• Nenhum resultado encontrado

Complicações Associadas aos Enxertos Ósseos Aposicionais com Osso Autógeno. Complications Related to Inlay Autogenous Bone Grafts

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Complicações Associadas aos Enxertos Ósseos Aposicionais com Osso Autógeno. Complications Related to Inlay Autogenous Bone Grafts"

Copied!
8
0
0

Texto

(1)

15

REVIST

A BRASILEIRA DE CIRURGIA BUCO

-MAXIL O -F ACIAL V10 N2 P . 15 - 22 Recebido em 15/05/09 Aprovado em 08/03/10

Complicações Associadas aos Enxertos Ósseos Aposicionais com Osso Autógeno

Complications Related to Inlay Autogenous Bone Grafts

Fernanda Florian| Cirurgiã-dentista e bolsista FUNDAP do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial da Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP.

Nicolau Conte Neto | Especialista em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial.

Valfrido Antônio Pereira Filho | Professor Assistente Doutor da Disciplina de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial da Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP.

Marisa Aparecida Cabrini Gabrielli| Professor Assistente Doutor da Disciplina de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial da Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP.

Eduardo Hochuli–Vieira | Professor Assistente Doutor da Disciplina de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial da Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP.

Resumo

Introdução: a exodontia dentária resulta em perda de osso alveolar, sendo este um fator limitante à possibilidade de reabilitação com implantes dentários, em função do volume ósseo insuficiente para sua execução, podendo ser indicado a utilização de enxertos visando ao aumento do rebordo alveolar. No entanto, o sucesso no emprego da enxertia óssea requer o acompanhamento minucioso das etapas clí-nicas. Proposição: o objetivo desta pesquisa foi o de avaliar as complicações pós-operatórias associadas aos enxertos ósseos autógenos aposicionais. Materiais e Métodos: Por meio de uma análise retrospectiva aleatória, foram avaliados 90 prontuários de pacientes submetidos ao procedimento cirúrgico de enxerto ósseo autógeno aposicional no período de janeiro de 2000 a março de 2008, através da elaboração de uma ficha clínica com dados necessários para essa avaliação. Resultados: dentre os prontuários analisa-dos, 59 eram do gênero feminino, com média de 49,42 anos e 31 do gênero masculino com média de 47,90 anos. As doenças anteriores mais relatadas foram hipertensão, gastrite e diabetes. O tabagismo foi observado em 13,3% dos pacientes. A área doadora mais utilizada foi a linha oblíqua da mandíbula. As complicações pós-operatórias na área receptora representaram 17,8% dos prontuários analisados e, na área doadora, somente 1 paciente apresentou parestesia na região cirúrgica. Conclusão: dentre o total de prontuários analisados, observou-se que as complicações pós-operatórias associadas aos enxertos ósseos autógenos aposicionais representaram 18,9% dos pacientes submetidos ao procedimento, aco-metendo, mais frequentemente, a área receptora, tendo como resultado a exposição parcial do enxerto e ausência de gengiva inserida na cortical vestibular.

Descritores: Transplante Ósseo; Complicações Pós-operatórias; Reabilitação Bucal.

Abstract

(2)

16

Complicações Associadas aos Enxertos Ósseos Aposicionais

com Osso Autógeno

Florian et al.

2008. A clinical record was elaborated with base in the necessary data for this evaluation. Results: About the file data analysis, 59 female with average of 49,42 years and 31 male with average of 47,90 years. The previous diseases most related were arterial hypertension, stomachache and diabetis. The smokers was noticed in 13,3% of patients. The donor site most used was a mandibular ramus. The postoperative complications in receiving area represented 17,8% of file datas analysed and in the donor site only one patient showed parestesis. Conclusion: Among the total analyzed files it was observed that the postoperati-ve complications associated with the autogenous bone grafts represented 18,9% of the patients submitted to the procedure, more frequently affecting the receiving area, obtaining partial exposure of the bone graft and absence of inserted gingiva on vestibular cortical bone.

Keywords: Bone Transplantation; Postoperative Complications; Mouth Rehabilitation.

Introdução

A perda prematura dos elementos dentais conduz, invariavelmente, à reabsorção progressiva do osso alveolar em até 60% nos três primeiros anos1,

tor-nando-se ainda mais acentuada devido à ausência de função nesta região. Dependendo do grau e do comprometimento do volume ósseo remanescen-te, esta atrofia pode comprometer, ou até mesmo, inviabilizar a reabilitação oral com implantes os-seointegráveis, tornando-se necessária a reconstru-ção óssea do rebordo edêntulo para recompor o sistema estomatognático em função e estética2,3.

A principal finalidade das reconstruções ósseas nas atrofias maxilares consiste em favorecer o posicio-namento dos implantes osseointegrados no rebor-do edêntulo e, consequentemente, a eficiência e durabilidade da reabilitação protética4,5,6, uma vez

que a disposição inadequada dos implantes pode piorar o prognóstico protético cirúrgico com a ins-talação de implantes ou abutments angulados7. Por

este motivo, o planejamento cirúrgico deve estar diretamente relacionado ao planejamento protético e à conformação geométrica do rebordo alveolar residual ao que diz respeito à distribuição dos im-plantes e o bom posicionamento tridimensional das ancoragens8,9.

A literatura apresenta vários substitutos ósseos para a reconstrução das atrofias maxilares que podem ser autógeno, quando removidos do próprio indivíduo,

homólogo quando doado por indivíduo da mesma espécie, heterógeno, quando retirado de um indi-víduo de outra espécie e aloplástico ou implantes quando produzido sinteticamente10. Dentre os

bio-materiais disponíveis, o osso autógeno é tido como primeira opção para a reconstrução óssea2,3,11,

pois fornece as condições mais favoráveis ao esta-belecimento da osteogênese durante o reparo pós-cirúrgico2,3,11, por apresentar as propriedades de

osteocondução, osteoindução e osteogênese, que no osso autógeno se sobrepõem. 5ermitindo uma formação óssea mais rápida9,12,13.

Os enxertos ósseos autógenos podem ser classifi-cados de acordo com a área doadora em intra ou extrabucal14, de modo que a escolha depende

prin-cipalmente da quantidade de osso requerida para reconstrução e do tipo de defeito ósseo 2,8,15,16,17.

Para pequenos defeitos, opta-se por áreas doa-doras intraorais, como as regiões de sínfise, ramo mandibular e túber, tendo como vantagens o acesso conveniente, proximidade entre os sítios receptores e doador e menor morbidade18. Para reconstruções

maiores, as áreas doadoras de eleição são extrao-rais, sendo a calota craniana e osso ilíaco as mais utilizadas2,3,11,14,16.

O enxerto ósseo também pode ser classificado em onlay, inlay, intraposicional ou triturado19. Os

(3)

17

REVIST

A BRASILEIRA DE CIRURGIA BUCO

-MAXIL O -F ACIAL V10 N2 P . 15 - 22 Recebido em 15/05/09 Aprovado em 08/03/10

enxertos particulados para defeitos ósseos pré-exis-tentes ou lojas cirurgicamente criadas9,11,15.

A literatura descreve altos índices de sucesso com o enxerto ósseo autógeno, variando entre 88,5% a

100%11,20,21. No entanto, o sucesso no emprego da

enxertia óssea requer o acompanhamento minucio-so das etapas clínicas, o que envolve exame clínico inicial, planejamento cirúrgico, critérios para sele-ção da área doadora, preparo da região receptora, fixação do enxerto e seu recobrimento2,3,8,9,13,14,15,17,

o que ainda não elimina as ocorrências de com-plicações, as quais parecem estar relacionadas, principalmente, à técnica cirúrgica deficiente e/ou contaminação bacteriana, podendo ocorrer tanto nas áreas doadoras quanto nas receptoras13,17.

Em relação às áreas receptoras, as principais falhas incluem o contorno inadequado do bloco, coloca-ção incorreta dos parafusos de fixacoloca-ção e pressão da prótese provisória, que resultam em complica-ções, como reação inflamatória prolongada, expo-sição óssea, necrose, reabsorção óssea exagera-da, infecção8,9,11,16, diminuição da quantidade ou

ausência de mucosa ceratinizada e exposição da membrana17. No que diz respeito às áreas

doado-ras, as complicações podem ocorrer tanto na re-gião intrabucal quanto na extrabucal, contudo são mais incomuns nesta última, sendo descritos casos de hemorragia hematoma e edema, os quais tam-bém são observados no sítio intrabucal, além de parestesia temporária e infecção.

O sucesso das técnicas reconstrutoras por meio de enxertos ósseos está relacionado a diversos fatores, incluindo a fundamentação nos princípios biológi-cos, experiência clínica e resultados alcançados, de modo que a análise desses resultados obtidos por meio de uma amostra de pacientes nos permi-te avaliar criticamenpermi-te as complicações em popermi-ten- poten-cial dos procedimentos de enxertia óssea, a fim de identificar e controlar os fatores de risco, o que nos possibilita, dessa forma, alcançar resultados mais satisfatórios.

Proposição

O objetivo desta pesquisa foi o de avaliar as com-plicações pós-operatórias associadas aos enxertos

ósseos autógenos aposicionais que poderão com-prometer total ou parcialmente o enxerto realiza-do.

Metodologia

Sob o protocolo nº 16/08 do Comitê de Ética em Pesquisa da FOAr. - UNESP, avaliaram-se, por meio de uma análise retrospectiva aleatória, 90 pron-tuários de pacientes submetidos ao procedimento cirúrgico de enxerto ósseo autógeno aposicional no período de janeiro de 2000 a março de 2008. Como parte dos prontuários, há um termo de con-sentimento assinado para a sua realização, ela-borado de acordo com o item IV da Resolução n° 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, do Mi-nistério da Saúde.

Esta pesquisa teve por objetivo avaliar as complica-ções pós-operatórias associadas aos enxertos ósse-os autógenósse-os apósse-osicionais realizadósse-os em pacientes atendidos pela Disciplina de Cirurgia Buco-Maxilo-Facial da Faculdade de Odontologia de Araraqua-ra – UNESP (C.B.M.F – F.O.Ar.). Todos os procedi-mentos cirúrgicos foram padronizados e realizados pela mesma equipe de profissionais, constituída de três residentes e um Professor Assistente. Para tanto, a partir dos prontuários, foi elaborada uma ficha clínica com base nos dados necessários a essa ava-liação.

(4)

18

Complicações Associadas aos Enxertos Ósseos Aposicionais

com Osso Autógeno

Florian et al.

Resultados

Dentre o total de prontuários analisados, observou-se que 59 foram do gênero feminino e 31, do gêne-ro masculino. A idade dos pacientes que realizaram o procedimento variou entre 20 a 74 anos, com uma média de 49,42 anos para o gênero feminino e 47,90 para o gênero masculino. (Gráfico 2) No que diz respeito às doenças prévias, observou-se que as mais relatadas foram a hipertensão, gastrite e diabetes. (Gráfico 3) Quanto aos hábitos e vícios, destaca-se o tabagismo em 13,3% da amostra. A área doadora mais frequentemente encontrada foi a linha oblíqua da mandíbula (LOM) com 71 casos, seguida da região mentual com 13 casos, crista ilíaca anterior (CIA) com 4 casos e região de tuberosidade com 02 casos. (Gráfico 4)

Os transtornos e as complicações pós-operatórias, em relação à área receptora, estiveram presentes em 16 pacientes, o que corresponde a 17,8% do total de prontuários analisados. (Gráfico 5) Dentre estas, estavam 09 exposições parciais do enxerto, 04 ausências de gengiva inserida, 02 perdas par-ciais do enxerto e 01 deslocamento total do enxer-to.

Entretando, em relação aos transtornos e às com-plicações pós-operatórias na área doadora, obser-vou-se somente a parestesia em 01 paciente, sendo que nenhuma outra complicação foi observada na amostra avaliada. 47 47,5 48 48,5 49 49,5 50 masculino feminino gênero

média das idades

Gráfico 2 – Média das idades dos pacientes Fonte: C.B.M.F.-F.O.Ar, SP 0 2 4 6 8 10 12 hipertensão hepatite reumatismo infeccioso diabetes gonorréia síndrome do pânico herpes zoster depressão apendicite câncer de pele doenças anteriores número de casos

Gráfico 3 – Relação de doenças anteriores relatadas pe-los pacientes

Fonte: C.B.M.F.,F.O.Ar, SP

Gráfico 4 – Áreas doadoras de enxerto ósseo autógeno (L.O.M = linha oblíqua da mandíbula/ M = mento / C.I.A = crista ilíaca anterior / C.C = calota craniana). Fonte: C.B.M.F.,F.O.Ar, SP

Gráfico 1 – Distribuição dos enxertos autógenos de acordo com área receptora.

(5)

19

REVIST

A BRASILEIRA DE CIRURGIA BUCO

-MAXIL O -F ACIAL V10 N2 P . 15 - 22 Recebido em 15/05/09 Aprovado em 08/03/10 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 1 complicações pós-operatórias nº de prontuários ausência gengiva inserida deslocam. total do enxerto expos.parcial do enxerto perda parcial do enxerto

Gráfico 5 – Transtornos e Complicações Pós-Operató-rias na Área Receptora.

Fonte: C.B.M.F.,F.O.Ar, SP

Discussão

Diante das limitações anatômicas provocadas pela perda prematura dos elementos dentais, a reabsor-ção óssea do processo alveolar compromete subs-tancialmente qualquer tentativa de reabilitação oral por meio de implantes osseointegráveis 2,5,6,13,16,17.

Por esse motivo, a busca por alternativas para re-construção maxilar é indispensável, atribuindo-se ao enxerto ósseo autógeno os melhores índices de sucesso11,13,15,20,21, tornando-o amplamente

utiliza-do no planejamento cirúrgico com implantes os-seointegráveis 2,9,11,13,17, o que está de acordo com

esta pesquisa pelos baixos índices de complicações observados. No entanto, o sucesso desta técnica requer um planejamento e desenvolvimento cirúr-gico criteriosos, o que ainda assim não elimina a ocorrência de complicações 2,3,8,9,13,14,15,17.

No que diz respeito ao gênero e à idade dos pa-cientes nesta amostra, observou-se uma predomi-nância do gênero feminino, presente em 65,56% dos casos, o que se sugere uma maior preocupa-ção das mulheres em substituir próteses dentárias convencionais por próteses sobre implantes que oferecem um maior conforto e uma melhor quali-dade de vida2,17. Os transtornos e as complicações

tanto da área receptora quanto na área doadora afetaram 12 pacientes do gênero feminino e 6 pa-cientes do gênero masculino, com média de idade

de 45 e 47 anos, respectivamente.

As alterações causadas pelo fumo geram um gran-de número gran-de problemas gran-devido à ação da nicotina que altera o processo de reparo de enxertos ósseos autógenos e tecido mole, retardando a cronologia dos eventos, sugerindo que o uso do tabaco seja suspenso uma semana antes e por, pelo menos, dois meses após a colocação dos implantes 22,23.

Alguns autores compararam os resultados entre grupos de pacientes fumantes e não fumantes, ob-servando os piores índices de sucesso entre os fu-mantes6,22,24. Nesta avaliação, o tabagismo esteve

presente em 13,3% da amostra, do qual represen-ta 23% do torepresen-tal das complicações observadas na amostra, comprovando que o hábito de fumar tem efeito prejudicial sobre a cicatrização23.

A seleção da região doadora de enxertia baseia-se no volume ósseo desejado, volume ósseo disponível e espaço da área a ser reconstituída 2,3,11,13,14,20, de

modo que a região intrabucal é a mais frequente-mente selecionada, além de oferecer grandes van-tagens em relação à região extrabucal, no que diz respeito ao acesso conveniente, proximidade entre os sítios receptor e doador e menor morbidade18.

Esta tendência também foi observada nesta pesqui-sa, uma vez que a região intrabucal foi selecionada em 86% dos casos, sendo a linha oblíqua mandibu-lar a área mais frequente (80%), assim como obser-vado pela maior partes dos autores2,3,6,11,13,14,20. A

região extrabucal como área doadora usualmente justifica-se em reconstruções que requerem maiores volumes ósseos8, sendo o osso ilíaco a área

doa-dora mais frequentemente utilizada3,8,11,13,17, o que

também está de acordo com esta pesquisa.

Com relação à distribuição das áreas receptoras neste estudo, a de maior número de enxertos ósseos autógenos foi a maxila anterior com 34 pacientes o que corresponde a 37,78%, sendo de importante consideração estética para o paciente . Na sequên-cia, a região de mandíbula posterior correspondeu a 24 pacientes (26,67%), maxila posterior com 17 pacientes (18,89%) e, finalmente, a mandíbula an-terior com 15 pacientes (16,67%).

(6)

procuran-20

Complicações Associadas aos Enxertos Ósseos Aposicionais

com Osso Autógeno

Florian et al.

do-se observar, conforme a literatura, a presença de tecido ósseo adequado para instalação dos implantes5,25, o comprometimento da estética

gen-gival em função da presença ou não de mucosa ceratinizada, considerações sobre as possíveis con-taminações das áreas reconstruídas (comunicação buco-sinusal e buco-nasal), além da presença ou não de deslocamento do enxerto no momento de instalação dos implantes26, exposição parcial ou

to-tal do enxerto ósseo assim como sua perda20,27.

Dentre as complicações observadas na região en-xertada, a mais frequente foi a exposição parcial do enxerto, com 9 casos, provavelmente atribuída ao fechamento com retalhos sob tensão por incisão periosteal inadequada17, agravado nos pacientes

fumantes pelo comprometimento da

vasculariza-ção24,28.

Em dois pacientes, houve perda parcial dos enxer-tos que inviabiliza a instalação dos implantes, sendo a área doadora a crista ilíaca anterior. Resultados semelhantes13 no que diz respeito ao potencial de

reabsorção de enxertos de crista ilíaca também fo-ram observados, muito provavelmente devido a sua arquitetura trabecular mais ampla, apesar de favo-recerem uma revascularização mais rápida do que enxertos de mandíbula ou calota craniana13.Como

alternativa para estes casos, sugere-se a divisão de enxertos volumosos em enxertos menores, a fim de facilitar o ajuste do enxerto ao leito receptor, pro-porcionando um maior contato entre as interfaces, o que melhora a estabilidade e diminui a taxa de reabsorção do enxerto13,16,17.

Nesta avaliação, todos os casos de ausência de gengiva inserida ocorreram no gênero feminino, tendo a maxila anterior como área receptora. Al-guns autores sugerem a indicação do enxerto de gengiva livre para melhora da qualidade do tecido mole, permitindo uma melhor proteção da área26.

Em um paciente, observou-se o deslocamento total do enxerto, no momento da instalação do implante pela falta de integração do enxerto ao leito recep-tor26, ocasionada, provavelmente, pela má

adapta-ção do enxerto ao leito receptor ou movimentaadapta-ção do enxerto em decorrência de deficiência de

fixa-ção17,26.

Quanto às complicações e aos transtornos na área doadora, foi relatado apenas um caso de pareste-sia permanente do nervo mentual devido à remo-ção do bloco ósseo na região de mento em proxi-midade ao forame mentual.

Dessa maneira, apesar de resultados clínicos satis-fatórios, há um número limitado de trabalhos so-bre os transtornos e complicações pós-operatórias em reconstruções de rebordo alveolar. Porém, os resultados observados variam em função da área doadora, área receptora e intensidade de reabsor-ção óssea, sendo que outros trabalhos deverão ser desenvolvidos para que achados clínicos possam ter suas dúvidas diminuídas.

Conclusão

• As complicações pós-operatórias associa-das aos enxertos ósseos autógenos aposicionais representaram 18,9% dos pacientes submetidos ao procedimento.

• Os transtornos da técnica cirúrgica e as complicações pós-operatórias acometeram mais frequentemente a área receptora, tendo como re-sultado a exposição parcial do enxerto e ausência de gengiva inserida na cortical vestibular.

Referências Bibliográficas

1. Scivittaro G, Bueno R, Giglio F, Santana E. Aná-lise da reabsorção de enxertos ósseos onlay de duas áreas intrabucais sobre o rebordo alveolar. Revista Implant News 2005; 2 (4):385-390. 2. Klassmann FA, Coró ER, Thomé G, Melo ACM,

Sartori IAM. Enxertos Ósseos Autógenos de Áreas Doadoras Intra-Bucais e Procedimentos Clínicos Integrados, Possibilitando Reabilitação Estética e Funcional. RGO 2006; 54(4):388-392.

3. Kuabara MR, Vasconcelos LW, Carvalho de PSP. Técnicas Cirúrgicas para Obtenção de Enxerto Ósseo Autógeno 2000; 12 (1,2): 44-51.

(7)

21

REVIST

A BRASILEIRA DE CIRURGIA BUCO

-MAXIL O -F ACIAL V10 N2 P . 15 - 22 Recebido em 15/05/09 Aprovado em 08/03/10

5. Bahat O. et al. Reconstruction of the Hard and Soft Tissues for Optimal Placement of Osseointe-grated Implants. Int. J.Periodontics Restorative Dent 1993; 13(3):255-75.

6. Levin L, Nitzan D, Arad-Schwartz D. Success of Dental Implants Placed in Intraoral Block Bone Grafts. J. Periodontol 2007; 78(1):18-21.

7. Jaber K. Enxerto ósseo onlay e implantes endós-seos na reconstrução de maxila severamente rea-bsorvida. Revista BCI 2001; 8(30):168-175. 8. Souza e Silva GH, Salim RA, Marzola C,

Tole-do-Filho JL. Reconstrução de Maxila Atróica com Enxerto da Crista Ilíaca. Revista da Literatura e Apresentação de Caso Clínico Cirúrgico. Traba-lho apresentado para conclusão do Curso de Es-pecialização em Cirurgia e Traumatologia Buco Maxilo Facial, promovido pela APCD – regional de Bauru; 2006.

9. Carvalho PSP de, Paleckis LGP, Moraes Jr EF, Ponzoni D. Enxerto Ósseo Autógeno: da biologia aos acidentes e transtornos pós–operatórios. In: Querido MRM, Gomes YLF. Implantes Osseoin-tegrados – Inovando Soluções. São Paulo: Artes Médicas; 2004. p 161-179.

10. Hallman M, Thor A. Bone substitutes and gro-wth factors as an alternative/complement to auto-genous bone for grafting in implant dentistry. Pe-riodontol 2008; 47: 172-92.

11. Levandowski Jr. N, Pfeifer AB, Paza, AO, Valia-ti R, Silva MRPB. UValia-tilização de Osso Alógeno em Bloco para Aumento de Rebordo Alveolar: revisão da literatura. Revista Implant News 2008; 5(1): 51-57.

12. Garg AK. Grafting materials in repair and res-toration. In: Lynch SE, Genco RJ, Mar RE. Tissue engineering: applications in maxillofacial surgery and periodontics. Carol Stream: Quintessence Books; 1999. p 83-101.

13. Vasconcelos LW, Petrilli G, Paleckis LPG. En-xertos Ósseos Autógenos na Implantodontia. In: Franchischone, C.E. Osseointegração e o Trata-mento Multidisciplinar. São Paulo: Quintessence;

2006. p 201-228.

14. Ellis E. Reconstrução Cirúrgica dos Defeitos dos Maxilares. In: Peterson LJ, Ellis E, Hupp JR, Tucker MR. Cirurgia Oral e Maxilofacial Contemporânea. Rio de Janeiro: Elsevier; 2005. p 681-689.

15. Palesckis LGP, Picosse LR, Vasconcelos LW, Car-valho PSP de. Enxerto Ósseo Autógeno – Por que e Como Utilizá-lo. Revista Implant News 2005; 2(4): 369-74.

16. Breine U, Branemark PI. Reconstruction of al-veolar jaw bone. An experimental and Clinical Study of Immediate and Preformed Autologous Bone Graft in Combination with Osseointegrated Implants. Scand J Plast Reconstr Surg 1980; 14: 23-28.

17. Moraes Júnior EF. Enxerto Autógeno para Au-mento em Espessura e ou Altura do Processo Ós-seo Alveolar, Transtornos de Técnica Cirúrgica, Complicações e Sobrevivência dos Implantes. SP. [Tese de Doutorado]. Araçatuba: Faculdade de Odontologia da Universidade Estadual Paulista; 2002.

18. Goiatá J. Reabilitation of patients with severe-ly resorbed maxillae by means of implants with or without bone grafts: a 1-year follow-up study. In-ternational Journal Oral Implants 2000;13:474-482.

19. Kuabara M, Vasconcelos L, Carvalho P. Téc-nicas cirúrgicas para obtenção de enxerto ósseo autógeno. Revista da Unimep 2000; 12 (1) e (2): 44-51.

20. Schwartz-Arad D, Levin L. Intraoral Autogenous Block Onlay Bone Grafting for Extensive Recons-truction of Atrophic Maxillary Alveolar Ridges. J.Periodontol 2005; 76(4):636-641.

21. Chiapasco M, Zaniboni M, Boisco M. Augmen-tation procedures for the rehabiliAugmen-tation of deficient edentulous ridges with oral implants. Clin Oral Implants Res. 2006 Oct;17 Suppl 2:136-59. Re-view.

(8)

22

Complicações Associadas aos Enxertos Ósseos Aposicionais

com Osso Autógeno

Florian et al.

Int J Oral Maxillofac Implants 1993; 609-15. 23. Bonfante S. A influência da nicotina no processo

de reparo de enxerto ósseo autógeno. Estudo his-tológico e histométrico em ratas. SP. [Dissertação de Mestrado]. Araçatuba: Faculdade de Odonto-logia da Universidade Estadual Paulista; 2005. 24. Dental Implant Clínical Reserch Group,

Gor-man LM, Lambert PM et al. The effect of smoking on implant survival at second stage surgery. Im-plant Dental1994; 3:165-68.

25. Jensen J. et al. Varying treatment strategies for reconstruction of maxillary atrophy with implants: results in 98 patients. J. Oral Maxillofac. Surg. 1994; 52(3):210-2.

26. Misch.CM, Misch CE. The repair of localized severe ridge defects for implant placement using mandibular bone grafts. Implant. Dent. 1995; 4(4): 216-7.

27. Mattout P, Mattout C. Conditions for success in guided bone regeneration: Retrospective study on 376 implant sites. J. Periodontol 2000; 71:1904-09.

28. Pinto JR. et al. Effects of nicotine on the healing of extraction sockets in rats. A histological study. Braz. Dent. J 2002; 13(1):3-9.

Endereço para Correspondência Eduardo Hochuli–Vieira

Referências

Documentos relacionados

RESUMO Implicações da variabilidade genética de Trichogramma pretiosum Riley, 1879 no seu desempenho como agente de controle biológico O conhecimento das implicações da

Concluindo: o Nordeste parece ser a única região que, no período analisado, responde de forma tímida aos estímulos da descentralização, pois tanto a nível dos estados quanto dos

Tal como outros medicamentos anti-inflamatórios, não deve tomar Dolacen durante os últimos 3 meses de gravidez, pois tal poderá provocar lesões no feto ou complicações no

O presente Contrato não poderá ser cedido ou transferido pelo(a) CONTRATANTE, sem a prévia concordância da CONTRATADA. Esta poderá, sempre, transferir ou terceirizar

As such, the objective of the present work was to identify the alterations undergone by the in- vertebrate community associated to Lapa Nova, a large dolomitic cave of Minas Gerais

 Marque as respostas com caneta esferográfica azul ou preta.  Marque apenas uma letra para cada questão, mais de uma letra assinalada implicará nota zero à

De fevereiro a outubro, de acordo com alguns o período mais aberto na história russa, Lênin persuadiu seu partido, juntou forças com Trotsky e se preparou para uma nova revolução..

As principais ações propostas foram: a instalação de telhas translúcidas no ambiente produtivo, a adequação do diagnóstico energético da unidade nos prazos da