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PENSAMENTO ALGÉBRICO NOS ANOS INICIAIS: UMA ABORDAGEM BASEADA NAS OPERAÇÕES E SUAS PROPRIEDADES

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PENSAMENTO ALGÉBRICO NOS ANOS

INICIAIS: UMA ABORDAGEM BASEADA

NAS OPERAÇÕES E SUAS PROPRIEDADES

Miriam Criez Nobrega Ferreira

Mestra pela Universidade Federal do ABC

Lilian Cristina de Souza Barboza

(2)

OBJETIVOS DO ENCONTRO

*Apresentar

uma

proposta

de

abordagem

do

Pensamento Algébrico nos Anos Iniciais;

* Propiciar ao participante repensar sua prática de sala

de aula de modo a incorporar novas abordagens em

seu trabalho na escola.

(3)

Pauta – 11/05/2017

• 9h às 9h30 – Apresentação dos participantes, dos formadores e da proposta de

trabalho;

• 9h30 às 10h00 – Introdução aos conceitos sobre pensamento algébrico voltado

para o trabalho nos Anos Iniciais;

• 10h00 às 10h30 – Análise, em subgrupos, da atividade 1 – destacando as

propriedades;

• 10h30 às 11h00 – Discussão sobre as atividades dos alunos;

• 11h às 11h30min – Análise e discussão da atividade 2 – destacando um dos

significados do sinal de igualdade;

(4)

Nome

trabalho

Local de

Experiência

profissional

Motivação

para o mini

curso

(5)

PROBLEMA DA ALICE

“Enfim, os dois estavam comendo tortas de framboesa no chá. Ora, o Chapeleiro tinha três

vezes mais tortas que a Lebre de Março, e a Lebre de Março não estava gostando disso.

- Eu não a censuro!

– comentou Alice.

Em todo caso, de má vontade, o Chapeleiro deu uma de suas tortas a ela.

“Isso não basta!”,

gritou a Lebre de Março, zangada,

“Você ainda tem o dobro do que eu tenho!” Pois então o problema é:

Quantas outras tortas o Chapeleiro tem que dar a Lebre de Março para que os dois fiquem com a

mesma quantidade?

- Quantas eram as tortas, ao todo?

– perguntou Alice.

- Isso eu não vou dizer!- gritou o Grifo. Aí fica fácil demais!

Alice achou estranho que o enigma pudesse ser resolvido sem saber quantas tortas havia, mas

resolveu tentar. Pensou por algum tempo, e então abanou a cabeça.

(6)

- Acho que não sei resolver esse. Tenho certeza de que, se minha irmã estivesse aqui, ela

saberia. Ela é mais velha do que eu, sabe?, e aprendeu álgebra. Tenho certeza que se poderia

fazer isso com a álgebra.

- Você não precisa de álgebra nenhuma!

– riu-se o Grifo. É só uma fantasia sua achar que

precisa!

- Bem, o único jeito que concebo de fazer isso é por ensaio e erro: tentar, até finalmente

adivinhar o número certo de tortas.

- Você não precisa de nenhuma adivinhação!

– disse o Grifo. Não precisa de adivinhação

e também não precisa de álgebra! Ora, eu sei que nas escolas eles ensinam esse tipo de coisa

com a álgebra, mas eu não andei muito em escola nenhuma, daí que inventei meu próprio

método...ele é exatamente tão bom quanto os que eles lhe

ensinam!”

(7)

Por que Álgebra é ensinada a partir dos Anos Finais e a

Aritmética nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental?

Segundo Carraher et al (2006), por dois motivos:

Natureza do conteúdo

(8)

Álgebra no currículo dos Anos Iniciais do

Ensino Fundamental

•Outros países (EUA, Portugal, Espanha, Nova Zelândia)

a Álgebra nos Anos Iniciais surge no início do séc. XXI;

•No Brasil (Ferreira, 2017, no prelo), somente em 2013

nos documentos do PNAIC surge o eixo do Pensamento

Algébrico, e na BNCC (em estudo) surge a Álgebra,

como o quinto eixo da matemática dos Anos Iniciais.

(9)

Filloy e Rojano (1989) e Herscovics e Linchevski (1994)

sugerem:

• uma lacuna entre Álgebra e Aritmética;

• o pensamento aritmético evolui muito lentamente - do

concreto para o abstrato - para o pensamento algébrico;

• um ponto de corte separando um tipo de pensamento do

(10)

Aritmética

Não são usadas as

propriedades aditivas ou

multiplicativas da

igualdade

Ex: Tinha R$ 50,00

ganhei R$ 30,00, com

quanto fiquei?

50 + 30 = ?

Foco na competência do

cálculo

Álgebra

São usadas as

propriedades aditivas ou

multiplicativas da

igualdade

Ex: Meu pai tinha certa quantia no cofre, depois de guardar R$

28,00, ficou com R$ 75,00. Quanto papai tinha no início?

? + 28 = 75

Foco no raciocínio

sobre as operações

e

Fo

ssa

(2

00

8)

(11)

Autores que defendem uma integração entre

Álgebra e Aritmética:

•Blanton e Kaput, (2005);

•Canavarro (2007);

•Kieran (2004);

•Carraher et al, (2006);

•Russell, Schifter, e Bastable (2011);

•Schliemann, Carraher, e Brizuela (2007);

•Mestre e Oliveira (2011).

(12)

Por que falar de Álgebra nos Anos Iniciais?

• Insucesso dos alunos quando entram em contato com a

Álgebra formal (Cai & Knuth, 2011; Lins e Gimenez, 2001);

• Capacidade dos alunos em pensar algebricamente desde

pequenos (Canavarro, 2007; Blanton e Kaput, 2005);

• Os

alunos necessitam de um tempo maior para desenvolver

as diferentes formas do pensamento envolvido na atividade

algébrica (Molina, 2009);

(13)

O que significa o trabalho com Álgebra

nos Anos Iniciais?

• Não significa um acréscimo de conteúdo ao currículo (Russell, Schifter, e

Bastable, 2011);

• Agrega ao trabalho já realizado com a aritmética, oportunidades de

construção de padrões, generalizações e justificativas matemáticas

(Canavarro, 2007);

• Integra o pensamento algébrico ao planejamento das aulas, indo além do

trabalho com os algoritmos. (Carraher et al, 2006)

(14)

O que a Álgebra e o

Pensamento Algébrico tem a

ver com o ensino e a

aprendizagem nos Anos

Iniciais do Ensino

(15)

Ponte, Branco e Matos (2009)

Aprender

Álgebra

Pensar

algebricamente

Ser capaz de

generalizar ideias

matemáticas a partir

de um conjunto de

exemplos particulares

(16)

Para Canavarro (2007) existe uma relação

intrínseca entre álgebra e aritmética:

“É a partir da estrutura da Aritmética que se podem construir os

aspectos sintáticos da Álgebra, o que implica analisar as

expressões aritméticas não em termos do valor numérico obtido

através do cálculo, mas em termos da sua

forma”

Concluir que 33 + 8 = 8 + 33 não porque ambos constituem

41, mas porque na adição a ordem das parcelas é

indiferente.

(17)

DEFINIÇÕES

DE

PENSAMENTO

ALGÉBRICO

“é um processo no qual os alunos

generalizam ideias matemáticas de

um conjunto particular de

exemplos, estabelecem

generalizações por meio do

discurso de argumentação, e

expressam-nas, cada vez mais, em

caminhos formais e apropriados à

sua idade”

Blanton e Kaput (2005)

“a generalização está no

coração do pensamento

algébrico”

Schliemann; Carraher; Brizuela (2007)

“envolve o desenvolvimento de formas de pensar dentro de atividades para as

quais a letra-símbolo pode ser usada como uma ferramenta, mas que não são

exclusivos de álgebra, tais como, analisando as relações entre quantidades,

percebendo as estruturas, estudando as mudanças, generalizando, resolvendo

problemas, a modelagem, justificando, provando, e prevendo”.

(18)

Blanton e Kaput (2005) dividem o pensamento algébrico

em quatro grandes categorias:

Aritmética

Generalizada

Pensamento

Funcional

Modelação

Generalização

de sistemas

abstratos do

cálculo

(19)

Segundo Blanton e Kaput (2005) formas de pensamento

algébrico mais trabalhados nos anos iniciais:

Aritmética

Generalizada

Pensamento

Funcional

(20)

Explorar propriedades e relações de números inteiros;

Explorar propriedades das operações com números

inteiros;

Explorar a igualdade como expressão de uma relação

entre quantidades;

Tratar o número algebricamente;

Resolver expressões numéricas com um número

desconhecido, enfatizando o sentido de incógnita;

(21)

Simbolizar quantidades e operar com as expressões

simbólicas (usar símbolos para modelar problemas);

Representar dados graficamente;

Descobrir relações funcionais;

Prever

resultados

desconhecidos

usando

dados

conhecidos;

Identificar e descrever padrões numéricos e geométricos;

PENSAMENTO FUNCIONAL

(22)

Explorar propriedades das operações

com números inteiros;

Explorar a igualdade como expressão

de uma relação entre quantidades;

(23)
(24)

DIFERENTES

SIGNIFICADOS DO

SINAL DE

IGUALDADE

OPERACIONAL

12 – 4 =

EQUIVALÊNCIA

18 + x = 23

RELACIONAL

2x = y

(25)

V

F Justificativa

24 + 37 = 37 + 24

46 + 27 – 27 = 27

◊ x 1 = ◊

□ + 0 = □

Verdadeiro ou Falso

(26)

Falkner et al. (1999) realizaram um

estudo onde os professores propunham

aos alunos a resolução do seguinte

(27)

O quadro seguinte mostra as respostas dadas por alunos de

diferentes

anos

de

escolaridade,

do

1.º

ao

6º:

Analise as respostas dos alunos e responda por que embora

o problema pareça trivial para muitos professores, a maior

(28)

Como Lucy entendeu o problema:

Prof. – Podes dizer-me qual o número que é necessário colocar no espaço vazio para

tornar esta expressão verdadeira?

Lucy

– (depois de uma breve pausa) Doze.

Prof. – Como sabes que é 12?

Lucy

–Porque é a resposta, oito e quatro são 12. Eu contei 8, 9, 10, 11, 12. São 12.

Prof. – E o que acontece ao cinco?

Lucy

– Fica aí.

Prof. – Precisas fazer alguma coisa com ele?

Lucy

– Não. Só está lá. Não tem nada a ver com o oito e o quatro.

Prof. – O que pensas que significa?

Lucy

– Eu não sei. Penso que não significa nada. Se calhar só está lá para nos

confundir. Sabes, às vezes, a minha professora põe números a mais na história dos

problemas para nos fazer pensar sobre o que temos de adicionar ou subtrair.

(29)

Como Gina entendeu o problema:

Gina – (muito depressa) Sete.

Prof. – Como sabes que é sete?

Gina – Bem, eu vi que o cinco aqui (apontando para o cinco na expressão) é

mais um do que o quatro aqui (apontando para o quatro na expressão), então o

número no espaço vazio tinha de ser menos um do que oito. É sete.

Prof. – Isso é muito interessante. Vamos tentar com outra: 57 + 86 = __ + 84.

Gina –(quase imediatamente) É fácil. É 59.

Prof. – Foi rápido!

(30)

Qual a diferença do entendimento de Lucy

e Gina para o problema:

(31)

Bibliografia

• BLANTON, M.; KAPUT, J. Characterizing a classroom practice that promotes algebraicreasoning. Journal for Research in Mathematics Education, 36(5), p. 412–446, 2005.

• CANAVARRO, A. P. O pensamento algébrico na aprendizagem da Matemática nos primeiros anos. Quadrante, Lisboa-Portugal, v. XVI, n. 2, p. 81-118, 2007.

• CARRAHER, D. W., SCHLIEMANN, A. D., BRIZUELA, B. M., & EARNEST, D. Arithmetic and algebra in early mathematics education. Journal for Research in Mathematics Education, 37, p. 87–115, 2006

• CYRINO, M. C. C. T.; OLIVEIRA, H. M. Pensamento algébrico ao longo do Ensino Básico em Portugal. Bolema, v. 24, n. 38, p. 97 a 126, Rio Claro (SP), 2011.

• FILLOY E.; ROJANO T. Solving Equations: The transition from Arithetic to Algebra. For the Learning of Mathematics, 9 (2), p. 19-25, 1989

• HERSCOVICS, N; LINCHEVSKI, L. A cognitive gap between arithmetic and algebra. Educational Studies In Mathematics, Springer Nature, v. 27, n. 1, p.59-78, jul. 1994.

(32)

• MESTRE, C. M. M. V. O desenvolvimento do pensamento algébrico de alunos do 4ª ano de escolaridade: Uma experiência de ensino. 2014. 357 p. Tese (Didática da Matemática). Instituto de Educação,

Universidade de Lisboa, Lisboa, 2014.

• MOLINA, M. Una propuesta de cambio curricular: integración del pensamiento algebraico en educación primaria. PNA, 3(3), p. 135-156, 2009.

• PONTE, J.; BRANCO, N.; MATOS, A. Álgebra no Ensino Básico. Portugal: Ministério da Educação, Direção Geral de Integração e de Desenvolvimento Curricular (DGIDC), 2009.

• RUSSELL, S. J.; SCHIFTER, D.; BASTABLE, V. Developing Algebraic Thinking in the Context of Arithmetic. Early Algebraization, Advances in Mathematics Education, 2011.

(33)

• SÁ, P. F.; FOSSA, J. A. Uma Proposta de Distinção entre Problemas Aritméticos e Algébricos. In: Seminário Internacional de Pesquisa em Educação Matemática, 2. 2003, Santos. Anais... São Paulo: Sociedade Brasileira de Educação Matemática, 2008.

• SILVA, D. P.; SAVIOLI, A. M. P. D. Caracterizações do pensamento algébrico em tarefas realizadas por estudantes do ensino fundamental I. Revista Eletrônica de Educação, São Carlos, SP: UFSCar, v. 6, no. 1, p.206-222, mai. 2012.

(34)
(35)

CONTATOS

Miriam C. N. Ferreira

criezmiriam@gmail.com

Lilian C. S. Barboza

lsouzab@ig.com.br

Referências

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