PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
A INFLUÊNCIA DO DECURSO DO TEMPO NA AQUISIÇÃO E EXTINÇÃO DE DIREITOS
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
a prescrição e a decadência são institutos fundados na pacificação social, na certeza e na segurança da ordem jurídica.
O exercício de um direito não pode ficar pendente de forma indefinida no tempo - o titular deve exercê-lo
dentro de um determinado prazo.
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
Prescrição
consta dos arts. 189 a 206 CC.
Prazos descritos nos arts. 205 e 206. prazos de prescrição são todos em
anos.
a prescrição mantém relação com
deveres, obrigações e com a responsabilidade decorrente da inobservância das regras ditadas pelas partes ou pela ordem jurídica.
Decadência
Consta dos arts. 207 a 211 CC.
Prazos que não estão nos arts. 205 e
206 são decadenciais.
prazos de decadência podem ser em
dias, meses, ano e dia ou também em anos.
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
Prescrição
a prescrição mantém relação
com deveres, obrigações e com a responsabilidade decorrente da inobservância das regras ditadas pelas partes ou pela ordem jurídica.
Decadência
A decadência, tem relação com
um estado de sujeição, próprio dos direitos potestativos (as ações anulatórias de atos e negócios jurídicos tem natureza potestativa)
O direito potestativo é aquele que
encurrala a outra parte, que não tem saída.
Direitos
potestativos
O agente pode influir na esfera de interesses de terceiro, quer ele queira, quer não, como na possibilidade de anular um negócio jurídico, se divorciar, demitir funcionário.
Eles são direitos invioláveis, não há que falar em prescrição, mas, sim, em decadência.
PRESCRIÇÃO
De acordo com o art. 189 do CC, violado um direito, nascepara o seu titular uma
pretensão, que pode ser extinta pela prescrição, nos termos dos seus arts. 205 e 206.
PRESCRIÇÃO
A PRESCRIÇÃO TEM
INÍCIO NO MOMENTO EM QUE HÁ VIOLAÇÃO DO DIREITO.
DA PRESCRIÇÃO
a prescrição constitui um benefício: sem ela, nada seria
permanente; o proprietário jamais estaria seguro de seus direitos, e o devedor, livre de pagar duas vezes a mesma dívida.
se o titular do direito permanecer inerte, tem como pena a perda
Espécies de prescrição
Prescrição aquisitiva
Predomínio da força geradora do
direito.
Prevista no direito das coisas - CC, na
parte referente aos modos de aquisição do domínio.
Prescrição extintiva
Extingue a pretensão (força extintora
do direito).
Da
prescrição
A prescrição extintiva, fatojurídico sem vontade humana, é uma sanção ao titular do direito violado, que extingue a pretensão em razão de um fato natural: o decurso do tempo.
O direito não socorre aos que dormem
Da
prescrição
Na prescrição ocorre a
extinção da pretensão;
o direito em si permanece
incólume, só que sem
proteção jurídica para
solucioná-lo.
(se alguém pagar uma dívida prescrita, não pode pedir a devolução da quantia paga, já que existia o direito de crédito que não foi extinto pela prescrição).
Tese da prescrição da pretensão – CC 2002
Da
prescrição
Os prazos prescricionaisespeciais apresentados no art. 206 dizem respeito a ações condenatórias, como aquelas
relativas à cobrança de valores ou a reparação de danos. Os prazos prescricionais se relacionam com as ações condenatórias
Da
prescrição
Para as ações condenatórias,em que não houver previsão
de prazo específico de
prescrição, aplica-se a regra geral de dez anos, conforme o art. 205 do Código Civil.
Os prazos prescricionais se relacionam com as ações condenatórias
Contagem do prazo prescricional
No caso de uma dívida, a termo, o prazo prescricional começa a fluir (tem início) quando ela não é paga.
No caso de um ato ilícito, a prescrição tem início quando ocorre o evento danoso ou do conhecimento da sua autoria.
Da
prescrição
O que se quer evitar é que, prescrita a
pretensão, o direito com pretensão prescrita possa ser utilizado perpetuamente a título de exceção, como defesa.
Art. 190
"a exceção prescreve no mesmo prazo em
Da
prescrição
O art. 191 do Código Civil não admite a renúncia prévia da prescrição - antes que se tenha consumado.
A prescrição é instituto de ordem pública e a renúncia tornaria a ação imprescritível por vontade da parte.
é admitida a renúncia à
prescrição por parte daquele que dela se beneficia, ou seja, o devedor.
Da
prescrição
Essa renúncia à prescrição poderá
ser expressa, mediante declaração comprovada e idônea do devedor, sem vícios.
A renúncia da prescrição poderá ser
tácita, por condutas do devedor que
induzem a tal fato, como o pagamento total ou mesmo parcial da dívida prescrita, que não pode ser repetida, (art. 882 do CC).
Essa renúncia à prescrição também
pode ser judicial - quando manifestada em juízo - ou
extrajudicial - fora dele.
Da
prescrição
A prescrição tem origem legal: os prazos de prescrição não
podem ser alterados por
acordo das partes.
Da
prescrição
A prescrição pode serreconhecida a qualquer
tempo e em qualquer grau de
jurisdição – e pode ser
reconhecida de ofício pelo juiz.
Reconhecimento da prescrição de ofício
Da
prescrição
o juiz deve determinar a citação
do réu para que se manifeste quanto à renúncia à prescrição.
Se o juiz extingue a ação de
plano, pela prescrição, sem ouvir o réu, a autonomia privada, manifestada pelo direito de se pagar uma dívida prescrita em juízo e renunciando à prescrição, estará ferida.
Reconhecimento da prescrição de ofício
Da
prescrição
o juiz deve determinar a
citação do réu para que se manifeste quanto à renúncia à prescrição, e intimar o autor para manifestar-se sobre a prescrição.
Podem haver causas
suspensivas ou interruptivas da prescrição desconhecidas do juiz que podem ser arguidas!
Reconhecimento da prescrição de ofício
Da
prescrição
os relativamente incapazes eas pessoas jurídicas podempromover ações
correspondentes contra seus representantes ou prepostos que deram causa à perda de uma pretensão ou não a alegaram quando deviam tê-lo feito.
Causas impeditivas, interruptivas e
suspensivas da prescrição
A prescrição, ao contrário da decadência, pode sofrer interrupção e suspensão.
Durante a suspensão e a interrupção o prazo
Da
prescrição
“Art. 197.
Não corre a prescrição:
I — entre os cônjuges, na
constância da sociedade
conjugal;
II — entre ascendentes e
descendentes, durante o poder familiar;
III — entre tutelados ou
curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou curatela.”
Causas impeditivas
Causas que impedem e suspendem a
prescrição
No art. 197, a justificativa para a suspensão da prescrição está na consideração legal de que certas pessoas, por sua condição ou pela situação em que se encontram, estão impedidas de agir.
O motivo, nos três casos do art. 197, é a confiança, a amizade, os laços de afeição que existem entre as partes – o rol é taxativo.
Causas que impedem e suspendem a
prescrição
Do art. 197: não corre prescrição “entre os cônjuges na constância da sociedade conjugal” (inc. I). (Se o prazo ainda não começou a fluir, a constância da sociedade conjugal impede que ele comece.
Se o prazo está fluindo e ocorre o matrimônio das partes, tem-se a suspensão do prazo.
Da
prescrição
“Art. 198.
Também não corre a prescrição: I — contra os incapazes de que trata o art. 3º;
II — contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos Municípios;
III — contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra.”
Causas impeditivas
Causas que impedem e suspendem a
prescrição
a preocupação do art. 198 é de proteger pessoas que se encontram em situações especiais que as impedem de serem diligentes na defesa de seus interesses.
Da
prescrição
Art. 199.
Não corre igualmente a prescrição:
I - pendendo condição suspensiva;
II - não estando vencido o prazo; III - pendendo ação de evicção.
Da
prescrição
Art. 200. Quando a ação se
originar de fato que deva ser apurado no juízo criminal, não correrá a prescrição antes da respectiva sentença definitiva. Art. 201. Suspensa a prescrição
em favor de um dos credores solidários, só aproveitam os outros se a obrigação for indivisível.
Causas interruptivas e suspensivas da
prescrição
Interrupção
A interrupção depende, em regra,
de um comportamento ativo do credor.
O prazo interrompido volta a
correr por inteiro.
Suspensão
decorre automaticamente de
certos fatos previstos na lei, como foi mencionado.
O prazo volta a fluir somente pelo
Da
prescrição
a interrupção da prescrição “somente poderá ocorrer uma vez”.
(A restrição é benéfica, para não se eternizarem as interrupções da prescrição).
No art. 202 constam também
as causas que interrompem a
prescrição, protegendo o
credor diligente.
Da
prescrição
O efeito interruptivo decorre da
citação válida, que retroagirá à data do despacho, ou à da distribuição, onde houver mais de uma vara.
Se proposta a ação no prazo fixado
para o seu exercício, a demora na obtenção do despacho ou na citação, por motivos inerentes ao mecanismo da Justiça, não justifica o acolhimento da arguição de prescrição ou decadência – súmula 106 STJ.
Da interrupção por despacho do juiz
Da
prescrição
protesto cambial (de natureza extrajudicial – no cartório de títulos e documentos)
protesto judicial (de natureza processual civil – arts. 726 e ss CPC)
São causas que interrompem a
prescrição porque indicam,
inequivocamente, que o titular do direito violado não está inerte.
Por protesto judicial e por protesto cambial
Da
prescrição
A habilitação do credor eminventário, nos autos da
falência ou da insolvência civil, constitui comportamento ativo que demonstra a intenção do
titular do direito em
interromper a prescrição.
Habilitação de credor em inventário,
Da
prescrição
Situações que envolvem
manifestação ativa do credor, em especial a propositura de
medidas cautelares,
notadamente notificações e interpelações.
(propositura de ação pauliana – para eficácia da cobrança do
crédito - é um meio de
interromper a prescrição).
Ato judicial que constitua em mora o
Da
prescrição
(única hipótese em que a
interrupção da prescrição ocorre sem a manifestação volitiva do credor).
atos de reconhecimento da
dívida, pagamentos parciais, pedidos de prorrogação do prazo ou de parcelamento e pagamento de juros são atos do devedor que reconhecem a dívida e interrompem a prescrição.
“qualquer ato
inequívoco, ainda que extrajudicial, que
importe
reconhecimento do direito pelo devedor”.
Legitimados para promover a
interrupção da prescrição
São legitimados o próprio titular do direito em via de prescrição, quem legalmente o represente ou, ainda, terceiro que tenha legítimo interesse (herdeiros do prescribente, seus credores e o fiador do devedor).
Os efeitos da
prescrição são
pessoais.
Exceção aos
efeitos pessoais
da prescrição
CREDORES SOLIDÁRIOS E SOLIDARIEDADE PASSIVA
Da
prescrição
a interrupção da prescriçãoatingirá os credores edevedores solidários, bem
como os herdeiros destes.
(a solidariedade tem de estar prevista em lei ou no contrato celebrado pelas partes – vide art. 265 do CC.)
Da
prescrição
no caso dos herdeiros do devedor solidário, havendo interrupção contra um deles,esta não prejudicará os
demais, a não ser que a obrigação seja indivisível (art. 258 do CC).
Da
prescrição
a fiança é contrato acessório -e s-egu-e o d-estino do principal
- se a interrupção for
promovida apenas contra o
principal devedor ou
afiançado, o prazo se
restabelece também contra o fiador, que fica prejudicado. a interrupção operada contra
o fiador não prejudica o devedor, pois o principal não acompanha o destino do acessório. Art. 204 § 3º “a interrupção produzida contra o principal devedor prejudica o fiador”.