem curtas, alimenta-se do conteúdo celular provocando enrugamento das folhas e afetando o desenvolvimento da planta (Flechtmann, 1985; Gerson, 1992; Carmona e Dias, 1996 Guedes et al. 2007;). Segundo Viera et al. (2004) o ataque desse ácaro ocorre preferencialmente quando a planta encontra-se em período de menor estresse hídrico e umidade do ar elevada.

Polyphagotarsonemus latus possui um ciclo de vida curto, o qual é dividido em

quatro estádios distintos; ovo, larva, pupa e adulto, ocorrendo sucessivas ecdises. A duração do seu ciclo é de aproximadamente três a sete dias dependendo das condições do hospedeiro e de fatores como umidade e temperatura (Moraes e Flechtmann, 2008). A disseminação de P. latus ocorre pelo vento e através de estruturas vegetais infestadas transportadas de uma área para outra, pelo trânsito de máquinas e implementos ou pelo contato entre as folhagens das plantas (Zhang, 2003; Pereira et al. 2006).

De acordo com Nakano et al. (2005) os adultos de P. latus chegam a medir em média 0,2 mm de comprimento, praticamente invisível a olho nu, devido sua cor ser branco translúcido ou amarelo brilhante que prejudica a identificação no campo, somente notado quando sua densidade populacional comprometeu grande parte da lavoura.

No ano de 2005 foram registrados ataques severos de P. latus em cultivos de pinhão-manso nos Estados de Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, o que reforça a necessidade de controle em grandes áreas de cultivo da cultura (Saturnino et al. 2005). O ácaro Polyphagotarsonemus latus tem sido relatado também no Estado do Tocantins provocando danos a cultura (Sarmento et al. 2011; Cruz et al. 2012).

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(Bidens pilosa), alfazema (Hyptis suaveolens), e batata-doce (Ipomoea) (Damasceno, 2008).

Dentre os ácaros da família Tetranychidae, a espécie T. bastosi tem sido constatada em plantios de pinhão-manso no Estado do Tocantins (Sarmento et al. 2011). Este ácaro ataca as folhas de pinhão-manso causando rompimento das células acarretando a remoção da clorofila. A ação da saliva injetada leva a disfunções nas folhas atacadas e aumento na taxa de transpiração (Santos et al. 2006; Moraes e Flechtmann, 2008). Segundo Pereira (2006), T. bastosi inicia seu ataque na base da lâmina foliar, junto às nervuras principais e ao pecíolo, dispersando-se gradualmente para todos os lados do limbo foliar, produzindo um padrão difuso de manchas amareladas, tomando toda a folha, que necrosam e caem.

Este tetraniquideo é mais encontrado em folhas mais desenvolvidas de pinhão-manso comparadas com as folhas mais jovens. Maiores densidades de T. bastosi são encontradas próximo às nervuras devido à presença de ondulações que fornece abrigo e facilita a formação de teia sobre a planta (Rosado et al. 2014).

A teia de T. bastosi é uma característica marcante da espécie, tem a função de manter o microclima para incubação dos ovos e proteger da ação de predadores e de fatores externos como vento, chuva e dentre outros. Esta teia prejudica a

arquitetura da planta hospedeira, impede a planta de realizar fotossíntese, pois não há penetração da luz solar na superfície da folha (Mendonça et al. 2011; Pedro-Neto et al. 2013). Adicionalmente, a teia facilita a dispersão dos ácaros fitófagos para novas plantas (Sabelis e Bakker 1992; Moraes e Flechtmann 2008. Venzon et al. 2009).

Os tetraniquídeos tem maior capacidade reprodutiva se comparado aos tarsonemídeos, pois a fêmea coloca em média mais de 300 ovos/ciclo (Silva et al. 2009). O ácaro T. bastosi apresenta estágios de ovo, larva, ninfa e adulto em um período de 7 a 14 dias, o adulto pode sobreviver em torno de um mês (Pedro Neto et al., 2013).

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modelo mais sustentável, que atenda as demandas ecologicamente corretas (Carvalho, 2006; Saraiva et al. 2014). Não obstante, o manejo integrado de pragas é uma prática cada vez mais adotada em diferentes agroecossistemas. A manutenção de inimigos naturais na cultura é um dos aspectos mais importantes, valorizando principalmente a conservação ou liberação desses predadores no ambiente (Belini, 2008).

Realizar estudos sobre a biologia de espécies é fundamental para expressar de forma numérica e representativa as principais características de uma população como: mortalidade específica por idades e parâmetros populacionais e crescimento (Rabinovich, 1978; Benke e Whiles, 2008). Dessa forma, o entendimento dessas interações na dinâmica populacional dos predadores e das pragas é de extrema importância para o sucesso do controle biológico (Guarnieri, 2010).

Em se tratando de ácaros predadores, àqueles da família Phytoseiidae são os mais utilizados mundialmente em programas de controle biológico, principalmente pela facilidade de criação massal em laboratório. Os fitoseídeos alimentam-se de presas e de vários tipos de recursos alternativos como pólen, néctar de plantas espontâneas, exudados, fungos, dentre outros. Alguns dos alimentos citados permitem a sobrevivência do predador, mas não favorece a oviposição (Chant e Fleschner, 1960; McMurtry e Scriven, 1965; Swirski e Dorzia, 1968; Kennett e Hamai, 1980; Komatsu, 1988; Hoogerbrugge et al. 2011).

Segundo Moraes et al. (2004) a família Phytoseiidae está estimada em torno de 2.217 espécies descritas, distribuídas em 67 gêneros, das quais cerca de 130 já foram relatadas no Brasil. Ácaros dessa família são os mais pesquisados, visando o seu uso no controle biológico de pragas. Uma das principais características dos fitoseídeos é a baixa exigência no consumo alimentar, favorecendo sua permanência no campo mesmo em períodos em que a densidade populacional das presas é baixa (Moraes,1991). Ácaros fitoseídeos podem ser encontrados em plantas cultivadas, principalmente nas folhas, no solo, ocasionalmente em colônias de insetos de laboratório e até mesmo em grãos armazenados de maneira rara (Moraes e Sá, 1995).

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pseudo-arrenotoquia ou parahaploida, onde ambos os sexos originários de ovos diplóides (2n), porém depois da fecundação perde o conjunto de cromossomos de origem paterna em alguns indivíduos darão origem aos machos haplóides (n). A oviposição varia entre 30 a 40 ovos/fêmeas. Ácaros predadores geralmente são rápidos, raramente maiores que 0,5 mm quando adultos, são fototróficos negativos. São classificados de acordo com seu hábito alimentar. Seu potencial de predação pode variar entre as diferentes espécies (Moraes, 1992).

Segundo Satra (2013) o gênero Amblydromalus é compreendido por ácaros predadores de grande importância em programas de controle biológico como

Amblydromalus limonicus lançado recentemente para o controle biológico de tripes

(Thrips tabaci) e mosca-branca (Bemisia tabaci) em pepino. De acordo com o mesmo autor foram comparados dez ácaros predadores, onde A. limonicus foi considerado como o melhor inimigo natural de praga em pepinos.

O ácaro predador A. limonicus é um ácaro predador generalista cuja população cresce e mantém no mesmo ritmo da praga. Dessa forma surgiu o interesse sobre a produção em massa deste predador que está sendo usado por empresas holandesas em ensaios de algumas dezenas de plantas ornamentais (Vangansbeke, et al. 2014).

A diversidade de ácaros predadores na vegetação natural brasileira é extremamente elevada, embora a maioria seja desconhecida. Espera-se que grande parte possa ser eficiente no controle de espécies-praga (Moraes e Flechtmann, 2008). Outro fator importante a se considerar é que a presença de plantas espontâneas tanto no entorno quanto nas entrelinhas das plantas cultivadas contribui com a manutenção de ácaros predadores no agrossistema, ao passo que aumenta a eficiência da predação (Bellini et al. 2005; Saraiva et al. 2014).

Alguns autores realizaram levantamentos de ácaros predadores, em áreas de cultivo de pinhão-manso na região sul do Tocantins e verificaram a efetividade de diversas espécies de plantas daninhas em abrigar ácaros predadores capazes de controlar ácaros-praga na cultura do pinhão-manso (Cruz et al. 2012; Cruz et al. 2013; Saraiva et al. 2014). Esses estudos comprovam a eficiência dessas plantas como fornecedoras de pólen e refúgio para os fitoséideos (Altieri et al. 2003; Gurr et al. 2004; Demite e Feres, 2005; Verona, 2010).

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uma determinada praga (Coppel e Mertins, 1977). O estudo da biologia de um organismo abrange informações como velocidade de crescimento populacional, longevidade, fecundidade e sobrevivência (Bosch, et al. 1982).

Com base nos dados do ciclo biológico é confeccionada a tabela de vida de uma espécie que contém dados essenciais de uma população como o início da fase adulta, longevidade das fêmeas, número de ovos depositados/fêmea/dia, proporção de fêmeas na descendência, porcentagem de descendentes (fêmeas) que sobrevivem até a fase adulta, até a morte da última fêmea (Bosch, et al. 1982; Andrewartha e Birch,1954).

Segundo Silveira Neto et al. (1976) os principais parâmetros associados tabela de vida de fertilidade é a taxa líquida de reprodução (Ro) que significa o total de

descendentes produzidos por fêmea ao longo de sua vida, ou seja, é o número de vezes que uma espécie consegue aumentar de uma geração para outra; O intervalo médio entre gerações (T) que compreende a duração média do período entre o nascimento da espécie de uma geração e da geração seguinte; A razão finita de crescimento (λ) fator de multiplicação da população original a cada intervalo unitário de tempo; O tempo que a população leva para duplicar em número (TD).

O parâmetro mais importante da tabela de vida de fertilidade para o controle biológico de pragas é o valor da taxa intrínseca de aumento populacional (rm) (Pedigo

e Zeiss, 1996). Essa taxa é definida como a capacidade inapta de aumento de uma população crescendo em determinadas condições sem a influência de outros fatores (Andrewartha e Birch, 1954).

Para avaliar um inimigo natural visando a sua liberação na manutenção da densidade populacional do inseto-praga, deve-se atentar para o fato que apenas será um bom agente de controle biológico se sua capacidade intrínseca de aumento for maior ou semelhante a da praga (Lenteren e Laing, 2000). O valor de Rm deve ser

positivo para que a espécie seja promissora no controle biológico de pragas (Bellini, et al. 2010).

O presente estudo teve por objetivo avaliar parâmetros biológicos do ácaro predador

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(28)

______________________________________________________

CAPÍTULO l

Biologia do ácaro predador Amblydromalus sp. (Phytoseiidae) alimentado com

Polyphagotarsonemus latus Banks, 1904 e Tetranychus bastosi, Tuttle, Baker &

Sales, 1977 e pólen de mamona (Ricinus communis L) em pinhão-manso (Jatropha curcas L.)

Resumo- O pinhão-manso é uma oleaginosa que apresenta vantagens para

produção de biocombustíveis em substituição às fontes derivadas do petróleo. A espécie possui boa adaptação em variadas condições de solo e temperatura, onde não compete com culturas alimentares tornando assim uma opção a mais na geração de renda. O plantio de pinhão-manso vem sofrendo com ataque de ácaros-praga que comprometem o seu rendimento. O uso de ácaros predadores da família Phytoseiidae como agentes de controle biológico de ácaros fitofagos surge como uma alternativa economicamente viável e reduz a utilização de produtos químicos nocivos ao meio ambiente. Com base no exposto, o objetivo do presente trabalho foi avaliar os parâmetros biológicos do ácaro predador Amblydromalus sp. alimentado com pólen de mamona (Ricinus communis L.), e as presas Polyphagotarsonemus latus Banks, 1904 e Tetranychus bastosi, Tuttle, Baker & Sales, 1977. Foram realizados 60 repetições para cada tratamento, em placas de Petri (Ø = 3,5 cm), tendo como substrato folha de pinhão-manso, em condições de laboratório (25 ± 1°C e 70 ± 5% de UR, com fotofase de 12 horas). Cada repetição recebeu 1 ovo do predador, que foram observados duas vezes ao dia, para identificar o ciclo biológico e viabilidade de oviposição. A razão sexual de Amblydromalus sp. foi de 0,61 quando alimentado com pólen, 0,5 quando teve T. bastosi como dieta é 0,63 quanto a dieta foi o ácaro P.

latus. Foi constatada longevidade reprodutiva de Amblydromalus sp. na ordem de

4,86, 4,04 e 4,73 dias para os tratamentos polén, P. latus e T. bastosi respectivamente. Os parâmetros de fertilidade observados de Amblydromalus sp. foram duração média de uma geração (T), a saber:16,41, 14,74 e 14,52. A taxa líquida de reprodução (Ro) do ácaro predador foi na ordem de 18,40, 19,17 e 15,24

para os tratamentos pólen, P. latus e T. bastosi respectivamente. A taxa intrínseca de crescimento da população (rm) de Amblydromalus sp. foi de 0,20 fêmeas/fêmea/dia para o tratamento T. bastosi, e 0,18 fêmeas/fêmea/dia para pólen e também 0,18 fêmeas/fêmea/dia para P. latus. A população de Amblydromalus sp. dobrou a cada 3,85 dias para o tratamento pólen e 3,46 dias para o tratamento P. latus e 3,70 para o tratamento T. bastosi. Conforme os resultados o ácaro fitofago T. bastosi oferecido na fase imatura do predador não e satisfatório para o seu desenvolvimento, porém na fase adulta obteve ótimo desempenho.

(29)

ABSTRACT

Biology of the predatory mite Amblydromalus sp. (Phytoseiidae) fed

Polyphagotarsonemus latus Banks, 1904 and Tetranychus bastosi, Tuttle, Baker

& Sales, 1977 and castor pollen (Ricinus communis L) in physic nut (Jatropha

curcas L.)

The physic nut is an oil that has advantages for biofuels to replace the sources from oil. The species has good adaptation in varying soil conditions and temperature, which does not compete with food crops thus making one more alternative to generate income. The planting of physic nut this crop has suffered attack of pest mites that compromise your income. The use of predatory mites of the family Phytoseiidae as biological control agents of mite management emerges as an economically viable alternative and reduces the use of chemicals harmful to the environment. Based on the above, the objective of this study was to evaluate the biological parameters of the predatory mite Amblydromalus sp. fed with castor bean pollen (Ricinus communis L.), and fangs Polyphagotarsonemus latus Banks, 1904 and Tetranychus bastosi, Tuttle, Baker & Sales, 1977 were performed 60 repetitions for each treatment, in Petri dishes (Ø = 3.5 cm), with the substrate jatropha sheet, under laboratory conditions (25 ± 1 ° C and 70 ± 5% RH, with 12 hours photoperiod). Each repetition 1 received the egg predator, they were observed twice daily for identifying the biological cycle and viable oviposition. The sex ratio of Amblydromalus sp. was 0.61 when fed pollen, when he had 0.5 T. bastosi as diet is 0.63 as the diet was the mite P. latus. It has been found reproductive longevity Amblydromalus sp. in the order of 4.86, 4.04 and 4.73 days for the pollen treatments, P. latus and T. bastosi respectively. Fertility parameters observed in Amblydromalus sp. were average generation time (T), namely: 16.41, 14.74 and 14.52. The net reproductive rate (Ro) of the predatory mite was the order of 18.40, 19.17 and 15.24 for the pollen treatments, P. latus and T. bastosi respectively. The intrinsic rate of population growth (rm) of Amblydromalus sp. was 0.20 female / female / day for the treatment bastosi T., and 0.18 females / female / day to 0.18 pollen and also female / female / day for P. latus. The population of Amblydromalus sp. doubled every 3.85 days for the treatment pollen and 3.46 days for the treatment

P. latus and 3.70 for T. bastosi treatment. According to the results the phytophagous

mite T. bastosi offered in the immature stage of the predator and not suitable for their development, but in adulthood got great performance. Amblydromalus sp. can be used in biological control of pest mites in.

(30)

__________________________________

CAPÍTULO I

1.INTRODUÇÃO

O pinhão-manso é uma oleaginosa que apresenta potencial como fonte de matéria-prima para a produção de biodiesel (Arruda et al. 2004; Evencio et al. 2011). A cultura é rústica, pois consegue se adaptar as mais variadas condições climáticas e resiste a longos períodos de seca (Drummond et al. 1984; Sato et al. 2009). Além disso, o seu plantio é recomendado para o consorciado com culturas alimentares promovendo a diversificação do ambiente agrícola (Souza et al. 2013). O cultivo de pinhão-manso tem apresentado problemas com o ataque dos ácaros fitofágos como

P. latus e T. bastosi, os quais prejudicam o desenvolvimento da cultura (Lofego e

Verona, 2009; Sarmento et al. 2011).

O controle com acaricidas é o mais usual para eliminar ácaros fitófagos porque possui ação rápida sobre os organismos. Porém não é muito eficiente, causando resistência nas pragas e afetando negativamente os inimigos naturais (Watanabe et al. 1994; Escudero e Ferragut, 2005). Segundo Marafeli, (2011) o controle biológico é uma prática agroecológica que tende a crescer mundialmente, uma vez que visa economia de produtos químicos e menor impacto ambiental. Assim a implantação de estratégias de controle biológico são bases fundamentais como alternativa de manejo ecológico de ácaros fitófagos (Moraes, 1991).

Os ácaros fitoseídeos são importantes agentes de controle biológico de ácaros fitofágos em vários países da Europa e da América do norte, onde tem sido realizada a liberação de várias espécies de ácaros predadores (van de Vrier, 1985). Estes predadores, além de predar vários tipos de ácaros fitófagos, são empregados também em programas de controle biológico de tripes (Thrips tabaci) e mosca-branca (Bemisia

tabaci).

(31)

(Oudemans), Amblyseius swirskii (Gerson e Weintraub, 2007) e Amblydromalus

limonicus (Garman e McGregor) (Satra, 2013).

A maioria dos ácaros fitoseídeos possuem hábito alimentar generalista e fases bem definidas como ovo, larva, protoninfa, deutoninfa e adulto (Moraes e Flechtmann 2008). No entanto, alguns ácaros fitoseídeos não se desenvolvem bem quando alimentados com ácaros da família Tetranichidae devido a enorme quantidade de teia produzida por estes ácaros (McMurtry e Scriven, 1965).

Oliveira et al. (2009) realizaram um estudo do ciclo biológico do predador

Amblyseius herbicolus Chant alimentado com Tetranychus urticae Koch, 1836, onde

os resultados demonstraram que o predador não completou sequer a fase larval, somente atingiu a fase adulta quando alimentado por dietas contendo pólen. Entretanto, na fase adulta necessita de T. urticae que é fonte de energia para obter maior potencial reprodutivo.

(32)

2. MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido no laboratório de Ecologia Funcional e Aplicada da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Campus de Gurupi, em condições controladas de temperaturas 25 ± 1°C e 70 ± 5% de UR, com fotofase de 12 horas.

Obtenção e criação dos ácaros

Os ácaros-praga foram coletados no período de ocorrência no campo. Após coletadas, ambas as espécies foram mantidas em criação estoque no laboratório. Para estabelecer a criação de T. bastosi, foram coletadas aleatoriamente folhas de pinhão-manso, lavadas com água corrente e em seguida, circundadas por camada de algodão hidrófilo fixando sobre espuma de plástico umedecida com água destilada, em uma bandeja de 26x37 cm (Polanczyk et al. 2011). A criação de P. latus também adaptou-se a metodologia de Polanczyk et al. (2011) e os mesmos procedimentos foram adotados, porém com folhas novas (brotações). A lavoura experimental de pinhão-manso onde as folhas foram coletadas tinha cerca de quatro anos de idade localizada na estação experimental da Universidade Federal do Tocantins campus de Gurupi-TO.

(33)

Desenvolvimento e reprodução de Amblydromalus sp.

Foram retiradas 30 fêmeas das unidades de criações estoque e transferidas com o auxilio de pincel de pelos finos e confinadas em quatro placas gerbox® sobre arenas de disco de PVC (Ø = 6 cm) sobre água destilada. As fêmeas foram alimentadas em um período de 24 horas com pólen de mamona, T. bastosi e P. latus.

Em seguida, folhas de pinhão-manso foram coletadas aleatoriamente e lavadas com água corrente para a confecção de discos de folhas (Ø = 3 cm). Esses discos foram colocados em placas de Petri (Ø = 3,5 cm) sob meio Agar®, com a finalidade de manter a turgidez do disco. Em seguida os ovos depositados pelas fêmeas de Amblydromalus sp. foram transferidos para a placa de Petri, juntamente com fios de algodão sob pedaços de plástico. Por último, utilizou-se filme de PVC para lacrar a superfície das placas, impedindo assim a fuga dos ácaros. As placas foram substituídas à medida que a folha perdia a turgescência.

Para o estudo da biologia foram realizados três tratamentos com 60 repetições cada. Os tratamentos foram pólen de mamona, a fase larval de T. bastosi, e adulto de

P. latus (fases das presas mais aceitas pelo predador).

Desenvolvimento pós-embrionário

As observações de todos os estádios imaturos dos espécimes foram realizadas duas vezes ao dia, sendo a primeira às 9 horas e a segunda as 17 horas, sob microscópio estereoscópico. Após a eclosão da larva do predador foi observado, para cada tipo de alimento, no caso os ácaros fitófagos, a duração em dias em cada estádio, a saber: larva, protoninfa, deutoninfa e o período ovo-adulto. As ecdises dos predadores foram confirmadas pela constatação da presença de exúvias até a fase adulta de Amblydromalus sp.

(34)

Durante o experimento as fêmeas ainda na fase de deutoninfa foram separadas para a formação de casais, onde os machos foram introduzidos no disco e em caso de morte foram substituídos por novos machos. A partir da formação dos casais foi observado os períodos de pré-oviposição, oviposição, pós-oviposição, número de ovos por dia e a longevidade da fêmea, de acordo com a metodologia usada por Reis et al. (2007). Os ovos contabilizados foram retirados diariamente e devolvidos para a criação estoque do laboratório.

Tabela de vida de fertilidade

Para a confecção da tabela de vida de fertilidade os parâmetros foram calculados baseando-se em Silveira Neto et al. (1976). Foram determinados o intervalo de idade (x), fertilidade específica (mx) e probabilidade de sobrevivência (lx). Com os dados da tabela de vida e de fertilidade foram calculados os seguintes parâmetros: taxa líquida de reprodução (R0), intervalo de tempo entre cada geração

(T), capacidade finita de aumento em número (rm), razão finita de aumento (λ) e o

tempo necessário para a população duplicar a quantidade de indivíduos (TD). Na avaliação, em caso de morte da fêmea, a repetição foi finalizada.

(35)

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Amblydromalus sp. apresentou todas as fases de desenvolvimento (ovo, larva,

protoninfa, deutoninfa e adulto) como ocorre com os demais ácaros da família Phytoseiidae (Moraes e McMurtry ,1981; Sabelis, 1985). As fêmeas que ovipositaram foram de 28% para o tratamento T. bastosi, 43% para o tratamento P. latus e 51% para pólen (Figura 1).

Figura 1. Porcentagem de fêmeas de Amblydromalus sp. que ovipositaram, tendo

como alimento T.bastosi, P. latus e pólen de mamona.

O período de incubação dos ovos não diferençiou-se entre os tratamentos (Tabela 1). Os ovos eclodiram em menos de 24 horas para todos os tratamentos. O período de incubação varia com a umidade do ar (McMurtry e Scriven 1965), temperatura (Moraes e McMurtry 1981) e a espécie de ácaro (Rasmy e El-Banhawy, 1975). Em trabalhos semelhantes a este estudo, com as mesmas condições de temperatura, diversos autores relatam que o período de incubação, é variável, o que provavelmente reforça que os resultados variam em função da espécie em estudo. Assim, para Phytoseiulus macropilis (Banks) o tempo de incubação foi de 43 h (Prasad, 1967), Phytoseiulus persimilis Athias-Henriot de 72 h (Laing, 1968),

Neoseiulus umbraticus (Chant) de 46 h (Knisley e Swift, 1971), Phytoseius finitimus

(36)

Denmark e Muma de 41 h (Moraes e McMurtry, 1981), Euseius concordis (Chant) de 48 h (Komatsu, 1988) e Iphiseiodes zuluagai Denmarke e Muma de 12 h (Reis et al.1997).

O período larval de Amblydromalus sp. não diferenciou estatísticamente entre os tratamentos referente à duração de cada estádio em dias. Estes resultados corroboram com aqueles obtidos por Reis et al. (1997) em que I. zuluagai alimentado com pólen de mamona na mesma temperatura 25 °C apresentou um período menor que 24 h na fase larval, e a duração dos estádios de protoninfa e deutoninfa entre 24 e 48 h. Em comparação a outros predadores alimentados com diferentes presas, esses valores foram próximos ao trabalho de Vasconcelos (2006), com temperatura de 25°C, ao passo que este autor constatou um tempo de desenvolvimento de 1,8 e 0,6 para ovos e larvas para Neoseiulus californicus (McGregor) (Acari: Phytoseiidae) quando alimentados com T. urticae Canlas et al. (2006) constataram 1,6 e 0,78 dias para ovos e larvas, alimentados com pólen de mamona.

Na fase de protoninfa houve diferença significativa entre os tratamentos, onde a dieta P. latus apresentou menor tempo em dias (0,80 dias) e maior tempo no tratamento pólen em torno de 1,66 dias. Na fase de deutoninfa houve diferença apenas na dieta de pólen que apresentou uma longevidade em relação às outras dietas em torno de 1,60 dias.

Os resultados foram maiores que os encontrados por Marafelli (2011) no estudo do ciclo biológico de N. californicus. O período de duração de larvas foi de 0,97 e 0,96 dias para protoninfa; 1,58 para deutoninfa e desenvolvimento de ovo a adulto foi de 5,61 dias, alimentado com pólen de mamona.

Esteves Filho et al.(2010) realizaram um estudo com o ácaro predador P.

macropilis alimentado com a presa T. urticae obtiveram resultados semelhantes ao

presente trabalho na fase de protoninfa 1,5 dias e na fase de deutoninfa uma média de 1,4 dias.

Para o período de ovo-adulto não houve diferença significativa, apesar de que alimentados com pólen houve maior tempo em torno de 4,86 dias; seguidos de T.

bastosi 4,73 dias. A dieta com P. latus a duração foi mais rápida cerca de 3,75 dias.

(37)

todos os estádios de desenvolvimento (ovo, larva, protoninfa, deutoninfa e adulto). Segundo Azevedo (2014) o resultado foi semelhante com P. cannaensis, porém alimentado com T. bastosi, o predador não conseguiu atingir a fase adulta. Neste trabalho ao contrário dos que foram citados, independente do alimento

Amblydromalus sp. atinge a fase adulta em pouco dias.

A sobrevivência do predador nas fases de desenvolvimento larva, protoninfa, deutoninfa e adulto alimentoda com polén resultou em 93, 91, 90, 88% respectivamente. Quando alimentado com T. bastosi a sobrevivência foi 90, 76, 68, 56% respectivamente. E com P. latus 95, 91, 80, 76%. No estádio de protoninfa da dieta com T. bastosi apresentou sobrevivência de 76% em relação às dietas de pólen e P. latus que foram de 91%. Na fase de deutoninfa, a dieta de T. bastosi apresentou menor taxa (68%) em relação a pólen e a dieta P. latus que foram de 90 e 80% respectivamente. Na fase de ovo-adulto o tratamento T. bastosi apresentou baixa taxa de viabilidade 56%, seguidos de P. latus com 76%. Já o tratamento pólen apresentou maior viabilidade com 88%.

Essa menor taxa de sobrevivência do tratamento de T. bastosi, pode ser explicada pela falta de interesse do predador em relação à presa, pois ao longo da execução do experimento os ácaros não demostraram interesse pela presa.

Tabela 1. Duração média em dias dos estágios de desenvolvimento de Amblydromalus sp., a 25 ± 1°C e 70 ± 5% de UR com 12 horas de fótofase quando

alimentado com pólen de mamona, T. bastosi e P. latus.

Tratamentos

Fases de

desenvolvimento

Pólen de Ricinus communis T. bastosi

P. latus

*V n= 48 *V n= 34 *V n= 40 Ovo 93 0,84 ± 0,05a 90 0,97±0,078a 95 0,96±0,67a Larva 93 0,82±0,04a 90 0,96±0,67a 95 0,92±0,05a Protoninfa 91 1,66±0.07a 76 1,47±0,06b 91 0,80±0,03c Deutoninfa 90 1,60±0,08a 68 1,32±0,071b 80 1,34±0,07b Ovo-adulto 88 4,86±1,23a 56 4,73±1,22a 76 3,75±0,99a

*Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste Tukey (P≤0,05).

*Viabilidade

(38)

cerca de 3,25 dias, seguido de pólen com 2,90 dias (Tabela 2). Vários autores ressaltam que ácaros predadores quando alimentados com pólen apresentam um período de pré-oviposição, variando entre 2,57 e 3,83 dias (Vasconcelos, 2006; Canlas et al. 2006; Marafelli, 2011; Pimentel, 2014).

Em se tratando do período de oviposição (Tabela 2), diferenças significativas foram constatadas apenas em relação a dieta com polén, a qual apresentou 35,87 dias de oviposição, ao passo que fêmeas alimentadas com P. latus ovipositaram 24,98 dias e a dieta com T. bastosi resultou em 23,98 dias de oviposição. Reis e Alves (1997) relataram valores bem menores de oviposição para Euseius alatus DeLeon (Acari: Phytoseiidae) alimentado com pólen de R. communis, em torno de 26,5 dias.

Alguns autores relatam que A. limonicus apesar de ser um ácaro de regiões temperadas, porém mesmo gênero do ácaro em estudo, apresentou alta taxa de oviposição quando alimentado com o ácaro do bronzeamento do tomate, Aculops

lycopersici (Massee) em discos de folhas de tomate. Assim, este predador não

conseguiu controlar a praga em plantas de tomateiro intactas, provavelmente porque a sua capacidade de movimento e procura foi negativamente afetada pelos tricomas glandulares nas folhas e caules das plantas (Park et al. 2010; Van Houten et al. 2010; Knapp, et al. 2013).

Já no controle de P. latus, a sobrevivência das fases imaturas e oviposição A.

limonicus foram muito baixos (McMurtry et al. 1984). Ácaros predadores deste gênero

constituem predadores facultativos os quais se alimentam de pólen de várias espécies plantas e diversos ácaros fitófagos. Assim, o tipo de alimento, condições do ambiente e espécie do predador influencia na taxa de oviposição. (McMurtry e Scriven, 1965; Swirski e Dorzia, 1968).

(39)

Tabela 2. Duração média em dias dos períodos de pré-oviposição, oviposição e

pós-oviposição e longevidade de Amblydromalus sp. a 25 ± 1°C e 70 ± 5% de UR com 12 horas de fotófase quando alimentado com pólen de mamona, T. bastosi e P. latus.

Fases do ciclo de vida no período adulto

Dieta alimentar de Amblydromalus sp. Pólen de R. communis T. bastosi P. latus

Média±EP Média±EP Média±EP

Pré-oviposição 2,90± 0,14a 3,25±0,21a 2,50±0,22a

Oviposição 35,87±0,92a 23,98±0,64b 24,98±0,45b

Pós-oviposição 5,30±0,26a 4,87±0,30a 4,84±0,19a

Longevidade 44,87± 1,23a 32,10±1,22b 32,32±1,22b

*Médias seguidas pela mesma letra na linha não diferem estatisticamente entre si (Tukey; P > 0,05).

Apesar do tratamento P. latus ter apresentado um menor tempo no período de oviposição das fêmeas a média de ovos foi de 1,22 ovos/fêmea/dia maior em relação ao de pólen que teve maior tempo de oviposição, porém sua média de ovos foi menor de 1,07 ovos/fêmea/dia. Para T. bastosi foi de 0,76 ovos/fêmea/dia, porém não houve diferença significativa entre os tratamentos (Tabela 3).

Reis e Alves (1997) em estudo com o ácaro predador E. alatus nas mesmas condições obtiveram uma média de ovos 1,4 para as fêmeas de E. alatus alimentadas com pólen de mamona, resultado próximo ao presente trabalho.

Tabela 3. Média do número de ovos de Amblydromalus sp. quando alimentado com pólen

de mamona, T. bastosi e P. latus, a 25 ± 1°C e 70 ± 5% de UR com 12 horas de fotofase (n= 40)

Dieta alimentar Número de ovos/fêmea/dia

Pólen 1,07ª

T. bastosi 0,76ª

P. latus 1,22ª

*Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si (Tukey; P > 0,05).

A partir da tabela de vida de fertilidade verificou-se que a estimativa da capacidade de crescimento da população do predador (rm) alimentado com pólen, T.

bastosi e P. latus para uma produção diária de cerca de 0,18; 0,20; 0,18

fêmea/fêmea/dia respectivamente (Tabela 4). A taxa intrínseca de crescimento (rm) é

(40)

Resultados semelhantes foram observados no trabalho de Bellini, (2008)

Proprioseiopsis cannaensis alimentado com T. urticae o valor de rm foi de 0,20

fêmea/fêmea/dia. Pimentel, (2014) encontrou 0,19 fêmea/fêmea/dia, porém na temperatura de 26°C. Fouly, (1997) encontrou valores bem superiores quando

Eutetranychus orientalis Klein (Tetranychidae) e T. urticae foram oferecidas como

alimento para Proprioseiopsis asetus (Chant), sendo rm de 0,28 e 0,24,

respectivamente. O que sugere que P. asetus possa ser promissora no controle daquelas espécies de tetraniquíedos.

Preverieri et al, (2006) obteve um valor para taxa intrínseca de crescimento populacional de N. californicus alimentado com pólen de azinheira, Quercus ilex L. (Fagaceae) significativamente alto (rm = 0,28), sugerindo que o pólen daquela planta

possa ser utilizado satisfatoriamente para N. californicus.

A razão finita de aumento (λ) da população de Amblydromalus sp segundo os resultados foram de 1,20 para os tratamentos pólen e P. latus. Já para o tratamento T.

bastosi foi de 1,22. Desse modo, quanto maior for à razão finita de aumento, maior

será o crescimento diário da população. Entretanto, as condições de laboratório são consideradas ideais para a reprodução e desenvolvimento do predador. Em casa-de-vegetação e principalmente em campo, é de se esperar que o ácaro esteja sujeito a diversos fatores ecológicos que podem alterar sua capacidade reprodutiva e de desenvolvimento.

É importante salientar que a população de Amblydromalus sp. aumentaria cerca de 18,40; 19,17; e 15, 24 vezes quando alimentados com pólen, T. bastosi e P.

latus, respectivamente. Esses resultados representam o número médio de fêmeas

nascidas, ou seja, o número de vezes que a população aumenta a cada geração (taxa líquida de reprodução Ro). Neste contexto, Bosch et al. (1982) relatam que as taxas

de natalidade e mortalidade de populações de insetos são determinadas por várias condições, como temperatura, quantidade e qualidade do alimento, umidade e fotoperíodo, haja vista que tais fatores governam as características biológicas de uma população sob condições controladas ou em níveis de campo.

A taxa de reprodução, sobrevivência e mortalidade estão dentro do potencial reprodutivo de uma espécie. Assim os valores obtidos de Ro podem determinar se

(41)

maiores do que 1 e rm maiores do que zero indicam acréscimo populacional (Bellows

et al.1992).

Segundo os dados dos três tratamentos, a população de Amblydromalus sp. demonstrou crescimento populacional, de modo que a duração média de uma geração (T) para todos os tratamentos foram 16,41 para pólen de R. communis, 14,74 para T. bastosi e 14,52 para P. latus. A população é estimada a dobrar (TD) a cada 3,85 dias para pólen de R. communis, 3,46 dias para T. bastosi e 3,70 dias para P.

latus. Esses parâmetros mostram que a população de Amblydromalus sp. aumentaria

com o tempo para todos os tratamentos.

Tabela 4. Parâmetros obtidos a partir das tabelas de vida de Amblydromalus sp

alimentado com pólen de R. communis, T. bastosi e P. latus.

Dieta Alimentar

Parâmetros populacionais de Amblydromalus sp Ro (fêmeas) T (dias) rm (fêmeas/fêmeas/dia) λ (fêmeas/dia) TD (dias) Pólen 18,40 16,41 0,18 1,20 3,85 T. bastosi 19,17 14,74 0,20 1,22 3,46 P. latus 15,24 14,52 0,18 1,20 3,70

No presente estudo foram observados a taxa de sobrevivência (lx) e

fecundidade (mx) das fêmeas de Amblydromalus sp. em relação ao alimento

oferecido. A taxa de sobrevivência para todos os tratamentos pólen, P. latus e T.

bastosi diminuiu com o aumento da idade das fêmeas representada nas figuras

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de pólen fornece energia o que confere maior período de vida, porém não garante maior taxa reprodutiva.

Figura 2. Fertilidade específica (mx) da fêmea de Amblydromalus sp. alimentado com pólen de mamona, P. latus e T. bastosi em relação a idade a 25 ± 1°C e 70 ± 5% de UR com 12 horas de fotofase

Figura 3. Sobrevivência (lx) da fêmea de Amblydromalus sp. alimentado pólen de mamona, P. latus e T. bastosi em relação a idade a 25 ± 1°C e 70 ± 5% de UR com 12 horas de fotofase

(43)

5. CONCLUSÕES

O ácaro fitofago T. bastosi afeta negativamente a fase imatura do ácaro predador Amblydromalus sp.

Os parâmetros reprodutivos rm (0,20), TD (3,46) e R0 (19,17) foram maiores

quando Amblydromalus sp. alimentou-se com o ácaro fitofago T. bastosi.

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