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O SERVIÇO LITÚRGICO - PASTORAL CONCEDIDO AO MINISTRO EXTRAORDINÁRIO DA COMUNHÃO

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Academic year: 2021

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O SERVIÇO LITÚRGICO - PASTORAL CONCEDIDO AO

MINISTRO EXTRAORDINÁRIO DA COMUNHÃO

A Distribuição da comunhão durante a Missa

O ministro extraordinário da distribuição da eucaristia pode distribuir a comunhão durante a Missa quando o número de fiéis for de tal ordem que atrase excessivamente a celebração, quando não haja outros sacerdotes e também falte o diácono ou o acólito, ou então quando os mesmos estejam impedidos por causa de outro ministério de carácter pastoral, por doença ou por idade avançada.

O critério a ter em consideração é o de que o ofício deve ser exercido antes de mais pelo ministro Ordinário: só na sua ausência, por indisponibilidade ou por falta de quantidade suficiente, é que se recorre ao ministro extraordinário. A Instrução Immensae caritatis afirma claramente: “Dado que estas faculdades foram concedidas unicamente em vista do bem espiritual dos fiéis e para os casos em que se verifica verdadeira necessidade, tenham os sacerdotes presente que, em virtude das mesmas, não ficam dispensados do dever de distribuir a Santíssima Eucaristia aos fiéis que legitimamente a peçam e, de modo particular, de a levar e dar aos doentes” (n. I, 6).

A distribuição da comunhão fora da Missa

O ministro extraordinário da distribuição da eucaristia pode distribuir a comunhão fora da Missa nos casos contemplados, ou mais precisamente: a) na igreja ou num oratório onde se conserve a eucaristia;

b) nas casas dos doentes e dos idosos impossibilitados de participar na Missa;

Relativamente ao primeiro caso é oportuno que a eucaristia seja distribuída em horários estabelecidos e de modo comunitário.

A celebração dominical onde falta o presbítero e o diácono

Deve ser dada particular atenção à celebração dominical nos lugares onde falta o presbítero, sempre que o ministro extraordinário da comunhão for encarregue de a orientar.

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Citamos as disposições dadas a 2 de Junho de 1988 pela Congregação do Culto Divino, extraindo as partes que dizem respeito ao nosso caso.

“Tal comunidade poderá assim experimentar verdadeiramente o modo como no dia do domingo se reuniu não „sem presbítero‟, mas somente „na sua ausência‟, ou melhor, „na expectativa da sua vinda‟” (n. 27).

“ A ordem a observar na reunião do dia dominical, quando não há Missa, consta de duas partes, a saber, a celebração da palavra de Deus e a distribuição da comunhão. Na celebração não deve ser inserido o que é próprio da Missa, sobretudo a apresentação dos dons e a Oração Eucarística. O rito da celebração deve ser organizado de tal modo que favoreça totalmente a oração e dê imagem duma assembleia litúrgica e não duma simples reunião” (n. 35). Em suma, trata-se de celebrar a Liturgia da Palavra do domingo, festa ou solenidade recorrente à qual se seguirá o rito da comunhão.

“Os textos das orações e das leituras para cada domingo ou solenidade, tomam-se habitualmente do Missal e do Leccionário. Desse modo os fiéis, seguindo o curso do Ano Litúrgico, terão possibilidade de orar e de ouvir a palavra de Deus em comunhão com as outras comunidades da Igreja” (n. 36). “O pároco, ao preparar a celebração com os leigos designados, pode fazer adaptações tendo em conta o número dos participantes e a capacidade dos animadores, e relativamente aos instrumentos que servem ao canto e à execução musical” (n. 37).

A eucaristia dada aos doentes

A eucaristia levada aos doentes e aos idosos impossibilitados de participar na Missa exige particular atenção pastoral.

No n. 40 da instrução Eucharisticum mysterium está escrito: “Convém que aqueles que estão impedidos de tomar parte na celebração eucarística da comunidade sejam zelosamente alimentados com a Eucaristia, e deste modo se sintam também unidos à mesma comunidade e sustentados pelo amor de seus irmãos”.

Para que haja uma plena compreensão do significado da comunhão dada aos doentes, e me vista de uma consequente e correcta estratégia relativa às iniciativas pastorais neste sector, é imprescindível considerar a íntima ligação

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entre comunhão sacramental, celebração eucarística, comunhão eclesiástica e comunhão existencial com Cristo.

A comunhão com o Corpo de Cristo representa o momento-síntese de todo o “sentido” da eucaristia. É a partir dela que se desenvolve a consciência da comunidade como corpo de Cristo e é por meio dela que se cria a comunidade eclesiástica. São Paulo afirma: “O pão que partimos não é comunhão com o corpo de Cristo? Já que há um único pão, nós, embora muitos, somos um só corpo, visto que todos participamos desse único pão” (1 Cor 10, 16-17).

Antes de “levar a eucaristia aos doentes” e importante “levar os doentes à eucaristia”.

Há uma ordem de prioridades que se deve respeitar e cumprir, dentro do possível, entre as três escolhas:

a) Em primeiro lugar, deve-se fazer, mediante uma organização inteligente, com que todos os que não estão acamados – sobretudo as pessoas idosas e deficientes – tenham a possibilidade de participar na Missa na igreja e juntamente com os outros (serviço de motoristas e de acompanhantes, etc.). b) Em segundo lugar, tenha-se em consideração a possibilidade e a oportunidade de celebrar algumas vezes a eucaristia na casa dos fiéis doentes que estão sujeitos a prolongada doença ou então estão impedidos de sair1. c) Finalmente – quando não são possíveis as duas anteriores soluções – levar-se-á a comunhão àqueles que não podem ir à igreja para participar na Missa. Nesta terceira hipótese, a relação da comunhão com o sacrifício

1 Continua a valer o princípio da celebração da Missa num lugar sagrado, próprio e adequado a uma

celebração piedosa e oportunamente participada. Apesar disto, o Código de Direito Canónico acrescenta: “… a não ser que a necessidade exija outra coisa” (cân. 932, 1).

E isto pode contribuir para o bem de um doente, como consta no Rito da Unção dos doentes, para o bem de um grupo, na câmara ardente sempre que se verifiquem as devidas condições, etc. Deve tratar-se sempre de casos excepcionais, motivados por causas transitórias (não habituais), e em que a celebração decorra em lugares adequados e dignos. A autorização é dada pelo próprio direito, sem que seja preciso a

intervenção do Ordinário. Se, pelo contrário, se trata de situações habituais ou muito frequentes, é

necessário obter a autorização do Ordinário.

Durante a elaboração do código, um padre julgou excessivamente permissiva esta norma e pediu que fosse obrigatório o consenso do Ordinário. Foi-lhe respondido: “Semelhante alteração parece tornar a coisa demasiado complicada”. O clima de maior benignidade da nova legislação favorece o aumento da fé e da piedade; o lugar, se bem preparado, deve permitir uma celebração digna, e as pessoas interessadas devem desejar a santa Missa só por motivos religiosos. É preciso evitar que a concessão excepcional se transforme em prática comum e, pior ainda, em emulação entre famílias. Normalmente, nestas

circunstâncias deve-se pensar num outro tipo de celebração. Muito razoavelmente quer-se impedir que seja reconhecido de facto um privilégio a algumas famílias, em detrimento de outras, pelo simples facto de um privilégio a algumas famílias, em detrimento de outras, pelo simples facto de disporem de locais amplos e dignos; com isto renasceriam aqueles privilégios que o Concílio Vaticano II quis abolir.

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eucarístico e com a comunidade transparece em toda a sua evidência se houver a preocupação de levar a eucaristia aos doentes, sobretudo nos dias festivos e em continuidade com a Missa, como prolongamento da celebração que vê reunida a Igreja.

De facto, como lembram os nossos bispos, a comunhão dada aos doentes, relativamente à Missa dominical, é expressão da tomada de consciência, por parte da comunidade, de que os irmãos constrangidos a estarem ausentes por razões de saúde também são incorporados em Cristo, e é uma profunda exigência de solidariedade que os une à Igreja que celebra a eucaristia.

O serviço dos ministros extraordinários que leva o duplo dom da palavra e da comunhão eucarística, se for preparado e levado a cabo baseando-se no diálogo de amizade e de fraternidade, torna-se num claro testemunho da delicada atenção de Cristo que tomou consigo as nossas enfermidades e as nossas dores.

As três hipóteses apresentadas constituem o modelo-base em que se deve inspirar toda e qualquer iniciativa em mérito: parte-se do facto eclesiástico relativo à assembleia dominical e festiva, passando pela dinâmica interna de graça e de caridade, até acabar nos irmãos impossibilitados de participar nas celebrações. A lógica sacramental da Igreja exige que se preste muita atenção a estes aspectos “exteriores” da praxis eucarística, visto serem esses que determinam concretamente “a imagem” da eucaristia aos olhos dos fiéis, e, portanto, facilitam (ou impedem) a respectiva correcta compreensão vivida.

O Viático

O fiel, ao passar desta vida, fortalecido pelo Viático do Corpo e Sangue de Cristo, mune-se do penhor da ressurreição, de acordo com as palavras do Senhor: “Quem come a minha Carne e bebe o meu Sangue, tem a vida eterna e Eu ressuscitá-lo-ei no último dia” (Jo 6, 54).

O Viático, se for possível, deve receber-se no contexto da Missa, a fim de que o doente possa comungar sob as duas espécies, uma vez que a Comunhão recebida como Viático deve ser considerado como sinal peculiar da participação no mistério que se celebra no Sacrifício da Missa, ou seja, da morte do Senhor e da sua passagem ao Pai.

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Devem receber o Viático todos os fiéis baptizados, capazes de receber a sagrada comunhão. Com efeito, todos os fiéis em perigo de vida, seja qual for a origem desse perigo, são obrigados, por preceito, a receber a sagrada comunhão. Assim recomenda o can. 921, 2, do Direito Canónico.

Os pastores, porém, devem vigiar para que não se adie a administração deste sacramento e para que os fiéis o recebam em plena consciência.

Além disso, convém que o fiel, ao receber o Viático, renove a profissão de fé do Baptismo, pelo qual recebeu a adopção dos filhos de Deus e se tornou herdeiro da promessa de vida eterna.

São ministros ordinários do Viático: o pároco e seus cooperadores, o sacerdote que tem a seu cargo o cuidado dos doentes nos hospitais e o superior da comunidade religiosa clerical.

Em caso de necessidade, administre o Viático qualquer sacerdote com a licença, pelo menos presumida, do ministro competente.

Na falta, porém, de sacerdote, pode levar o Viático aos doentes o diácono ou outro fiel, homem ou mulher, que por autoridade da Sé Apostólica tenha sido devidamente escolhido pelo Bispo para distribuir a Eucaristia aos fiéis. Neste caso, o diácono use o rito descrito no Ritual; os restantes, porém, sigam o rito que ordinariamente usam na distribuição da sagrada comunhão, mas com a fórmula proposta no Ritual para a administração do Viático por um ministro extraordinário2.

A Unção dos Doentes

O ministro extraordinário da comunhão também se deve aperceber da gravidade da doença, de modo que o doente possa ser oportunamente preparado para pedir, e também receber com fé e devoção, o sacramento da

Unção dos doentes sem cair no péssimo hábito de adiar a administração deste

sacramento.

Neste caso, o pároco deve estar informado do estado de saúde do doente, visto que “o ministro próprio da Unção dos doentes é apenas o sacerdote”3

. A quem se deve administrada a Unção dos doentes?

2 Ritual Romano. Unção e Pastoral dos Doentes, CEP, Gráfica de Coimbra, 1975, Preliminares, nn.

26-29.

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a) A Epístola de S. Tiago recomenda que se administre a Unção aos doentes para os aliviar e salvar. Deve, por isso, com todo o empenho e diligência, aplicar-se aos fiéis gravemente doentes, quer em razão da própria enfermidade, quer em razão da idade avançada. Para julgar a gravidade da doença, basta o juízo prudente ou provável acerca da mesma, ou, sem cair em estado de excessiva ansiedade, pedir o conselho ao médico, caso seja necessário.

b) O Sacramento da Unção pode receber-se de novo se o doente convalescer depois de o ter recebido, ou se, no decurso da mesma doença, o seu estado se tornar mais grave.

c) Pode também dar-se a santa Unção antes de uma intervenção cirúrgica grave, quando o motivo é uma doença perigosa.

d) Pode igualmente administrar-se às pessoas idosas cujas forças estejam já muito debilitadas, embora não sofram de doença grave.

e) Pode também dar-se às crianças gravemente doentes, mas

suficientemente dotadas do uso da razão para poderem ser confortadas por este sacramento.

f) Aos enfermos que tiverem perdido o uso da razão, ou se encontrem inconscientes, pode dar-se-lhes a santa Unção, se se julgar com probabilidade que a teriam pedido, como crentes, caso estivessem no uso das faculdades. g) O sacerdote, chamado por um doente que entretanto faleceu, ore por ele ao Senhor, para que lhe perdoe os pecados e o receba misericordiosamente no seu reino, mas não lhe administre a Unção. Quando se duvida se o enfermo já está realmente morto, pode administrar-se-lhe condicionalmente este sacramento (n. 159)4.

A Confirmação em perigo da vida

Quando um doente grave ainda não recebeu o sacramento da Confirmação, o ministro extraordinário da comunhão, ainda que não tenha qualquer tipo de competência ou encargo, deve conhecer as prescrições da Igreja relativas a

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este caso. Ajudará o pároco a preparar bem o doente para receber dignamente o segundo sacramento da iniciação cristã.

Eis as disposições às quais se deve adequar:

“É justo e de dever que a iniciação cristã de todos os baptizados seja realizada com os sacramentos da confirmação e da eucaristia. Portanto, deve-se convidar o fiel doente em perigo de morte e dotado de razão, se ainda não tiver recebido o sacramento da confirmação e lhe for possível receber a possível e necessária catequese, a receber, antes do Viático, a força e o apoio da confirmação”5

.

O sacramento da confirmação, aquando de uma situação de perigo de morte, e o sacramento da Unção dos doentes não devem ser conferidos com rito contínuo, para evitar que se faça confusão entre dois sacramentos diferentes, conferidos que são ambos com o sinal da unção.

Porém, ser for necessário, confira-se o sacramento da confirmação imediatamente antes da bênção do óleo dos enfermos, omitindo a imposição das mãos indicada no rito da unção6.

No caso de perigo de morte, o pároco, ou melhor, qualquer sacerdote, tem a faculdade de administrar o sacramento da confirmação7.

A visita aos doentes

Para “levar os doentes à eucaristia” antes de “levar a eucaristia aos doentes”, é importante visitar essas pessoas doentes e idosas.

Todos os fiéis, animados da caridade e da solicitude de Cristo e da Igreja para com os doentes, cada um segundo a sua condição, cuidem deles com empenho, visitando-os, confortando-os no Senhor e auxiliando-os fraternalmente nas suas necessidades.

Mas, sobretudo os párocos e todos os que cuidam dos doentes, ajudem-nos com palavras de fé que os levem a conhecer o significado da doença no mistério da salvação; exortem-nos, além disso, a que, iluminados pela fé, saibam unir-se a Cristo sofredor e possam por fim santificar a doença com a

5 Ritual romano. Rito da Confirmação, CEP, Gráfica de Coimbra, 1975, n. 60. 6

Ritual romano. Unção e Pastoral dos Doentes, ed. Cit., n. 161.

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oração, da qual aprenderão a haurir a fortaleza de ânimo para suportar as dores.

Procurarão, no entanto, levar a pouco e pouco os doentes a participarem dos sacramentos da Penitência e da Eucaristia, recebendo-os com a devida preparação e frequência, segundo a condição de cada um, e particularmente a receberem em devido tempo a Santa Unção e o Viático.

Convém que os doentes sejam levados a rezar, quer sozinhos, quer em reunião com os seus familiares ou com aqueles que os assistem ou deles cuidam, utilizando sobretudo as orações da Sagrada Escritura, meditando naquilo que em Cristo e nas suas acções ilumina o mistério da doença humana, ou utilizando as fórmulas e os sentimentos dos Salmos e de outros textos.

Mas para fazer devidamente esta oração devem ser ajudados com meios adequados; e os sacerdotes devem fazer essas orações com eles de vez em quando e de boa vontade.

Ao visitar os doentes, o sacerdote poderá organizar com elementos próprios uma oração comunitária, à maneira de breve celebração da Palavra de Deus, que deve ser preparada por um diálogo fraterno. Mas à leitura da Palavra de Deus, junte-se oportunamente a oração, que deve ser tirada dos Salmos, de outras orações ou das ladainhas8.

Porém, tudo isto deve ser feito com grande atenção ao estado do doente, com muito espírito de fé, mas ao mesmo tempo com discrição, fruto do bom senso e da caridade.

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