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MAPEAMENTO DE CONFLITO DE USO DA TERRA EM UMA MICROBACIA HIDROGRÁFICA DO RIO FORTALEZA, NO NORTE DO RIO GRANDE DO SUL

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Academic year: 2021

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MAPEAMENTO DE CONFLITO DE USO DA TERRA EM UMA MICROBACIA HIDROGRÁFICA DO RIO FORTALEZA, NO NORTE

DO RIO GRANDE DO SUL

Viviana Erpen¹; Paulo Afonso da Rosa²; Wiliam José Zatti¹; Alisson Rafael Dierings¹;

Juliana Tramontina¹; Felipe Augusto Reichert¹; Fábio Marcelo Breunig³

¹Estudante de graduação – CESNORS/FW – UFSM. Linha Sete de Setembro s/n - BR386 KM40 - CEP 98400-000 - Frederico Westphalen - RS

²Engenheiro Florestal – CESNORS/FW – UFSM. Linha Sete de Setembro s/n - BR386 KM40 - CEP 98400-000 - Frederico Westphalen - RS

³Orientador – CESNORS/FW – UFSM. Linha Sete de Setembro s/n - BR386 KM40 - CEP 98400-000 - Frederico Westphalen - RS

INTRODUÇÃO

A expansão antrópica, aliada ao uso indevido do solo, é um dos grandes responsáveis pelas pressões sobre os recursos naturais. Uma das conseqüências dessa expansão é a fragmentação florestal, a qual tem gerado efeitos ambientais negativos (VIANA et al., 1997 apud OLIVEIRA et. al., 2008). A retirada da vegetação nativa tem alterado muitos fatores, como o balanço de radiação, mudanças nos índices de umidade do solo e aumentado o fluxo superficial de água, causando o assoreamento dos mananciais e depreciando a qualidade da água e dos solos.

Um dos grandes desafios do homem para a conservação ambiental é concentrar esforços e recursos para a preservação e recuperação de áreas naturais consideradas estratégicas, das quais vários ecossistemas são dependentes. Dentre essas, destacam-se as áreas de preservação permanente (APP), que têm papel vital dentro de uma bacia hidrográfica, por serem responsáveis pela manutenção, preservação e conservação dos ecossistemas ali existentes (MAGALHÃES E FERREIRA, 2000).

Para Nascimento et al. (2005), o monitoramento das áreas de preservação permanente tem sido um grande desafio sob o aspecto técnico e econômico, pois os critérios de delimitação com base na topografia exigem o envolvimento de pessoas especializadas e de informações detalhadas da unidade espacial em análise. Entretanto, com o desenvolvimento de sofisticados algoritmos e a sua incorporação ao conjunto de funções dos Sistemas de

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Informações Geográficas (SIG), tem sido possível o processamento rápido e eficiente dos dados necessários para caracterização das variáveis morfométricas do terreno, essenciais para análise das intervenções antrópicas em bacias hidrográficas (OLIVEIRA, 2002). O uso combinado de informações de sensores remotos e SIG é uma alternativa viável para a identificação das áreas de ocorrência de conflitos no uso e ocupação da terra. Com a localização dessas áreas, é possível desenvolver e planejar etapas para restauração e adequação dessas áreas.

OBJETIVOS

O objetivo do presente trabalho foi mapear a evolução do conflito de uso da terra em uma microbacia hidrográfica do Rio Fortaleza, no norte do RS, no período de 1985 a 2010 utilizando imagens Landsat 5 TM.

MATERIAIS E MÉTODOS

A microbacia hidrográfica do rio Fortaleza está localizada no norte do RS, fazendo parte dos municípios de Taquaruçu do Sul e Erval Seco. Pertencente à Bacia Hidrográfica do Rio da Várzea, Região Hidrográfica do Rio Uruguai, a microbacia de estudo possui 2870 ha.

Entre as principais características da bacia hidrográfica, estão as atividades econômicas predominantemente agrícolas, com lavouras de soja, trigo e milho, bem como a avicultura e a suinocultura. Destaca-se, ainda, o potencial hidrelétrico desta bacia e as atividades de mineração (extração de pedras preciosas, como ágata, ametista, etc.) (FEPAM RS, 2013).

A primeira etapa do processamento de dados constituiu-se na aquisição das imagens Landsat 5, sensor TM, da órbita-ponto 223-079, de três datas: 1985, 1996 e 2010. Após isso, com auxílio de um SIG, as imagens foram importadas e georreferenciadas. Todas as etapas de pré-processamento foram realizadas no aplicativo SPRING 5.1.8 (CÂMARA et al., 1996).

Para facilitar a interpretação visual nas composições coloridas, foram realizados os realces de contraste linear de todas as imagens. Após o registro e demais pré-processamentos, as imagens foram arquivadas em um banco de dados.

A segunda etapa do estudo constituiu-se na edição vetorial (digitalização) do Rio Fortaleza a partir das composições coloridas das imagens Landsat 5 e cartas topográficas.

Após a digitalização do Rio fortaleza, foi criado um buffer de 30 m em torno do rio, referente

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à APP, conforme legislação vigente. Feito isso, foi realizado o recorte das imagens utilizando a máscara com o buffer criado. Após, foi feita a classificação manual (edição vetorial) do recorte, a fim de detectar as áreas de conflito nas APP’s.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A área total da APP em torno do rio Fortaleza foi de 242,35 ha. A Tabela 1 mostra a quantificação das áreas de conflito ambiental do período analisado. Levando em consideração a classe de uso e ocupação da água, nota-se que houve uma diminuição gradativa da área que a mesma ocupava (49,58 ha em 1985 para 42,31 ha em 2010). Fato esse que pode ser explicado pelo aumento das áreas com vegetação (APP’s – ocultando os rios de maior porte), como também pode ser explicado pelo aumento da captação da água para diversos fins, o que diminui sua quantidade e sendo que a mesma pode ser utilizada para irrigação das culturas agrícolas.

Tabela 1: Áreas de conflito de uso da terra nos diferentes anos analisados.

Uso e Ocupação do solo

Ano

1985 1996 2010

Área em hectares (ha)

Água 49,58 46,9 42,31

Cultura Agrícola 58,94 53,96 51,56

Floresta 127,42 132,21 137,21

Palha 6,41 5,85 7,98

Solo Exposto 0,00 3,43 3,29

Total 242,35 242,35 242,35

Palha e Solo Exposto foram as classes que obtiveram as menores taxas de conflito ambiental durante o período estudado. Esses índices podem estar relacionados a épocas de colheitas de algumas culturas que, dependendo da cultura, podem deixar maior ou menor quantidade de resíduos.

A Figura 1 ilustra o conflito de uso da terra na APP no ano de 2010 para a bacia hidrográfica em estudo. Para facilitar a interpretação, todas as áreas com matiz diferente de verde correspondem a conflitos no uso e ocupação da terra.

Em relação às práticas de culturas agrícolas na APP, observa-se que de 1985 para 2010, houve um decréscimo de 58,94 ha para 51,56 ha, respectivamente. Com esses números, podemos observar que em 1985, quase 25% das APP’s eram ocupadas por culturas agrícolas,

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diminuindo para 21% em 2010. Embora tenha havido uma diminuição no índice, este ainda é bastante preocupante.

Figura 1 – Mapeamento de conflito de uso e ocupação da terra no ano de 2010, dentro dos limites da microbacia hidrográfica do rio Fortaleza, RS.

Levando em consideração a classe das florestas, observa-se que, de 1985 a 2010, houve um avanço na área ocupada na APP. Esse resultado pode ser explicado pela conscientização de preservação adotada pela comunidade, bem como pelas novas técnicas e estratégias implementadas pelos órgãos competentes. Nota-se que, enquanto a área de cultura agrícola diminui, a área de floresta aumenta no período analisado, ocupando mais de 50% da área total da APP.

CONCLUSÕES

Com o presente trabalho, conclui-se que houve uma diminuição de conflito de uso da terra nas APP da maioria das classes identificadas. A área com cultura agrícola diminuiu de 58,94 ha em 1985 para 51, 56 ha em 2010. As áreas com solo exposto e palha tiveram um pequeno acréscimo no período analisado. Já a área ocupada por florestas teve um aumento de cerca de 10 ha entre 1985 a 2010, ocupando quase 57% da área total da APP.

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O mapeamento do conflito do uso da terra em APP com o uso do geoprocessamento tem sido uma técnica bastante difundida nos últimos tempos em várias situações, pois permite identificar o real problema enfrentado, bem como facilitar a solução destes e ainda, auxiliar a formulação de estratégias e planejamentos futuros.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CÂMARA, G.; SOUZA, R. C. M.; FREITAS, U. M.; GARRIDO, J. Spring: Integrating remote sensing and gis by object-oriented data modelling. Computers & Graphics, v. 20, n.

3, p. 395-403, maio 1996.

FUNDAÇÃO ESTADUAL DE PROTEÇÃO AMBIENTAL – RS. U100 – Várzea.

Disponível em: <http://www.fepam.rs.gov.br/qualidade/bacia_uru_varzea.asp>. Acesso em:

01 jun. 2013.

MAGALHÃES, C.S.; FERREIRA, R.M. Áreas de preservação permanente em uma microbacia. Informe Agropecuário, Belo Horizonte. V. 21, n.207, p. 33-39, 2000.

NASCIMENTO, M. C.; SOARES, V. P.; RIBEIRO, C. A. Á. S.; SILVA, E. Delimitação automática de áreas depreservação permanente (APP) e identificação de conflito de uso da terra na bacia hidrográfica do rio Alegre. In: XII SIMPÓSIO BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO REMOTO, 2005, Goiânia - GO. Anais... São José dos Campos: INPE, 2005.

OLIVEIRA, F. S. et al. Identificação de conflito de uso da terra em Áreas de Preservação Permanente no entorno do Parque Nacional do Caparaó, estado de Minas Gerais. Revista Árvore, Viçosa, v. 32, n. 5, p. 899-908, 2008.

OLIVEIRA, M. J. Proposta Metodológica para Delimitação Automática de Áreas de Preservação Permanente em Topos de Morro e em Linha de Cumeada. 2002. 53 f.

Dissertação (Mestrado em Ciência Florestal) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2002.

Referências

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