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CONSELHO DE DISCIPLINA

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Academic year: 2021

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CONSELHO DE DISCIPLINA

SECÇÃO NÃO PROFISSIONAL

Processo nº 32 – 2020/2021

DESCRITORES: Exame médico desportivo - Exame de Sobreclassificação - Inexistência de indícios de infração disciplinar - Arquivamento

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ESPÉCIE: Processo de Averiguações

PARTES: Bragalona Futebol Clube Associação (5705), na qualidade de participante; Grupo Desportivo Cultural Águias Negras de Tabuadelo (3811) e Rita Afonso Alves Pereira (licença FPF 1243177) na qualidade de denunciados

DATA DO ACÓRDÃO: 08/01/2021 TIPO DE VOTAÇÃO: Unanimidade RELATOR: Leonel Gonçalves

OBJETO: Apuramento de eventual relevância disciplinar dos factos participados

NORMAS APLICADAS: Artigos 239º, nºs 1 e 4, alínea a), e 249º, nºs 1 e 5, do RDFPF, 46º, nº 1, do Regulamento do Campeonato Nacional Feminino da III Divisão, época desportiva 2020/2021, artigo 8º, nºs 3 e 4, do Regulamento do Estatuto, da Categoria, da Inscrição e Transferência de Jogadores; tabela 7 do Comunicado Oficial nº 1, da FPF, época desportiva 2020/2021

SUMÁRIO:

I - Em sede de processo de averiguações importa determinar se a matéria de facto apurada indicia, ou não, a prática de qualquer infração disciplinar, por forma a decidir se o mesmo deve, ou não, ser convolado em processo em disciplinar.

II - O artigo 46º, nº 1, do Regulamento do Campeonato Nacional Feminino da III Divisão, época desportiva 2020/2021, estabelece que «Apenas podem participar no Campeonato as jogadoras que se encontrem devidamente inscritas e licenciadas pela FPF, podendo ser Amadoras ou Profissionais, nos termos do disposto no Regulamento do Estatuto, da Categoria, da Inscrição e Transferência dos Jogadores e na legislação aplicável»

III - O artigo 8º, nº 3, do Regulamento do Estatuto, da Categoria, da Inscrição e Transferência de Jogadores, preceitua que «A participação em competições de futebol de 11 apenas é permitida a partir da categoria de infantil, inclusive», aditando o nº 4 que «A inscrição de um jogador para além da categoria imediatamente superior à correspondente à sua idade só é permitida nos casos em que tal faculdade resulte de exame de avaliação médico-desportiva que indique o escalão em causa, realizado por médico

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dos Centros de Medicina Desportiva ou por médico especialista em medicina desportiva, reconhecido pelo Colégio da Especialidade da Ordem dos Médicos».

IV – O Comunicado Oficial nº 1, da FPF, época desportiva 2020/2021, na Tabela 7 (página 17 de 37), estabelece como documento obrigatório para inscrição o “exame médico desportivo”, identificado por referência ao «Artigo 40º, nº 1 da Lei nº 5/2007, de 16/01; 6º, nº 1 e artigo 8º, números 3, 4 e 5 do DL nº 345/99, de 27/08, alterado pelo DL nº 255/2012, de 29/11» e que deve ser arquivado na respetiva Associação Distrital.

V - Se no decurso do processo de averiguações forem apurados factos que indiciem a prática de infração disciplinar, o órgão disciplinar que mandou instaurar o processo de averiguações converte o processo em disciplinar, a tramitar sob a forma comum, com o aproveitamento de todos os atos praticados; se, porém, o processo de averiguações estiver concluído e não tiverem sido recolhidos indícios suficientes da prática de uma infração disciplinar, ou do seu responsável, o instrutor propõe, no prazo de 5 dias úteis, o arquivamento dos autos, mediante relatório fundamentado e, se o relator concordar com a proposta de arquivamento, apresenta projeto de acórdão em conformidade.

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ACÓRDÃO

Acordam, em Plenário, ao abrigo dos artigos 216º, nº 1, e 229º do Regulamento Disciplinar da Federação Portuguesa de Futebol1, os membros do Conselho de Disciplina, Secção Não Profissional, da Federação Portuguesa de Futebol2,

I – RELATÓRIO DE TRAMITAÇÃO PROCESSUAL

§1. Registo inicial

1. Por deliberação deste CDSNP datada de 11 de dezembro de 2020 (cf. fls. 1 e 2), foi ordenada a instauração do presente processo de averiguações, com vista à indagação da eventual existência de infrações disciplinares e dos seus autores, tendo por base factualidade participada pelo Bragalona Futebol Clube Associação3, através de mensagem de correio eletrónico remetida naquele mesmo dia, pelas 11:10 horas, desde o endereço bragalonafc@bragalonafc.com, tendo por objeto a eventual participação irregular de uma jogadora do Grupo Cultural Desportivo Águias Negras Tabuadelo4, Rita Afonso Alves Pereira, em jogo oficial disputado entre os dois clubes, em 22/11/2020, a contar para o Campeonato Nacional Feminino da III Divisão.

2. A participação remetida pelo Bragalona a este Conselho de Disciplina (e também à Direção Jurídica e à Direção de Arbitragem, ambas da FPF), e com conhecimento à Direção de Competições da FPF, à Associação de Futebol de Braga e ainda a vários clubes e agentes desportivos, é do seguinte teor:

1 Regulamento Disciplinar da Federação Portuguesa de Futebol, cujo texto regulamentar se encontra disponível, na íntegra, na página oficial da Federação Portuguesa de Futebol na internet e foi publicitado através do Comunicado Oficial nº 460, de 13 de julho de 2020, doravante abreviado, por economia de texto, apenas por RDFPF.

2 Doravante apenas CDSNP.

3 Seguidamente também apenas Bragalona.

4 Seguidamente também apenas Águias Negras Tabuadelo.

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«Ex. mos Senhores, bom dia.

Esperando que se encontrem de boa saúde e que esta pandemia inesperada termine o mais breve possível para que os nossos atletas, dirigentes, adeptos e equipas técnicas regressem à sua presença normal nos vários campeonatos desportivos, nomeadamente no futebol, vimos apresentar e colocar à v/

consideração uma queixa contra a verdade desportiva, que passamos a descrever:

No dia 22/11/2020, 11H00, no Campo Águias Negras de Tabuadelo, disputou-se o jogo entre a equipa local e o BRAGALONA FC, a contar para o Campeonato Nacional Feminino Séniores.

Após consulta à ficha de jogo, redes sociais e plataforma SCORE, verificamos que o clube GCD ÁGUIAS NEGRAS DE TABUADELO apresentou uma atleta na sua equipa inicial que não reúne as condições legalmente aceites para praticar desporto (futebol em concreto) com a idade actual, pois vejamos: RITA AFONSO ALVES PEREIRA, nascida em 31/03/2006, Licença nº 1243177, cartão de cidadão nº 307565963, camisola nº 44 está inscrita no escalão de SUB 15.

Ou seja, mesmo com o exame de medicina desportiva para subclassificação, apenas poderá disputar os campeonatos sub19, contrariando assim a possibilidade de praticar desporto no escalão de SÉNIORES.

Agravando esta situação, não entendemos como todos os jogos realizados por este clube e tendo a referida atleta mencionada em todas as fichas de jogo, nenhuma equipa de arbitragem detectou tal anomalia.

Também não entendemos, como é possível uma plataforma SCORE elaborada pela FPF – Federação Portuguesa de Futebol, não detecte tal situação aquando da inscrição e/ou emissão de ficha de jogo.

Não está em causa o resultado desportivo, a vitória ou a derrota…o importante é a felicidade das

atletas, a prática do desporto e a veracidade desportiva entre os clubes.

Também não podemos como membros da actividade desportiva, compactuar com situações como esta, onde temos que justificar a algumas atletas nascidas em 2006 que não jogam, que se sentem frustradas e descriminadas face a esta situação, pois não tem idade nem campeonatos a decorrer para as mesmas competirem e verificamos que alguém tem a ousadia de “ultrapassar” a lei desportiva, o bom senso, a saúde da atleta e a verdade desportiva em prol de resultados desportivos que unicamente e apenas interessa a vitória em campo a todo o custo.

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Anexamos comprovativos para v/ apreciação e agradecemos a v/ melhor atenção, reforçando o PROTESTO DE JOGO acima referenciado, ficando a aguardar por breves noticias da v/ parte, estando disponíveis para esclarecimentos ou informações adicionais que julguem oportunas.

Saudações Desportivas

A direção,» - cf. fls. 3 e 4, constando a documentação anexa com a participação de fls. 5 a 12.

3. No dia 15/12/2020 os autos foram autuados, registados eletronicamente e distribuídos a Relator (cf. verso da capa).

4. O Secretariado do Conselho de Disciplina autuou o processo com a seguinte documentação:

- a deliberação deste CDSNP de instauração do presente processo de averiguações, a fls. 1 e 2;

- a participação disciplinar apresentada pelo Bragalona, a fls. 3 e 4, e a documentação junta com a mesma (sendo a relação dos técnicos e das jogadoras efetivos e suplentes de futebol apresentada pelo Bragalona no jogo oficial º 125.11.020, de fls. 5 a 9, extrato do detalhe de inscrição da jogadora Rita Afonso Alves Pereira, a fls. 10, e extrato da Ficha de Jogo referente àquele jogo oficial, incluindo a constituição das equipas iniciais desse jogo oficial e resultado final, a fls. 11 e 12);

5. Ainda no dia 15/12/2020, o Secretariado o Conselho de Disciplina deu conhecimento ao Bragalona da instauração desde processo de averiguações, a fls. 13, e fez os autos conclusos à Comissão de Instrução Disciplinar da FPF, no âmbito da qual, por despacho do seu Ex.mo Coordenador do mesmo, dia, foi nomeada a Instrutora (cf. fls. 17).

6. Subsequentemente, a senhora Instrutora procedeu à incorporação no processo da seguinte documentação:

a) o detalhe de inscrição da jogadora Rita Afonso Alves Pereira, extraído da plataforma Score em 29/12/2020, a fls. 19 e 20;

b) cópia do cartão de cidadão da jogadora Rita Afonso Alves Pereira, a fls. 21;

c) termo de responsabilidade, conforme modelo previsto no Regulamento da FPF Covid-19 para a retoma da prática competitiva de futebol, futsal e futebol de praia, assinado pela jogadora Rita Afonso Alves Pereira e pela sua Encarregada de Educação, em 03/09/2020, a fls. 22 e 23;

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d) cópia do cartão de cidadão de Rosa Marlene Pinto Alves, mãe da jogadora Rita Afonso Alves Pereira, a fls. 24;

e) Boletim de Revalidação da Inscrição da jogadora Rita Afonso Alves Pereira para a época desportiva 2020/2021, pelo Águias Negras Tabuadelo, inscrita na categoria de júnior C, subscrito pela jogadora e pela sua mãe, Rosa Marlene Pinto Alves, a fls. 25;

f) exame médico desportivo, efetuado pelo Dr. Novais Carvalho, titular da cédula profissional da Ordem dos Médicos nº M20018, datado de 31/08/2020, relativo à jogadora Rita Afonso Alves Pereira, no Centro de Medicina Desportiva de Guimarães, no qual consta que a mesma não apresenta contra indicações para a prática da modalidade de futebol, escalão sénior, sem restrições; e ainda, comunicação do IPDJ, IP, datada de 30/09/2020, endereçada àquele identificado médico, sobre o assunto «Exames e Sobre classificação», dando conta, relativamente a processos de sobreclassificação médico-desportiva, nos termos previstos no Decreto-Lei nº 255/2012, da homologação de tais processos relativamente a três jogadoras, entre as quais consta «Rita Afonso Alves Pereira - Futebol - Sénior», constando ambos os documentos a fls. 26;

g) lista dos jogos oficiais nos quais participou a jogadora Rita Afonso Alves Pereira, pelo Águias Tabuadelo, na corrente época desportiva 2020/2021, a fls. 27;

h) cadastro disciplinar da jogadora Rita Afonso Alves Pereira, extraído da plataforma Score em 04/01/2021, a fls. 29;

i) Ficha de Jogo referente ao jogo oficial nº 125.01.020, retirado da mesma plataforma Score em 04/01/2021, de fls. 31 a 33;

j) Credencial do Ponto de Contacto para a Segurança (PCS) e seu auxiliar, e boletim de segurança elaborado pelo mesmo, a fls. 34 e 35;

k) relação dos técnicos e das jogadoras efetivos e suplentes de futebol apresentada pelas duas equipas intervenientes no jogo oficial º 125.11.020 (Águias Negras Tabuadelo e Bragalona), a contar para o Campeonato Nacional Feminino da III Divisão, época desportiva 2020/2021, de fls. 36 a 45;

l) detalhe de inscrição de clubes, referente ao Águias Negro Tabuadelo, na época desportiva 2020/2021, retirado da plataforma Score em 05/01/2021, a fls. 46 e 47.

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7. Considerando findo o processo de averiguações, a senhora Instrutora entendeu não existirem indícios da prática de infração disciplinar e, consequentemente, em 05/01/2021 juntou aos autos relatório final do processo de averiguações, que consta de fls. 49 a 55, que conclui referindo que «a instrutora entende não se encontrarem presentes indícios de infração disciplinar por parte do Grupo Cultural Desportivo Aguias Negras Tabuadelo, tampouco por parte da jogadora Rita Afonso Alves Pereira, pelo que propôe o ARQUIVAMENTO do presente feito», tendo nesse mesmo dia feito os autos conclusos ao Relator, a fls. 55.

II – COMPETÊNCIA DO CONSELHO DE DISCIPLINA

8. De acordo com o artigo 43º, nº 1 do RJFD20085, compete a este Conselho, de acordo com a lei e com os regulamentos e sem prejuízo de outras competências atribuídas pelos estatutos e das competências da liga profissional, instaurar e arquivar procedimentos disciplinares e, colegialmente, apreciar e punir as infrações disciplinares em matéria desportiva.

No mesmo sentido, dispõe o artigo 15º do Regimento deste Conselho6.

III – QUESTÕES PRÉVIAS

9. Inexistem questões prévias que tenham sido suscitadas ou das quais importe oficiosamente tomar conhecimento, e os elementos constantes nos autos são bastantes ao tomar da decisão.

IV – FUNDAMENTAÇÃO DE FACTO

5 Aprovado pelo Decreto-Lei n.º 248 -B/2008, de 31 de dezembro (regime jurídico das federações desportivas e do estatuto de utilidade pública desportiva) e alterado pelo artigo 4.º, alínea c), da Lei n.º 74/2013, de 6 de setembro (Cria o Tribunal Arbitral do Desporto e aprova a respetiva lei) e ainda pelos artigos 2º e 4º Decreto-Lei n.º 93/2014, de 23 de junho, cujo texto consolidado constitui anexo a este último.

6 Disponível, na íntegra, na página da Federação Portuguesa de Futebol.

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§1. A prova no direito disciplinar desportivo

10. O artigo 220º, nº 2, do RDFPF, estatui que «Salvo quando o Regulamento dispuser diferentemente, a prova é apreciada segundo as regras da experiência e a livre convicção dos órgãos disciplinares». Contudo, expressamente subtraídos a este normativo disciplinar ficam, com interesse para o caso, “… os factos presenciados pelas equipas de arbitragem e pelos delegados da FPF, no exercício de funções, e constantes de relatórios de jogo e de declarações complementares”, que se presumem verdadeiros, enquanto a sua veracidade não for fundadamente posta em causa (cf. artigo 220º, nº 3, do RDFPF), constituindo este um exemplo daquela exceção “Salvo quando o Regulamento dispuser diferentemente …”.

11. Com efeito, neste enquadramento, os factos constantes nas Fichas de Jogo elaboradas pelas equipas de arbitragem e nos Relatórios de Ocorrências elaborados pelos Delegados da FPF, gozam de valor probatório especial e reforçado, de presunção de veracidade (presunção “juris tantum”), que se mantém enquanto não for “fundadamente” posta em causa. A opção legislativa assenta na posição de independência que aqueles assumem perante o jogo – diversa do clubismo que afeta os restantes intervenientes – e ao facto de serem, ali, os representantes da FPF, o que permite atribuir, aprioristicamente, especial credibilidade aos factos por estes relatados. Mas, com relevância para a decisão, o que emerge é o esforço probatório que, nestes casos, se impõe a todos quantos pretendam colocar em crise a versão constante daqueles relatórios oficiais: apresentar prova bastante para fazer a contraprova, para colocar fundadamente em causa, ou justificadamente em dúvida, os factos constantes na Ficha de Jogo, ou nos Relatórios de Ocorrências, e nas declarações complementares prestadas pelas equipas de arbitragem e pelos Delegados da FPF.

12. Esse valor probatório qualificado constitui um mecanismo justificado pela atribuição de funções particularmente importantes aos árbitros e aos Delegados da FPF, zelando pelo cumprimento dos regulamentos, nomeadamente em matéria disciplinar, e representando a instituição em jogos oficiais. O superior interesse das competições, realizado no âmbito dos poderes de natureza pública exercidos pela própria FPF, justificam a aludida presunção de veracidade das declarações daqueles, vinculados que estão aos deveres de isenção e equidistância, distanciando-se desse modo das disputas clubísticas que envolvem os participantes naquelas competições.

13. Assim, perante tal presunção de veracidade, a todos quantos pretendam sindicar e/ou refutar

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a materialidade relatada por árbitros e Delegados da FPF, desde que diretamente percecionados no exercício das respetivas funções oficiais, impõe-se um especial esforço probatório, exigindo-se-lhes a apresentação de prova bastante para legítima e racionalmente questionar, colocar fundadamente em causa ou justificadamente pôr em dúvida, a veracidade dos factos narrados nos relatórios oficiais ou declarações complementares. Desse modo, o valor probatório reforçado de que gozam tais relatórios oficiais apenas será abalado quando, perante a prova produzida, existam fundadas razões para acreditar que o seu conteúdo não é verdadeiro.

14. Finalmente, referir ainda que, no atinente à atividade decisória, face à força probatória especial e reforçada de que tais relatórios beneficiam, outrossim se impõe ao julgador um “especial dever de fundamentação”7 quando entenda dever afastar-se aquela presunção de veracidade. Em todo o caso, importa ainda tomar em linha de conta que, à semelhança do processo penal, neste contexto e à luz do que determina o artigo 220º, nº 1, do RDFPF, «São admissíveis as provas que não forem proibidas por lei (…) podendo os interessados apresentá-las diretamente ou requerer que sejam produzidas quando forem de interesse para a justiça da decisão».

§2. Factos indiciados

15. Analisada e valorada a prova produzida resultantes das averiguações efetuadas, consideram-se indiciados os seguintes factos:

1) Na atual época desportiva 2020/2021, o Águias Negras Tabuadelo encontra-se inscrito, com data de 09/09/2020, além de outras competições, no Campeonato Nacional Feminino da III Divisão, prova organizada pela FPF;

2) No dia 22 de novembro de 2020, realizou-se, no Estádio do Águias Negras Tabuadelo, em Guimarães, o jogo oficial nº 125.01.020, disputado entre o Águias Negras Tabuadelo e o Bragalona, a

7 Convocando o pensamento de PAULO PINTO DE ALBUQUERQUE, este «A limitação do julgador consiste em que ele deve

“fundadamente” pôr em causa a autenticidade ou veracidade do documento», In Comentário ao Código de Processo Penal, 2.ª Edição, Un. Católica Editora, 2008, pág. 452.

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contar para a jornada 5 do Campeonato Nacional Feminino da III Divisão, época desportiva 2020/2021, que terminou com o resultado final de 3-0, favorável à equipa visitada;

3) A equipa de arbitragem que dirigiu aquele jogo oficial foi composta por Bárbara Filipa Brito Cunha Peixoto, árbitro, César Filipe Brito Cunha Peixoto, árbitro assistente nº 1, e Tiago Xavier Rebelo, árbitro assistente nº 2;

4) A segurança desse jogo oficial foi assegurada por Ponto de Contacto para a Segurança e seu auxiliar;

5) Nesse jogo oficial, o Águias Negras Tabuadelo inscreveu na sua ficha técnica, com o nº 44 no equipamento e como jogadora titular, Rita Afonso Alves Pereira, licença FPF 1243177;

6) A jogadora Rita Afonso Alves Pereira, que nasceu em 31/03/2006, foi inscrita na FPF pelo Águias Negras Tabuadelo, em 05/10/2020, para a presente época desportiva, classe amadora, com a categoria de Iniciado, mas com aptidão superior, para a categoria sénior;

7) A jogadora Rita Afonso Alves Pereira foi sujeita, em 31/08/2020, no Centro de Medicina Desportiva de Guimarães, a exame médico desportivo, tendo sido considerado, pelo médico Dr. Novais Carvalho, titular da cédula profissional da Ordem dos Médicos com o nº M20018, que a mesma não apresentava contra indicações para a prática da modalidade de futebol, escalão sénior, sem restrições;

8) O Instituto Português do Desporto e Juventude, IP, por comunicação datada de 30/09/2020, informou o identificado Dr. Novais de Carvalho que, no âmbito da sobreclassificação médico desportiva, tinha sido homologada, além de outras, a possibilidade de utilização da jogadora Rita Afonso Alves Pereira na competição de futebol, escalão sénior;

9) A jogadora Rita Afonso Alves Pereira, em momento anterior ao jogo oficial nº 125.01.020, disputado em 22/11/2020, entre o Águias Negras Tabuadelo e o Bragalona, a contar para a jornada 5 do Campeonato Nacional Feminino da III Divisão, participou, nas seguintes datas, nos seguintes jogos oficiais, todos como jogadora titular do Águias Negras Tabuadelo:

a) em 11/10/2020, contra o ADJ Mouquim, a contar para a Taça de Portugal Feminina de Futebol, Pré-Eliminatória, Série A:

b) em 17/10/2020, contra a ADC Correlha;

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c) em 07/11/2020, contra a UD Polvoreira;

d) em 14/11/2020, contra o ADJ Mouquim;

todos a contar para o Campeonato Nacional Feminino da III Divisão;

10) Por referência à presente época desportiva 20202/2021, e até 04/01/2021, no cadastro disciplinar da jogadora Rita Afonso Alves Pereira, licença FPF 1243177, não se mostra averbada a prática de qualquer infração disciplinar.

§3. Motivação

16. Os factos dados como indiciados resultaram da apreciação crítica e conjugada dos elementos probatórios coligidos e juntos aos autos em resultado das diligências investigatórias efectuadas, como seguidamente melhor se explicita:

- o facto provado 1) assenta no detalhe de inscrições de clubes, referente ao Águias Negras Tabuadelo, a fls. 46 e 47;

- os factos provados 2) e 3) resultam, inequivocamente da Ficha de Jogo elaborada pela equipa de arbitragem que dirigiu o jogo oficial em causa, atento o seu especial e relevante valor probatório, retirada da plataforma Score, constante de fls. 31 a 33;

- o facto provado 4) extrai-se da Credencial e Boletim de Segurança, de fls. 34 e 35;

- o facto provado 5) suporta-se na Ficha de Jogo retirada da plataforma Score, de fls. 31 a 33 e da ficha técnica do Águias Negras Tabuadelo, a fls. 41;

- o facto provado 6) estriba-se, com clareza, do detalhe de inscrição da jogadora Rita Afonso Alves Pereira, a fls. 19 e 20, cópia do seu cartão de cidadão, a fls. 21, e boletim de revalidação da inscrição, de fls. 25;

- o facto provado 7) escuda-se, por forma bastante, no exame médico desportivo de fls. 26, mais se consignando que, consultado pelo Relator o sítio na internet da Ordem dos Médicos, disponível em www.ordemdosmedicos.pt, aí consta que o Dr. Novais de Carvalho é especialista em medicina desportiva;

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- o facto provado 8) ancora-se na comunicação do IPDJ, IP, datada de 30/09/2020, a fls. 26;

- o facto provado 9) retira-se da lista dos jogos oficiais nos quais participou a jogadora Rita Afonso Alves Pereira, pelo Águias Tabuadelo, na corrente época desportiva 2020/2021, a fls. 27;

- finalmente, o facto provado 10) encontra o seu múnus probatório no cadastro disciplinar da jogadora Rita Afonso Alves Pereira, extraído da plataforma Score em 04/01/2021, a fls. 29.

V – FUNDAMENTAÇÃO DE DIREITO

§1. Enquadramento jurídico-disciplinar – Fundamentos e âmbito do poder disciplinar

17. O poder disciplinar exercido no âmbito das competições organizadas pela Federação Portuguesa de Futebol assume natureza pública. Com clareza, concorrem para esta proposição as normas constantes dos artigos 19.º, n.º 1 e 2, da Lei n.º 5/2007 de 16 de janeiro (Lei de Bases da Atividade Física e do Desporto), e dos artigos 10.º, 13.º, alínea i), do RJFD2008.

A existência de um poder regulamentar justifica-se pelo dever legal – artigo 52.º, n.º 1, do RJFD2008 – de sancionar a violação das regras de jogo ou da competição, bem como as demais regras desportivas, nomeadamente as relativas à ética desportiva, entendendo-se por estas últimas as que visam sancionar a violência, a dopagem, a corrupção, o racismo e a xenofobia, bem como quaisquer outras manifestações de perversão do fenómeno desportivo (artigo 52.º, n.º 2, do RJFD2008).

O poder disciplinar exerce-se sobre os clubes, dirigentes, praticantes, treinadores, técnicos, árbitros, juízes e, em geral, sobre todos os agentes desportivos que desenvolvam a atividade desportiva compreendida no seu objeto estatutário (artigo 54.º, n.º1, do RJFD2008).

Em conformidade com o artigo 55.º do RJFD2008 o regime da responsabilidade disciplinar é independente da responsabilidade civil ou penal.

Todo este enquadramento, representa, entre tantas consequências, que estamos perante um poder disciplinar que se impõe, em nome dos valores mencionados, a todos os que se encontram a ele sujeito, conforme o âmbito já delineado e que, por essa razão, assenta na prossecução de finalidades que estão bem para além dos pontuais e concreto interesses desses agentes e organizações desportivas.

§2. O caso concreto

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18. Atenta a factualidade denunciada, apurando-se factos susceptíveis de integrarem infrações disciplinares, poderá estar em causa o eventual preenchimento dos elementos objetivos e subjectivos dos tipos disciplinares previstos no artigo 78º, nºs 1 e 4, alínea d), ou e), ou ambas, do RDFPF (“Utilização irregular de jogadores e outros agentes desportivos”), quanto ao clube Águias Negras Tabuadelo, e no artigo 158º, nº 1, do RDFPF (“Participação irregular em jogo oficial”), quanto à jogadora Rita Afonso Alves Pereira. Vejamos pois, atenta a matéria dada como indiciada.

19. Ora, dispõe o artigo 15º, nº 1, do RDFPF que “Constitui infração disciplinar o facto voluntário, ainda que meramente culposo, que por ação ou omissão descritas neste Regulamento viole os deveres gerais e especiais nele previstos e na demais legislação desportiva aplicável”.

20. O Grupo Cultural Desportivo Aguias Negras Tabuadelo, enquanto clube qualificado para participar em competição oficial organizada pela FPF, na corrente época desportiva 2020/2021, encontra- se sujeito ao exercício do poder disciplinar por parte desta Federação, nos termos do disposto no artigo 3º, nºs 1 e 4, do RDFPF, na medida em que pratique factos suscetíveis de se enquadrarem nas infrações disciplinares naquele previstas.

21. Por seu turno, a jogadora Rita Afonso Alves Pereira encontra-se inscrita na FPF, pelo Grupo Cultural Desportivo Aguias Negras, sendo por isso agente desportiva8 para os efeitos do RDFPF, nos termos do artigo 4º, alínea b), em conjugação com o artigo 3º, nº 1, daquele Regulamento, estando, como tal, sujeita ao exercício do poder disciplinar por parte da FPF, na medida em que pratique factos que possam ser integrados nalgum dos tipos de infração naquele previstos.

22. Acresce que, nos termos do disposto no artigo 4º, alínea a) do Decreto-Lei nº 345/99, de 27 de agosto, na redação que lhe foi conferida pelo Decreto-Lei nº 255/2012, de 29 de novembro, os exames

8 “«Agente desportivo»: os titulares de órgão social da FPF ou de sócio ordinário da FPF, de comissão permanente ou não permanente da FPF ou de sócio ordinário da FPF, os dirigentes de clube e demais funcionários, trabalhadores e colaboradores de clubes, os jogadores, treinadores, auxiliares-técnicos, elementos da equipa de arbitragem, observadores dos árbitros, delegados da FPF, intermediários desportivos, agentes das forças de segurança pública, coordenadores de segurança, assistentes de recinto desportivo, médicos, massagistas, maqueiros dos serviços de emergência e assistência médicas, bombeiros, representantes da proteção civil, apanha-bolas, repórteres e fotógrafos de campo e, em geral, todos os sujeitos que desempenhem funções ou exerçam cargos no decurso das competições organizadas pela FPF e nessa qualidade estejam acreditados, bem como todos os que, estando autorizados a participar nas competições organizadas pela FPF, pela LPFP ou pelas associações distritais e regionais, nomeadamente mediante inscrição, se encontrem presentes em complexo desportivo por ocasião de jogo oficial, ou ainda outro responsável pelos assuntos técnicos, médicos e administrativos perante a FIFA, uma confederação, federação, associação, liga, clube ou sociedade desportiva.” (destaque nosso).

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de avaliação médico-desportiva são obrigatórios, nos termos estabelecidos naquele diploma, para praticantes desportivos filiados, ou que se pretendam filiar, em federações dotadas de utilidade pública desportiva.

23. E o artigo 8º, nº 5, daquele mesmo diploma, estatui que a sobreclassificação de um praticante desportivo para além do escalão imediatamente superior à sua idade, só é permitida em casos especiais, devidamente analisados através de exame de avaliação médico-desportiva específico, a realizar nos Centros de Medicina Desportiva do Instituto Português do Desporto e Juventude, IP, ou por um médico especialista em medicina desportiva, reconhecido pelo Colégio da Especialidade de Medicina Desportiva da Ordem dos Médicos, mediante o cumprimento do protocolo clínico de sobreclassificação médico- desportiva constante no anexo I àquele Decreto-Lei.

24. Em consonância com tais diplomas legais, o artigo 46º, nº 1, do Regulamento do Campeonato Nacional Feminino da III Divisão, época desportiva 2020/2021, estabelece que «Apenas podem participar no Campeonato as jogadoras que se encontrem devidamente inscritas e licenciadas pela FPF, podendo ser Amadoras ou Profissionais, nos termos do disposto no Regulamento do Estatuto, da Categoria, da Inscrição e Transferência dos Jogadores e na legislação aplicável».

25. Por seu turno, o artigo 8º, nº 3, do Regulamento do Estatuto, da Categoria, da Inscrição e Transferência de Jogadores, preceitua que «A participação em competições de futebol de 11 apenas é permitida a partir da categoria de infantil, inclusive», aditando o nº 4 que «A inscrição de um jogador para além da categoria imediatamente superior à correspondente à sua idade só é permitida nos casos em que tal faculdade resulte de exame de avaliação médico-desportiva que indique o escalão em causa, realizado por médico dos Centros de Medicina Desportiva ou por médico especialista em medicina desportiva, reconhecido pelo Colégio da Especialidade da Ordem dos Médicos».

26. Por outro lado, o Comunicado Oficial nº 1, da FPF, época desportiva 2020/2021, na Tabela 7 (página 17 de 37), estabelece como documento obrigatório para inscrição o “exame médico desportivo”, identificado por referência ao «Artigo 40º, nº 1 da Lei nº 5/2007, de 16/01; 6º, nº 1 e artigo 8º, números 3, 4 e 5 do DL nº 345/99, de 27/08, alterado pelo DL nº 255/2012, de 29/11» e que deve ser arquivado na respetiva Associação Distrital, sendo que esse exame médico desportivo é introduzido na plataforma Score aquando do lançamento da inscrição do atleta, sendo válido até ao final da época em que o atleta se inscreve, salvo aqueles que ficam condicionados a restrições médicas.

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27. Aqui chegados, cumpre ter presente que, em sede de processo de averiguações, importa determinar se a matéria de facto apurada indicia, ou não, a prática de qualquer infração disciplinar, por forma a decidir se o mesmo deve, ou não, ser convolado em processo em disciplinar; se, no decurso do processo de averiguações, forem apurados factos que indiciem a prática de infração disciplinar, o órgão disciplinar que mandou instaurar o processo de averiguações converte o processo em disciplinar, a tramitar sob a forma comum, com o aproveitamento de todos os atos praticados; porém, se o processo de averiguações estiver concluído e não tiverem sido recolhidos indícios suficientes da prática de uma infração disciplinar, ou do seu responsável, o instrutor propõe, no prazo de 5 dias úteis, o arquivamento dos autos, mediante relatório fundamentado e, se o relator concordar com a proposta de arquivamento, apresenta projeto de acórdão em conformidade.

28. Daqui resulta que o processo de averiguações é instaurado quando existem dúvidas quanto à existência de infração disciplinar e/ou dos seus autores, o qual será convertido em processo disciplinar quando no decurso do mesmo forem apurados factos que indiciem infração disciplinar; se assim não for, o Instrutor propõe, no prazo de 5 dias úteis, o arquivamento dos autos mediante parecer/relatório fundamentado e, se o Inquiridor concordar com essa proposta de arquivamento, apresenta projeto de acórdão em conformidade, procedimento e tramitação que aliás resultam do disposto no artigo 249º, nºs 1 e 5, do RDFPF.

29. Ora, para além do que consta nos autos, não se vislumbra que outras diligências probatórias previsivelmente úteis pudessem (ou possam) ser efetuadas, junto de quaisquer outras pessoas ou entidades.

30. Assim, no caso concreto que nos ocupa, face à factualidade dada como indiciada, de onde resulta que a jogadora Rita Afonso Alves Pereira, não obstante, atenta a sua idade, estar inserida na categoria Iniciado, a mesma foi submetida a exame médico desportivo para efeitos de sobreclassificação, e foi considerada apta e sem restrições ou contra indicações para competir no escalão de categoria Sénior, tendo esse exame sido efetuado em Centro de Medicina Desportiva, por médico da especialidade, e ademais tendo essa sobreclassificação sido reconhecida e homologada, em 30/09/2020, pelo Instituto Português do Desporto e Juventude, IP, estando ademais expressamente mencionada no detalhe de inscrições da jogadora constante na plataforma Score, não se vislumbrando utilidade na realização de quaisquer outras diligências probatórias, entendemos resultar dos autos que a conduta do clube e da

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jogadora é lícita, pelo que, inexistindo indícios da prática de qualquer infração disciplinar, impõe-se o imediato arquivamento dos autos.

VI – DECISÃO

NESTES TERMOS e com os fundamentos expostos, acordam no Conselho de Disciplina - Secção Não Profissional - da Federação Portuguesa de Futebol em considerar não estarem verificados indícios da prática de qualquer infração disciplinar por parte do clube e/ou da jogadora denunciados (Grupo Desportivo Cultural Águias Negras de Tabuadelo e Rita Afonso Alves Pereira), no jogo oficial em causa, com o nº 125.01.020, disputado em 22/11/2020, entre o Águias Negras Tabuadelo e o Bragalona, a contar para a jornada 5 do Campeonato Nacional Feminino da III Divisão, época desportiva 2020/2021, pelo que, em consequência, ordenam o arquivamento dos autos.

Sem custas, nos termos regimentais.

Registe, notifique e publicite.

Cidade do Futebol, 8 de janeiro de 2021

O Conselho de Disciplina, Secção Não Profissional

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RECURSO DESTA DECISÃO

As decisões do Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol são passíveis de recurso, nos termos da lei e dos regulamentos, para o Conselho de Justiça ou para o Tribunal Arbitral do Desporto.

De acordo com o artigo 44.º, n.º 1, do Decreto-Lei n.º 248-B/2008, de 31 de dezembro, na redação conferida pelo artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 93/2014 de 23 de junho, cabe recurso para o Conselho de Justiça das decisões disciplinares relativas a questões emergentes da aplicação das normas técnicas e disciplinares diretamente respeitantes à prática da própria competição desportiva.

O recurso deve ser interposto no prazo de 5 dias úteis (artigo 35.º do Regimento do Conselho de Justiça aprovado pela Direção da Federação Portuguesa de Futebol, em 18 de dezembro de 2014 e de 29 de abril de 2015 e publicitado pelo Comunicado Oficial n.º 383, de 27 de maio de 2015).

Em conformidade com o artigo 4.º, n.ºs 1 e 3, da Lei do Tribunal Arbitral do Desporto (aprovada pelo artigo 2.º da Lei n.º 74/2013 de 6 de setembro, que cria o Tribunal Arbitral do Desporto e aprova a respetiva lei, na redação conferida pelo artigo 3.º da Lei n.º 33/2014 de 16 de junho - Primeira alteração à Lei n.º 74/2013, de 6 de setembro, que cria o Tribunal Arbitral do Desporto e aprova a respetiva lei), compete a esse tribunal conhecer, em via de recurso, das deliberações do Conselho de Disciplina.

Exclui-se dessa competência, nos termos do n.º 6 do citado artigo, a resolução de questões emergentes da aplicação das normas técnicas e disciplinares diretamente respeitantes à prática da própria competição desportiva.

O recurso para o Tribunal Arbitral do Desporto deve ser interposto no prazo de 10 dias, contados da notificação desta decisão (artigo 54.º, n. º2, da Lei do Tribunal Arbitral do Desporto).

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