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COMERCIO Y CULTURA EN LA EDAD MODERNA

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Academic year: 2021

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(1)

Rafael M. Pérez García Manuel F. Fernández Chaves

(eds.)

COMERCIO Y CULTURA EN LA EDAD MODERNA

Contiene los textos de las comunicaciones de la XIII Reunión Científica de la Fundación Española de Historia Moderna

EDITORIAL UNIVERSIDAD DE SEVILLA

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COMERCIO Y CULTURA EN LA EDAD MODERNA

(3)

Rafael M. Pérez GarcÍa ManuelF. Fernández Chaves

(eds.)

COMERCIO Y CULTURA EN LA EDAD MODERNA

COMUNICACIONES DE LA XIII REUNIÓN CIENTÍFICA DE LA FUNDACIÓN ESPANOLA DE HISTORIA MODERNA

t.~SID",~

Íl~}eUS

Editorial Universidad de Sevilla Sevilla 2015

(4)

Serie: Historia y Geografia Núm.: 291

COMrrÉEDITORIAL:

Antonio Caballos Rutino

(Director de la Editorial Universidad de Sevilla) Eduardo Ferrer Albelda

(Subdirector)

Manuel Espejo y Lerdo de Tejada Juan José Iglesias Rodríguez Juan Jiménez-Castellanos Ballesteros Isabel López Calderón

Juan Montero Delgado Lourdes M\mduate Jaca Jaime Navarro Casas

M'del Pópulo Pablo-Romero Gil-Delgado Adoración Rueda Rueda

Rosario Villegas Sánchez

Reservados todos los derechos. Ni la totalidadniparte de este libro pue- de reproducirse o transmitirse porning(m procedimiento electrónico o mecánico, incluyendo fotocopia, grabación magnética o cualquier aJma- cenamiento de infonnación y sistema de recuperación, sin penniso escrito de la Editorial Universidad de Sevilla.

Obra editada en colaboración con la Flmdación Española de Historia Moderna Motivo de cubierta: Vista de ,5e}·iIlael!el siglo XVI,porA.Sánchez Coel1o

o Editorial Universidad de Sevilla 2015 CIPorvenir, 27 - 41013 Sevilla.

Tlfs.: 954487447; 954 487 451; Fax: 954 487 443 Correo electrónico: eus4@us.es

Web: <hltp:/Iwww.editorial.us.es>

o POR LOS TEXTOS, SUS AUTORES 2015

O JUANJaSE IGLESIAS RODRÍGUEZ,RAFAELM. PEREZ GARCÍA YMANUELF.FERNÁNDEZ CHAVES (EDS.) 2015 Las comunicaciones presentadas en la XIII Reunión Científica de la Flm- dación EspaiíoJa de Historia Moderna e incluidas en fomlato digitaJ en la presente obra han sido sometidas a la evaluación de dos expertos, por el sistema de doble ciego, según el protocolo establecido por el comité organizador del congreso.

Impreso en papel ecológico Impreso en Espafla-Printed in Spain ISBN: 978-84-472-1746-5

Depósito Legal: SE 929-2015 Impresión: Kadmos

(5)

María de los Ángeles Pérez Samper Eliseo Serrano Martín Mónica Bolufer Peruga

Virgina León Sanz Francisco Fernández Izquierdo

Félix Labrador Arroyo Isidro Dubert García Francisco García González Miguel Luis López-Guadalupe Muñoz

Maria José Pérez Álvarez

COMllÉ ORGANIZADOR DEL CONGRESO

Juan José Iglesias Rodriguez (director de la XIII Reunión Científica)

Francisco Núñez Roldán Carlos Alberto González Sánchez

Juan Ignacio Carmona García Mercedes Gamero Rojas José Antonio Ollero Pina

José Jaime García Bernal Fernando Javier Campese Gallego

Rafael M. Pérez García (secretaría científica) Antonio González Polvillo Manuel F.F ernández Chaves

(secretaria ejecutiva) Clara Bejarano Pellicer

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DE COMBOIEIROS DE NEGROS A CAMARISTAS E CAVALEIROS: PERFIL ECONÓMICO E ESTRATÉGIAS DE ASCENSÁO

SOCIAL NA AMÉRICA PORTUGUESA'

FROM SLAVE TRADERS Tü COUNCILMEN AND GENTLEMEN: ECONüMIC PROFILE AND SOCIAL MOBILITY STRATEGIES IN PORTUGUESE AMERICA.

CARLA MARIA CARVALHO DEALM.EIDA

Universidade Federal de Juiz de Fora-Brasil

Resumo: O objetivo desta comunicayioéanalisar as estratégil.ls de l1scen- sao social caracterÍstiClls dos indivíduos que fornm Iistl1dos em 1756 como os mais ricos morndores de urna dl1s primeirns vilas criadas nl.l regiáol1urífera da Améric:J. portuguesll na primeira metade do século XVIII (Vib. do Cumo, pos- terionnente ciclade de Mariana). Grande parte desses homens eram originários du regiao norte de Portugal, dedicavam-se 11 mercancia nos anos iniciais de seu deslocamento para11América e, ness1l. nova terro, conseguirum se projetar socill.1 e politicamente. Procurarei tralJar a origem, o perfil economico, as característi- cas dos enlaces matrimoniais, e alguns aspectos dl1 inseIliio polític:J. e dl1s redes sociais em que estavam envolvidos alguns dos 175 personagens que aparecem na Iistll.gem de homens ricos de 1756. Pl1n. tanto lanlJUrei mao da documentalJao cartoril1l (inventários e testl1mentos), da documentalJiio eclesiástica (processos matrimoniais), além dos processos de habilitalJiio pan. a Ordem de Cristo e para o Santo Oficio IOc:J.lizados pan. tais indivíduos. Este trabll.lho conta com o finl1nciamento da FAPEMIG e do CNPQ

Palavras-ch\l\"e: América portuguesa; Minas colonial; Elite economica; Co- mércio; Estratégil1s sociais

Abstract: The purpose of this communication is to l1nalyze the social mo- bility stn.tegies characteristic of the individuals who were Iisted in 1756 l1S the richest residents of one of the first towns established in the gold region of

1. Este trabalho conta com o linanciamento do Conselho Nacional de De.senvolvi- mento Científico e Tecnológico (CNPQ) e daFunda~¡¡ode Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG).

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PortugueseAmeri~,in the first half of the eighteenth century (Vila do Carmo, later the city of Mariana). Most ofthese men were originally from the northern region of Portugal, engaged in commercial trade in the ellrly years of their re- location to America, and in this new land, they succeeded in distinguishing themselves soci:llly and politically. For a number ofthe175figures that llppear in the list of wealthy men in 1756, 1will try to trace the origin, the economic profile, the chllracteristics of matrimonial ties, and several aspects of politiCllI inclusion and the societlll networks in which they were involved. For this pur- pose, 1will make use of notllrial documents (inventories llnd wills), ecclesiastiCllI records (mlltrimonilll proceedings), in llddition to the certification processes for the arder of Christ llnd for the Holy Office, located for such individuals. This work relies on funding from FAPEMIG and CNPq.

Keywords: Portuguese America; Colonilll Minas Gerais; Economic elite;

Commercilll trade; Social strategies

1. O PONTO DE PARTIDA

N os últimos anos OS estudos sobre as elites locais tem se configurado como uma temática de grande interesse para OS historiadores que se debru'ram sobre a América Portuguesa, sobretudo no que diz respeito ao papel que desempenhavam em rela'rilo ao poder central. O interesse por esse objeto está diretamente relacionado a urna renova'rilo historiográfica interna- cional em que a enfase nas formas de governos absolutistas nas monarquias européias tem sido relativizada dando lugar a n0'tÓes como debilidade do poder central, pluralismo político, autoridades negociadas e auto-governo dos POyos. Diante destas novas orientalJÓes historiográficas também se modi- ficaram as explicar;Qes acerca das rela'tÓes entre as metrápoles e suas posses- sóes coloniais. Nessa nova perspectiva, a compreensilo da configuralJilo dos poderes locais, das diversas institui'tÓes presentes nas municipalidades e do comportamento das elites locais, tem despertado óbvio interesse nao só nas sociedades europeias como também nas áreas coloniais. Embora com enfases diversas e percepr;Qes teóricas por vezes distintas, comum a grande parte destas análises está a ideia de que nas sociedades do Antigo Regime, embora central, o poder do monarca era compartilhado com outras institui'r0es ou grupos2.

2. É longa a bibliografia disponível sobre esta problemática. Indico apenas alguns trabalhas que mais diretamente tcm influenciado os historiadores brasileiros: Antonio, M.

Hespanha,As t'l!sperasIÚJ LcrJiathan,Coimbra, Ahnedina, 1994; John ElIior. "A Europc of Compasite Monarchies", cm:paJIand Prrsent,137 (nov. 1992). Xavier Gil Pujol, "Central- ismo e localismo? Sobre asrela~es políticas e culturais entre capital e territórias nas monar- quias europeias das séculas XVI c XVII", Pmilope: Fazer e lliftu:r Hidória, n 6, Lisboa, 1991; Jack Grecne.Nrgociatrd Authontirs. ESSl1J'S in Colonial PoIitica! and CoMitutiona!

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DE COMBOIEIROS DE NEGROS A CAMARISTAS E CAVALEIROS: PERFIL ECONÓMICO E ESTRAJÉGIAS DE ASCENSÁO SOCIAL NA AMÉRICA PORTUGUESA .375

Seguindo tal orientar.;áo historiográfica, esta comunicar.;áo se baseia em urna pesquisa mais ampla cujo objetivo é desenvolver urna discussáo mais aprofundada e sustentada em base empírica mais sólida sobre a conformar.;áo que tomou na capitania de Minas Gerais da América portuguesa setecentista, a ideia do auto-governo dos povos, entendido aqui como elemento central para a caracterizar.;áo das monarquias católicas de Antigo Regime e para a compreensáo da atuar.;áo das elites locais. A pesquisa acompanha de modo intensivo a atuar.;áo de alguns personagens previamente selecionados como indivíduos de grande poder económico, de grande capacidade de mando e de grande legitimidade social

O ponto de partida da pesquisa é urna listagem elaborada pelo Provedor da Fazenda com o nome dos "mais ricos moradores das Minas" a pedido do Conselho de Marinha e Ultramar, na qual consta os nomes de 1.061 "homens de negócios, mineiros e roceiros que vivem nestas Minas mais abastados".

Vinham separados por comarcas e trazia indicado o local de residencia e a ocupar.;áo de cada um delesJSelecionei para a análise os nomes de 175 homens listados como moradores da cidade de Mariana para os quais tenho tentado fazer urna análise prosopográfica buscando infonnar;Oes numa diver- sificada tipologia de fontes: inventários post-mortem, testamentos, processos matrimoniais, processos de habilitar.;áo para ingresso na Ordem de Cristo e no Santo Oficio e documentar.;áo avulsa do Arquivo Histórico Ultramarino.

A cidade de Mariana, antiga Vila do Canno\ foi um dos municípios de maior destaque durante o auge da explorar.;áo aurífera na regiáo das Minas Gerais no século XVIII.

Hido'Y, Charlottesville and London: University Press of Virginia, 1994; BartoloméClavero,

"Institución PoliticayDerecho: acerca del concepto historiographico de 'Estado Moderno"', RIn-'lsia de EJiúdios PoIítiros, n. 19, 1981, pp. 43-57; Pablo Fernández Albaladejo, Frag- mentos de Afonarquia: trabajos de hiJioria política. AJadri, Alianza, 1992; JoooL.R.Fragoso, Maria de F. Gouvéa e Maria Fernanda Bicalho (orgs.), OAntigo Regúne nos tropiros: a dinti- mica imperial portuguesa, .sicwos XV7-XVIII, Rio de Janeiro, Civiliza'Jio Brasileira, 2001;

Annick Lempérierie,Entre DieurtlerOl~laRipubliquc, Mexico, XVIe - XIXe siecles, Paris, Les Belles Lettres, 2004. Merece ainda destaque um texto relativamente recente em que a questao sobre OS estudos coloniais é pontuada e esta viragem historiográfica é de certo modo mapeada: Jean-Frédéric Schaub, "La catégorie~ études coloniales~est-elle indispensable?", EmAnnales. Hidoire, ScienmSociales, 2008/3 Editions de I'EHESS- 63e année, pp. 625

a646.

3. Arquivo Histórico Ultramarino / Minas Gerais [AHU/MG], ex.70, docA!. Urna discussiío mais detalhada sobre este documento e sobre o perfil economico dos homens lista- dos podem ser encontrados em: Carla Maria Carvalho de Almeida, "Homens ricos em Minas colonial", In: Maria Fernanda Bicalho e Vera Lúcia Amaral Ferlini,AfOlÚJs de gO'l:erllar: id¿¡as c prtiticas políticas no Impmo Portugues, .sicwos XVI a X IX, Sao Paulo, Alameda, 2005.

4. A partir de 1758 a Vila de Nossa Senhora do Canno, cuja camara foi fundada em 1711, ganhou o estatuto de cidade e passou a ser denominada Mariana, nome que mantém até hojeo

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Em estudos anteriores apresentei dados gerais sobre estes personagens lan'fando máo de informa'tÓes retiradas da prápria lista e tracei algumas considera'tÓes acerca do perfil económico destes indivíduoss. Nesta comu- nica'fáo, me concentrarei exclusivamente nos dados sobreOSricos moradores da Vila do Carmo sobre os quais tenho procurado desenvolver um estudo mais verticalizado, destacando principalmente as características dos enlaces matrimoniais nos quais se envolveram e apresentando alguns aspectos da inser'fáo política e das redes sociais em que estavam envolvidos. Centrarei minha atenlJáo nas figuras de Custódio de Sá Ferreira e José Álvares Maciel, homens ricos descritos como mineradores na lista de 1756, mas que vieram inicialmente para as Minas na condi'fáo de mercadores e nas liga'tÓes que conseguiram estabelecer com a família de Maximiliano de Oliveira Leite, outro homem rico de Mariana e figura de destacado prestígio na regiáo, de quem se tornaram genros.

2. OS HOMENS QUE VINHAM DO NORTE

Em 1756 o nome de Custódio de Sá Ferreira foi arrolado pelo prove- dor da fazenda de Minas Gerais como um dos mais ricos moradores daquela capitania. Nessa listagem, aparecia qualificado com a ocupa'fáo de mineiro.

Mas nem sempre fora assim.Em seus principios, como muitos outros homens que aparecem na mesma listagem, Custódio esteve envolvido com OS negó- cios. Custódio de Sá Ferreira estava na regiáo das Minas pelo menos desde a década de 17206Seu contato com a regiáo teve início com a intennedia'fáo dos negócios de algum rico comerciante de escravos do Rio de Janeiro com as Minas. Em 1749, quando iniciara seu processo de habilita'fáo para o ingresso na Ordem de Cristo, a inquiri'fáo realizada informava que Custódio teria sido nos seus principioscomboieiro de pretos que levava para as Minas, onde OS

vendia. Por esta razáo, a Mesa da Consciencia e Ordens lhe julgou incapaz de ingressar na Ordem, ainda que tivesse ficado constatado que tinha aspanes peSSO(Jls e limpeza necesstÍria.Custódio recorreu desta decisáo e explicou que

tal impedimento teria sido motivado pelo fato das testemunhas:

"C..)nao saberem expressar a forma do trato do suplicante, por nao ter sido comboieiro de pretos e só sim o de ir com os seus próprios escravos por dm.s vezes as Minll.s com fll.zendll.s que ¡hes conduziam as quais vendill. e a maior pll.fte

5. C. M. Carvalho de Almeida, "Homens ricos...", 2005; Carla Maria Carvalho de Almeida,RirosI!pobrrs em Afinas Grrai.s: produfJo I!hierarquiMfáo social no mundo colo- nial,Belo Horizonte, Argvmentvm, 2010

6. Arguivo Nacional da Torre do Tombo[ANTr], Habilita~o para o Santo Oficio [HSO],M~.12,No.169 - 1751. Talsuposi~aoéurna inferencia do seu depoimento no referi- do proeesso, no gual diz conhecer o pai da habilitanda "há mais de 30 anos" na regiao.

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dos mesmos escruvos, o que bem exuminado mio poclia induzir impedimento ao suplicante por ser negócio que naquebs terras fazem inda as pessoas que sao tidas por principais»7.

Acusado de ser comboieiro de negros nosseus prt"ncipios, diziam os tes- temunhos tomados em sua tenll. natal:queépessoa nobre das prt"ncip(Jis tiesta term e o jbram seu P(Ji Ct!tu/dro do Hdbito de Crúto e seu aoo p(lterno d(lS principais fiuníli(lS desta Rt"bet"m. Ainda que as testemunhas ressaltassem esta sua condilJáo, pelos impedimentos verificados por canta de Sua prntica mercantil nas Minas, Custódio teve que recorrer insistentementeaMesa da

Consciéncia e Ordens até ter seu pleito aprovado. Ainda que procurasse le- gitimar Sua atividade, Custódio Só conseguiu a aprovalJáo depois de oferecer o donativo de 4 Jn(lrt"n!zos p(lm a Índia e de lembraraMesa ter concorrido para a obra pia.

Antes disso, em 1741, Gomes Freire de Andrade, entáo governador da capitania,(ltendendo (1 boa t"njbrm(lfáo que teve daSlUI Ctlpacid(uie e procedi- mento o contemplou com o posta de Capitáo de OrdenanlJaS de Pé do Padre Faria, arrabaldes de Vila Rica, Freguesia de Nossa Senhora da ConceilJáo de Antonio Dias, ande era morador8 O cargo de Capitáo de OrdenanlJaS náo Ihe dava direito ao recebimento de soldo, no entanto, permitia-Ihe gozarde tOd(lS (lS IlOnmsJ privilégt"fMj It"benkJdcsJ t"senfóes e fmnquezas que em mzáo do mesmo posto Ihe pertencerem9

A argumentafiáo que fizera aMesa pedindo dispensa do impedimento por Sua condil;áo inicial tinha grande fundamento quando dizia que nas Mi- nas grande parte das pessoas que sáo tidtlSpor prt"ncip(lisatuavam na mer- cancia. De comboieiro de negros a rico minerador, como centenaS de outros portugueses vindos do norte, Custódio de Sá Ferreira teve na regiáo das Minas Gerais do século XVIII, a oportunidade de construir uma trajetória social ascendente. Para isso, teria grande contribuifiáo o cargo de Capitáo de Ordenan<;a e o Hábito da Ordem de Cristo. No entanto, Custódio co- roaria Sua trajetória ascendente ao casar-se com Ana Inácia de Oliveira, filha mais velha de Maximiliano de Oliveira Leite, outro indivíduo que aparecia na listagem de 1756 e um dos homens mais proeminentes do termo de Ma- riana. Com essa uniáo, passaria a integrar urna das famílias reconhecida pelos contemporaneos como da melhor nobreza da terra. De Sua única filha teve muitos descendentes que se projetariam na vida pública do Brasil imperial.

7. ANTT - Rabilita"iío para a Ordem de CriSto [ROe], Letra e, M". 12, N.1l4 - 1749

S. ANTT - Registro Genl de Merces - D.lOÁO V - Lv.32,fl. 24 - Carta pat- ente - 28/0lf1741

9. !dcm.

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Tal enlace só foi possível pela sua insistente busca por precedéncias, ainda que estas tivessem sidoalcan~adasatravés do dinheira, Por sua vez, condi~áo

anterior a tudo isso, foi a posse de um expressivo cabedal acumulado inicial- mente com as atividades mercantis nas quais se envolvera cm seus prt'ncipios, Trajetória muito parecida teve José Alvares Maciel, casado com D.Juliana Frnncisca de Oliveira Leite, outra filha do Guarda-Mor Maximiliano de Oli- veira Leite, José Álvares Maciel era natural da província do Minho, regiáo norte de Portugal. Nascera na Freguesia de Lanhezes,junto ao Rio LimalO, Como muitos outras minhotos deste período, Maciel saiu menino de sua freguesia depois deter (md(/do nos e.studos oom seus t'rmáos, Foi parn Lisboa e de lá embarcou para a Bahia onde foi parn a casa de um tia desembargador, mas aí náo se deteve, indo para o Rio de Janeiro ande também náo permane- cera muito tempo, Diziam que o tia era homem mui poderoso e n'oo. Desde a década de 1720 estava estabelecido nas Minas Gerais,

Pouco antes de se ligar em matrimonio 3 D,Juliana e, talvez como con-

di~3opara fazé-lol l, iniciou o pracesso para ingressar na Ordem de Cristo, Neste processo iniciado em 1754 alguns diziam que fora caixeiro de um mercador, No entanto, várias testemunhas de boa reputa~áoforam contun- dentes em amenizar o peso negativo de tal condi~áo, Em seu depoimento como testemunha neste processo, Domingos Ferreira da Veiga, Cavalheira professo na Ordem de Cristo e contratador das entradas nas Minas disse que da Bahia o tio o enviara como sócio de Alexandre Ferreirn do Valle em negó- cios de fazenda e escravos que vendiam por partidas, Depois disso forn para a casa de Matias Barbosa da Silva e Rafael Ferreira Brandáo ande ficou dais anos lhes ajudando em várias cantas de contratos, Dessa casa, passou parn a do práprio Domingos Ferreira da Veiga para administrnr vários contratos e

cobran~as,Segundo o contrntador:

"(...) pelo l1char com capacidjde l1tiVl1 e diligente, o interessou consigo em alguns dl1queles contrutos e o presenteéseu administrador e sácio dl1s entradas de to- dl1s as Minl1s, tratl1do com gravidl1de e estimayáo"12.

Luiz Cardoso Metello Corte Real da Cunha, que até 1753 atuara como provedor da fazenda real em Vila Rica, afirmou que Macielp(lreda de bom procedimento (. .. ) com tmtmnento com os me/llOres que se co.stut!/(lm tmftlr nas Mt'ntlS sem dqeito (llgum peSSO(l/, Dizia ainda que tuda isso sabia por tratar muitas vezes com ele como caixa dos contratados OCUP(lfáo d(lS m(Jis

10. ANTI - HOC - LetraJ - M~.1- n4

11. Todos OS genTOS de Maximiliano de Oliveira Leite eram Cavalheiros Profcssos da Ordem de CriSto.

12. ANTI - HOC - LetraJ - M~.1- n4

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honoríficas que entre contnlftldores luí nos BnJSis.Também segundo D. Ga- briel Graces e Gralha, natural da cidade do Rio de Janeiro e dela cidadao, José Alves Maciel na administrar.;ao dos contratos das entradas,

"C..)viveu sempre com toda honr:;o e nobrezl1 que se podia dar qualquer sujeito que honradl1mente agencil1va a vida tratl1ndo-se mío só nas ditas Minl1s mas também no Serro Fria por administrador do contrnto dos diarnl1ntes que é contrntador JotÍo Fernl1ndes de Oliveirn e, no Rio de Janeiro, ele testemun- hl1 o conheceu corn muito luzirnento e verdl1de entre todos os hornens de

negócio"l~.

o fato é que, mesmo com todos estes depoimentos favoráveis, a Mesa lhe julgou inábil para ingressar na Ordem. Talvez tenha pesado contra ele o fato de nao ter recebido a provisáo por servir.;os próprios ou de seus parentes, mas sim por renúncia que nele fizera Antonio José Vergueiropor se (ldUlr com obrt'g(lfi5es de (J.s:SUmir tls~u sogro e cunlUldos e de (lcudir com o .sustento por e.s((lr SUtnilmente pobreu .Ou seja, assim como Custódio de Sá Ferreira, seu cunhado que também negociava, Maciel nao conseguira a carta do hábito como urna grar.;a por merecimento. A provisáo do hábito fora fruto de urna negociar.;áo monetária. Ainda que reconhecesse a limpeza de sangue e a sua condir.;ao atual de IlOmem de gr(Jnde negódo, o parecer da Mesa vinculava explicitamente o impedimento aosseus prt·ncipio.s:

"C..)de suas provam;as constou ter as putes pessoais e lirnpezl1 necessárias.

Porém que nos seus princípios fora estudante nl1 sua terra, donde passara para 11 Bahia para 11 Cllsa de uns tios e estes o mandl1rnm para l1S Minas com fl1zendjs secas e 11lguns escruvos, que nelas vendeu"15.

Através de seu procurador em Lisboa, José Ferreira da Veiga, Maciel recorreu da sentenr.;a argumentando que o fato de ter passado 3 Bahia para melhor aprender a prática dos negócios náo podia lhe servir de embarar.;o porque seu ser IlOmem de negódo náo o t'nduzitl, Ihe náo de'L'itl pre¡judimr tl (lprende-Io, que em o que o JUplt'mnte fizem em C(JS(1 de um lzomem de negódo de m(Jior repU!(l{.áo n(JS Mt·ntJS. Tanto era assim que esta experiéncia acabaria lhe permitindo tornar seu sácio em grandes negócios. Finalizava ofe- recendo,p(lmfiJCt'!it(lr, o donativo de quatro marinheiros para as Índias. De- monstrando a maior flexibilidade que a Mesa já apresentava neste tempo com aqueles que faziam fortuna nas conquistas, seu requerimento teve sentenr.;a

13. /dcm.

14. /dcm.

15. /dcm.

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favorável e aos 25 de manio de 1755, poucos meses antes de seu casamento, se tornara habilitado a ingressar na Ordeml6

Em 1750 foi nomeado escriváo das execw;óes de Vila Rica, cargo em que foi recorrentemente provido até menos até 1760. A partir de 1761, Maciel passou também a ocupar o cargo de Capitáo-Mor das OrdenanlJas de Vila Rica17José Alves Maciel estava unido a vários homens importantes das Minas. Em 1753 assumiu o quarto contrato dos diamantes em nome de Joáo Fernandes de Oliveira, depois deste último ter se desentendido com o seu sácio anterior, Felisberto Caldeira Brant16Maciel ficara administrando o contrato até setembro quando o novo intendente Tomás Rabi de Barros Barreta o obrigou a entregar o cargo a Joáo Fernandes de Oliveira, o filho, e o expulsou da DemarcalJáo Diamantina acusando-o de má administralJáol9

Viveu também sérias complica95es por seu envolvimento com o contrato das entradas das Minas de 1759 a 1761, do qual era caixa e que fora arrema- tado por Domingos Ferreira da Veiga, Manoel Gomes de Campos e Domin- gos de Oliveira Bmga. Maciel fora preso e teve seus bens seqüestrados por náo manter em dia OS pagamentos com a Real Fazenda. Tais adversidades náo fizeram com que diminuísse sua condiliáo de homem de prestígio e riqueza o que pode ser comprovado pelo destino de seus filhos e filhas. Todas as suas filhas se casaram com homens de papel de relevo na vida pública do Brasil do século XIX e com destacada descendencia.

Sua ligalJáo com a família do guarda mor era anterior ao seu casamento com a filha de Maximiliano e foi com esta uniáo reforlJada. Pelo menos desde 1749 Maciel se encontrava ligado aos negácios desta família. No inventário do Coronel José Caetano Rodrigues Harta e sua esposa D. Ignácia datado de 1815, o inventariante homónimo de seu pai declara haver em poder dos her- deiros de seu tio Maciel vários créditos, dentre eles um que hem demonstra o entrelalJamento nos negócios e o provável 0plJáo de casamento na família daí decorrente:

"C..)que em seu poder para um recibo pelo qm.l se abriga o falecido Capitao Mor José Alves Maciel tia dele inventariante de 1749 da quantia de 39.361 oitavas de 1$500010pertencentes a hernnya de seus pais e recebidos da casa do seu avó dele inventariante, Caetano Álvares Rodrigues»21.

16. /dcm.

17. AHU/MG- Cx. 39 - Doc. 67 e AHU/MG- Cx. 85 - Doc. 34

18. Júnia Ferreira Furtado, Chica da Silt'a c o amtralador lÚM diamantes: o outro lado do mito. Sao Paulo, Companhia das Letras, 2003, p.86.

19. Idcm, p.101.

20. O que perfazia um total de 59:041$500.

21. CaSll Setecentista de Mariana [CSMl lo oficio, códice.l33, auto 2778, 1815.

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DE COMBOIEIROS DE NEGROS A CAMARISTAS E CAVALEIROS: PERFIL ECONÓMICO E ESTRAJÉGIAS DE ASCENSÁO SOCIAL NA AMÉRICA PORTUGUESA 381 A oP'tilo de casarD.Juliana com Maciel nilo fora aleatória. Além de re- presentar um refor't0 dos lalJos com o reino, aponta também para urna clara manuten'ta.o e perpetualJa.o de relalJÓes de negócios estabelecidas anterior- mente.

Tais ligalJÓes ernm também reafirmadas em diversas situalJÓes cotidianas.

Em 1750,numa demonstra'ta.o de confiany¡. em sua pessoa, Maciel fora no- meado como primeiro testamenteiro por D. FrancisC3 Paes de Oliveira, irma.

do Guarda Mor e casada com o Coronel Caetano Álvares Rodrigues. Aa realizar seu testamento em 1760, o próprio Maximiliano de Oliveirn Leite, também o nomeara como um de seus testamenteiros. Em 1761 foi padrinho de batismo de Catarina filha de sua cunhada Maria Ignácia Paes de Oliveira e de Leonel de Abreu Lima.

Mas que família tilo destacada era essa a que se juntaram os minhotos Custódio e José Álvares?

3. A FAMÍLLA DE MAXIMILLANO DE OLIVEIRA LEIlE E OS ENLACES MATRIMONIAIS DOS HOMENS RICOS

DentreOS primeiros descobridores e povoadores das Minas encontrava- se a família de Maximiliano de Oliveira Leite e sua esposa D. Ignácia de Arruda Pires, "pessoas de distinta qualidade e nobreza"22, membros de urna das "principais famílias da capitania de Sáo Paulo,,2J. O paulista Maximiliano de Oliveira Leite e seu sobrinho José Caetano Rodrigues Harta, nascido nas Minas, estavam citados entre os homens mais ricos das Minas, quando em 1756o provedor da fazenda Domingos Pinheiro fez deles roL Nesta ocasia.o, José Caetano já se encontrava casado com sua prima-inna., D.Ignácia Maria Pires de Oliveira, filha de seu tia Maximiliano. Segundo Diogo de Vascon- celos, na entrada solene que se fez em 1748 do primeiro bispo em Vila do Carmo, José Caetano representou o estado de primeirn nobreza24. Neto de Ferna.o Dias Paes, sobrinho e afilhado do Guarda-Mor Garcia Rodrigues Paes2S,Maximiliano já integrava a nobreza da terra em Silo Paulo e nas Minas também se consolidaria enquanto tal. Urna nobreza da terra cujo principal estatuto de legitimalJa.o estava ligado acondi'ta.o de conquistadores e de pri- meiros povoadores.

Talvez por esta situa'tilo já solidamente constituída por seus antepas- sados, Maximiliano e seus descendentes puderam trn'tar urna estratégia de

22. ANTI, HSO,M~.77,Doc.l.:!?l.

23. ANTI, HSO,M~.4,Doc. 48.

24. Diogo de Vasconcelos,Históna tllltiga dIIs Afinas Gerais, 4".ed, Belo Horizonte, Itatiaia, 1999, p.203.

25. ANTI,HSO,ffi'J.77,diI.l3?l.

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ascensilo social de proje'filo mais ampliada. Se pam a grande maioria dos homens que se dirigiram para as Minas, a posi'filo de maior proje'filo que poderiam alcan'far estava definida pelos limites da Vila ou, quando muito, da capitania, pam esta família foi possível construir-se enquanto urna elite de proje'filo imperial.

A busca por cargos, títulos, honrarias e todo tipo de precedencias re- ferendadas e reconhecidas localmente, mas principalmente, no centro do Império, fez parte de uma busca constante de ascensilo na tmjetória desta família. A condi'filo de cavaleiros da Ordem de Cristo, de familiares do Santo Oficio, de fidalgos da Casa Real, de Guardas, Capitiles ou Sargentos-Mores, de estudantes na Universidade de Coimbm, dentre outms, fomm alcan'fadas por muitos membras desta linhagem. Tal tmjetória foi tilo hábil e solidamente construída que muitos outras descendentes deste tronco familiar puderam chegar até o Brasil Imperial como parte importante de urna elite política de proje'filo nacional.

Até que ponto as tmjetórias de Custódio e Jasé Álvares e de alguns ou- tros membros do tronco familiar que parte de Maximiliano de Oliveira Leite, se enC3ixariam nas camcterístiC3S de entrela'famentos matrimoniais que se ve- rificam entre outras membros dessa elite? Pam tentar responder a essa inda- ga'fao apresentarei dados mais gerais sobre o sistema de casamentos pmticado por estes homens utilizando as dadas coletados nos processas matrimoniais relativos aos nomes dos mais ricos moradores do tenno de Mariana, existen- tes no Arquivo Eclesiástico da Arquidiocese de Mariana. De um universo de 175 nomes, consegui localizar 58 processos matrimoniais26, aproximada- mente 33% do total. Procurei analisar as dados relativos anaturalidade dos cónjuges, idade do casamento e trajetória percorrida até o estabelecimento na regiao. Grande diferen'fa de idade entre OScónjuges; tendenciaaendoga-

mia no grupo; homens casadoiros de origem portuguesa e mulheres naturais da regiao das Minas; grande número de filhas foram as características mais recorrentes que emergiram desta análise.

Posterionnente, voltarei ao estudo de caso deste tronco familiar que se entrela'fouCOlovárias outros que apareciam na listagem de 1756 pam analisar de fonna mais cuidadosa as escolhas e estmtégias adotadas pela elite quando se tratava de sua reprodu'filo enquanto tal. Acreditoque assim, conseguirei avan'far na compreensáo do que OS dados mais quantitativas nos revelamm.

A análise dos 58 processas matrimoniais localizados para OS homens ricas do termo de Mariana, nos permitiu apreender as C3mcterísticas mais recorrentes das enlaces matrimoniais estabelecidas pelos integrantes da elite mineim setecentista. Urna primeim observa'fao que salta aos olhas é a clara

26. Rela~¡¡odos processos cOllSultados, vide anexo 11.

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DE COMBOIEIROS DE NEGROS A CAMARISTAS E CAVALEIROS: PERFIL ECONÓMICO E ESTRAJÉGIAS DE ASCENSÁO SOCIAL NA AMÉRICA PORTUGUESA 383 predomin3ncia de noivos naturais do reino e de noivas nascidas na prápria regiao das Minas.

A grande maioria dos noivos era de naturalidade portuguesa e entre as noivas, predominavam as brasileiras. Enquanto 88,6% das noivas eram natu- mis da América Portuguesa, entre OS cónjuges do sexo masculino este per- centual náo passava de 11%. Dentre OS noivos brasileiros somente um, o já citado José Caetano Rodrigues Horta, era natural das Minas e se casam com sua prima, também filha de Maximiliano de Oliveira Leite, irmao de sua mae.

EntreOSnoivos portugueses predominavamOSMinhotos (55,6%), segui- dos pelos homens natumis das regioes do Douro e Trás-os-Montes (31,1%).

Pouco relevante em a presen'fa de noivos vindos das regioes centrais (Beiras e Lisboa), nao passando de 13,3%. Nenhum noivo saím do sul de Portugal.

Portanto, era esmagadora a presenr.ra de portugueses do norte (86,7%).

Ao contrário dos noivos do sexo masculino, as mulheres casadoiras eram em sua grande maioria nascidas na colonia e na prápria capitania (83%). Na realidade olhando com mais aten'fáo os locais de nascimento destas noivas percebemos que a maior parte delas era de mulheres nascidas nas freguesias do termo de Mariana. Das 47 mulheres nascidas no Brasil que se uniram aos homeos da elite, 36 (76,6%) eram naturais do práprio tenno de Mariana.

A tabela abaixo revela que os homens ricos naturais do reino que se casaram na regiáo das Minas, saíram de lá em tenm idade. A idade média com que vinham de Portugal pam o Bmsil em de 16anos, mas urna parcela considernvel deles vinha com 10ou 11 anos de idade. Assim como Custó- dio de Sá Ferreira e José Álvares Maciel, urna considerável parcela destes jovens vinha para a América portuguesa atuando em alguma atividade ligada

amercancia. No entanto, só conseguiam se enraizar estabelecendo la'fos de casamento depois de terem conseguido fazer a vida, ou seja, depois de terem conseguido acumular algum cabedal e/ou algum prestí&io. Este foi o caso dos dois gemos de Maximiliano de Oliveira Leite. José Alvares Maciel que aos 13anos de idade saíra da sua Freguesia de Santa Maria Maior da Vila de Viana, Arcebispado de Braga. Viera pela Bahia e dali passara pam a cidade do Rio de Janeiro, onde nao se deteve muito tempo seguindo logo depois pam as Minas. Antes de se unir em matrimonio a DJuliana Fmncisca e se tornar genro de Maximiliano de Oliveira Leite, vivera aproximadamente 30 anos nas Américas27, situa'fao semelhante a de seu cunhado Custódio e de muitos outros integrantes dessa elite.

27. Processo Matrimonial - Arguivo Eclesiástico da Arguidiocese de Mariana [AEAM],NoA638, ArA, Pasta 464.

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TABELA I

Número de

Indicadores C\lSOS com Médi3

informa,;oes

Idade Média de saída dos homens ricos do reino 41 16 anos Idade Média ao casar - HOMENS exeeto viúvos 41 38 anos Idade Média ao casar - MULHERES exeeto viúvas 41 19 anos Diferenlia Média de idjde a mais para os homens 41 18 anos

Fonte: Processos matrimoniais referentes aos homellS ricos- AEAM: ver a descri<;iío completa em anexo 111.

Finalmente, outra importante camcterística que a análise dos processos matrimoniais revela é a grande diferenlia de idade entre OS cónjuges.A idade média ao C3sar para os homens era muito elevada (aproximadamente 38 anos) e, para as mulheres, mui to baixa(19anos), o que definia urna diferenlJa média de idade entre os cónjuges muito acentuada. Os noivos eram em média 18 anos mais velhos queasnoivas. No caso das mulheres, verificamos um modelo invertido ao que Caroline Brettell encontrou pam o noroeste de Portugal no século XVIII.No reino a idade média do primeiro casamento entre as mul- heres em bastante elevada no séculoXVIII,ficando em torno dos 26anos2S

A gmnde maioria das mulheres(70,7%)se casava estando na faixa dos13 aos 19anos. O percentual das que se casavam com idades entre20e29anos ficava em torno dos 22%eOS casos de mulheres que se unimm em primeiras núpcias com idade igual ou superior aos 30anos em muito pequena(7,3%).

TABELA 2. Predominancia por faixas de idjde para o Cllsamento de homens e mulheres em primeiras núpcias

Homens Mulheres

F3ixas de id\lde

Nos. absolutos % Nos. llbsolutos %

Mais de 39 anos 17 41,5% 1 2,4%

30 a 39 anos 16 39,0% 2 4,9%

20 a 29 anos 7 17,1% 9 22,0%

13a19anos 1 2,4% 29 70,7%

Total 41 100 41 100

Fontes: Processos matrimoniais referentes90shomellS ricos - AEAM: ver anexo 111.

28. Caroline B. Brettel,Homnw que ptlrlem, mulhen:s que espertlm: ronseqüenai:ls dtJ cmigrtlfJo numtlfrrguesitl minhottl, Lisboa, Dom Quixote,1991.

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DE COMBOIEIROS DE NEGROS A CAMARISTAS E CAVALEIROS: PERFIL ECONÓMICO E ESTRAJÉGIAS DE ASCENSÁO SOCIAL NA AMÉRICA PORTUGUESA 385 EntreOShomens o quadro era radicalmente distinto. A maior parte deles se casou com idade igual ou superior a 30 anos (80,5%), sendo que 41,5%

tinham mais de 40 anos ao casar. Além disso, em 48,8% dos matrimonios analisados a diferen~a de idade do homem em rela~áoamulher era superior a 20 anos.

Tendo como pano de fundo o mapeamento realiZll.do COlo estes dados, entendemos que estamos mais adequadamente capacitados a promover agora um estudo mais pontual que nos permitirá indagar: até que ponto os enlaces estabelecidos pela família de Maximiliano de Oliveirn Leite se enC3ixam nas carncterísticas mais freqüentes apontadas acima? Seguiram sempre este pa- drno de tendencias delineado parn o grupo dos homens ricos ou, expressando estratégias diversas, apresentaram outros tipos de arranjos? ObselVando a fi- gura em anexo ao final do texto percebemos que em muitos aspectos a família de Maximiliano seguiu OS padróes dos demais homens ricos, mas é possível também destacar algumas características mais pontuais.

Houve na família urna claraop~áopelo celibato dos filhos homens. Como já mencionado, ambos foram enviados para se educarem na Universidade de Coimbra. Um deles, o Dr. Francisco Paes de Oliveira Leite, retornaria do reino e seria o escolhido pelo pai para gerir e administrar os bens da família.

Já mencionei a escritura de venda de todos OSbens que o Guarda Mor fez as

vésperas de seu falecimento para este seu filho. Esta era uma clarn estratégia de definir um dos herdeiros como aquele que seria responsável pela gestáo dos bens da casa e pelo evitar o esfacelamento do patrimonio que garantia o luzimento de todos OS seus membros. Em seu testamento datado de 1810 e aberto em 1815, o Dr. Francisco declarava que em fun~áo do falecimento dos pais e de estarem OS seus bens muito empenhados ele se virn abrigado a abrir máo de seus interesses e vir administrar os bens do casalcm utt'lid(lde dos credores e lzerdeirosJ como énotón'o e eles náo onegtlráo.Informava ainda que os lucros das terrns de culturas e minerais eram destinados para amanuten~áo

dos mesmos bens. Até esta data nenhuma partilha efetiva forn feita dos bens dos pais falecidos na década de 1760 e nem nos dos seu tia Caetano Álvares Rodrigues de quem seu pai ficara como administrador.

Também náo me parece aleatório o fato de um deles ter permanecido no reino ande ocuparia importantes fun'iÓes. Era importante para a estratégia familiar de proje~áosocial ampliada ter um representante letrado fixado no centro do Império. Intermediar os negócios da família que por lá passavam, cuidar OS interesses de obten~áo de recompensas pelos selVi~os prestados pelos seus do lado de cá do Atl3ntico e receber e encaminhar prn os estudos sobrinhos e afilhados, eram importantes fun'iÓes a serem desempenhadas para o sucesso da estratégia familiar.

(19)

A prática da endogamia no grupo e na família era evidente. Das cinco filhas do Guarda Mor, quatro se casaram com outros homens ricos senda que um dos genros era primo em primeiro grau de sua noiva.

A escolha dos genros de suas filhas que recaiu sobre naturais da América e do reino nao foi aleatória. Observou um claro sistema de diversifica<;ao das ligalJÓes, casando-se duas das filhas com conterraneos e parentes e as outras tres com estrangeiros, vindos do Reino. Esta estratégia garantia por um lado a manutenr.;ao dos bens já existentes na casa e até o seu acrescentamento, fos- se no que diz respeito aos bens materiais ou simbólicos. Por outro lado, ao se ligarem a indivíduos vindos de fora, reforr.;avam-se OS la<;os com o reino, fun- damental para aqueles que pensassem em se projetar para fora dos limites das Minas. Considerando que pelo menos dais destes gemos estiveram ligados as atividades mercantis de relativo vulto, é de se supor que a família pensava nos ganhos económicos que aqueles indivíduos poderiam representar para a casa na medida em que intermediassem seus investimentos nos negócios de contratos e de comércio de negros. Esta prntica de diversificar.;áo dos enla- ces matrimoniais nao foi uma exclusividade dos filhos de Maximiliano. Na gerar.;ao anterior a mesma opr.;ao pela conjugar.;ao de casamentos dentro da família, com conterraneos e também com portugueses pode ser verificada.

Tal prática também nao acabou na gerar.;áo dos filhos de Maximiliano. AIguns dados sobre OScasamentos dos filhos e dos netos do Guarda Mor Maximilia- no que localizamos, indicam que o mesmo padrao se repetia, com a realizar.;ao de vários casamentos endogamicos ao mesmo tempo que se praticava urna abertura para novos membros.

Outra observar.;ao que salta aos olhos é o fato de que todos os genros de Maximiliano de Oliveira Leite eram, ou seriam depois de casados, Cavaleiros da Ordem de Cristo e detentares dos mais altos postos das forr.;as militares nas Minas. Quatro deles integravam as ordenanr.;as e um deles a Cavalaria Auxiliar.

Náo é necessário me alongar sobre a importancia destes títulos e funlJÓes para a defini<;áo do lugar social dos indivíduos nesta sociedade e para a definir.;áo do seu poder de mando. Assim como Maximiliano de Oliveira Leite e Caeta- no Álvares Rodrigues, guatro dos genros do Guarda Mor também ocuparam cargos nas camaras das localidades em que viviam (Mariana e Vila Rica). So- mente José Caetano Rodrigues Horta náo chegou a integrar a vereanr.;a, mui- to provavelmente em fun<;áo dos constantes deslocamentos que seu posta de Coronel das forr.;as Auxiliares implicava. Dais deles, justamenteOS naturais da América, José da Silva Pontes e José Caetano Rodrigues Harta atuaram como Guardas Mores. José Álvares Maciel fora escriváo das execulJÓes de Vila Rica.

Ou seja, todos eram homens que ocuparam o topo da hierarquia económica mas também das funlJÓes políticas das localidades em que se estabeleceram.

Ao escolhe-Ios para genros, Maximiliano preservava o poder de mando que a família possuía desdeOStempos iniciais da ocupar.;áo da regiáo.

(20)

DE COMBOIEIROS DE NEGROS A CAMARISTAS E CAVALEIROS: PERFIL ECONÓMICO E ESTRAJÉGIAS DE ASCENSÁO SOCIAL NA AMÉRICA PORTUGUESA 387

Excetuando José Caetano e D. Inácia Maria que se casaram COlO a mesma idade, todos OS outros casais apresentavam grande diferen'fa de idade entre os noivos. Seguindo o padrno geral predominante para OS demais homens ricos das Minas, OS noivos tinham em média 22 anos a mais que suas esposas. Eram homens que se casaram depois de cumprirem urna trajetória de acumula'fáo de bens económicos relativamente bem sucedida o que aponta para a prática da exogamia como uma importante estratégia daqueles que compunham a nobreza da terra de abertura para outros setores sociais visando garantir a manuten'fáo e o aumento do poder concentrado na família ao mesmo tempo em que garantia a boa situa'fáo económica das filhas. Neste aspecto a regiáo analisada difere do da situa'fáo do Rio de Janeiro analisada por Joáo Fragoso.

É possível que tal diferen'fa se assente no fato de Minas do século XVIII ser urna sociedade ainda em forma'fáo, ao passo que o Rio de Janeiro já se constituía enquanto urna sociedade mais decisivamente estruturada. Para OS homens que se uniram a estas mO'fas o casamento representava antes de mais nada urna oportunidade imediata de aumentar seu prestígio já que estavam se ligando a urna das mais nobres famílias de primeiros povoadores das Minas Gerais, "pessoas principais deste bispado, nobres e de nobre gera'fáo".

Existia entre os membros desta família urna forte n0'ráo de C3sa e lin- hagem o que pode ser verificado de modo mais contundente no processo de C3samento de José Caetano Rodrigues Harta em que se argumentava no pedido de dispensa de consanguinidade para que pudesse se casar com sua prima. Nesse processo argumentavam:

"Que os orndores sao pessOllS principllis deste bispado, nobres e de nobre genHJio por si e seus pais e sempre como tllis se trutarum, forum tidos e havidos e reputados, tllnto llssim, que o orndor e plli da orndorn sao Cllvaleiros do Hábito, e com a mesmll insígnia foi condecorado o pai do orador.

l...)

Que a orudoru náo tem em no lugar onde vive e de queé natural, sujeito igulll no genio, idllde, estado e condilJao, com quem possa casar se nao com o orudor, e como mulher lhe éllSsaZ penoso deixar a companhia de seus pllis e parentes, Cllsando foru do lugllr de sua naturalidade e domicílio".

De fato, nesta família, a condi'fáo de nobreza esteve presente desde tem- pos mais remotos e OS casamentos endogamicos náo eram urna novidade. Pelo contrário, representavam urna importante estratégia familiar praticada pelas geralJÓes anteriores e que se perpetuaria em geralJÓes futuras, mantendo a qualidade de nobreza do grupo e garantindo a manuten'ráo de um património necessário para a presetva'fáo dessa condi'fáo. Além disso,justificativas essen- cialmente económiC3S apareciam na justificativa:

(21)

"C..)em razao de se acharem os bens de urna e outra casa promiscuamente juntos por conservarem seus pais sempre socieebde e juntamente por se temerem dis- córdias, litígios e grundes incOmodos na divisáo dos ditos bens e que dl1 mesma forml1 se acham concorrendo outras muitl1s causas".

A análise das estratégias e práticas familiares de Maximiliano de Oliveira Leite e seus aparentados se adequa perfeitamente anor.;ao de casa expressa por António Manuel Hespanha para compreender a célula básica de exercí- cio do poder político nas sociedades de Antigo Regime. Nestas sociedades, o político nao se distinguia das relar.;oes económicas estando pelo contrnrio inscrito mesmo na sua unidade sócio-económica básiC3, a casa. Segundo Hes- panha, na casa:

"C..)o chefe C..)é, ao mesmo tempo, o titub.r de poderes de direcyio sobre os l1gentes produtivos (os membros da fl1mília, na sua l1cepliáo de consl1guíneos, ag- nados e servilJais), poderes que11teoria da época desigmlVl1 por poderes "econo- micos" (i.e., relativos aCllsa, oikos), mas que coelWolvil1m l1tribuilioes que hoje designamos de 'polítiClls'" (HESPAN HA, p.33).

Assim também agiam OS principais personagens aqui analisados. O Co- ronel Caetano Álvares Rodrigues e o Guarda Mor Maximiliano de Oliveira Leite foram os grandes organizadores de sua extensa casa que congregava cunhados, sobrinhos, filhos, genros, urna ampla gama de aparentados e tam- bém de escravos. Habilmente atuaram definindo os papéis e os deveres de cada um, ao mesmo tempo em que tratavam de proteger e amparar a todos.

Por terem sido bem sucedidos, vátios de seus descendentes conseguiram se projetor na estrutura política do Impétio Portugues e do Brasil Impétio.

Mas para isso, também foi fundamental a base política 10C3l que outros seus aparentados continuaram a manter em suas regióes de origem. Os negocian- tes Custódio de Sá Ferreira e José Álvares Maciel, conseguiram coroar suas trajetótias de vida ascendente, com as unioes matrimoniais que estabeleceram com essa família.

(22)

I

ANEXO 1. ENTRELA<;:AMENTOS FAMILIARES. TRONCO DE MAXIMILIANO DE OLIVEIRA LElTE

CM Mnimilhmo de Olh'fin Lrilf

D.lgnácia de Anuda Pires (Nlluul dr SAo PIulo)

I I I I I I

D.'\hrlll\ll D. An. Ignkil D. "lIri_ Dr. Francisco Dr.•lost l'irts D. Ignkil "lIri_ O.Jubn.

Dias rln dfOlhfln l'l\ts de OIR'tira MOnltlro de Pires df 011\-,1... Fnndsndf

uilr Oli\'tirll OliH'iu Lt'ilt

+ + + + +

CMJosf Q C.p. Cl1$lódio de Clip. uOllrl de Cel. JoséC.IIDO SMJoséAh"u

Sih'. PODles SllI Ferrrira Abrell Lima Rodrigues norta Madtl(PT-

(Sio Piulo) (Portuguis) (l'orttJguh) (MG - "brilnl) Minhe)

IFilhode HR

+ Casadaoom

IHomem Rico fHRl I

(23)

ANEXO JI. DATA E REFERENCIA DOCUMENTAL DOS PROCESSOS MATRIMONIAIS CONSULTADOS NO ARQUIVO ECLESIÁSTICO DA ARQUIDIOCESE DE MARIANA

Data Processo Armario Pasta

01/01/1742 138 1 14

03/08/1754 139 1 14

20/10/1749 160 1 16

19/06/1722 243 1 25

01/01/1725 264 1 27

21/04/1740 433 1 44

20/06/1755 521 1 53

25/10/1757 564 1 57

28/08/1750 594 1 60

18/05/1735 671 1 68

02/01/1754 898 1 90

01/01/1763 1163 1 117

06/07/1731 1247 1 125

07/10/1765 1398 2 140

01/01/1764 1744 2 175

18/09/1725 1764 2 177

04/01/1759 1774 2 17

24/04/1737 1809 2 181

26/08/1750 1879 2 188

21/08/1733 1888 2 189

04/07/1741 1915 2 192

03/02/1736 1946 2 195

17/04/1730 2025 2 203

07/05/1756 2530 3 253

25/09/1760 2658 3 266

23/01/1741 2758 3 276

03/06/1730 2759 3 276

22/01/1740 2908 3 291

30/08/1759 3478 3 348

03/02/1750 3509 3 351

01/01/1759 3623 3 363

(24)

DE COMBOIEIROS DE NEGROS ACAMARISTAS ECAVALEIROS: PERFIL ECONÓMICO E ESTRAJÉGIAS DE ASCENSÁO SOCIAL NA AMÉRICA PORTUGUESA 391

Data Processo Armario Pasta

12/09/1734 3650 3 365

29/05/1736 3988 4 399

04/01/1747 4122 3 413

09/10/1755 4638 4 464

30/08/1759 4738 4 474

07/01/1765 4749 4 475

28/11/1749 4768 4 477

12/06/1758 5091 5 510

01/01/1760 5104 5 511

27/06/1743 5128 5 513

18/09/1753 5995 5 600

20/04/1757 6114 5 612

02/05/1737 6116 5 612

29/06/1763 6186 5 619

19/04/1757 6220 5 622

01/08/1733 6319 5 632

12/06/1746 6425 6 643

12/02/1748 6458 6 646

07/05/1763 6854 6 686

01/12/1747 7023 6 703

09/10/1747 7037 6 704

25/01/1735 7065 6 707

01/08/1742 7290 6 729

30/01/1741 7417 6 742

07/11/1747 7494 6 750

21/11/1750 7966 7 797

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