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Historia da Cidade - Benevolo

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Academic year: 2021

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(1)

--HISTORIA

DA

CIDADE

LEONARDO

BENEVOLO

~\\I/~

~

l

EDITORA PERSPECTIVA

111\\~

(2)

4. A CIDADE LIVRE NA GRECIA

Fig.176. Uma escultura grega arcaica, no Museu Nacional deAte· nas.

Na Idade do Bronze, a Grecia se encontra na

periferia do mundo civil; a regiao montanhosa e desi-gual nao se presta

a

forma<;aodeurngrande Estado, e edividida num grande numero de pequenos

principa-dos independentes. Em cada urn deles, uma familia guerreira, a partir deuma fortaleza empoleirada num

ponto elevado, domina urn pequeno territ6rio aberto para 0 mar.

Estes Estados permanecem bastante ricos

en-quanto participam dointenso comercio maritimo do II

mili'mio, e cultivam varias especies de industria; os tesouros encontrados nas tumbas reais de Micenase

de Tirinto documentam 0modesto excedente acumul

a-do por uma classe dominante restrita. Mas 0colapso da economia do bronze e as in vas6es dos barbaros pelo

norte, noinicio da Idade do Ferro, truncam esta civili -za<;aoefazem regredir as cidades, por alguns seculos,

quase ao nivel da autarcia neolitica.

o

desenvolvimento subseqliente tira proveito

das inova<;6es tipicas da nova economia: 0 ferro, 0 alfabeto, amoeda cunhada; aposi<;aogeografica favo

-ravel ao trMicomaritimo e a falta de institui<;6espro

-venientes da Idade do Bronze permitem desenvolver as possibilidades destes instrumentos numa dire<;ao original. Acidadeprincipesca setransformanapolis

aristocratica ou democratica; a economia hierarquica

tradicional se torn a anova economia monetaria que, ap6s 0seculoIV, ira estender-se atodaa bacia oriental do Mediterraneo. Neste ambiente seforma uma nova

(3)

cultura,que ainda hojepermane.ce base danossa

tradi-cao intelectuaI.

E

necessario recordar sucintamente a organ

iza-cao da polis, a cidade-Estado, que tornou possiveis os extraordinarios resultados da literatura, da ci€mcia e da arte.

Aorigemeuma colina,onde se refugiam os

habi-tantes do campo para defender-se dosinimigos; mais tarde, 0 povoado se estende pela planicie vizinha, e

geralmente e fortificado por urn cinturao de muros.

Distingue-seentao a cidade alta (a acr6pole, onde fi-earnos templos dos deuses, e onde os habitantes da

cidade ainda podemrefugiar-se para uma ultima de fe-sa),ea cidade baixa (a astu, onde sedesenvolvem os

comercios e as relacoes civis);mas ambas SaDpartes deurn (mico organismo, pois a comunidade citadina funciona comourn todo unico, qualquer que seja seu regime politico.

Os6rgaosnecessarios aeste funcionamento sao:

1)0 lar comum, consagrado ao deus protetor da cidade, onde se oferecern os sacrificios, serealizam os banquetes rituais e serecebem os h6spedes estr angei-ros.Naorigemera0lar do palacio dorei,depo~storn

a-seurn lugar simb6lico,anexo ao edificio onderesidem os primeiros dignitarios da cidade (ospritanes) e se chama pritaneu. Compreende urn altar comurn fosso cheiode brasas, uma cozinha euma ou mais salas de refeicao. 0 fogo deve ser mantido sempre aceso, e quando osemigrantes partem para fundar uma nova

colonia,tomamdolar da patria 0fogo que devearder nopritaneu da nova cidade.

2)0 conselho(bule)dos nobres oudos funciona

-rios que representam a assembleia dos cidadaos, e mandam seus representantes ao pritaneu. ReUne-se numa sala coberta que se chama buleuterion.

3)Aassembleia dos cidadaos (agora) que se re -tine para ouvir as decisoes dos chefes ou para delibe

-rar. 0 local dereuniao e usualmente aprac;adomerca

-do(que tambem se chama agora), ou entao, nas c ida-des maiores,urnlocalaoar livreexpressamente apres-tado para tal (em Atenas, a colina de Pnice). Nas

cidades democraticas 0pritaneu e 0 buleuterion se

encontram nas pr6ximas da agora.

Cada cidade domina urn territ6rio mais ou me -nos grande, do qual retira seus meios de vida. Aqui podem existir centros habitados menores, que man

-tern uma certa autonomia e suas pr6prias asse m-bleias, mas urn unico pritaneu e urn Unico buleuterion

na cidade capital. 0 territ6rio e limitado pelas monta

-nhas, e compreende quase sempre urn porto (a certa

distancia da cidade, porque esta geralmente seencon -tra longe da costa, para nao se expor ao ataque dos

piratas); as comunicac;oes com 0 mundo exterior se realizam principalmente por via maritima.

Este territ6rio pode ser aumentado pelas conquis

-tas, ou pelos acordos entre cidades·limitrofes. Esparta

chega a dominar quase a metade do Peloponeso, isto e,

8.400 km2; Atenas possui a Atica e a IIha de Salamina,

ao todo 2.650 km2• Entre as colonias sicilianas, Siracu

-sa chega a ter 4.700 km2 e Agrigento, 4.300. Mas as

outras cidades tern urn territ6rio muito menor, epor vezes bastante pe~ueno: Tebas terncerca de 1.000 km2

e Corinto, 880 km .Entre as ilhas, algumas menores tern uma (mica cidade (Egina, 85km2; Nasso e Samos,

cerca de 450 km2). Mas entre as maiores somente Ro

-des (1.460 km2) chega a unificar suas tres cidades no

fim do seculo V;Lesbos (1.740km2) esta dividida em cinco cidades; Creta (8.600 km2) compreende mais de

cinqiienta.

A popuIaCao (excluidos os escravos e os e stran-geiros) e sempre reduzida, nao s6 pela pobreza dos recursos mas por uma opc;ao politica: quando cresce alem de certo limite, organiza-se uma expedic;ao para formar uma colonia longinqua. Atenas no tempo de Pericles tern cerca de 40.000 habitantes, e somente tres outras cidades, Siracusa, Agrigento e Argos, superam os 20.000. Siracusa, no seculo IV,concentra forc;ada

-mente as popular;oes das cidades conquistadas, e che-ga entao a cerca de 50.000 habitantes (Fig. 278). As cidades com cerca de 10.000 habitantes (este numero e considerado normal para uma grande cidade, e os te6ricos aconselham nao supera-lo) nao passam de

Fig. 177.0 mundo egeu.

Fig. 178. Uma moeda dacidade de Nass, com asfiguras deDioniso e

de Sileno.

Fig. 179. Uma escultura do seculo V a.c., no Museu Nacional de

(4)

quinze; Esparta, na epoca das Guerras Persas, tern cerca de 8.000habitantes; Egina, rica e famosa, tern apenas 2.000.

Esta medida nao e considerada urn obstaculo,

mas, antes, a condic;ao necessaria para urn organiza

-do desenvolvimento da vida civil. A populac;ao deve ser suficientemente numerosa para formar urn exerci-to na guerra, mas nao tanexerci-to que impec;a0

funciona-mento da assembleia, isto e,que permita aos cidadaos conhecerem-se entre si e escolherem seus magistrados.

Beficar por demais reduzida, e de temer a carEmciade homens;se crescer demais, nao e mais uma comunida-de orcomunida-denada, mas uma massa inerte, que nao pode

governar-se por si mesma. Os gregos se distinguem dos barbaros do Oriente porque vivem como homens

em cidades proporcionadas, nao como escravos em

enormes multid6es. Tern consciencia de sua comurn

civilizac;ao,porem nao aspiram

a

unificac;ao politica,

porque sua superioridade depende justamente do

con-ceito da polis, onde se realiza a liberdade coletiva do

corpo social (pode existir a liberdade indi vidual, mas

nao e indispensavel).

A patria - como diz a palavra, que herdamos dos

gregos - e a habitac;ao comum dos decendentes de urn

unico chefe de familia, de urn mesmo pai. 0

patriotis-mo e urn sentimento ta~ intenso porque seu objeto e

limitado e concreto:

Um pequeno territ6rio, nas encostas de uma montanha, atra· vessado por um riacho, escavado por alguma baia. De todos as

ladas, apaucos quilometros dedistancia, uma eleva<;iiodo terrena

serve de limite. Basta subir docr6pole para abarca·lo por inteira

com um olhar. Eaterra sagrada dapatria: 0recinto da familia, as

(5)

mnhecem, amontanha onde se vai cortar lenha, selevar os reba-nhos a pastar ou se apanha 0mel, os templos onde se assiste a-os sacrfficios, a acr6pole aonde se vaiem procissdo. Mesmo a menor cidade paquela pela qual Heitor corre ao encontro da morte, os espartanos consideram honroso "cair na primeira fila", os comba-tentes de Salamina se lant;am Iiabordagem cantando 0 peii e

S6crates bebeacicuta para niio desobedecer Iilei.(G. Glotz, Introdu-~iio a A Cidade Grega (1928), traduIntrodu-~iio itaUana, Turim, 1955,par. III).

Analisemos agora 0 organismo da cidade. 0 no-vo carater da convivi:mcia civil se revela por quatro fatos:

1)A cidade e urn todo unico, onde nao existem zonas fechadas e independentes. Pode ser circundada por muros,mas nao subdividida em recintos secunda-rios, como as cidades orientais ja examinadas. As ca

-sas de moradia sao todas do mesmo tipo, e sao diferen-tes pelo tamanho, nao pela estrutura arquitetonica; sao distribuidas livremente na cidade, e nao formam bairros reservados a classes ou a estirpes diversas.

Em algumas areas adrede aparelhadas - a agora,

oteatro- toda apopulacao ougrande parte dela pode reunir-se e reconhecer-se como uma comunidade or

-ganica,

2) 0 espa90 da cidade se divide em tres zonas: as areas privadas ocupadas pelas casas de moradia, as

areas sagradas - os recintos com os templos dos deuses - e as areas publicas, destinadas

as

reunifies politicas,

ao comercio, ao teatro, aos jogos desportivos etc. 0 Estado, que personifica os interesses gerais da comu-nidade, administra diretamente as areas publicas, in-tervem nas areas sagradas e nas particulares. As dife -ren9as de fun9ao entre estes tres tipos de areas predominam nitidamente sobre qualquer outra dife-ren9a tradicional ou de fato. No panorama da cidade os templos se sobressaem sobre tudo 0 mais, porem mais pela qualidade do que por seu tamanho. Surgem em posi9aO dominante, afastados dos outros edificios,

e seguem alguns modelos simples e rigorosos - a ordem darica,a ordem jonica - aperfei90ados em muitas repe-tit;6es sucessivas; sao realizados com urn sistema cons-trutivo propositadamente simples - muros e colunas de pedra, que sustentam as arquitraves e as traves de cobertura (Fig. 182)- de modo que as exigencias tecni-cas impe9am 0 menos possivel 0 controle da forma (outros sistemas construtivos mais complicados, como

(6)

Fig.181. Aestrutura em areo da passagem inferior para entrar no

Estadio deOlimpia.

Figs. 182-183. A estrutura em arquitraves de um templo d6rieo grego doseeulo Va.c. Cada parte, embora seeundaria, tem um

nome euma eonfigurar;do estavel:

A.PLANTA: 1.rampa; 2.peristase; 3.vestibulo (pronao); 4.cela;5. epist6domo. B. ELEVADO: 6. estil6bata; 7.colchetes; 8.fustede coluna; 9.colarinho; 10. capitel; 11.

armHas;12.equino;13.abaca; 14.ortostatos; 15. arquitraves; 16.friso;17.rl!gua e gotas;

18.listel: 19. trlglifo; 20.metope; 21.goteira; 22.miitulos com gotas; 23. telhado; 24. telhas dobeiral;25.frontilo; 26. nichodofrontilo;27.comija horizontal; 28.tlmpano; 29.

(7)

os arcos- Fig.181- saoreservados aosedifi.ciosmenos importanws).

3)Acidade,noseu conjunto, forma urnor ganis-moartificial inserido no ambiente natural, eligado a este ambienw por uma relac,;aodelicada; respeita as linhas gerais da paisagem natural, que em muitos pontos significativos edeixada intacta, interpreta-a e

integra-a com os manufaturados arquitetonicos. A re -gularidade dos templos (que tern uma planta perfeit

a-mentesimetrica, eternurnacabamento igual detodos

oslados devido

a

sucessao das colunas) equase

sem-pre compensada pela irregularidade dos arranjos c

ir-cunstantes, que sereduz depois na desQrdemda paisa

-gem natural (Fig: 184-191).A medida deste equilibrio entre natureza e arte da a cad a cidade urn carater individual e reconhecivel.

4)0 organismo da cidade se desenvolve no

tem-po, mas alcanc,;a,de certo momento em diante, uma

disposic,;aoestavel, que epreferivel nao perturbar com

modificac,;6es parciais. 0 crescimento da populac,;ao

nao produz uma ampliac,;ao gradativa, mas a adic,;ao

de urn outro organismo equivalente ou mesmo maior que 0primitivo (chama-se paleopole, acidade velha; necipole,a cidadenova; Fig. 250), ouentao apartida de

uma colonia para uma regiao longinqua.

FIg. IIN. Planla du recinlu sagradu de Ulimpia, IW fim da idade

clcissica.

Justamente por estes quatro caracteres - a uni

-dade, a articulac,;ao,0 equilibrio com a natureza, 0 limite decrescimento- acidade grega vale doravante

comomodelo universal; da

a

ideia da convivencia hu -mana umafisionomia precisa eduradoura no tempo.

1.muros gregoB d~Altis;2.muroaromanos doAltie; 3. povoadoheladico; 4. temple de

Hera e Zeus;5.ninfeu de Herodes Atico;6. terraco dos thesauroi: a) Gela;b)Megara; c)

Metaponto; d)Selinunte; e)altar de G~;f) Cirene; g)Sibaris; h) Bizdncio; i)Epidauro; j)

Sarnos (?);k)Siracusa; 1)SiciAo; 7.Metroon; 8. estadio; 9. antiga stoa; 10.stoa de Echos;

11.rodap~ com 8Sbases das colunss de 8u8tenta~ao das estAtuBS de Arsinoe e de

Ptolomeu II; 12.templo deZeus; 13.altar de Zeus(?);14.PelopiAo; 15. muro doterraco;

16.Philippeion; 17.pritaneu; 18.ginasio; 19.palestra; 20.Theokoleon; 21.banho grego; 22.termss; 23.Hospitium; 24.CBSSro~ana; 25.igreja bizantina; 26.Ergssterion de

Fidias; 27.Leonidaion; 28. stoa meridional; 29.buleuterion; 30. entrada neroniana; 31.

(8)
(9)

Figs. 186-187. Planta evista do Teatro de Epidauro, 0mais bem

(10)

1.murosde circundatao; 2. Via Sacra; 3.Toro doscorcirens.es;4. basedos arcades; 5.

est"Atuade Philopoimen; 6.~xeara dos nauarchoi;· 7.ex-votoda batalha deMaratona;

ex-votodos argivos; 8. osSetedeTebas;9.cavalo; 10. os ep1gonos;11.osreis de Argos;

12.base dostarentinos; thesauroi; 13.de Sidao; 14.deSifnos; 15.deTebas; 16.de Potideia; 17. de Atenas; 18. deSiracusa; 19.0 chamado OO1ico;20. deCnidos; 21. buleuterion; 22.basedos be6cios;23.rochada Sibila; 24.temenos de Go; 25.Asklepieion outemenos das musas; 26. esfinge dos Nas80s; 27.rocha deLatona; 28.p6rticodos atenienses; 29.thesauros deCorinto; 30. thesauros de Cirene; 31.pritaneu;32.muro

poligonal e areaemterratf)s; 33.ex-voto dos mess~nico8;34.monumento deEmilio Paulo; 35.trlpode dePlateia; 36.carro dos r6<lios;37.altar de Quios;38.Templode Apolo;39.monumento deEumene; 40.donArio deCorcira;41.thesauros (?); 42. cacade Alexandre; 43.muros de sustentatAo; 44.monumento de Prusias; 45.monumento de

Aristaineta; 46.donAriodos focenses; 47.donAriode Siracusa; 48.thesauros de Acantos;

49. estAtua deAtalo;50.estAtua de Eumene; 51.stoa de Atalo; 52. temenos deNeoptol •.

mo;53.monumento deDaocos; 54.~xedra; 55~!emenos dePosseidon; 56.ternenos de

Dioniso; 57.teatro; 58.p6rtico do teatro; 59.Leske de Cnidos.

Figs. 188·189.Delfos. Planta dorecinto sagrado deApolo (A eBna planimetria gera.lJ.

(11)

A pista mede, da linha de partida

a

linha de chegada,

(12)

Figs.192-193. Um disco debronze conservado no Museu de Olimpia

(a per;a tem as mesmas medidas e0mesmo peso do atual:22em de diiimetro ecerca de2kg);um arremessador dedisco representado

(13)

Fig. 195. Uma moeda ateniense, 0didracma de prata, com a cabeca

(14)

Examinemos agora 0 exemplo da cidade grega mais ilustre, Atenas.

, 0 local onde surge Atenas e a planicie central da Atica, circundada por uma serie de montes a oeste- 0 Aigaleos -, ao norte - 0 Parnaso -, a leste - 0 Pentelico e0Himeto - e ao suI por uma costa entrecor

-tada; mas entre os montes existem amplos passos que permitem a comunicayao com as outras partes da re

-giao, e pelos desembarcadouros marinhos chega-se fa-cilmente asilhas proximas deSalamina ede Egina, e,

mais alem, as Ciclades.

A planicie e recortada por dois pequenos rios, 0

Cefiso e 0 llissos, entre os quais se encontram uma

serie de colinas: 0Licabeto, a Acropole, 0Areopago, a

colina das Ninfas, a Pnice, 0 Museu. A Acropole, 156 metros.acima do mar, ea {mica que oferece seguranya grayas a seus flancos ingremes e espayO suficiente em sua plataforma terminal; foi a sede dos primeiros hab

i-tantes da cidade, e permaneceu 0centro visivo e orga -nizador da grande metropole subseqliente, que

Herodo-to chama de "cidade em forma de roda".

Agrande Atenas se formou quando os habita n-tes dos centros menores da Atica foram persuadidos

ouobrigados - por Teseu,segundo reza alenda - a se

concentrar em torno da Acropole. 0 centro da nova aglomerayao e a depressao quase plana ao norte da Acropole edo Areopago, oi1dese forma a Agora. Sobre a colina do Areopago se instal a 0 tribunal; alguns

importantes santuarios, como os de Dionisio e de Zeus Olimpico, ficam na vertente suI, onde talvez se ha-viam formado os primeiros bairros de expansao, na encosta mais exposta. Nasce assim urn organismo diferenciado, onde cada elemento da natureza e da tradiyao e utilizado para uma funyao especifica. A cidade,por outro lado,existe justamente para unificar muitos serviyos diferenciados; e0 centro politico, co-mercial, religioso e0local de refugio deuma populayao bastante esparsa pelo territorio.

Para cada uma das funy5es da cidade se constroi

e se aperfeiyoa, pouco a pouco, 0 aparelhamento de monumentos. No centro da Acropole, queagora se tor

-na uma area sagrada, executa-se entre 0seculo VII e0 inicio do VI·urn grande templo. Em556 a.C.saninstit

ui-das as festas Panateneias e se org~iza a via sacra que, da porta do Dipilo, atravessa a Agora em diagonal e sobe ate a Acropole pela entrada ocidental. Pisistrato e seussucessores constroem 0primeirocinturao de muros

(que compreende urna area de 60 hectares), osprimeiros edificios monumentais ao redor da Agora, 0 aqueduto

que leva agua do Ilissos para a cidade e a sistematiza

-yaoinicial do teatro de Dioniso,no declive suldaAcropo

-Ie.No tempo de Clistenes regulariza-se a colinade Pnice para as reuni5es da assembleia constitui-se 0 buleu

te-rion na Agora, inicia-se sobre a'Acropoleurn segundo

templo monumental, paralelo ao precedente, que sera englobado no Partenon de Pericles.

Esta cidade ja rica e equipada e destruida em479 a.C. pel a invasao persa. Logo depois, Temistocles

manda construir urna nova cinta de muros mais a m-pIa (cerca de250 hectares), eleva os edificios daAgora e organiza 0 Pireu como novo porto comercial emili -tar. No tempo de Pericles, a Acropole e praticamente

refeita: constroem-se 0Partenon (447-438 a.C.); os

Pro-pileus (437-432 a.C.);0templo de Atena Nike(cerca de 430-420 a.C.)e,mais tarde, 0Erecteu (421-405 a.C.).A cidade se expande para fora dos muros de Temistocles,

e tende a transformar-se num organismo territorial

mais complexo; e trayada a alameda retilinea - dro

-mus - que0Dipilo leva a Academia, e san construidos os "longos muros" que ligam a cidade ao porto do

Pireu, ordenado por Hipodamocom urnplano geome

-trico racional. Cleon retifica 0perimetro dosmuros de

Temistocles, para aumentar as defesas da cidade a

oeste.Da-seumaforma arquitet6nica mais co.mpletaa

teatro de Dioniso, onde se pode reunir toda a popul

a-yao de Atenas a fim de ouvir as tragedias de Esquilo,

S6focles e Euripides e as comedias de Arist6fanes

(Figs. 216-218).

Esta sistematizayao, que Atenas da a simesma

enquanto permanece livre epoderosa, nao correspon

-de a urn projeto regular e definitivo: ecomposta por

uma serie de obras que corrigem,gradualmente, 0qu a-dro geral, e se inserem com discriyao na paisagem originaria: mas tern,igualmente, uma extraordinaria unidade, quederiva da coerencia edo senso de respon

-sabilidade de todos aqueles que contribuiram para

realiza-Ia: osgovernantes, os projetistas e os

trabalha-dores manuais. Estamos habituados a distinguir a

r-quiteturas, esculturas, pinturas, objetos dedecorayao,

mas aqui nao podemos manter separadas as varias

coisas.

Mesmo em plena cidade as ruas, os muros, os

edificios monumentais nao escondem os saltos e as

dobras do terreno; as rochas e os patamares asperos

afloram em ffiuitos Iugares ao estado natural, ou enta~ san cortados e nivelados com respeitosa medida (Figs. 197-198). Os edificios antigos e arruinados san muitas

vezes conservados e incorporados aos novos. Deste

modo, a natureza e a historia san mantidas presentes, e formam abase do novo cenario dacidade.Sobreesta base nascem osnovos manufaturados: estatuas gran -des como edificios (por exemplo,a Atena Promakos de bronze sobre a Acropole, que os navegantes viam

bri-lhar do mar) e edificios,pequenosou grandes, co nstrui-dos de marmore pentelico, acabados comoesculturase

coloridos como pinturas.

Nos monumentos da Acropole (Figs. 199-215), nao se pode dizer on de termina a arquitetura e onde comeyam os ornamentos; colunas, capiteis, bases, cor-nijas san esculturas complicadas, repetidas todas

iguais (Fig. 214); os frisos e as estatuas dos front5es

formam cenas figuradas todas diferentes, mas san feitas com os mesmos materiais e trabalhadas coma mesma finura. Num caso- noporticodas Cariatides

(15)

Fig. 196.0desenvolvimento da cidade deAtenas, emseis epocas

sucessivas:

A)Idade classica, com indicaeilodosuposto traeado dos muros do seculoVI;B) Idade cllissica,comindicaeilo dos muros de Temlstocles.; C) Idade helentstica, com

indicacaodOB"d.iateichisma" (murade encerramento, ap6s ademolicao dos "}angos mures" entre Atenas e0Pireu);D) Iclade romana, com indicacao da ampliacao dOB

murosde Adriano e dOB murDS internos do fim da Idade Antiga; E)Idade medieval, com

indicacAo dOBrestae dos murDS antigo8, edOBmuros doperlodo franco (08chamados muros de Valeriano),quefecham0bairro medieval(53);F)Idademoderna, comindi

ca-caodOBmuros tureDe, posteriores ao8~ulo V (56)edazonadedesenvolvimento da

cidade ate0seculo XIX,em pontilhado sobre 0tracado deepoearecente. - Monume

n-toBparticularesque aparecem em diversos mapas:1.Partenon, depoisPanagia Teo

-tokos Ateniotissa (nosseculosVeVn;2.templo deAtena Polias; 3.santulirio de

Dioniso;4.santuArio daB Ninfas;5. Enneapilon; 6.Are6pago; 7. Semnai;8.Eleusinion;

9. Enneakrunos; 10.Agora; 11.aqueduto dePislstrato; 12.Olimpieion; 13.Pition; 14-:

-teatro deDioniso; 15.odeon deP~ricles; 16.templo de Dem~ter eCore; 17.Pice; IH.

templo deArtemis; 19.Hef~tion, depoisSiloJorge(nossecwos V e VI);20.altar de Zeus e de Atena Fratria; 21.Dipilon;22.Diateichisma doprimeirohelenismo: 23.presidio dos

macedonios; 24. stoa de Eumenes; 25. monumento cor~gicode Lis1crates;26.stoa de

Atalo;27.stoa domeio;28.Pompeion; 29. odeon deHerodes Atico;30.porta emarco de

Adriano; 31. termas; 32.ginasio; 33. estadio; 34.casa com jardim; 35.biblioteca de

Adriano; 36.Agora romana; 37.Agoran6mion e torre dosventoa; 38.Scol~;39.monu

-mento deAntioco Filopapo; 40. cisterna hidraulica de Adriano; 41.muroade Adriano;

42.murosdo finalda Antiguidade; 43.basUicado bispoLeOnidas;44. Silo Filipe;45. Silo

Dionisio(Areopagita); 46. Santos Ap6stolos; 47.Sotira Likodimu; 48.Santos Teodoros;

49.Silo Jorge; 50.Agia Trlada, antes Erecteu; 51.Santos Anjos, antes Propileus; 52

Kapnikarea; 53.muros francos; 54. Panagia Gorgoepikoos (Pequena Metr6pole;hoje,

(16)

estatuas identieas (Fig. 215). Todas estas p~s foram

preparadas em laborat6rio e em seguida montadas no

local, por isso a precisao tkcnica e as diferenr,;as de

medida admissiveis (a tolerancia, sediz hoje) sao

iguais em ambos os casos: os troncos de coluna, os

elementos das cornijas, as pedras dos muros e as lajes

de cobertur~(muros de marmore, vigas ecoberturas de

marmore) sao ligados entre si rnilimetricamente (Fig.

210). Na cela do Partenon, entao, a estatua mais vene

-rada, a Atena Partenos de Fidias, e uma grande e

stru-tura demadeira revestida de aura e de marfim, coma

minucia de uma obra de ourivesaria.

Assim, a presenr,;ado homem na natureza torna

-se evidente pela qualidade, nao pela quantidade; 0

cenario urbano - como 0organismo politico da

cidade-estado - permanece uma construr,;ao na medi

-da dohomem, circundada e dominada pelos elementos

da natureza nao mensuravel. Mas0homem, com0seu

trabalho, pode melhorar esta construr,;ao ateimitar a

perfeir,;aoda natureza, e pode estabelecer, comona

natureza, uma continuidade rigorosa entre as partes e

o todo.0 conjunto dos monumentos no topo daAcr6po

-·le pode ser visto de todos os lados da cidade, eos templos revelam de longe sua estrutura simples e

ra-cional; depois, ao aproximar-se, descobrem-se as

arti-cular,;6essecundarias, os elementos arquitet6nicos re -petidos (colunas, bases, capiteis) e os detalhes escul -turais mais minuciosos, avivados pelas cores; urn

m undode formas coerentes eligadas entre si,da gran

(17)

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Muros prb.persas i!IIm Muro de Cimon Muros bizantino8 emodemos ~ Estradas antigas 1.porta BeuM 2.monumento deAgripa 3.templodeAtena Nikb 4.propileus 5. pinacoteca 6.estAtuadeAtena Pr6makos 7.santuArio deAtena Higbia 8.Brauronion 9.mura arcaico 10. calcoteca 11.PArtenon 12.templo arcaico deAtena 13. oliveira sagrada 14.Erecteu 15. altar de ZeusPolieu 16.templo deRoma edeAugusto 17. esplanada da Clepsidra , , c: _:.-_-~, ~ 0 00 032iii0'!IQ0000 18. Clepsidra 19.santuArio de Apolo 20.gruta dePi! 21.Aglaurion 22,santuArio de Afrodite 23.muros de8u8tenta~Ao sobre0odean dePericles 24.monumentode Trssilo 25.monumentos-coregico8 26.teatrodeDioniso 27.templonovo de Dioniso 28.monumento de Ntciss 29.Aselepion 30.grutss comreatos pre-hist6rico8 31.fonte 32.stoa deEumene 33. odeon deHerodes Atico 34.aqueduto

(18)
(19)

1.p6rtico posterior

2.P!lrtenon

3. estatus de Atens Partenos

(20)

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Figs. 204-206. Planta efachada oriental doPlirtenon; desenho de um trechodoflanco setentrional, que evidencia, exageradamente,

(21)

Figs.207-208.Aordem d6riea dopartenon. Desenhos do eapitel edo

travamento; vista de uma eoluna perto do ungulo norte-oriental.

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(22)

Fig. 209. Osmarmores do {rontao oriental do Partenon, conserva·

dos no Museu Brittiliico de Londres.

(23)

Figs. 211-212. Prospecto ocidental do Erecteu e vista reconstrutiva da Acr6pole (0Erecteu estci

a

esquerda, 0Pcirtenon

a

direita).

(24)

Figs. 213-214. Desenhos de um capitel dop6rtico setentrional do Erecteu.

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Fig.215. Uma das cariatides que sustentam ap6rtico meridional do Erecteu.

(25)

Figs. 216·218. 0 Teatro de Dioniso em Atenas. Duas vistas do

estado atual, a planta eduas fiehas deingresso aoteatro, eonserv

(26)

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(27)

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. e.nimos;4.Metroon; 5. . holos' 3.recinto dos her61s ~~s do CerAmico;1~.Bto~

hamado StrategelOn;2.Tide Apolo Patroos; 10.Ho 'nto' 15.peristUlO;15.

~~Ye~t~rion;; 6.Hef(~:~~:::u;·(~~~ :ltar dos d.o~~~~~:e:~~32;':lch':mada Heliaia; 24.

de Zeus Eleutenos d .19 fonte'sudeste, .

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(28)

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1.0chamado Strategeion; 2.Tholos; 3.recinto dosher6is eponimos; 4. p6rtico do Metroon; 5. buleuterion; ~.Hefeation; 7. templede Apolo Patroos; 8.edificiohelenistico;

9. templo deMrodite UrAnia; 10. Horos do Cerllmico; 11.stoa de Zeus Eleut~rios; 12. altar dos doze deuses;16. sioa de Atalo; 17. Bema;18.casadamoeda; 19.ninfeu;21.stoa leste;22.stoa sui; 23. a chamada Heliaia; 24.fonte sudoeste; 25.stoa domeio.

(29)

Fig.222. Duas ostracas,·isto e, fragmentos de barro usados nas

votar;i5espara 0exilio (ostracismo) de Temistocles e deAristides. ,

A Acr6pole Sstaa (p6rticos) oodeon

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(30)

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Tholos· 3.recmto A 010Patroos; 8. e I Eleuterios; 12. Strategeion; 2. . ·7'templode p .11stoa de Zeus damoeda;

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9.templod:ze deuses;14. sto~~~~oa Ieste;:2:stoa;7u temploromano, . altar dos f te sudeste, . rf~oes CIVlcas,

18'.ninfeu;19.ondo meio; 26:rep~oItemplo deAres.

sudoe~te;?2~2~~°:deonde Agnpa, . AgoralOs. ),

(31)

Fig.225.Planta aproximada deAtenas nos tempos dePericles, com

os bairros residenciais (em pontilhado) distribuidos ao redor dos

edificios publieos (empreto).

Fig.226. A grande Atenas do seculo Va. c.,com os longos muros

queligam a cidade ao porto do Pireu.

Fig.227. A estrutura de um muro de marmore sobre aAcropole de

(32)

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BIZANTINA o AGORA' J SUO

Fig. 229,0 bairro do porto em Delos; as casas escavadas SaDdos

seculos III e II a.c., e correspondem aum tipodifundido em todas as cidades gregas do seculo IVem diante. Dem6stenes escreve que as primeiras casas deste genero, com0patio em p6rtico, eram constru

i-das em Atenas por volta da metade do seculo IV, naperiferia.

Em torno da Acr6pole e das outras areas

publi-cas devemos imaginar a coroa dos bairros com as

casas de habitaf;ao (Fig. 225 e 228). As ruas reco

nheci-das pelos arqtie6logos sao trac;;adas de maneira irregu

-lar, comexcec;;aodo Dromos retilineo quevai da Agora

ao Dipilon. As casas, certamente modestas, desapare

-ceram sem deixar muitos vestigios. Podemos ter uma ideia de sua disposic;;ao,considerando as casas da me

s-ma epoca escavadas em Delos, no bairro do teatro

(Figs. 229-231).A simplicidade das casas deriva das

limitac;;6esda vida privada; durante a maior parte do

dia vive-se ao ar livre, no espac;;opublico ordenado e

articulado segundo as decisoes tomadas em comum

pela assembleia. Os monumentos espalhados porto

-dos osbairros recordam:, em qualquer lugar, osusos e as cerim6nias da cidade como casa detodos.

(33)

!

Figs.230-231.A insulae I, II NeVI em Delos, eduas casas da

insula II.

Figs. 232-235. Quatro objetos de cozinha em terracota: uma pa

(34)

Os utensilios para a vida cotidiana conserva-dos no museu da Agora de Atenas dao uma ideia da simplicidade da vida privada na cidade de Pericles e de Fidias (Figs. 232-240): A riqueza de atenas

alimen-ta mais os consum os publicos queos costumes indivi-duais; deste modo, os adornos das casas sao escassos e nao muito caros.

Figs. 236-238. Tres objetos para escrever: 0estilete, as tabuinhas enceradas e os ralos de papiro conservados em uma custodia de madeira (em uso desde 0seculo N a. C.).

(35)

Mais tarde Atenas se expande para leste na pla-nicie para alem do Olimpieion,e a Acropole se enconc

tra no centro exato da figura urbana, que nao mudara

apesar das numerosas adivoes helenisticas e

roma-nas: os dois novos porticos da Agora, 0 portico de

Eumene ao suI da Acropole,a nova Agora romana, os

odeon de Agripa e de Herodes Atico,a biblioteca e,por fim,a"Cidade de Adriano", isto e,0arranjo definitivo

da expansao oriental, com0novo Olimpieion, a pales -tra e as termas (Fig.241).

No fim da idade classica, a grande Atenas cai em

ruinas e a parte povoada serestringe a uma pequena

zona central em tomo daAcropole e da Agora romana.

Esta pequena Atenas permanece, desde entao, uma

cidadezinha secundaria ate 1827,quando termina 0

dominio turco (Figs. 242 e 243). Em 1834,Atenas e

escolhida capital da Grecia modema, e comeva a se

Figs. 239-240.as aliossos (ossos dos pes das cabras) eos dados,

usados para osjogos; 0amis (um vaso de terracota que substitui a

latrina).

expandir desordenadamente, deixando livres somente as alturas - a Acropole, as colinas do sudoeste, 0

Licabeto - mas atingindo 0Pireu epreenchendo toda

a planicie desde 0sope das montanhas ate 0mar.

A Acropole, a Agora e os grupos dos monumen -tos principais sao hoje zonas arqueologicas fechadas, onde prosseguem as escavavoes. Recentemente, foi tambem proposto liberar grande parte da area da cida-de antiga, cida-demolindo os bairros mais antigos ao norte da Acropole. A imagem da Atenas antiga pode ser reconstruida visitando as ruin as e osmuseus; os tem-plos da Acropole,ainda bem visiveis a partir de todos os locais da cidade,recordam com sugestiva evidencia urn dos lugares capitais da historia humana, mas flu

-tuam como que perdidos numa triste e caotica cidade do Terceiro Mundo, que com a antiga tern em comum

(36)
(37)

Figs.242·243. Planta de Atenas no fim da domina<;iio turca (na

mesma escala da figura anterior), evista porocasiiio da funda<;ilo

Referências

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b) Execução dos serviços em período a ser combinado com equipe técnica. c) Orientação para alocação do equipamento no local de instalação. d) Serviço de ligação das

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