DIREITO DAS COISAS
DIREITO DAS COISAS E DIREITOS REAIS
Direito das Coisas - é uma expressão mais ampla, que inclui a posse e os Direitos
Reais.
Direitos Reais - Conjunto de normas que tem como finalidade regular o exercício de
DIREITO DAS COISAS - POSSE
CONCEITO DE POSSE
POSSE
Posse é o exercício de fato de qualquer um dos poderes inerentes à propriedade (art. 1.196
do CC).
É uma situação de fato protegida pela lei - caracteriza-se pelo próprio exercício.
DIREITO DAS COISAS - POSSE
CONCEITO DE POSSE
Direito de Propriedade – elementos
Direito de usar (“jus utendi”)
É o direito de utilizar a coisa, tirando dela todos os serviços que ela possa prestar, sem sem consumi-la.
Direito de gozar (“jus fruendi”)
Direito de explorar economicamente a coisa, retirando dela os produtos e frutos, sem consumi-la.
Direito de dispor (“jus abutendi” ou “disponendi”)
Direito de alienar a coisa a título oneroso (venda) ou gratuito (doação), incluindo o direito de consumi-la e o poder de gravá-la de ônus (penhor, hipoteca etc.) ou de submetê-la ao serviço de outrem.
Direito de reaver (“rei vindicatio”)
DIREITO DAS COISAS - POSSE
CONCEITO DE POSSE
PRODUTOS
Acessórios da coisa que podem ser explorados. Extinguem-se em razão da exploração. Não
renováveis.
FRUTOS
Acessórios da coisa que podem ser explorados e que não se extinguem em razão da exploração.
Renovam-se.
DIREITO DAS COISAS - POSSE
CONCEITO DE POSSE
POSSE E DETENÇÃO
POSSE – o possuidor exercita poder sobre a coisa em nome próprio.
DETENÇÃO – o detentor apenas detém fisicamente a coisa, em nome de outrem. Não
exerce poder sobre ela em nome próprio.
DIREITO DAS COISAS - POSSE
CONCEITO DE POSSE
TEORIAS SOBRE A POSSE
Teoria subjetiva (Savigny)
Posse formada por dois elementos
Corpus – poder físico sobre a coisa
Animus – intenção/vontade de permanecer com a coisa como sua.
Teoria objetiva (Ihering)
Posse formada por apenas um elemento – corpus. O animus estaria inserido no corpus,
Corpus seria o poder físico sobre a coisa + a demonstração clara, por meio de uma conduta,
DIREITO DAS COISAS - POSSE
CLASSIFICAÇÃO DA POSSE
CLASSIFICAÇÃO DA POSSE
Direta / Indireta / Plena
Justa / Injusta
Boa-fé / Má-fé
Originária /Derivada
Posse nova / posse velha
“Ad interdicta” e “Ad usucapionem”
Posse Natural / Posse Civil
DIREITO DAS COISAS - POSSE
CLASSIFICAÇÃO DA POSSE – DIRETA / INDIRETA / PLENA (art. 1.197)
POSSE DIRETA
É a posse daquele que tem a coisa temporariamente em seu poder, em virtude de direito
pessoal ou real.
POSSE INDIRETA
Posse que deu origem à posse direta
POSSE PLENA
DIREITO DAS COISAS - POSSE
CLASSIFICAÇÃO DA POSSE – JUSTA/ INJUSTA (art. 1.200)
POSSE JUSTA
Aquela que não for violenta, clandestina ou precária.
Posse sem vícios.
POSSE INJUSTA
Posse eivada da vício.
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CLASSIFICAÇÃO DA POSSE – BOA-FÉ/ MÁ-FÉ (art. 1.201)
POSSE DE BOA-FÉ
O possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa.
Possuidor com justo título tem por si a presunção de boa-fé, salvo prova em contrário.
POSSE DE MÁ-FÉ
O possuidor tem ciência dos vícios da posse.
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CLASSIFICAÇÃO DA POSSE – ORIGINÁRIA/ DERIVADA
POSSE ORIGINÁRIA
Surge de um ato exclusivo do novo possuidor. Sem nexo de causalidade com a posse anteriormente
existente. Não guarda nenhum vínculo com a posse anterior
Exemplo: a posse que nasce em decorrência de esbulho.
POSSE DERIVADA
Deriva de uma outra posse, por ato de vontade o por força da lei.
Exemplos: venda, doação, sucessão causa mortis.
IMPORTANTE
- a posse derivada carrega consigo todos os vícios da posse que a originou.
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CLASSIFICAÇÃO DA POSSE – NOVA/ VELHA
POSSE NOVA
Exercida pelo prazo de até um ano e um dia
POSSE VELHA
Exercida há mais de um ano e um dia
Relevância
DIREITO DAS COISAS - POSSE
CLASSIFICAÇÃO DA POSSE – “AD INTERDICTA” / “AD USUCAPIONEM”
POSSE AD INTERDICTA
Pode ser defendida pelos interditos, por meio das ações possessórias, mas que não conduzem a
usucapião.
POSSE AD USUCAPIONEM
Permite ao seu titular a aquisição do domínio.
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CLASSIFICAÇÃO DA POSSE – NATURAL / CIVIL
POSSE NATURAL
decorrente de poderes de fato, material e efetiva sobre a coisa. POSSE CIVIL
A posse civil ou jurídica é aquela que se adquire por força da lei, pelo título (escritura pública). a) constituto possessório: o possuidor pleno passa a ser apenas possuidor direto da coisa
Exemplo.: venda de um imóvel em que o vendedor continua no imóvel, na qualidadede locatário; b) traditio brevi manu: possuidor direto passa a ser possuidor pleno da coisa
Exemplo: o locatário adquire o imóvel em que reside, e continua nele, agora como proprietário); c) traditio longa manu: a coisa é posta à disposição do adquirente, por impossibilidade da entrega, em
razão do porte.
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CLASSIFICAÇÃO DA POSSE – PRO DIVISO/ PRO INDIVISO
COMPOSSE
É a posse exercida simultaneamente por mais de uma pessoa sobre a mesma coisa
POSSE PRO DIVISOExercida sobre parte específica da coisa, podendo ser especificada a parcela sobre a qual cada um
dos possuidores exerce sua posse
POSSE PRO INDIVISO
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EFEITOS DA POSSE
EFEITOS DA POSSE
Proteção da posse
Percepção dos frutos
Responsabilidade pela deterioração da coisa
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EFEITOS DA POSSE – PROTEÇÃO DA POSSE
PROTEÇÃO DA POSSE (art. 1.210)
Principal consequência da posse. O possuidor poderá defender sua posse em caso de esbulho,
turbação ou ameaça,
Proteção extrajudicial da posse
O possuidor poderá defender a posse por suas próprias forças, desde que o faça logo e mantenha
a proporcionalidade entre o ato praticado e a defesa promovida (art. 1.210 do CC).
Proteção judicial da posse
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EFEITOS DA POSSE – PROTEÇÃO DA POSSE – Ações Possessórias
Ações possessórias (art. 554 /568 CPC)
Reintegração de posse
Cabível no caso de
esbulho.
Esbulho é a privação da posse. O possuidor fica impedido de exercitar poder sobre a coisa.
Manutenção de posse
Cabível no caso de
turbação.
Turbação é o incômodo no exercício da posse. O possuidor fica limitado no exercício da posse.
Interdito proibitório
Cabível no caso de
ameaça.
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EFEITOS DA POSSE – PERCEPÇÃO DOS FRUTOS
Percepção dos frutos
O possuidor de boa-fé tem direito aos frutos percebidos e colhidos, direito aos frutos pendentes,
e direito à indenização pela produção e custeio (todos os aparatos da coisa).
O possuidor de má-fé tem obrigação de devolução dos frutos percebidos e colhidos, perderá os
frutos pendentes e tem o direito de ser indenizado pela produção e custeio (visa ao não
DIREITO DAS COISAS - POSSE
EFEITOS DA POSSE – RESPONSABILIDADE PELA DETERIORAÇÃO
Responsabilidade pela deterioração da coisa
O possuidor de boa-fé, em princípio, não responde pela deterioração natural.
Responsabilidade subjetiva.
O possuidor de má-fé tem responsabilidade objetiva.
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EFEITOS DA POSSE – INDENIZAÇÃO / RETENÇÃO
Indenização pelas benfeitorias e direito de retenção
Possuidor de boa-fé - tem direito a
- indenização plena pelas benfeitorias necessárias, úteis e voluptuárias
- direito de retenção pelas benfeitorias necessárias e úteis
- direito a levantar as benfeitorias voluptuárias se não houver indenização por elas.
Possuidor de má-fé
- perderá as benfeitorias úteis e voluptuárias,
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EFEITOS DA POSSE – USUCAPIÃO
Usucapião
Aquisição da propriedade em razão da posse continuada, por período específico determinando em lei. Tanto os bens imóveis quanto os móveis são suscetíveis de aquisição via usucapião.
Bens imóveis
a) extraordinária (prazo de 15 anos, em regra); b) ordinária (prazo de 10 anos, em regra); c) especial (prazo de 5 anos);
d) marital (prazo de 2 anos) Bens móveis
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DIREITO REAL E DIREITO PESSOAL
Direito real e direito pessoal
Direito pessoal - relação jurídica de pessoa a pessoa.
Elementos: sujeito ativo, sujeito passivo e prestação.
Podem ser exigidos apenas de quem é parte na relação jurídica que os
originou
Direito real - relação entre o titular do direito e toda a sociedade.
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DIREITOS REAIS - PRINCÍPIOS
Princípio do absolutismo, ou oponibilidade “erga omnes”
Os direitos reais podem ser exercitados contra todos. Relação de
exclusividade.
Consequências - direito de sequela ou “jus persequendi”
direito de preferência (direitos reais de garantia)
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DIREITOS REAIS - PRINCÍPIOS
Princípio da publicidade
Consequência da oponibilidade “erga omnes”.
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DIREITOS REAIS - PRINCÍPIOS
Princípio da aderência
Também chamado princípio da especialização ou da inerência.
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DIREITOS REAIS - PRINCÍPIOS
Princípio da taxatividade
Os direitos reais são previstos em número expressamente determinado por
lei (“numerus clau-sus”). Só são considerados direitos reais aqueles
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DIREITOS REAIS – Art. 1.225
Art. 1.225. São direitos reais: I - a propriedade; II - a superfície; III - as servidões; IV - o usufruto; V - o uso; VI - a habitação;
VII - o direito do promitente comprador do imóvel;
VIII - o penhor; IX - a hipoteca; X - a anticrese.
XI - a concessão de uso especial para fins de moradia;
XII - a concessão de direito real de uso; XIII - os direitos oriundos da imissão provisória na posse, quando concedida à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios ou às suas entidades delegadas e respectiva cessão e promessa de
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DIREITOS REAIS – Propriedade - Aquisição
FORMAS DE AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMÓVEL Registro do título (art. 1245/1247)
DIREITO DAS COISAS
DIREITOS REAIS – Propriedade - Aquisição
Aquisição por Registro do Título (art. 1245/1247)
A transcrição é uma forma derivada de aquisição da propriedade, por meio da publicidade do contrato translativo junto ao Registro de Imóveis.
Fundamento: princípio da publicidade
O registro torna o ato de conhecimento geral, não sendo mais possível a qualquer pessoa alegar que desconhecia seu conteúdo.
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DIREITOS REAIS – Propriedade - Aquisição
Aquisição por Acessão
Acessão Natural – deriva da força da natureza, ocorrendo sem intervenção humana. Incluem-se nessa categoria: aluvião; avulsão; formação de ilhas e álveo abandonado
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DIREITOS REAIS – Propriedade - Aquisição
ACESSÃO – Formação de Ilhas
Ocorrendo a formação de ilhas em correntes comuns ou parti- culares, estas pertencerão aos proprietários dos terrenos ribeirinhos fronteiros (art.1.249 do CC)
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DIREITOS REAIS – Propriedade - Aquisição
ACESSÃO – Aluvião
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DIREITOS REAIS – Propriedade - Aquisição
ACESSÃO – Avulsão
DIREITO DAS COISAS
DIREITOS REAIS – Propriedade - Aquisição
ACESSÃO – Abandono de Álveo
DIREITO DAS COISAS
DIREITOS REAIS – Propriedade - Aquisição
ACESSÃO – Construções e plantações
Toda construção ou plantação existente em um terreno presume-se feita pelo proprietário e à sua custa, até que se prove o contrário (art. 1253)
Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno próprio com sementes, plantas ou materiais alheios, adquire a propriedade destes; mas fica obrigado a pagar-lhes o valor, além de responder por perdas e danos, se agiu de má-fé. (art. 1254)
Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno alheio perde, em proveito do proprietário, as sementes, plantas e construções; se procedeu de boa-fé, terá direito a indenização (art. 1255)
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DIREITOS REAIS – Propriedade - Aquisição
Usucapião
Aquisição da propriedade em razão da posse continuada, por período específico determinando em lei.
Tanto os bens imóveis quanto os móveis são suscetíveis de aquisição via usucapião. Bens imóveis
a) extraordinária (prazo de 15 anos, em regra) – art. 1238; b) ordinária (prazo de 10 anos, em regra)- art. 1242;
c) especial (prazo de 5 anos) rural – art. 1239 urbana – art. 1240
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DIREITOS REAIS – Propriedade - Aquisição
FORMAS DE AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE MÓVEL Usucapião (art. 1260/1262)
Ocupação (art. 1263)
Achado de tesouro (art. 1264/1266) Tradição (art. 1267/1268)
Especificação (art. 1269/1271)
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DIREITOS REAIS – Propriedade - Aquisição
AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE MÓVEL - USUCAPIÃO
Bens móveis
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DIREITOS REAIS – Propriedade - Aquisição
AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE MÓVEL - OCUPAÇÃO
DIREITO DAS COISAS
DIREITOS REAIS – Propriedade - Aquisição
AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE MÓVEL – ACHADO DE TESOURO
É o encontro casual de coisa escondida, e de cujo proprietário não se tenha notícia. Nesse
caso, o achado será dividido por igual entre o proprietário do prédio e o que achar o
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DIREITOS REAIS – Propriedade - Aquisição
AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE MÓVEL – TRADIÇÃO
A principal forma de transferência da propriedade móvel é a tradição, que se perfaz com a
entrega da coisa ao novo proprietário (art. 1.267 do CC).
DIREITO DAS COISAS
DIREITOS REAIS – Propriedade - Aquisição
AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE MÓVEL – ESPECIFICAÇÃO
DIREITO DAS COISAS
DIREITOS REAIS – Propriedade - Aquisição
AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE MÓVEL – COMISTÃO, CONFUSÃO e ADJUNÇÃO
São todas formas de aquisição da propriedade derivadas da mistura entre coisas
pertencentes a vários donos, sem que seja possível separa-las depois sem deterioração.
A confusão é a mistura de coisas líquidas;
a comistão é a mistura de coisas sólidas; e
DIREITO DAS COISAS
DIREITOS REAIS – Propriedade - Perda
PERDA DA PROPRIEDADE
Alienação - É a transmissão do bem a outrem; pode ser a título gratuito, como a doação, ou oneroso, como a compra e venda, troca, dação em pagamento.
Renúncia - Ato unilateral pelo qual o proprietário declara, expressamente, o seu intuito de abrir mão de seu direito sobre a coisa em favor de outrem.
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DIREITOS REAIS – Propriedade - Perda
PERDA DA PROPRIEDADE
Perecimento do bem - Como não há direito sem objeto, com o perecimento deste extingue-se o direito; esse perecimento pode decorrer de ato involuntário, se resultante de acontecimentos naturais, ou de ato voluntário do titular do domínio, como no caso de destruição.
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DIREITOS REAIS SOBRE COISA ALHEIA – Usufruto
USUFRUTO
- Composto pelo direito de usar e gozar de um bem, devendo restituí-lo ao final. - Pode ser instituído por prazo determinado ou indeterminado (vitalício)
- Beneficia pessoa certa e determinada (personalíssimo). - Pode recair sobre bens móveis ou imóveis.
Constituição
Pode ser legal ou convencional.
Legal - constituído por imposição da lei (ex: usufruto dos bens dos filhos menores (art. 1.689, I, do CC). Convencional - instituído por vontade das partes
ato unilateral (testamento) ou
DIREITO DAS COISAS
DIREITOS REAIS SOBRE COISA ALHEIA – Usufruto
USUFRUTO – Extinção
- culpa do usufrutuário: se ele der destino diverso do previsto à coisa,
ou não zelar corretamente pela manutenção e conservação da coisa; - extinção ou fim da causa de sua constituição;
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DIREITOS REAIS SOBRE COISA ALHEIA – Uso
USO
O usuário fica autorizado a usar a coisa temporariamente, ou seja, retirar dela, todas as utilidades para atender às suas necessidades e às de sua família.
DIREITO DAS COISAS
DIREITOS REAIS SOBRE COISA ALHEIA – Habitação
HABITAÇÃO
Mais restrito do que o uso.
Permite ao beneficiário usar gratuitamente de casa alheia exclusivamente para fins de moradia própria e de sua família.
Aplicam-se a ele as mesmas regras do usufruto, tendo como principais diferenças o fato de somente recair sobre bens imóveis, e o fato de ser sempre gratuito.
DIREITO DAS COISAS
DIREITOS REAIS SOBRE COISA ALHEIA – Superfície
SUPERFÍCIE
O proprietário concede a terceiro o direito de construir ou de plantar em seu terreno, por tempo determinado, mediante escritura pública devidamente registrada na matrícula do imóvel.
Pode ser gratuita ou onerosa;
Pode ser transferida a terceiros, ou aos herdeiros.
Em caso de alienação do imóvel ou do direito de superfície, o superficiário ou o proprietário tem direito de preferência, em igualdade de condições.
Extinção
Por decurso do prazo, ou antes, se o superficiário der ao terreno destinação diversa da prevista.
DIREITO DAS COISAS
DIREITOS REAIS SOBRE COISA ALHEIA – Servidão
SERVIDÃO
É o direito real pelo qual se estabelece uma relação entre dois imóveis vizinhos (serviente e dominante). O titular do imóvel dominante pode usar e fruir do imóvel serviente para os fins estabelecidos na relação jurídica.
O objetivo principal da servidão é a proteção do titular do imóvel dominante. T Constituição
Pode ser constituída por
- ato de vontade (escritura pública ou testamento - art. 1.378)
DIREITO DAS COISAS
DIREITOS REAIS SOBRE COISA ALHEIA – Servidão
SERVIDÃO Extinção
a) se os imóveis se reunirem sob um mesmo titular; b) pela renúncia do proprietário do imóvel dominante; c) pelo perecimento do objeto;
d) pela desapropriação do bem objeto da servidão; e) pelo não uso por 10 anos consecutivos
DIREITO DAS COISAS
DIREITOS REAIS DE GARANTIA
DIREITOS REAIS DE GARANTIA
Conferem ao titular o poder de obter o pagamento de uma dívida com o valor ou a renda de um bem destinado exclusivamente à sua satisfação.
DIREITO DAS COISAS
DIREITOS REAIS DE GARANTIA - PENHOR
PENHOR
Entrega de uma coisa móvel ou mobilizável, suscetível de alienação, realizada pelo devedor ou por terceiro ao credor, a fim de garantir o pagamento do débito (art. 1.431 do CC).
Constituição
por convenção ou por lei (penhor legal – art. 1467).
Penhor comum – estabelecido pela efetiva entrega do bem empenhado
DIREITO DAS COISAS
DIREITOS REAIS DE GARANTIA - HIPOTECA
HIPOTECA
Direito real de garantia sobre coisa imóvel ou bem que a lei considera hipotecável Não se transmite a posse ao credor.
DIREITO DAS COISAS
DIREITOS REAIS DE GARANTIA - ANTICRESE
ANTICRESE
CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
OBRIGAÇÃO DE FAZER – Prática de um ato ou serviço
FUNGÍVEIS
Podem ser realizadas por outros
INFUNGÍVEIS (Personalíssimas) Só podem ser realizadas por
CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER – Abstenção da prática de um ato
FUNGÍVEIS
Podem ser realizadas por outros
INFUNGÍVEIS (Personalíssimas) Só podem ser realizadas por
CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO OBJETO
SIMPLES e COMPLEXAS
SIMPLES
Somente um objeto compõe a obrigação
COMPLEXAS
Há pluralidade de prestações Cumulativas
CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
OBRIGAÇÕES COMPLEXAS - CUMULATIVAS
Prevê o cumprimento de mais de uma prestação. Só se extingue o vínculo obrigacional com o cumprimento de todas as prestações.
IMPORTANTE: verificar a presença da partícula “e”. O devedor se obriga ao cumprimento das prestações A “e” B “e” C.
As prestações podem ter naturezas diversas.
CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
OBRIGAÇÕES COMPLEXAS - ALTERNATIVAS
Prevê duas ou mais prestações, sendo necessário o cumprimento de que apenas uma delas. Observar a presença da partícula “ou”. O devedor está obrigado a realizar A “ou” B “ou” C.
ATENÇÃO: Não confundir com a obrigação de dar coisa incerta. Na incerta só temos um objeto, porém indefinido; na alternativa há mais de um objeto.
Exemplo: o devedor deverá entregar um boi ou um cavalo (alternatividade). o devedor deverá entregar um dos bois do seu rebanho (incerteza). A escolha, em regra cabe ao devedor.
CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
PLURALIDADE DE SUJEITOS - DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS
DIVISÍVEIS
- É possível fracionar o objeto da obrigação.
- Presume-se que seja dividida em quantias iguais de acordo com a quantidade de credores ou devedores. - Cada credor somente poderá exigir a sua cota parte, assim como cada devedor somente estará obrigado pela sua respectiva cota (art. 257).
CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
PLURALIDADE DE SUJEITOS - DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS
INDIVISÍVEIS
- O objeto não admite fracionamento.
- Cada de vedor está obrigado a cumprir por inteiro a prestação, e cada credor poderá exigi-la na sua integralidade (arts. 259 e 260).
- O devedor exonera-se da obrigação quando pagar a todos os credores conjuntamente ou a qualquer um deles, desde que esse lhe preste caução de ratificação perante os outros credores (art. 260, I e II).
- O devedor sub-roga-se nos direitos do credor no montante que excedeu à sua cota perante os demais codevedores (art. 259, § único).
- Havendo pluralidade de credores, o que receber a prestação indivisível, fica obrigado, perante os demais credores, a pagar em dinheiro a parte que lhes cabia (art. 262).
- O perdão da dívida obtido pelo devedor de um dos credores e não extingue a obrigação, mas faz com o que o valor seja descontado perante os demais devedores (art. 262).
CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
PLURALIDADE DE SUJEITOS
OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS
OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS
Quando qualquer dos devedores estiver obrigado a cumprir a prestação por inteiro, ou qualquer credor puder exigi-la na íntegra (art. 264).
Diante da solidariedade, desconsidera-se a divisibilidade do objeto, não importa a natureza da prestação. A solidariedade não se presume, deriva :
a) da lei; ou
CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
PLURALIDADE DE SUJEITOS – OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS
SOLIDARIEDADE ATIVA
Cada credor tem o direito de exigir a prestação por inteiro (art. 267), Fica responsável pela parte que couber aos demais, bem como por eventual remissão da dívida concedida ao devedor (art. 272).
A dívida paga a qualquer dos credores solidários extingue a obrigação até o montante pago (art. 269).
A solidariedade ativa não impõe aos credores solidários que ajam conjuntamente, por isso não enseja litisconsórcio necessário na cobrança judicial (art. 268).
Havendo julgamento favorável, todos os credores se beneficiaram (salvo se fundada em exceção pessoal). Quando a demanda for desfavorável, sofrerá os reflexos negativos apenas o credor solidário demandante (art. 274).
CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
PLURALIDADE DE SUJEITOS – OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS
SOLIDARIEDADE PASSIVA
- Cada devedor responde pelo todo da prestação ao credor, que poderá livremente escolher, além do montante a ser cobrado, quais dos devedores solidários pretende demandar a cobrança. Essa opção não significa renúncia à solidariedade (art. 275).
- A exceção pessoal cabível a um devedor não aproveita aos demais (art. 281).
- Se a prestação se tornar impossível por culpa de um dos devedores, todos os demais continuarão obrigados a pagar seu equivalente, mas as perdas e danos serão suportadas apenas pelo devedor culpado (art. 279). ]
- No caso de mora, todos os devedores solidários responderão pelos juros dessa mora perante o credor, mas terão o direito de serem ressarcidos pelo devedor culpado (art. 280).
- Falecendo um devedor solidário, a solidariedade não se estenderá aos seus herdeiros, que serão responsáveis apenas pela quota equivalente ao seu quinhão.
CUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES
CUMPRIMENTO DIRETO E INDIRETO
CUMPRIMENTO DIRETO
Realizado na exata forma prevista
PARTES
LOCAL
TEMPO
FORMA
CUMPRIMENTO INDIRETO
Realizado de forma diversa da
CUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES
CUMPRIMENTO INDIRETO – realizado de forma diversa da prevista
Dação em pagamento (arts. 356/359)
Compensação (arts. 368/380)
Confusão (arts 381/384)
Remissão (arts. 385/388)
HIPÓTESES
Novação (arts. 360/367)
Pagamento em consignação (art. 334/345)
Imputação do pagamento (arts. 352/355)
Pagamento com sub-rogação (arts. 346/351)
CUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES
CUMPRIMENTO INDIRETO
DAÇÃO EM PAGAMENTO (arts. 356/359)
O credor aceita receber coisa diversa da que estava prevista no contrato.
O consentimento do credor é indispensável. Ele
não está obrigado a aceitar coisa diversa, ainda
que melhor.
Pode ter por objeto qualquer tipo de obrigação (dar, fazer ou não fazer).
CUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES
CUMPRIMENTO INDIRETO
COMPENSAÇÃO (art. 368/380)
Requisitos:
- existência de credor e devedor mútuos
- obrigações líquidas, vencidas e fungíveis entre si
As obrigações se compensam até o limite de sua equivalência.
CUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES
CUMPRIMENTO INDIRETO
CONFUSÃO (art. 381/384)
Confundem-se na mesma pessoas as posições de credor e devedor em uma mesma obrigação
Exemplo: Sucessão. O pai falecido transmite o crédito de 50 mil reais de um empréstimo que fez
para a filha.
A confusão pode ser de 2 tipos:
- Confusão própria: é aquela em que a confusão abrange a totalidade do crédito | débito.
CUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES
CUMPRIMENTO INDIRETO
REMISSÃO (art.385/388)
É o perdão da dívida concedido pelo credor ao devedor.
CUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES
CUMPRIMENTO INDIRETO
NOVAÇÃO (art. 360/367)
É a criação de uma obrigação nova com o objetivo de extinguir uma obrigação anterior.
Requisitos:
- Existência de uma obrigação anterior
-Criação de uma obrigação nova com diferença substancial da anterior (mera dilação do prazo pelo credor ou parcelamento da dívida não caracterizam novação).
-Animus novandi: é a intenção de novar, que pode ser expressa ou tácita. Não precisa estar escrito no instrumento que se trata de uma novação (art 361 do CC).
Classificação
a) Novação objetiva: altera o objeto da obrigação. Não se confunde com a dação em pagamento. b) Novação subjetiva: há alteração de sujeitos. Novação subjetiva ativa: alteração do credor. Novação subjetiva passiva: alteração do devedor. por delegação: é aquela em que o devedor originário consentiu com a novação.
CUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES
CUMPRIMENTO INDIRETO
PAGAMENTO EM CONSIGNAÇÃO (art. 334/345)
É o depósito da coisa devida efetuado pelo devedor ou por terceiro, com o objetivo de extinguir a obrigação.
Cabível nas hipóteses do art. 335 do Código Civil. Pode ser feita judicialmente ou extrajudicialmente.
A consignação extrajudicial é mais restrita do que a judicial, pois só pode ter por objeto pecúnia. É feita em instituição financeira.
Cabimento (art. 335):
I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma; II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos;
III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil;
IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento;
CUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES
CUMPRIMENTO INDIRETO
IMPUTAÇÃO DO PAGAMENTO (art. 352/355)
É a possibilidade de o devedor indicar qual das obrigações está sendo paga, quando houver mais de uma obrigação para com o mesmo credor.
LEMBRAR:
Em regra, a imputação em pagamento é feita pelo devedor (solvens). Se não o fizer, a imputação competirá ao credor (accipiens).
No silêncio do devedor e do credor, a indicação é feita pela lei.
CUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES
CUMPRIMENTO INDIRETO
a) Sub-rogação legal, ou automática. Hipóteses previstas no
artigo 346:
- O credor que paga a dívida do devedor comum.
-O adquirente de imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel (Ex: o promitente comprador que paga uma dívida pretérita de condomínio)
-- O terceiro interessado que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado no todo ou em parte (Ex: fiador e avalista).
b) Sub-rogação convencional: ocorre a partir de um acordo de
vontade entre o credor e o terceiro ou entre o devedor e o terceiro. prevista no artigo 347 do CC
- Credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe
transfere todos os seus direitos (Ex: o namorado que paga, em seu nome, a dívida da namorada, pedindo que o credor coloque que ele está lhe sub-rogando o crédito na posição de credor originário). - Terceiro empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a condição expressa de ficar sub-rogado nos direitos do
credor satisfeito (Ex: o namorado empresta o dinheiro diretamente pra namorada, sem qualquer contato com o credor).
PAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃO (art. 346/351)
É o pagamento da dívida efetuado por terceiro que assume a posição do credor originário com todos os seus direitos, privilégios e garantias.
DESCUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES
DESCUMPRIMENTO TOTAL - Inadimplemento
Não é mais possível o cumprimento da obrigação- Perecimento do objeto
- Prestação tornou-se inútil para o credor
DESCUMPRIMENTO PARCIAL - Mora
A obrigação foi descumprida em algum dos seus
DESCUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES
DESCUMPRIMENTO TOTAL - INADIMPLEMENTO
DESCUMPRIMENTO TOTAL - Inadimplemento
Consequência – Extinção da obrigaçãoSem culpa do devedor – extinção de pleno direito
DESCUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES
DESCUMPRIMENTO PARCIAL- MORA
MORA DO CREDOR Consequências
- Devedor não será responsabilizado por nenhum dano que a coisa sofrer, nem mesmo se agir com culpa. Só será responsabilizado por dolo.
- Devedor tem o direito de ser ressarcido por todas as despesas que tiver com a conservação e manutenção da coisa.
MORA DO DEVEDOR
Consequências
- Devedor será responsabilizado por todos os danos que a coisa sofrer, mesmo que não tenha culpa.