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A IMPORTÂNCIA DA INTOXICAÇÃO NATURAL POR

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(1)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE AGRONOMIA, MEDICINA VETERINÁRIA E

ZOOTECNIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS VETERINÁRIAS

A IMPORTÂNCIA DA INTOXICAÇÃO NATURAL POR

Amorimia pubiflora (MALPIGHIACEA) EM BOVINOS NO

ESTADO DE MATO GROSSO, REPRODUÇÃO

EXPERIMENTAL DA INTOXICAÇÃO EM OVINOS E

BOVINOS E INDUÇÃO E TRANSFERÊNCIA DE

RESISTÊNCIA A INTOXICAÇÃO POR A. pubiflora EM

OVINOS

Marciel Becker

Cuiabá - MT

(2)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE AGRONOMIA, MEDICINA VETERINÁRIA E

ZOOTECNIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS VETERINÁRIAS

A IMPORTÂNCIA DA INTOXICAÇÃO NATURAL POR

Amorimia pubiflora (MALPIGHIACEA) EM BOVINOS NO

ESTADO DE MATO GROSSO, REPRODUÇÃO

EXPERIMENTAL DA INTOXICAÇÃO EM OVINOS E

BOVINOS E INDUÇÃO E TRANSFERÊNCIA DE

RESISTÊNCIA A INTOXICAÇÃO POR A. pubiflora EM

OVINOS

Autor:

Marciel Becker

Orientador: Prof. Dr. Edson Moleta Colodel.

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias, área de concentração: Sanidade de animais domésticos e silvestres, da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso para obtenção do título de Mestre em Ciências Veterinárias.

Cuiabá - MT

(3)

B395i Becker, Marciel.

A importância da intoxicação natural por Amorimia

pubiflora (Malpighiacea) em bovinos no estado de Mato

Grosso, reprodução experimental da intoxicação em ovinos

e bovinos e indução e transferência de resistência a

intoxicação por A. pubiflora em ovinos / Marciel Becker. --2013

72 f. : il. ; 30 cm.

Orientador: Edson Moleta Colodel.

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Mato

Grosso, Faculdade de Agronomia, Medicina Veterinária,

Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias,

Cuiabá, 2013.

(4)

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE PÓS-GRADUAÇÃO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS VETERINÁRIAS

Avenida Fernando Corrêa da Costa, 2367 - Boa Esperança - Cep: 78060900 -CUIABÁ/MT

Tel : +55 65 3615-8627 - Email : cpgvet@ufmt.br

FOLHA DE APROVAÇÃO

TÍTULO : "A importância da intoxicação natural

por Amorimia pubiflora (Malpighiacea) em

bovinos no estado de Mato Grosso, reprodução

experimental da

intoxicação em

ovinos e

bovinos e

indução e transferência de resistência a

intoxicação por A. pubiflora em

ovinos"

AUTOR : Mestrando Marciel Becker

Dissertação defendida e aprovada em 28/03/2013.

Composição da Banca Examinadora:

_____________________________________________________________________________

____________

Presidente Banca / Orientador Doutor(a) Edson Moleta Colodel

Instituição :Universidade Federal de Mato Grosso

Examinador Interno Doutor(a) Pedro Eduardo Brandini Nespoli

Instituição : Universidade Federal de Mato Grosso

Examinador Externo

Doutor(a)

Luciano da Anunciação Pimentel

Instituição : Universidade de Cuiabá

Examinador Suplente

Doutor(a)

Nadia Aline Bobbi Antoniassi

Instituição : Universidade Federal de Mato Grosso

(5)

Dedicatória

A minha sempre amada, Tainah Maria Diogo Oliveira Becker, por me mostrar o

verdadeiro sentido da vida...

(6)

AGRADECIMENTO

A Deus e a Nossa Senhora pela fé, perseverança e sabedoria nas minhas escolhas

e na direção de minha vida;

Ao Professor Edson Moleta Colodel por possibilitar a realização desse sonho antigo,

pela flexibilidade, pela paciência, pelo companheirismo no planejamento, execução e

conclusão deste trabalho, pela competência e pelas aventuras nas estradas de

Colniza.

Aos Professores Franklin Riet-Correa e Carlos Hubinger Tokarnia pela parceria na

execução desse trabalho;

Aos (a) Professores (a) Marcos de Almeida Souza, Caroline Argenta Pescador e

Luciano Nakazato pelas orientações e informações.

Ao parceiro e amigo, Marco Vinícius Ferreira Oliveira pelo cuidado com os animais e

na movimentação dos ovinos durante o experimento.

Aos meus pais e minha sogra, Mario e Neri Becker e Leila Diogo, respectivamente,

pelo apoio incondicional na jornada de minha vida.

Ao produtor de Colniza Sr. Flávio Souza Couto, pela disposição no

acompanhamento da equipe de trabalho, pela hospitalidade com que nos recebeu e

por todo o seu empenho para que esse estudo se viabilizasse;

Aos amigos Faber Monteiro Carneiro, Flávio Henrique Bravin Caldeira, Leonardo

Pintar de Oliveira e Mayara Inácio Vincenzi da Silva por todo o comprometimento e

dedicação em contribuir para o sucesso desse estudo;

Ao Instituto Nacional de Ciências e Tecnologia para Controle de Intoxicações por

Plantas – Processo 0573534-20080 pelo financiamento deste projeto;

Ao Dr. William R. Anderson pela identificação botânica;

Ao Dr. James Alan Pfister pela análise do princípio tóxico;

Ao Professor Anderson Oliveira pelo auxílio das análises estatísticas;

Aos colegas do Laboratório de Patologia Veterinária pelo apoio no processamento

das análises deste estudo;

E por fim, ao Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, em nome dos seus líderes

que possibilitaram a realização desse sonho.

(7)

RESUMO

A IMPORTÂNCIA DA INTOXICAÇÃO NATURAL POR Amorimia pubiflora

(MALPIGHIACEA) EM BOVINOS NO ESTADO DE MATO GROSSO,

REPRODUÇÃO EXPERIMENTAL DA INTOXICAÇÃO EM OVINOS E BOVINOS E

INDUÇÃO E TRANSFERÊNCIA DE RESISTÊNCIA A INTOXICAÇÃO POR A.

pubiflora EM OVINOS

Este trabalho relata aspectos epidemiológicos da intoxicação natural por Amorimia

(=Mascagnia) pubiflora, (A. Juss.) W.R. Anderson em bovinos no município de

Colniza, MT e a reprodução dessa intoxicação com administração de folhas jovens,

coletadas em dois períodos do ano para ovinos e bovinos, da administração de

folhas maduras e frutos para ovinos e investiga a indução e transferência de

resistência às intoxicações por A. pubiflora em ovinos. A ocorrência de intoxicação

por A. pubiflora foi constatada em visitas a fazendas nos anos de 2004, 2011 e 2012

através do quadro clínico patológico e da presença da planta nas pastagens. A

intoxicação foi reproduzida em bovinos e ovinos; o início do quadro clínico ocorreu

em média 8 horas após a administração da planta e a evolução clínica foi em torno

de 4 horas, com fase final super aguda que variou de 3 a 21 min. As principais

alterações clínicas encontradas foram taquicardia, evidenciação da jugular, tremores

musculares, apatia e relutância à movimentação. Notou-se também taquipneia com

respiração abdominal, decúbito esternal e rapidamente lateral ou quedas em

decúbito lateral, opistótono, nistagmo e cianose de mucosa oral, seguidos de morte.

As folhas jovens, independentemente do período da coleta, foram mais tóxicas;

causaram a morte de ovinos a partir de 2g/kg e de um bovino que ingeriu 3g/kg. Já

as folhas maduras revelaram-se tóxicas e causaram morte na dose de 20g/kg e a de

frutificação ocasionou a morte de um ovino que ingeriu 5g/kg. Monofluoracetato de

sódio (MFA) na concentração de 0,015% foi caracterizado como princípio tóxico

relacionado à “morte súbita” das folhas em brotação de A. pubiflora. A resistência ao

consumo foi induzida através de fornecimento durante 20 dias da dose de

0,5g/Kg/dia de A. pubiflora para um Grupo de Ovinos (G1-i) após o intervalo de 15

dias foi desafiado com a dose de 1g/kg durante 3 dias consecutivos. A avaliação da

possibilidade de transferência de resistência foi realizada por transfaunação de

líquido ruminal durante 10 dias com 100 ml de líquido ruminal de ovinos do GI pra

(8)

outro grupo de ovinos (G2-t) que não teve contato prévio com A. pubiflora e

posteriormente foi desafiado de forma similar ao G1-i. A resistência foi conferida

através de monitoramento clínico, principalmente início dos sinais clínicos,

frequência cardíaca, desfecho clínico e comparação com grupos controles (GC-1 e

GC-2) os quais não passaram por fases de indução ou transfaunação, mas

receberam doses tóxicas da planta. Os ovinos do G1-i e G2-t apresentaram sinais

clínicos 58h±17h e 101h±51h após a administração da planta e a frequência

cardíaca média foi de 83±11 e 84±13 batimentos por minuto (bpm), respectivamente.

A frequência cardíaca de GC-1 foi de 126 bpm e o início dos sinais clínicos foi de

aproximadamente 23h. Dos cinco ovinos transfaunados, 4 permaneceram vivos,

enquanto todos do grupo controle morreram quando desafiados com 3g/Kg de folhas

de A. pubiflora. Essa planta é tóxica, também, para ovinos em que o quadro clínico é

similar ao descrito para bovinos. Os achados indicam que doses não tóxicas diárias

de A. pubiflora (que contém 0,075mg/kg de MFA) induzem resistência e que a

resistência pode ser transferida para não resistentes por transfaunação.

PALAVRAS CHAVE: Amorimia pubiflora, Mascagnia pubiflora, micriobiota ruminal,

(9)

ABSTRACT

THE IMPORTANCE OF POISONING IN NATURAL Amorimia pubiflora

(MALPIGHIACEA) IN CATTLE IN MATO GROSSO, EXPERIMENTAL

REPRODUCTION OF POISONING IN CATTLE AND SHEEP AND INDUCTION

AND TRANSFER OF RESISTANCE TO POISONING A. pubiflora IN SHEEP

Epidemiological aspects of natural poisoning by Amorimia (=Mascagnia) pubiflora,

(A. Juss.) W.R. Anderson, in cattle in the county of Colniza, Mato Grosso State,

Brazil, and the experimental reproduction of the poisoning in cattle and sheep are

described. Young leaves collected during two seasons were administered to sheep

and cattle and mature leaves and fruits were administered to sheep and study

investigates the induction and transfer of resistance to poisoning by A. pubiflora in

sheep. The occurrence of poisoning by A. pubiflora was found in farm visits in 2004,

2011 and 2012 from clinical pathology and the presence of the plant in the pastures

.

.

The poisoning was experimentally reproduced in cattle and sheep. The onset of

clinical signs occurred in average 8 hours after administration of the plant and the

clinical manifestation period was around 4 hours, with a superacute final phase which

ranged from 3 to 21 min. The main clinical signs were tachycardia, engorment of the

jugular veins, muscle trembling, apathy and reluctance to move, which were more

evident especially when the animals were moved. The young leaves, independently

of the collection period, were more toxic and caused death of sheep and cattle after

ingestion of 2g/kg and 3g/kg, respectively. Mature leaves caused death at the dose

of 20g/kg and the fruits at 5g/kg. Young leaves of A. pubiflora contained 0,015% of

sodium monofluoracetate, which is responsible for clinical signs of “sudden death”.

The resistance to consumption was induced by daily during 20 days at a dose of 0.5

g / kg A. pubiflora for a Group of Sheep (G1-i)after an interval of 15 days were

challenged with a dose of 1g/kg for 3 consecutive days. Evaluation the possibility of

(10)

transfer of resistance with transfaunation of rumen fluid from G1-i to a group of sheep

(G2-t) who had no prior contact with A. pubiflora and subsequently challenged

similarly to G1-i. The resistance was conferred by clinical monitoring, particularly

onset of clinical signs, heart rate, and clinical outcome compared to control groups

(GC-1 and GC-2) which have not gone through phases of induction or transfaunation

but received dosage toxic plant. Sheep from G1-i and G2-t showed clinical signs ±

58h 17h 51h ± and 101H, respectively, after administration of the plant, the average

heart rate was 83 ± 11 and 84 ± 13 beats per minute (bpm), respectively, while the

heart rate of GC-1 was 126 bpm and the onset of clinical signs was approximately

23h. Of the five transfaunation recipient sheep, 4 remained alive while all of the

control group died when challenged with 3g/kg of leaves of A. pubiflora. The plant is

toxic also for sheep causing a clinical picture similar to that reported in cattle

poisoned by monofluoracetate-containing plants and The findings indicate that

non-toxic doses daily of A. pubiflora (0.075 mg / kg AFM) induce resistance and the

resistance can be transmitted by not resistant to transfaunation.

INDEX TERMS: Amorimia pubiflora, Mascagnia pubiflora, monofluoracetate, toxic

(11)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1:

a. Brotação de Amorimia pubiflora em área recém desmatada. b.

Detalhes de inflorescência de Amorimia pubiflora. c. Frutos alados de Amorimia

pubiflora. Colniza, MT ... 30

Figura 2: Sequência do quadro clínico que ocorreu durante a movimentação de

bovino experimentalmente intoxicado por A. pubiflora. a. dismetria. b. queda

brusca. c. decúbito lateral d. opstotono e notava-se movimentos de pedalagem. 31

Figura 3: Representação gráfica do período (horas) do início dos sinais clínicos

e a frequência cardíaca (bpm) após a administração de A. pubiflora em

ovinos... 34

(12)

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Quadro 1. Delineamento experimental, acompanhamento e

desfecho clínico e alterações histológicas renais relacionadas com a

intoxicação experimental por A. pubiflora em ovinos ... 28

Quadro

2:

Principais

alterações

clínicas

em

ovinos

intoxicados

experimentalmente com A. pubiflora... 29

Quadro 3: Delineamento experimental, acompanhamento e desfecho clínico

relacionadas com a indução e transferência de resistência às intoxicações por

A. pubiflora em ovinos... 35

(13)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 14

2 DESENVOLVIMENTO ... 15

2.1 Revisão de literatura ... 15

2.1.1 AMORIMIA PUBIFLORA ... 16

2.1.1.1 Definição, distribuição e habitat ... 16

2.1.1.2 Espécies animais sensíveis ... 16

2.1.1.3 Condições que ocorre a intoxicação ... 16

2.1.1.4 Sinais clínicos e exames patológicos ... 17

2.1.1.5 Diagnóstico e diagnóstico diferencial ... 17

2.1.1.6 Princípio tóxico ... 17

2.1.1.7 Tratamento e profilaxia ... 18

2.2 Material e método ... 18

2.2.1 Animais experimentais. ... 18

2.2.2. Acompanhamento clínico ... 19

2.2.3 Exames patológicos. ... 19

2.2.4 Experimento 1 ... 20

2.2.4.1 Investigação Epidemiológica. ... 20

2.2.1.3 Doses administradas. ... 20

2.2.5 Experimento 2 ... 21

2.2.5.1 Animais experimentais ... 21

2.2.5.2 O delineamento experimental ... 21

2.2.5.4 Acompanhamento clínico ... 22

2.3 Resultados ... 23

2.3.1 Experimento 1 ... 23

2.3.1.1 Dados epidemiológicos. ... 23

(14)

2.3.1.3 Achados de necropsia. ... 26

2.3.1.4 Achados histopatológicos. ... 27

2.3.1.5 Princípio tóxico. ... 27

2.3.2 Experimento 2 ... 31

2.4 Discussão ... 36

2.4.1 Experimento 1 ... 36

2.4.2 Experimento 2 ... 39

3 CONCLUSÃO ... 41

REFERÊNCIAS ... 41

APÊNDICE A – ARTIGO CIENTÍFICO ... 47

Artigo 1 ... 47

A importância da intoxicação natural por Amorimia pubiflora (Malpighiacea) em bovinos no estado

de Mato Grosso, reprodução experimental da intoxicação em ovinos e bovinos e indução e

transferência de resistência à intoxicação por A. pubiflora em ovinos

1

... 47

Artigo 2 ... 62

Indução e transferência de resistência à intoxicação por Amorimia pubiflora (Malpighiaceae) em

ovinos1 ... 62

(15)

1 INTRODUÇÃO

O grupo de maior importância das plantas tóxicas é o que causa a síndrome

de “morte súbita”. As plantas responsáveis por este quadro clínico pertencem às

famílias Rubiaceae, Bignoniaceae e Malpighiaceae e são representadas pelas

espécies Palicourea marcgravii, P. aenofusca, P. juruana, P. grandiflora, Tanaecium

(Arrabidaea) bilabiatum, Fridericia (Arrabidaea) japurensis, Pseudocalymma elegans,

Amorimia (Mascagnia) rigida, A. exotropica, A. pubiflora, Amorimia sp. (que incluem

M. rígida e M. aff. rigida) (Tokarnia et al. 2012; Lee et al. 2012), A. septentrionalis e

M. sepium (A. amazônica) (Lee et al. 2012)

Mascagnia pubiflora (Juss.) Griseb., reclassificada como Amorimia pubiflora

(A. Juss.) W.R. Anderson (Anderson 2006) popularmente conhecida como “corona”

ou “cipó-prata” é uma das plantas tóxicas mais importantes da Região Centro-Oeste

devido a maior ocorrência e toxidez (Fernandes & Macruz 1964, Tokarnia &

Döbereiner 1973, Santos 1975). Também são encontradas A. pubiflora nas regiões

Nordeste (Bahia) e Sudeste (Minas Gerais, São Paulo, Goiás e Rio de Janeiro)

(Mamede 2010). Foi detectado monofluoracetato em A. amazonica, A. camporum, A.

exotropica, A. rígida, A. septentrionalis e A. pubiflora e nesta última espécie

relatando-se concentrações de 0,006% em suas folhas depositadas no University of

Michigan Herbarium, Michigan, EUA (Lee et al. 2012).

Em Mato Grosso do Sul, A. pubiflora foi responsável por vários surtos de

“mortes súbitas” em diferentes meses do ano, mas os casos predominaram no

período chuvoso com morbidade de até 3,5%, sendo as mortes frequentemente

relacionadas com a movimentação (Lemos et al. 2011). Foram descritas variações

na toxidez das folhas de acordo com a época do ano (Tokarnia & Döbereiner 1973).

Enquanto em agosto/setembro, na época da seca, com A. pubiflora em brotação,

floração e frutificação, a dose letal das folhas frescas foi de 5g/kg, em abril/maio do

mesmo ano, no final da época de chuva, com as folhas maduras, ela situou-se em

torno de 20g/kg (Tokarnia & Döbereiner 1973).

No estado de Mato Grosso, em alguns municípios da região amazônica A.

pubiflora é mencionada como principal causa de perdas econômicas para pecuária

bovina (Tokarnia et al. 2012). Bovinos intoxicados por A. pubiflora apresentaram,

quando movimentados, cansaço, jugular ingurgitada, leves tremores musculares,

contrações bruscas e morte no período de 5 a 15 minutos (Tokarnia & Döbereiner

1973). Na necropsia não há lesões significativas, porém histologicamente no rim

nota-se, em aproximadamente metade dos bovinos intoxicados, degeneração

hidrópico-vacuolar acompanhada de cariopicnose no epitélio dos túbulos

contornados distais, o que é um achado importante para o diagnóstico (Tokarnia et

al. 2012). Alteração similar foi reproduzida em bovinos (Nogueira et al. 2010) e

ovinos (Peixoto et al. 2010), com a administração de monofluoracetato de sódio

(MFA).

Relatos de que os bovinos oriundos de regiões onde não ocorre “morte

súbita” são mais susceptíveis à intoxicação, pode ser um indicativo de que os

animais se tornam resistentes ao consumo de plantas que contém monofluoracetato

(Becker et al. 2013, dados não publicados). Observação similar foi relatada

indicando que animais se tornam mais resistentes a intoxicações quando pastejam

em áreas com presença de A. rigida quando comparados com animais introduzidos

(16)

sem acesso prévio a esta planta tóxica (Silva et al. 2008). Esta possibilidade está

relacionada com a degradação por enzimas de microorganismos que contém

fluoroacetato-dehydrogenase e que quebram a ligação do carbono-flúor (Fetzner &

Lingens 1994). Vários microorganismos que degradam fluoroacetato de sódio foram

isolados de solo na Austrália (Twigg & Socha 2001) e de solo (Camboim et al. 2012)

e ambiente ruminal (Pimentel 2011, Camboim et al. 2012) no Brasil. Cabras que

ingeriram repetidas doses não tóxicas de A. septentrionalis tornaram-se resistentes e

aumentou o tempo de início dos sinais clínicos quando comparado ao grupo controle

(Duarte et al. 2013).

Este trabalho tem o objetivo de descrever os aspectos epidemiológicos da

intoxicação natural por A. pubiflora em bovinos no estado de Mato Grosso e a

reprodução experimental da intoxicação em ovinos e bovinos com a brotação da

planta coletada na região Centro-Oeste nos períodos de chuvas e de seca e da

planta madura e os frutos na época de seca. Também investiga a indução de

resistência às intoxicações por A. pubiflora em ovinos, através de fornecimento diário

de doses sub tóxicas de folhas de A. pubiflora e avalia a possibilidade de

transferência da resistência com transfaunação de líquido ruminal desses animais

para um grupo de ovinos que não teve contato prévio com A. pubiflora.

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 Revisão de literatura

O Mato Grosso destaca-se nacionalmente como o maior produtor de bovinos

do Brasil com 29 milhões de animais (CONAB 2011, IMEA 2013). No Brasil,

estima-se que a as perdas por mortes de animais ocasionadas pela ingestão de plantas

tóxicas situam-se em torno de 5% (Riet-Correa & Medeiros 2001). No Rio Grande do

Sul, nas análises das causas de doenças de bovinos, as plantas tóxicas e as

toxiinfecções responderam por 22,8% das mortes de bovinos diagnosticadas no

Hospital Veterinário da UFSM (Lucena et al. 2010). Em outro estudo, também nesse

estado, as plantas tóxicas causaram a morte de 7,58% dos bovinos diagnosticados

no Setor de Patologia Veterinário da UFRGS (Pedroso et al. 2007).

(17)

2.1.1 AMORIMIA PUBIFLORA

2.1.1.1 Definição, distribuição e habitat

Mascagnia pubiflora (Juss.) Griseb., reclassificada como Amorimia pubiflora

(A. Juss.) W.R. Anderson (Anderson 2006) é uma das plantas tóxicas mais

importantes da região Centro-oeste e áreas vizinhas da região Sudeste (Tokarnia &

Döbereiner 1973). No Brasil, A. pubiflora é encontrada, também, nas regiões

Nordeste (Bahia) e Sudeste (Minas Gerais, São Paulo, Goiás e Rio de Janeiro)

(Mamede 2010); no entanto, a intoxicação não tem sido diagnosticada nesses

Estados.

Amorimia pubiflora é um cipó ou arbusto escandente com sistema radicular

muito bem desenvolvido (Tokarnia e al. 2012) e tem como nomes populares “corona”

e “cipó-prata”. Há duas formas da planta, uma em que as folhas são glabras, isto é,

desprovidas de pelos, e outra que são pilosas que dá aspecto prateado à brotação

aplicando, para esta última forma, o termo popular

“cipó- prata” (Fernandes &

Macruz 1964, Tokarnia e Döbereiner 1973, Santos et al. 1975).

2.1.1.2 Espécies animais sensíveis

Sob condições naturais e experimentais, a única espécie em que se constatou

a intoxicação por A. pubiflora foi a bovina (Tokarnia & Döbereiner 1973, Lemos et al.

2011). São sensíveis experimentalmente os bovinos (Fernandes & Macruz 1964,

Tokarnia e Döbereiner 1973, Santos et al. 1976), os coelhos (Fernandes & Macruz

1964, Döbereiner et al. 1986) e cobaias (Saad et al. 1970).

2.1.1.3 Condições que ocorre a intoxicação

A presença da A. pubiflora na pastagem é suficiente para intoxicar os bovinos,

sendo mais comum surtos na época seca do ano quando a oferta de alimentos é

restrita e a planta é mais tóxica (Tokarnia et al. 2012).

(18)

2.1.1.4 Sinais clínicos e exames patológicos

Bovinos intoxicados por A. pubiflora apresentaram quando movimentados,

manifestações clínicas de cansaço, jugular ingurgitada, leves tremores musculares

e, às vezes, contrações bruscas. (Tokarnia & Döbereiner 1973). Na microscopia são

observados geralmente rim com lesão característica no epitélio dos túbulos

contornados distais, uma degeneração hidrópico-vacuolar acompanhada de

cariopicnose. As plantas tóxicas que causam esse quadro de lesão, sem alterações

cardíacas morfológicas significativas são da família Malpighiaceae, Rubiaceae e

Bignoniáceas, causadoras de

“morte súbita” (Tokarnia et al. 2012).Essa lesão

também foi encontrada na intoxicação por monofluoracetato de sódio em bovinos

(Nogueira et al. 2010).

2.1.1.5 Diagnóstico e diagnóstico diferencial

Informações como histórico, averiguação do nome popular, determinação do

quadro clínico patológico, inspeção nas pastagens, exames de laboratório

(histológico, biológico, patologia clínica, identificação botânica, exames químicos,

bacteriológicos, virológicos e outros) são importantes para realização de um correto

diagnósitoco (Tokarnia et al. 2012). Em relação aos aspectos supracitados, a

investigação da presença da A. pubiflora nas pastagens em lugares com histórico de

“morte súbita” e o acesso dos animais a essas áreas é o mais importante.

Reproduzir experimentalmente a intoxicação para comprovar a toxidade da planta

pode auxiliar no diagnóstico. Para o diagnóstico diferencial devem ser consideradas

doenças como carbúnculo hemático, acidente ofídico, outras plantas e toxinas que

causam “morte súbita” (Tokarnia et al. 2012).

2.1.1.6 Princípio tóxico

Foram detectados monofluoroacetato nas Amorimia amazonica, Amorimia

camporum, Amorimia exotropica, Amorimia rigida, e Amorimia septentrionalis bem

como Palicourea aeneofusca, sendo que a Amorimia pubiflora mantidas no Herbário

a Universidade de Michigan apresentou concentrações de 0,006% de MFA (Lee et

al. 2012).

(19)

2.1.1.7 Tratamento e profilaxia

Não existe tratamento para intoxicação por A. pubiflora, recomendando-se

deixar os animais em repouso até a recuperação. A. pubiflora tem o sistema

radicular bem desenvolvido, o que dificulta sua erradicação nas pastagens,

sugere-se como método profilático a vedação das áreas infestadas (Barbosa et al. 2007),

evitar manejos dos animais em épocas do ano que a planta é mais tóxicas, a

erradicação da planta nas pastagens, sendo questionável a eficácia dessas medidas

(Tokarnia et al. 2012).

2.2 Material e métodos

O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa Animal da

Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), através do processo número

23108.014901/11-7 de 13 de maio de 2011. Foram coletadas separadamente folhas

jovens (tenras e predominantemente verde-claro tanto na face dorsal quanto ventral

ligados a talos de coloração verde), folhas maduras (tonalidade verde-escura,

fibrosa) e frutos de A. pubiflora, em uma Fazenda no município de Colniza, MT (em

um raio de aproximadamente 5 km de S09O41.879-WO59O06.544) nos dias

14/11/2011, 19/12/2011 e 08/06/2012 (Fig.1). As duas primeiras coletas ocorreram

nos períodos de chuvas e a terceira ocorreu no período de seca. As folhas e frutos

foram conservadas sob refrigeração, a 4–8ºC por um período máximo de 30 dias,

para utilização neste experimento.

A identificação botânica foi realizada pelo Dr. William R. Anderson (University

of Michigan Herbarium, Ann Arbor, Michigan, EUA). Folhas de A. pubiflora foram

enviadas ao Dr. Stephen Lee (Laboratory, Agricultural Research Service, United

States Department of Agriculture, Logan, UT, USA), para verificação da existência de

MFA em sua composição, conforme metodologia descrita por Lee et al. (2012).

(20)

O delineamento dos experimentos em ovinos, assim como as alterações

clínicas e lesionais estão dispostas nos Quadros 1 e 3. Utilizaram-se ovinos

oriundos do Projeto Ovinocultura, da Fazenda Experimental da UFMT, Santo Antônio

de Leverger, MT. Todos eram da raça Santa Inês, fêmeas, com idades entre 1 e 2

anos e estavam clinicamente saudáveis. Os ovinos foram vermifugados entre 7 a 10

dias previamente ao início do experimento. Durante o experimento permaneceram

em um piquete no Hospital Veterinário da UFMT, em baias de 9m

2

, que

comportavam até 3 ovinos. Todos os ovinos foram pesados no dia da administração

da planta, sendo este peso usado para o cálculo da dose administrada.

Utilizaram-se também 2 bovinos (Bovinos 1 e 2), que permaneceram em um

piquete de 1000m², na Fazenda Experimental da UFMT, sendo o Bovino 1, da raça

Holandesa, macho, castrado, 24 meses e o Bovino 2, cruza da raça Caracu com

Nelore, macho, de 24 meses.

2.2.2. ACOMPANHAMENTO CLÍNICO

Observações clínicas foram realizadas três a quatro vezes por dia em todos

os ovinos desses experimentos previamente e após cada etapa. O exame consistia

na observação de movimentos respiratórios, comportamento, postura, ingestão de

água e alimentos. Todos os ovinos deste experimento, quando desafiados, após 6-8

horas da administração de A. pubiflora, foram submetidos à movimentação por 10

minutos. Previamente e imediatamente após a movimentação dos animais, eram

avaliadas também as frequências cardíaca e respiratória e a movimentação ruminal.

Para os bovinos seguiu-se o mesmo procedimento.

2.2.3 EXAMES PATOLÓGICOS.

Os ovinos e os bovinos que morreram foram necropsiados, anotando-se as

alterações macroscópicas. Durante a necropsia, coletaram-se fragmentos das

cavidades torácicas e abdominal e sistema nervoso central. As amostras foram

fixadas em formol a 10%. Após fixação, os fragmentos foram processados no

Laboratório de Patologia do Hospital Veterinário da UFMT, incluídos em parafina,

(21)

cortados em 3-5μm, corados pela hematoxilina e eosina (HE) e avaliados

microscopicamente.

2.2.4 EXPERIMENTO 1

2.2.4.1 Investigação Epidemiológica.

Realizaram-se visitas a diversas propriedades do município de Colniza, MT,

em setembro de 2004, novembro de 2011 e julho de 2012 com a finalidade de

coletar informações referentes às “mortes súbitas”, mediante a realização de

entrevistas com os responsáveis pela criação de bovinos e vistoria das pastagens

onde a doença ocorria. Durante a visita em uma das propriedades, um bovino que

apresentou quadro compatível com “morte súbita” foi necropsiado e fragmentos dos

órgãos das cavidades abdominal, torácica e o encéfalo foram coletados e fixados em

solução formalina 10% tamponada e processados rotineiramente para exame

histológico.

2.2.4.2 Animais experimentais.

O delineamento dos experimentos em ovinos, assim como as alterações

clínicas e lesionais estão dispostas no Quadro 1 e utilizaram-se 18 ovinos e dois

bovinos (Bovinos 1 e 2).

2.2.1.3 Doses administradas.

As folhas de A. pubiflora foram administradas aos animais por via oral. As

folhas eram fornecidas inicialmente para consumo voluntário. A maioria dos ovinos e

os bovinos consumiram as folhas com avidez. Quando isso não acontecia,

administravam-se forçadamente pequenos bolos das folhas por via oral. O tempo

máximo de administração total de folhas para cada ovino e para os bovinos não

ultrapassou 25 minutos.

As folhas jovens da primeira e segunda coleta de A. pubiflora (coletadas na

época de chuva) foram administradas nas doses de 1,5 (Ovino 8), 2 (Ovinos 7, 5 e

(22)

6), 3 (Ovinos 4 e 3) e 5g/kg (Ovinos 2 e 1). Para avaliação da dose tóxica de A.

pubiflora, na estação da seca, brotos e folhas jovens foram administrados nas doses

de 2 (Ovino 14), 3 (Ovino 12 e 13), 4 (Ovino 11) e 5g/kg (Ovino 9 e 10) e as folhas

maduras foram administrados nas doses de 10 (Ovino 17), 15 (Ovino 16), e 20g/kg

(Ovino15), bem como os frutos de A. pubiflora foram administrados na dose de

5g/Kg para o Ovino 18. Folhas jovens de A. pubiflora da primeira coleta foram

administradas para os Bovinos 1 e 2, nas doses de 2 e 3g/kg, respectivamente.

Adicionalmente todos os animais foram alimentados com feno de alfafa e ração

comercial específica. Após 6 a 8 horas da administração, os animais foram

submetidos à movimentação por 10 minutos.

2.2.5 EXPERIMENTO 2

2.2.5.1 Animais experimentais

Utilizaram-se 16 ovinos neste estudo divididos aleatoriamente em 4 grupos.

2.2.5.2 O delineamento experimental

O Grupo 1 (G1) composto por 4 ovinos (19, 20, 21 e 22) usados na indução

da resistência ao consumo, recebeu durante 20 dias consecutivos 0,5g/Kg de folhas

de A. pubiflora. O comportamento clínico do Grupo era avaliado sistematicamente e

a cada intervalo de 5 dias, após 6-8 horas da administração de A. pubiflora,

avaliam-se frequência cardíaca e respiratório previamente e imediatamente após

movimentação por 10 minutos. A administração de A. pubiflora era interrompida se

notasse sinais clínicos de intensidade moderada (Quadro 3) principalmente com a

frequência cardíaca (FC), com o ovino em repouso no dia da administração acima de

100 bpm e FC acima de 160 bpm após a movimentação e decúbitos prolongados

após a administração da planta, retornando-se quando os parâmetros

apresentavam-se dentro da normalidade, principalmente quando a notava-se a FC,

com os ovinos em repouso no dia da administração, próximo a 80 bpm. Após a

indução denominou-se este grupo de G1-i. Seguiu-se um intervalo de 15 dias sem

fornecimento de A. pubiflora. Imediatamente após esse intervalo, o G1-i foi desafiado

(23)

(G1-d1) com 1g/Kg/3dias de A. pubiflora. O Ovino 21 do G1-i foi desafiado nas

doses de 3g/Kg (G1-d2) e 5g/Kg (G1-d3), 166 e 180 dias após o G1-d1,

respectivamente, para verificação da persistência da resistência ao consumo de A.

pubiflora.

O Grupo 2 (G2) composto por cinco ovinos (23, 24, 25, 26 e 27) foi formado

para avaliação da transferência de resistência ao consumo de A. pubiflora. No dia

subsequente ao último dia de administração de planta do G1-d1 realizou-se coleta

de conteúdo ruminal com auxílio de bomba de sucção e sonda esofágica, e

imediatamente foi transferido 100ml por sonda esofágica oral para cada ovino do

G2, a cada 24 horas, durante 10 dias consecutivos. No dia seguinte ao último dia de

transfaunação, os ovinos do G2 transfaunados (G2-t), foram desafiados com doses

de 1g/Kg/3 dias consecutivos (G2-d2) e após intervalo de 3 dias, administrou-se

3g/Kg em única dose (G2-d3).

Os Grupos Controles, GC-1 (Ovinos 28, 29 e 30) que recebeu a dose de

1g/Kg durante 3 dias consecutivos e GC-2 (Ovinos 32, 24, 33 e 34) que recebeu a

dose de 3g/Kg em única dose de A. pubiflora foram utilizados para comparação do

quadro clínico, evolução e desfecho do G1-i e G2-t.

2.2.5.3 Análise estatística

Análises estatísticas foram realizadas utilizando do software R Development

Core Team (2012). Para verificar a diferença entre grupos foi utilizado a regressão

gama (Paula 2004) com o preditor linear (



a função de logarítmica



ln



i

).

2.2.5.4 Acompanhamento clínico

A avaliação de resistência de ovinos do G1 e G2 ao consumo de A. pubiflora

foram comparados aos parâmetros de grupos controles baseada na variação da

frequência cardíaca, no desfecho do quadro clínico e na intensidade de sinais

clínicos, que foi classificada em Acentuada (Taquicardia, jugular ingurgitada, pulso

venoso, arritmia cardíaca, tremores musculares, dorso arqueado, andar rígido,

apatia, tremores de cabeça, trismo mandibular, relutância em se movimentar, andar

em círculo, cianose, quedas repentinas, convulsão e morte); Moderada (Taquicardia,

(24)

jugular ingurgitada, pulso venoso, arritmia cardíaca, apatia, relutância em se

movimentar, queda repentina, com recuperação clínica); Leve (Taquicardia, dorso

arqueado, andar rígido, apatia, sem quedas repentinas); e Discreta (Taquicardia).

A

maioria dos ovinos consumiu as folhas de A. pubiflora voluntariamente e quando isso

não acontecia, pequenas quantidades de folhas eram colocadas na boca dos

animais para ingestão forçada.

2.3 Resultados

2.3.1 EXPERIMENTO 1

2.3.1.1 Dados epidemiológicos.

O município de Colniza, no Estado de Mato Grosso, faz parte

do “Cinturão

Verde da Amazônia”, região pertencente à área de Floresta Tropical. O referido

município foi emancipado em 1998, de área territorial anteriormente pertencente ao

município de Aripuanã, MT, com atividade predominantemente extrativista vegetal e

de minério. Com objetivo de ocupação da Região Amazônica, inicialmente a área

desse município foi colonizada por agricultores vindos principalmente do Rio Grande

do Sul na década de 90. Devido às dificuldades de infra-estrutura ocorreu grande

evasão destes produtores. A partir de 1994 ocorreu um novo fluxo migratório,

principalmente de produtores oriundos dos estados de Rondônia e Espírito Santo,

havendo apropriação de terras devolutas com formação de grandes fazendas

ocasionando a expansão da pecuária local.

No entanto, os produtores relatam que um dos principais limitantes da

continuidade dessa expansão é a ocorrência de “morte súbita” de bovinos, que é

descrita como a principal causa de perdas econômicas. Há relatos de que os

bovinos oriundos de outros municípios, onde não ocorrem históricos de mortes

súbitas, são mais afetados que aqueles já adaptados à região. Em visitas às

propriedades e em vistorias nas pastagens onde ocorriam as mortes súbitas,

notamos a coincidência da presença de A. pubiflora nas pastagens com os históricos

de mortes súbitas. Vários produtores do município, principalmente os que têm

(25)

propriedades no local denominado Linha 24 e entorno, relataram a ocorrência de

mortes. Um deles anotou que em um rebanho de 1.000 bovinos, em 2009 morreram

80 bovinos, em 2010 morreram 41 bovinos e em 2011 morreram 61 bovinos (18,2%

de mortalidade em 3 anos). Outro descreveu que de uma compra de 110 bovinos de

outro município, 60 morreram (54,5%) após 15 dias da introdução no piquete,

durante um manejo para vacinação. Outro produtor descreveu as mortes de 40 entre

120 bovinos que estavam em um pasto, durante a movimentação para transporte ao

frigorífico.

Enquanto na primeira visita havia histórico de que vários produtores

combatiam diversas plantas, algumas similares as do gênero Amorimia, outras

combatiam plantas lactescentes, sem que se notassem resultados. Já nas últimas

visitas constatamos que a maioria dos pecuaristas e dos vaqueiros tem

conhecimento sobre a toxicidade e distinguem facilmente A. pubiflora, que é

localmente conhecida como “suma”, de outras plantas que não tem importância para

pecuária local. Os pecuaristas são unânimes em mencionar a dificuldade para

erradicar ou controlar essa planta, que a arrancam do pasto com uso de enxadão ou

aplicação de herbicidas, misturados ou não com óleo diesel; porém esses métodos

não são muito eficazes, pois há intenso rebrote após 15 a 30 dias. Alguns

produtores comentam que essas técnicas devem ser repetidas, pois periodicamente

ocorre a rebrota da planta.

As mortes ocorrem independentes da disponibilidade de forragem, pois nas

propriedades visitadas as pastagens para os bovinos (predominantemente

Brachiaria spp. e Panicum maximum) eram abundantes, no entanto é

frequentemente relatado que as mortes se concentram principalmente no final do

período da seca e início do período de chuva, coincidindo com maior quantidade de

brotação de A. pubiflora. Os produtores relatam que ocasionalmente os bovinos são

encontrados já mortos, mas a maioria morre durante a movimentação, após

apresentarem agressividade, tremores musculares, instabilidade postural, relutância

em se movimentar, decúbito ou queda repentina. Alguns produtores descrevem,

ainda, que os bovinos “dão pulos repentinos”, caem ao solo e morrem em poucos

minutos. Há relato de aproveitamento para o consumo quando os bovinos são

imediatamente sangrados.

Durante nossas visitas em uma propriedade ocorreu a movimentação de um

lote para manejo e um bovino morreu, com comportamento agressivo, relutância a

(26)

movimentação, incoordenação, queda e morte com evolução de 15 minutos. Este

bovino foi necropsiado sem que se notassem alterações macro ou microscópicas

significativas.

2.3.1.2 Acompanhamento clínico experimental.

No desenvolvimento dos experimentos em ovinos, notou-se que o início do

quadro clínico, a evolução clínica e o tempo da administração até a morte, variaram

de acordo com a dose administrada, sendo em média de 11h56min, 5h38min e

17h34min, respectivamente. O quadro clínico foi similar na maioria dos ovinos; a

taquicardia foi uma das primeiras alterações, seguido de evidenciação da jugular,

tremores musculares, além de apatia e ocasional relutância à movimentação. Todos

os sinais se acentuavam após a movimentação.

Em 7 ovinos (1, 3, 10, 5, 11, 9, e 15), dos 12 que morreram com diferentes

doses tóxicas de A. pubiflora, foi observado um quadro final superagudo, com

evolução, variando de 3min20seg. a 21min30seg, no qual havia, durante ou logo

após a movimentação, relutância para caminhar, dorso arqueado, tremores e

contrações musculares generalizadas, principalmente de membros, cabeça e

pescoço. Os ovinos apresentavam ainda, marcada taquipneia com respiração

abdominal, por vezes com boca aberta, ficavam em decúbito esternal e logo lateral

ou caíam diretamente em decúbito lateral, com contrações musculares, seguidas por

opistótono, nistagmo, vocalização, cianose de mucosa oral e morte. Os 5 ovinos (2,

4, 12, 13 e 18) foram encontrados mortos, no máximo 1 hora após a última

observação clínica.

Dentre os ovinos que se recuperaram, o Ovino 6 manifestou tremores

musculares, taquicardia, instabilidade, relutância para se movimentar e cegueira

(andava a esmo, batia em obstáculos e não tinha reflexo palpebral) e recuperou-se

após curso clínico de 122h20min. O Ovino 7, que recebeu 2g/kg, manifestou leve

aumento da frequência cardíaca durante a movimentação até 48 horas após a

administração; recuperou-se posteriormente. O Ovino 8, que recebeu a dose de

1,5g/kg, apresentou leve taquicardia com 100 batimentos por minuto (bpm) quando

em repouso e até 238 bpm após movimentação recuperando-se após 50 horas

(Quadro 3). No Ovino 14 notou-se taquicardia com 200 bpm e recuperou-se 48h

(27)

depois da administração. O Ovino 16 apresentou andar rígido e recuperou-se

86h27min após administração da planta. O Ovino 17 tinha a jugular ingurgitada,

pulso venoso, ficou em decúbito esternal, decúbito lateral e apresentou melhora

clínica em 48h.

O Bovino 1, que tinha temperamento dócil, consumiu espontaneamente 2g/kg

de folhas jovens de A. pubiflora, apresentou taquicardia (80 bpm) 24 horas após a

administração da planta, e antes da movimentação. Após 3 minutos de

movimentação, notou-se jugular ingurgitada e marcada relutância em se

movimentar; permaneceu imóvel mesmo quando tangido com uso de cavalo. A

frequência cardíaca elevou-se para 180-200 bpm. Este quadro se repetiu por mais

de 24 horas; posteriormente, notou-se que a frequência cardíaca permanecia,

quando em repouso, dentro da normalidade e havia leve alteração (100-120 bpm)

quando o bovino era tangido.

O Bovino 2 que, tinha temperamento mais agressivo, recebeu, por via oral

forçada, 3g/kg de folhas jovens de A. pubiflora. Após 7 horas da administração da

planta estava em pé e pastejava no piquete onde foi solto, alerta e aparentemente

sem alterações clínicas; após 1 minuto de trote caiu de súbito, teve fortes espasmos

musculares e movimentos de pedalagem, tremores musculares e opistótono (Fig.2).

Notou-se marcado ingurgitamento e pulso jugular, taquicardia (220 bpm) e

taquipneia (60mpm). Após 2 minutos nesta posição, levantou-se e começou a correr,

porém com tremores musculares intensos e instabilidade postural; trotou por 30

segundos e caiu novamente; repetiu-se o quadro anterior com frequência cardíaca

de 300 bpm. Isso se repetiu por mais duas vezes, e na última vez ficou deitado por

aproximadamente 30 minutos. Após 22h da administração estava em pé no piquete

com pulso jugular evidente e após curta movimentação (30’’) caiu ao solo, teve fortes

contrações musculares, principalmente dos membros, opistótono, nistagmo,

vocalizou e teve “morte súbita” 6 minutos após a queda.

2.3.1.3 Achados de necropsia.

Observou-se nos Ovinos 1, 3, 2, 5 e 4 que o pulmão estava aumentado de

volume, com petéquias e equimoses na cavidade pleural, leve edema interlobular e

ao corte apresentava-se moteado com áreas avermelhadas. Notou-se, ainda, grande

(28)

quantidade de espuma brancacenta ou com leve tom róseo na traqueia; folhas

inteiras ou parcialmente digeridas de A. pubiflora foram observadas no rúmen.

Observaram-se mucosas avermelhadas no abomaso e intestino, no rim ao corte

petéquias multifocais, principalmente na região cortico-medular. Nas cavidades

torácica e pericárdica havia discreta deposição de líquido amarelo-citrino. Petéquias

e equimoses ocasionais foram observadas no pericárdio, pleura, meninges e

intestino. Na necropsia do Bovino 2 e na dos Ovinos 10, 11, 9, 12, 13, 15 e 18 não

foram encontradas alterações macroscópicas significativas.

2.3.1.4 Achados histopatológicos.

Os principais achados histológicos foram observados no rim e eram de

tumefação e vacuolização (degeneração hidrópico-vacuolar) e cariopicnose em

células epiteliais dos túbulos uriníferos contorcidos classificada como leve nos

Ovinos 1, 2, 5, 4, 9 e 18, moderada nos Ovinos 11 e 15 e acentuada no Bovino 2.

Adicionalmente havia hemorragias de serosa, edema e congestão pulmonar,

congestão principalmente da medular do rim, e de sinusoides hepáticos em variável

intensidade nos Ovinos 1, 3, 2, 5 e 4.

2.3.1.5 Princípio tóxico.

Foi detectado 0,015% de monofluoracetato nas folhas jovens de A. pubiflora,

coletadas em novembro de 2011.

(29)

Quadro 1. D

elineamento experimental, acompanhamento e desfecho clínico e alterações histológicas renais relacionadas com a intoxicação experimental por A. pubiflora em ovinos

Coleta

Ovino

Parte

administrada

Dose g/Kg

Início dos

sinais

clínicos

Evolução

clínica

Evolução fase

aguda

Desfecho

clínico

Intensidade

lesões renais

1

º

e 2

º

co

let

a

1

Folha jovem

5

5h5min

19h15min

11min

Morte

Leve

2

5

34min

14h54min

Encontrada

morta

Morte

Leve

3

3

11h35min

17h25min

15min

Morte

Ausente

4

3

8h15min

16h45min

Encontrada

morta

Morte

Leve

5

2

13h04min

16h40min

4min

Morte

Leve

6

2

13h52min

122h20min

N.A.

Recuperação

N.A.

7

2

12h43min

48h

N.A.

Recuperação

N.A.

8

1,5

6h57min

17h33min

N.A.

Recuperação

N.A.

3

º

co

let

a

9

Folha jovem

5

17h34min

17h37min

3min20seg

Morte

Leve

10

5

14h04min

14h54min

6min30seg

Morte

Ausente

11

4

14h29min

15h50min

21min30seg

Morte

Moderado

12

3

14h45min

14h45min

Encontrada

morta

Morte

Ausente

13

3

14h45min

15h45min

Encontrada

morta

Morte

Ausente

14

2

17h56 in

48h00min

N.A.

Recuperação

N.A.

15

Folha madura

20

13h25min

13h25min

11min30seg

Morte

Moderado

16

15

14h07min

86h27min

N.A.

Recuperação

N.A.

17

10

17h55min

48h00min

N.A.

Recuperação

N.A.

18

Fruto

5

15h00min

17h45min

Encontrada

morta

Morte

Leve

(30)

Quadro 2. Principais alterações clínicas em ovinos intoxicados experimentalmente com A. pubiflora.

Ovino

Dose

g/kg

Sinais clínicos

Apatia Jugular ingurgitada Pulso venoso Decúbito esternal Decúbito lateral Arritmia cardíaca

Dispneia Taquicardia Tremores Incoordenação Dorso arqueado Andar rígido Trismo mandibular Cianose Desfecho clínico

1

5

+

+

+

+

+

-

+

+

+

-

-

-

-

-

M

2

5

+

+

+

+

-

-

-

+

-

-

-

-

-

-

M

3

3

-

+

+

+

+

-

-

+

+

-

-

-

-

-

M

4

3

+

-

-

+

-

-

+

+

-

-

-

-

-

+

M

5

2

+

+

+

+

+

-

+

+

+

-

-

-

-

+

M

6

2

+

+

+

+

-

+

+

+

+

+

-

+

+

-

R

7

2

-

-

-

+

-

-

-

+

-

-

-

-

-

-

R

8

1,5

-

-

-

-

-

-

-

+

-

-

-

-

-

-

R

9

5

-

-

-

+

-

-

-

+

-

-

-

-

-

-

M

10

5

+

+

+

+

-

-

-

+

-

-

+

+

-

-

M

11

4

+

+

+

-

-

-

+

+

-

+

+

+

-

-

M

12

3

-

-

-

-

-

-

-

+

-

-

-

-

-

-

M

13

3

+

-

-

+

-

-

-

+

-

-

-

+

-

-

M

14

2

-

-

-

-

-

-

-

+

-

-

-

-

-

-

R

15

20

+

-

-

+

-

+

-

+

-

-

-

+

-

-

M

16

15

-

-

-

-

-

-

-

+

-

-

-

+

-

-

R

17

10

-

+

+

+

+

-

-

+

-

-

-

-

-

-

R

18

5

-

-

-

-

-

-

-

+

-

-

-

-

-

-

M M-Morte R- Recuperação clínica.

(31)

Fig.1. a. Brotação de Amorimia pubiflora em área recém desmatada. b. Detalhes de inflorescência de

(32)

Fig. 2. Sequência do quadro clíncio que ocorreu durante a movimentação de bovino experimentalmente intoxicado por A. pubiflora. a. dismetria. b. queda brusca. c. decúbito lateral d. opstotono e notava-se movimentos de pedalagem

2.3.2 EXPERIMENTO 2

O tempo entre o início da administração de A. pubiflora e observação

dos primeiros sinais de cada grupo estão apresentados no Quadro 3. Os

Ovinos do G1 apresentaram sinais clínicos de 21h47min a 144h após o início

da administração de A. pubiflora. Os primeiros sinais clínicos observados foram

de intensidade discreta a moderada com evolução para acentuada. A

administração de A. pubiflora para os Ovinos 19 e 21 foi suspensa quando

apresentaram sinais clínicos de intensidade moderada em dois momentos,

primeiramente ocorreu 93h e 119h após o início da administração

retomando-se quando retomando-se recuperaram após curso clínico de 74h e 47h após a última

administração, respectivamente. Depois suspendeu- se o fornecimento com

286h e 262h do início da administração, retomando-se quando se recuperaram

(33)

após curso clínico de 60h e 133h após a última administração,

respectivamente. Não houve morte de ovinos de G1-i. Notou-se nos Ovinos 19

e 21 FC de 100 a 200 bpm após movimentação de 3min aproximadamente,

interrompida pela relutância dos ovinos em se movimentar durante os 10min

previstos. O Ovino 21 caiu subitamente e apresentou tremores de cabeça,

recuperando-se em 3min e após 26min caminhava normalmente. Os Ovinos 20

e 22 foram submetidos à movimentação por 10 minutos e apresentaram FC

184 e 200 bpm, respectivamente.

Durante G1-d1 os sinais clínicos foram observados entre 23h a 73h. No

Ovino 19, 65h após o início da administração notou-se sinais clínicos de

intensidade leve, recuperando-se 26h após o início dos sinais clínicos. Os

Ovinos 20 e 22 apresentaram os primeiros sinais clínicos 73h e 72h,

respectivamente, de intensidade discreta. Notou-se no Ovino 21, sinais clínicos

de intensidade discreta 23h após o início da administração de A. pubiflora e

após a movimentação de 10 minutos, caiu de súbito, notou-se tremores de

cabeça e arritmia leve, em 3min o Ovino levantou-se e após 5 minutos o Ovino

já caminhava normalmente procurando alimentos. No GC-1, notaram-se os

sinais clínicos de intensidades moderada a acentuada nos Ovinos entre 23h e

24h. Os Ovinos 28, 29 e 30 apresentaram os primeiros sinais clínicos 23h, 23h

e 24h, respectivamente, de intensidade moderada. O Ovino 29 durante aferição

da frequência cardíaca, caiu, apresentou tremores musculares durante 5

segundos, ficou 30 segundos deitado e restabeleceu-se em seguida

apresentando os primeiros sinais clínicos 23h. O Ovino 30 apresentou os

primeiros sinais clínicos 24h após a administração de A. pubiflora.

O tempo de apresentação dos primeiros sinais clínicos do G1-d1 foi

significativamente maior do que para o GC-1 (p<0,05). Não houve diferenças

significativas entre os valores da FC do G1-i e G1-d1 e as FC de ambos foram

significativamente menores que a FC do GC-1 (p<0,05).

Os tempos de apresentação dos primeiros sinais clínicos do G2-d2 e

G2-d3 são significativamente maiores do que para o GC-1 e GC-2 (p<0,05).

Não houve diferenças significativas entre os valores da FC do G2-t e G2-d2 e

G2-d3 e as FC de ambos foram significativamente menores que a FC do GC-1

e GC-2 (p<0,05).

(34)

Durante o G2-d2 os Ovinos 23 e 25 apresentaram os primeiros sinais

clínicos 24h e 48h respectivamente, de intensidade discreta com evolução de

70h e 71h, respectivamente. Os Ovinos 24, 26 e 27 não apresentaram sinais

clínicos de intoxicação por A. pubiflora. Notaram-se os primeiros sinais clínicos

nos Ovinos do GC-1 de 23h a 24h, com evolução em média de 96 horas.

Todos os Ovinos do G2-d2 e o GC-1 quando desafiados permaneceram vivos.

Durante o G2-d3, os Ovinos 23, 24, 26 e 27 apresentaram os primeiros

sinais clínicos 25h a 26h após administração de A. pubiflora e o Ovino 25 não

apresentou sinal clínico durante o G2-d3. Notou-se sinais clínicos de

intensidade discreta nos Ovinos 23, 26 e 27. O Ovino 24, 93 horas após a

administração da planta, apresentou incoordenação motora com andar lateral,

nistágmo e movimento de pedalagem sendo sacrificado em seguida. Na

necropsia, o fígado apresentou coloração amarelada, notou-se na região

cortical do rim coloração amarelada e foi diagnosticado com um distúrbio

metabólico, a toxemia da prenhez. O GC-2 (Ovinos 31, 32, 33 e 34) que

recebeu dose única de 3g/Kg de A. pubiflora, apresentaram sinais clínicos de

intensidade acentuada apresentando os primeiros sinais clínicos com 8h15min,

12h, 15h e 15h, respectivamente, após a administração com morte em média

com 16h após a administração de A. pubiflora. As médias do início dos sinais

clínicos e freqüência cardíaca estão representadas na Figura 1. O Ovino 21

sobreviveu ao desafio de 3g/Kg mantendo a resistência ao consumo de A.

pubiflora por 166 dias após o G1-d1 e morreu quando desafiado com 5g/Kg

após 180 dias após o G1-d1.

As médias do início dos sinais clínicos e freqüência cardíaca estão

representadas na Figura 3.

(35)

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00 60,00 70,00 80,00 90,00 100,00 110,00 120,00 G1-i Indução G1-d1 Desafio 1 G2-d2 Desafio 2 G2-d3 Desafio 3 GC-1 Grupo Controle 1 GC-2 Grupo Controle 2

Início dos sinais clínicos (horas) Frequência Cardíaca (bpm)

Grupos experimentais In íc io d o s si n ai s cl ín ic o s (H o ra s a p ó s o in íc io d a ad m in ist ra çã o ) Fr e q u ê n cia ca rd ía ca (B at im e n to s p o r m in u to s)

Figura 3. Representação gráfica do período (horas) do início dos sinais clínicos e a frequência cardíaca (bpm) após a administração de A. pubiflora em ovinos.

Referências

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