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Relacionamos neste trabalho, o nível de consciência fonológica de 24. alunos da 2ª série, nas faixas etárias de 7 e 8 anos, e a abordagem pela qual

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Referência: Lazzarotto, C & Cielo, CA. Consciência fonológica e sua relação com a alfabetização. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, v.7, p.15-24, 2002.

CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA E SUA RELAÇÃO COM A ALFABETIZAÇÃO*

PHONOLOGICAL AWARENESS AND ITS RELATIONSHIP WITH LITERACY

CONCIENCIA FONOLÓGICA Y SU RELACIÓN CON LA ALFABETIZACIÓN Cristiane Lazzarotto e Carla Aparecida Cielo .

UNITERMOS: Consciência Fonológica, Alfabetização, Fonoaudiologia Escolar, Aprendizagem.

KEYWORDS: Phonological Awareness, Literacy, Reading and Writing, Learning.

PALABRAS-LLAVES: Conciencia Fonológica, Alfabetización, Lectura y Escritura, Aprendizaje.

RESUMO

Relacionamos neste trabalho, o nível de consciência fonológica de 24 alunos da 2ª série, nas faixas etárias de 7 e 8 anos, e a abordagem pela qual foram alfabetizados. Utilizamos como instrumento de avaliação a aplicação do Protocolo de Tarefas de Consciência Fonológica (CIELO1, 2001) e, como

*Trabalho realizado no Curso de Pós-Graduação em Reabilitação em Fonoaudiologia - Ênfase em Linguagem do IMEC de Porto Alegre – RS. Agradecimentos à Secretaria Municipal de Educação de Bento Gonçalves, às escolas participantes do estudo, em especial, a suas diretoras, professoras e alunos sujeitos desta pesquisa, e às psicólogas Sandra Zanini e Samira Tasca.

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variável deste estudo, o fato do professor tomar os fonemas como unidades mínimas da fala para o ensino da leitura e escrita. Vimos que não houve diferença significativa entre as duas faixas etárias estudadas, porém em relação aos achados da autora do teste, as crianças de 7 anos tiveram um desempenho melhor na maioria das tarefas, do que o grupo de 8 anos. Comparando os grupos alfabetizados por diferentes abordagens, houve um melhor desempenho, em algumas tarefas de consciência de palavras e de fonemas, do grupo que recebeu instruções em consciência fonêmica (G1). Concluímos que diversos fatores influenciam as habilidades metafonológicas, mas em especial a alfabetização. Ao final, salientamos a importância da fonoaudiologia escolar.

SUMMARY

We have connected in this study the level of phonological awareness in 24 schoolers at the 2° grade, in the ages of 7 and 8, taken by the application of the “Protocolo de Tarefas de Consciência Fonológica” (CIELO, 2001) and the approach in which they have being literated. There wasn't significant differences between the groups of 7 and 8 years old but in comparison with the test's author sample, the children in the age of 7 have got a better performance in almost tasks. Comparing the groups literated by different approaches, the one that received instructions about phonemic awareness (G1) has got a better performance in the words and phonemes awareness tasks. We have concluded there are many factors that influence the metaphonological abilities in special

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the literacy. At the end, we have discussed the importance of the speech-voice-language therapist's presence at primary, secondary and even higher schools.

RESUMO

Relacionamos en este trabajo el nivel de conciencia fonológica de 24 alumnos de 2ª serie en la edad de 7 y 8 años y el abordaje por el cual fueran alfabetizados. Utilizamos como instrumento de avaluación la aplicación del “Protocolo de Tarefas de Consciência Fonológica” (CIELO1, 2001) y, como variable de este estudio, el facto del profesor tomar los fonemas como unidades mínimas de la habla para lo enseño de la lectura y escrita. Hemos visto que no hay diferencia significativa entre los dos grupos estudiados, sin embargo, con relación a la muestra de la autora del teste, los niños de 7 años tuvieran un desempeño mejor en la mayoría de las tareas, do que el grupo de 8 años. Comparando los grupos alfabetizados por diferentes abordajes, tuvo un mejor desempeño, en algunas tareas de conciencia de palabras y de fonemas, el grupo que recibió instrucciones a cerca de conciencia fonêmica (G1). Concluimos que diversos factores influencian las habilidades metafonológicas, pero en especial la alfabetización. Al final, enfatizamos la importancia de la fonoaudiologia escolar.

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INTRODUÇÃO

O estudo da consciência fonológica ou da metafonologia em crianças vem atraindo cada vez mais fonoaudiólogos, lingüistas e psicólogos. Diversas pesquisas, nos últimos anos, têm tentado descrever e quantificar essa habilidade metalingüística que diz respeito à reflexão sobre as características estruturais da língua falada e à sua manipulação (ZORZI2, 1999). Isso implica a habilidade em refletir sobre as palavras e os fonemas que as formam, independentemente de seu significado.

Além disso, existe uma tendência em se estudar qual a relação existente entre essa habilidade e o aprendizado da linguagem escrita. Assim, poderíamos questionar se a consciência fonológica seria um pré-requisito para que a alfabetização ocorresse sem maiores dificuldades, ou se esse próprio processo acabaria por desenvolver tal conhecimento nos escolares. Acrescido a esses questionamentos, poderíamos considerar se o método utilizado pelo professor teria alguma influência sobre as habilidades metafonológicas do aluno.

Assim, a literatura nos mostra que, juntamente com o desenvolvimento lingüístico e cognitivo, a criança vai, ao longo dos anos, adquirindo a habilidade em refletir sobre a linguagem que utiliza. Segundo HAKES3 (1980), essa habilidade está relacionada ao período das operações concretas de pensamento, descrito por Piaget, tornando-se consistente em torno dos sete anos. ZANINI4 (1986) concorda, referindo que nessa idade tarefas de

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segmentação fonêmica (uma das habilidades da consciência fonológica) são realizadas com sucesso.

Apesar disso, HAKES3 (1980) afirma que os resultados de alguns estudos sugerem que até mesmo crianças muito jovens apresentam algumas habilidades metalingüísticas nascentes, embora afirme que a consciência fonológica não aparece antes da meia-infância e, para algumas crianças, pode surgir até mais tarde.

TOLCHINSKY5 (1999) observou em seu estudo que, até os cinco anos de idade, apenas 30% dos alunos eram capazes de isolar segmentos subsilábicos, consoânticos e silábicos. SALLES et al.6 (1999) relatam que as crianças de seis anos já possuem consciência sobre a formação silábica e CIELO1 (2001) constatou que, nessa mesma faixa etária, a maioria das crianças possui consciência sobre palavras, rimas e sílabas.

Apesar da maioria dos autores afirmar que a consciência fonológica faz parte do desenvolvimento infantil, ou seja, que é uma habilidade que surge sem a necessidade de um ensino formal; os mesmos autores observam que, após os sete anos, ocorre um considerável aumento no desempenho das crianças em tarefas de consciência fonêmica (SCLIAR-CABRAL7, 1998; MORAIS et al.8, 1998; YAVAS e HAASE9, 1988; HAASE10, 1990; CIELO1, 2001). Coincidentemente, ou não, essa é a idade na qual a maioria delas está se alfabetizando.

Para KATO11 (1999), o conhecimento intuitivo ou inconsciente da língua não seria suficiente para o aprendizado da leitura e da escrita. A autora afirma

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que as dificuldades de leitura encontradas em crianças, sem história de atraso na linguagem, só podem ser explicadas por dois fatos: ou a criança apresenta um atraso não aparente no desenvolvimento da linguagem, de modo que está bem equipada para ler o material das séries iniciais, mas encontra dificuldades com os materiais mais complexos das séries posteriores; ou apresenta uma incapacidade de levar aos níveis da consciência o conhecimento que possui intuitivamente sobre a linguagem.

Segundo ZANINI4 (1986), para saber ler e escrever, a criança precisa estabelecer a correspondência entre o código escrito e o falado, e compreender que a fala é representada através de palavras constituídas de unidades menores, as quais, combinando-se entre si e de maneiras diferentes, dão origem a outras palavras. Para que isso ocorra, ela deve ter desenvolvido as habilidades metafonológicas de segmentação e síntese fonêmicas.

Segundo BYRNE12 (1996), crianças com um bom nível de consciência fonológica terão mais sucesso no período inicial de aprendizado da linguagem escrita, sugerindo que também se sairão bem nos anos escolares seguintes. Até a segunda série, um determinado número de palavras memorizadas visualmente, como um todo, pode ser suficiente para a compreensão da leitura. No entanto, à medida que o vocabulário se amplia nas séries mais avançadas, torna-se importante ser capaz de ler independentemente da forma global da palavra, pois novas palavras serão encontradas com maior freqüência, sobrecarregando a memória e lentificando a leitura se a criança não for capaz de dominar as correspondências grafo-fonológicas.

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SCLIAR-CABRAL7 (1998) aponta que a consciência fonológica é necessária para o domínio do sistema alfabético, pois a criança precisa entender que as unidades distintivas (fonemas) de sua língua podem se relacionar a uma ou mais letras (grafemas) e descobrir as regras distribucionais e morfofonêmicas que norteiam essa relação.

Apesar de todos estes estudos, existem alguns autores que acreditam ser a consciência fonológica apenas uma conseqüência do processo de alfabetização, o que justificaria a idade de seu maior desenvolvimento em torno dos sete anos.

FERREIRO13 (1986) afirma que a tomada de consciência sobre as unidades lingüísticas não pode ser considerada um pré-requisito para a aquisição da língua escrita. A criança começa por diferenciar desenho e escrita, tornando-a um objeto simbólico. Quando ela é concebida como uma representação da linguagem oral, é que a criança entra em conflito entre fala e escrita, iniciando o processamento metafonológico.

Para TOLCHINSKY5 (1999) o desenvolvimento da consciência fonêmica é uma conseqüência do processo de alfabetização. Estudando escolares das séries iniciais, o autor percebeu que, espontaneamente, as crianças tendem a separar as palavras em sílabas; apenas em séries mais adiantadas, é que ficam atentas para os aspectos subsilábicos.

De forma convergente, CIELO1 (2001) sugere que determinadas habilidades em consciência fonológica surgem independentemente da alfabetização, como a consciência de palavras, rimas e sílabas, observadas

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mesmo em crianças de 4 anos de idade, e que as habilidades em consciência fonêmica parecem ser decorrentes do crescente domínio do código alfabético por parte da criança, sendo observadas apenas a partir da idade em que já há maior domínio desse código.

Consoante à literatura, concordamos que a consciência fonológica é um tipo de processamento da informação lingüística que se desenvolve num crescendo de habilidades mais e menos dependentes da aquisição do código escrito. O estudo sobre a relação entre consciência fonológica e alfabetização torna-se fundamental, pois, conforme aponta POERSCH14 (1990), as muitas dificuldades de leitura e escrita, que atrapalham o bom andamento do aluno em toda a sua vida escolar, podem ser amenizadas por professores lingüisticamente preparados. Partindo do princípio de que a alfabetização lida com a linguagem, o professor, além de ter conhecimentos didáticos, psicológicos e sociológicos, precisa ter conhecimentos lingüísticos, incluindo um aprofundado estudo sobre as habilidades metalingüísticas.

Para ELLIS15 (1995), a criança equipada com a consciência fonológica e habilidades em identificação de letras chega à escola com alguns aspectos do processo de leitura já construídos, garantindo que haverá menos habilidades para serem adquiridas durante o processo de alfabetização.

Além disso, temos de nos ater ao fato de que existem várias formas ou vários métodos de alfabetização utilizados em sala de aula. Teoricamente, existem os métodos sintéticos (divididos em alfabético, fonético e silábico), analíticos (divididos em método da palavração, da sentenciação e de contos ou

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global) e sintético-analítico, que propõe o uso de atividades simultâneas de síntese e análise (LEMLE16, 2000).

ELLIS15 (1995) afirma que a comparação entre as diferentes práticas apresenta algumas dificuldades, pois embora possamos encontrar professores utilizando métodos diferenciados, também serão diferenciados o nível sócio-econômico-cultural dos alunos, o grau de apoio dos pais, a quantidade de recursos disponíveis em cada escola, as capacidades cognitivas dos alunos, o compromisso dos professores com os métodos que supostamente deveriam usar, dentre outros aspectos.

Frente à necessidade de se obter uma avaliação fidedigna do nível de consciência fonológica em crianças alfabetizadas e à restrição do trabalho do fonoaudiólogo escolar em várias instituições de formação de professores e de ensino infantil e fundamental, é que desenvolvemos este trabalho. Nossos objetivos são apontar o nível de consciência fonológica de alunos da 2ª série do ensino fundamental, verificar se existe alguma relação entre esse e os métodos de alfabetização e reforçar a importância do trabalho do fonoaudiólogo escolar.

MATERIAL E MÉTODO

Configuramos o presente estudo dentro de um paradigma quantitativo e qualitativo de investigação em campo, com levantamento de dados e análise descritivo-exploratória, a partir de um grupo de professores e alunos de duas escolas municipais de Bento Gonçalves/RS, mediante a aprovação do Comitê

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de Ética da instituição de origem, sob o protocolo de nº 362 e autorização das diretoras das escolas.

Os professores alfabetizadores, após a assinatura do termo de consentimento informado, conforme a resolução 196/96 da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP), responderam a um questionário, para levantamento do seu nível de escolaridade, descrição do método que utilizavam para alfabetizar e se lançavam mão do ensino do "som das letras".

Nosso objetivo inicial era confrontar métodos de alfabetização distintos e o resultado da testagem proposta, porém percebemos que nenhum professor relatou utilizar um método puro.

Em seguida, iniciamos o processo de amostragem sobre os alunos alfabetizados por esses professores no ano anterior. Os mesmos deveriam estar cursando a 2ª série do ensino fundamental na mesma escola.

Remetemos aos responsáveis por esses alunos, um termo de consentimento informado (res.196/96 CONEP) e um questionário com perguntas sobre a história de vida do aluno, o que serviu para descartar a ocorrência de atrasos no desenvolvimento da linguagem, otites recidivantes, desvios fonológicos, alterações neurológicas, emocionais e/ou perceptivas aparentes, doenças congênitas e outros fatores que pudessem interferir na medida do nível de consciência fonológica ou nas próprias habilidades nessa área, conforme o que aponta a literatura (SALLES et al.6, 1999; CIELO1, 2001).

Além disso, o processo de amostragem englobou os seguintes critérios de inclusão: as crianças deviam ter cursado somente o Jardim B, por ser o fato

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mais comum entre os escolares da rede municipal de ensino da cidade onde realizamos a pesquisa, nunca ter sido reprovado e possuir escrita alfabética.

As crianças que passaram por essa seleção inicial, foram submetidas a uma avaliação psicológica para determinação de seu nível de inteligência. Foram excluídas deste estudo aquelas que apresentaram nível intelectual classificado como inferior, uma vez que o mesmo é considerado sugestivo de deficiência mental, segundo ANASTASI17(1976).

Os alunos também foram submetidos a uma inspeção do meato acústico externo, com o intuito de verificar a presença de excesso de cerúmen e/ou corpos estranhos; além de uma triagem auditiva por via aérea em 1000 (20 dB), 2000 (20 dB), e 4000 Hz (25 dB), conforme propõe BARRETT18 (1999). Aqueles que não passaram na triagem auditiva, foram excluídos do estudo.

Os sujeitos também foram submetidos a uma avaliação informal da fala e da linguagem oral. Aqueles que tinham inventário fonético completo, que não apresentaram desvios fonológicos e que demonstraram ter adquirido estruturas sintáticas mais complexas (DEL RÍO e VILASECA19, 1997; YAVAS20, 1988), tiveram seu nível de consciência fonológica avaliado através do Protocolo de Tarefas de Consciência Fonológica (PTCF), proposto por CIELO1 (2001).

Esse instrumento propõe a realização oral de doze tarefas pela criança, incluindo: segmentação de frases em palavras (T1), com frases de duas a sete palavras; realismo nominal (T2); detecção de rimas (T3), em palavras dissílabas e trissílabas; síntese silábica (T4), em palavras dissílabas, trissílabas e quadrissílabas; segmentação silábica (T5), em palavras dissílabas, trissílabas

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e quadrissílabas; detecção de sílabas (T6), nas posições inicial, medial e final; reversão silábica (T7), em palavras dissílabas, trissílabas e quadrissílabas; exclusão fonêmica (T8) nas posições inicial, medial e final; detecção de fonemas (T9), nas posições inicial, medial e final; síntese fonêmica (T10), em palavras compostas de três a sete fonemas; segmentação fonêmica (T11), em palavras compostas de três a sete fonemas e reversão fonêmica (T12) em palavras compostas de dois a cinco fonemas.

As instruções dadas às crianças foram as mais simples possíveis, sendo utilizadas as expressões "pedacinho", "palavrinha", "letrinha" e "sonzinho", de modo a facilitar a compreensão por parte do aluno. Também foram realizados dois treinos antes de cada tarefa, além de termos permitido a articulação silenciosa e a contagem nos dedos, conforme propõe a autora.

Cada item do teste apresentava duas tentativas, sendo o valor 2 atribuído ao acerto realizado na primeira tentativa; o valor 1 ao acerto apenas na segunda tentativa; e, em caso de erro, o valor foi zero. Cada subtipo de tarefa poderia ter no máximo dez pontos.

Para cada subtarefa, foi adotado o critério de suspensão após três falhas consecutivas. O critério de êxito individual foi o mínimo de 50% de acertos em cada subtarefa e, em relação ao grupo, o critério de êxito exigiu que mais da metade (50% + 1) dos sujeitos obtivesse, no mínimo, 50% de acertos em cada subtarefa (CIELO1, 2001).

Ao final, foi realizado um tratamento estatístico dos dados através do software SPSS (Statistical Package for Social Science), utilizando o teste

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qui-quadrado e o módulo crosstabs (tabelas “cruzadas”), com nível de significância adotado de 5% (p0,05). Essa análise permitiu a comparação entre os resultados da amostra desta pesquisa e aqueles encontrados por CIELO1 (2001), de acordo com a faixa etária; se houve diferença entre a performance das crianças com sete e oito anos e também conforme a abordagem pela qual foram alfabetizadas.

RESULTADOS

Após as autorizações das escolas, dos professores e dos responsáveis pelas crianças e da aplicação dos critérios de exclusão, obtivemos duas escolas municipais com clientela de nível sócio-econômico-cultural médio-baixo (de acordo com o setor de Serviço Social da Secretaria Municipal de Educação de Bento Gonçalves) que concordaram com a realização da pesquisa; seis professores entrevistados e vinte e quatro alunos, com idades variando entre 7a7m e 8a6m.

Buscamos formar duas categorias que se constituíram em variáveis deste estudo, a saber: professores que se utilizavam dos fonemas como unidades mínimas da fala para o ensino da leitura e escritura, ou seja, ensinavam os "sons das letras" (GP1) e aqueles que não se utilizavam desse recurso (GP2). Conforme citado anteriormente, não foi possível contrastar métodos de alfabetização, visto que nenhum professor relatou utilizá-los de forma isolada.

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Dos seis professores participantes, três formaram o grupo que utilizava os fonemas para alfabetização (GP1= 50%) e três formaram o grupo que não se utilizava desse recurso (GP2= 50%).

As crianças inicialmente foram divididas por idade. Assim, tivemos um grupo de doze sujeitos na faixa etária dos 7 anos, com idades entre 7a7m e 7a11m, correspondendo a 50% da amostra total; e um grupo com doze crianças na faixa etária dos 8 anos, com idades entre 8a1m e 8a6m, correspondendo também à metade da amostra.

O sexo dos participantes não foi considerado como uma variável neste estudo, visto estar apontada na literatura a inexistência de uma diferença significativa entre os resultados encontrados entre meninos e meninas quanto à consciência fonológica (WALLACH et al.21, 1977 e SALLES et al.6, 1999).

A tabela 1 mostra o resultado da testagem, de acordo com os critérios de êxito individual para cada subtarefa descritos anteriormente e o valor da significância, quando inferior a 0,05, ao compararmos o desempenho dos dois grupos.

Os resultados encontrados na população avaliada foram confrontados com os que CIELO1 encontrou em 2001, quando da primeira aplicação do PTCF, os quais podem ser analisados nas tabelas 2 e 3, juntamente com o nível de significância.

Logo após, essa amostra total foi dividida conforme o seu professor alfabetizador fosse do GP1 ou do GP2.

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Assim, doze sujeitos foram alfabetizados por professores do GP1 (G1= 50%), sendo seis sujeitos da faixa etária dos 7 anos (7a8m), correspondendo a 50% dos sujeitos pertencentes ao G1 e a 25% da amostra total; e seis sujeitos da faixa etária dos 8 anos (8a1m a 8a5m), correspondendo a 50% do G1 e a 25% da amostra total.

O grupo de professores GP2 igualmente alfabetizou doze sujeitos (G2=50%), sendo que seis sujeitos estavam na faixa etária dos 7 anos (7a7m a 7a11m), correspondendo a 50% do G2 e a 25% da amostra total; e seis sujeitos da faixa etária dos 8 anos (8a1m a 8a6m), correspondendo a 50% do G2 e a 25% da amostra total.

Os resultados da testagem dos grupos G1 e G2, agrupados de acordo com a faixa etária e o nível de significância encontram-se nas tabelas 4 e 5.

DISCUSSÃO

Analisando a amostra dividida por faixa etária, observamos que as crianças de 7 anos não obtiveram êxito nas tarefas de segmentação de frases em palavras (T1), nas frases de cinco a sete palavras; de reversão silábica (T7), nas palavras quadrissílabas; de detecção de fonemas (T9), na posição medial; de síntese fonêmica (T10), nas palavras de cinco a sete fonemas e nas tarefas de segmentação (T11) e reversão fonêmicas (T12).

De um modo geral, o grupo das crianças de 7 anos mostrou melhor desempenho nas tarefas de consciência de palavras, rimas e sílabas, embora não tenha realizado com êxito as tarefas de segmentação de frases em

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palavras (T1), nas frases de cinco a sete palavras; e de reversão silábica (T7), nas palavras quadrissílabas. Nesses casos, observamos que havia um número considerável de itens a serem manipulados, o que também exige uma boa capacidade de memória e atenção (CIELO1, 2001).

Contudo, em relação à habilidade de consciência de palavras, percebemos que as crianças tinham uma tendência em não considerar vocábulos de função (artigos, preposições, pronomes, etc.) como uma palavra, indicando, neste ponto, uma falha no processo educacional. Provavelmente, esses alunos não foram adequadamente levados a refletir sobre o que são palavras, podendo justificar porque muitas vezes, na prática clínica, encontramos pacientes com dificuldades na separação correta das palavras durante a escrita quando, por exemplo, em vez de escrever "a menina", escrevem "amenina".

Já na tarefa de detecção de fonemas (T9), a dificuldade maior ocorreu quando os mesmos encontravam-se na posição medial, demonstrando ser essa a posição mais difícil para percebê-los. A mesma dificuldade também foi encontrada por CIELO1 (2001), que afirma haver uma certa hierarquia, onde a posição inicial seria a mais fácil, seguida das posições final e medial, embora os sujeitos de 7 anos de idade, pesquisados pela autora, tenham obtido êxito nesta tarefa.

Quanto à tarefa de síntese fonêmica (T10), as crianças apenas obtiveram êxito nas palavras com três e quatro fonemas, demonstrando habilidade de realização apenas quando o número de itens a serem

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manipulados era reduzido, conforme comentado anteriormente. Neste caso, pode ter ocorrido uma sobrecarga da memória de trabalho, fazendo com que as crianças não obtivessem êxito com maior número de itens.

As tarefas de segmentação (T11) e reversão fonêmicas (T12) não foram realizadas com êxito pelo grupo, mostrando, de fato, maior dificuldade nas questões que envolvem consciência fonêmica.

Este achado está de acordo com o estudo feito por SALLES et al.6 (1999) que, ao avaliarem crianças de primeira e segunda séries do ensino fundamental, concluíram que as tarefas envolvendo a manipulação de sílabas são mais fáceis do que aquelas relacionadas a fonemas, em especial as atividades de síntese, análise e reversão fonêmica; essa última sendo a mais difícil.

Contudo, NUNES et al. 22 (1992) e MORAIS et al.8 (1998) mostram que as tarefas de análise fonêmica deveriam ser realizáveis por crianças de sete/oito anos, uma vez que a consciência fonêmica desenvolve-se à medida que o conhecimento sobre as correspondências grafo-fonológicas torna-se mais detalhado, após o início do processo de alfabetização. CIELO1 (2001), concordando com essa afirmação, aponta que isso também deve valer para as tarefas de síntese fonêmica.

O grupo da faixa etária dos 8 anos teve uma performance bem próxima do anterior, não obtendo êxito nas tarefas de segmentação de frases de três a sete palavras (T1); de reversão silábica (T7) em palavras de quatro sílabas; de detecção de fonemas (T9) na posição final e medial; de síntese fonêmica (T10)

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em palavras de cinco a sete fonemas; de segmentação fonêmica (T11) e de reversão de fonemas (T12).

O fato desse grupo também não ter se saído bem na tarefa que envolve segmentação de frases em palavras, torna mais clara a hipótese de que os alunos não consideravam palavras de função como palavras, o que aponta para o fator interveniente do ensino-aprendizagem.

Não houve diferenças estatisticamente significativas entre os grupos ao analisarmos as porcentagens de acertos por tarefa, embora o grupo de 7 anos tenha realizado com êxito as tarefas de segmentação de frases em palavras (T1), nas frases de três e quatro palavras e a tarefa de detecção de fonemas (T9), na posição final; enquanto que o grupo de 8 anos não o fez.

Este dado sugere que a escolarização pode homogeneizar os níveis de consciência fonológica das crianças. Tal fenômeno também foi apontado por YAVAS e HAASE9 (1988) que compararam crianças com e sem escolarização e seu nível de consciência fonológica, que se mostrou inferior no segundo grupo, sendo equiparado ao do primeiro durante a alfabetização.

Acreditamos que o fator maturidade também influencia as habilidades metafonológicas, conforme apontam vários estudos (CAPOVILLA e CAPOVILLA23, 1997; YAVAS e HAASE9, 1988; SALLES et al.6, 1999 e CIELO1, 2001). Contudo, esta variável parece ser mais marcante quando a diferença de idade entre os sujeitos é maior do que a encontrada nesta pesquisa e quando o fator de alfabetização e não alfabetização pode também ser considerado.

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Especificamente, quanto à consciência fonêmica, HAASE10 (1990), MORAIS24 (1991) e CIELO1 (2001) acreditam que o domínio do sistema alfabético na leitura é o que a faz surgir.

Ao compararmos o grupo de sete anos deste estudo, com o grupo da mesma idade estudado por CIELO1 (2001), observamos que, diferentemente de sua amostra, as crianças não obtiveram êxito nas tarefas de segmentação de frases em palavras (T1), com cinco a sete palavras; de reversão silábica (T7) em palavras quadrissílabas; de detecção de fonemas (T9) na posição medial; de síntese fonêmica (T10) em palavras de cinco a sete fonemas; de segmentação fonêmica (T11) e na prova de reversão fonêmica (T12) em palavras de dois e três fonemas.

Contudo, houve diferença estatisticamente significativa, em favor do grupo de CIELO1 (2001), nos resultados das tarefas de segmentação de frases em palavras (T1), com cinco e seis palavras; de detecção de fonemas (T9), nas posições final e medial (embora o subtipo T9 Final tenha sido realizado com êxito por ambos os grupos) e de segmentação fonêmica (T11), em palavras de quatro a sete fonemas, sendo que, nas palavras de seis e sete fonemas, ambos os grupos não obtiveram êxito.

Relacionando os alunos da faixa etária de oito anos, também encontramos diferenças em relação aos achados de CIELO1 (2001). Não houve êxito nas tarefas de segmentação de frases (T1), com três a sete palavras; de reversão silábica (T7) em palavras quadrissílabas; de detecção de fonemas (T9) na posição medial; de síntese fonêmica (T10) com palavras de

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cinco a sete fonemas; de segmentação fonêmica (T11) e de reversão fonêmica (T12) em palavras de dois e três fonemas.

Porém, as diferenças estatisticamente significativas, a favor da amostra de CIELO1 (2001) foram em maior número, como nas tarefas de segmentação de frases (T1), com três a sete palavras; de detecção de sílabas (T6), na posição medial (embora ambos os grupos tenham obtido êxito); de reversão silábica (T7) de palavras quadrissílabas; de detecção de fonemas (T9) na posição medial; de síntese fonêmica (T10) com palavras de cinco e seis fonemas; de segmentação fonêmica (T11) e de reversão fonêmica (T12).

Desta forma, percebemos que as crianças deste estudo apresentaram uma performance mais distante do grupo estudado por CIELO1 (2001). As diferenças encontradas entre as amostras, em ambas as faixas etárias, podem ser justificadas pela questão cultural e geográfica, visto que são provenientes de municípios que diferem em tamanho, número de habitantes e, possivelmente, nível cultural.

Devemos levar em consideração, ainda, a diferença no número de sujeitos, bem maior na primeira pesquisa. Além disso, não podemos omitir uma variável decisiva e que não faz parte destes estudos, que é o ambiente familiar, uma vez que os meios sociais que valorizam a linguagem oral e escrita, enquanto forma de interação e de aprendizado, favorecem a consciência lingüística (HAASE10, 1990; FLORES25, 1995 e CIELO1, 2001).

Contudo, podemos explicar tal diferença principalmente do ponto de vista educacional. Ao fazermos uma análise quantitativa e, principalmente

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qualitativa, do desempenho dos 24 sujeitos da presente pesquisa, evidenciamos sua falta de experiência com as atividades propostas, em especial aquelas que exigem algum grau de consciência fonêmica.

MORAIS24 (1991) afirma que as habilidades em consciência fonêmica são decorrentes da alfabetização, portanto a diferença encontrada pode estar relacionada a diferenças no processo ensino-aprendizagem, uma vez que, tanto os sujeitos deste trabalho quanto os de CIELO1(2001), cujo desempenho serviu de parâmetro para esta pesquisa, estavam no mesmo nível escolar: a segunda série do ensino fundamental.

Conforme citado anteriormente, não foi nosso objetivo avaliar as habilidades em linguagem escrita dos alunos, mas os achados deste estudo sugerem que os mesmos possam apresentar um nível de conhecimento inferior ao esperado para a série ou, no mínimo, estarem enfrentando maiores dificuldades para se alfabetizar, o que provavelmente interferiu no desempenho em consciência fonológica.

Analisando o desempenho das crianças divididas conforme a abordagem utilizada pelo seu professor alfabetizador (G1 e G2) e por faixa etária, encontramos evidências significativas apontando para um desempenho superior do grupo que recebeu instruções quanto ao "som das letras", isto é, quanto à consciência fonêmica (G1).

No grupo de 7 anos, houve um melhor desempenho do G1, com diferença estatisticamente significativa, nas tarefas de segmentação de frases (T1) com três palavras; de exclusão fonêmica (T8) na posição medial; de

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detecção de fonemas (T9) na posição final e na tarefa de reversão fonêmica (T12) em palavras de dois e três fonemas. Essas últimas relacionadas diretamente com a consciência fonêmica, conforme o que aponta MORAIS24 (1991). Assim, o G1 forneceu uma forte evidência estatística de que o ensino “dos sons das letras” potencializa os níveis de consciência fonêmica.

Já no grupo de 8 anos, o G1 obteve um resultado superior e estatisticamente significativo na tarefa de segmentação de frases (T1) de cinco e seis palavras.

Percebemos que, à medida que o professor cria situações nas quais os componentes da linguagem oral são discutidos, analisados e manipulados, de certa forma os alunos passam a desenvolver uma melhor consciência lingüística.

Embora os professores alfabetizadores ensinassem um código lingüístico (no caso, o escrito), o conhecimento que possuíam sobre o desenvolvimento da linguagem oral e escrita de seus alunos pareceu não ser suficiente. Isto pode estar relacionado à ausência de subsídios teóricos nos cursos de formação de professores de educação infantil e séries iniciais, seja em nível médio ou superior.

Um professor lingüisticamente equipado pode não só prevenir futuras dificuldades na aprendizagem da lecto-escrita, mas também lidar melhor com o aluno que possa vir a apresentar esse tipo de problema (POERSCH14, 1991). Conseqüentemente, o número de reprovações pode diminuir, bem como o índice de evasão escolar.

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O trabalho do fonoaudiólogo escolar pode perfeitamente ser relacionado aos aspectos mencionados anteriormente, uma vez que ele é o profissional mais indicado para realizar a avaliação dos níveis de consciência fonológica dos alunos, orientando o professor a respeito de quais atividades seriam mais adequadas em função dos resultados dessas avaliações, auxiliando o trabalho do professor e sua efetividade no que se refere ao domínio das correspondências grafo-fonológicas, aspecto importante na aquisição da leitura e da escrita.

CONCLUSÕES

Este trabalho nos permitiu verificar que, apesar de nenhum professor ter referido utilizar um método definido de alfabetização em sua prática, houve uma tendência para o ensino da consciência fonêmica, fato relevante para a aquisição da leitura e da escrita. Constatamos diferença significativa quanto ao desempenho em consciência fonológica do grupo que recebeu instruções sobre a consciência fonêmica (G1), especialmente no grupo de 7 anos.

Observamos que, a partir da aplicação do PTCF em alunos da 2ª série, divididos por faixa etária em grupos de 7 e 8 anos, não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos, provavelmente em função de o fator escolaridade acabar por homogeneizar os níveis de consciência fonológica, embora também acreditemos na influência da maturidade cognitiva e lingüística sobre essas habilidades.

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O PTCF, proposto por CIELO1(2001), mostrou-se um instrumento válido para avaliar as habilidades metafonológicas em crianças, uma vez que proporciona a avaliação dos diferentes tipos de consciência fonológica com diferentes níveis de complexidade.

De um modo geral, os alunos avaliados demonstraram maior facilidade nas tarefas de consciência de rimas e de sílabas. As tarefas mais difíceis para todos os sujeitos foram as de segmentação e reversão fonêmicas, convergindo para o que aponta a literatura. No entanto, ao contrário do que apontam os autores, houve relativa dificuldade na tarefa de segmentação de frases em palavras, fato que acreditamos estar relacionado a um déficit educacional desta amostra, como fator causal.

Verificamos que, neste estudo, o fator educacional não foi suficiente para garantir um bom nível de habilidades em consciência fonológica, especialmente consciência de palavras e de fonemas, indicando ser necessária a inclusão de atividades diretamente relacionadas a essas habilidades, para que sejam desenvolvidas pelos alunos, uma vez que o domínio do código alfabético apresenta uma relação recíproca com a consciência fonológica, principalmente com a consciência fonêmica.

Finalmente, verificamos que, praticamente, não há interface entre a Fonoaudiologia e a Educação, e reforçamos a necessidade de inclusão do fonoaudiólogo no contexto educacional, para que possa haver um intercâmbio mais efetivo, especialmente no que se refere ao desenvolvimento da linguagem oral e escrita.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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25. Flores, OC. Sensibilidade lingüística e aprendizagem inicial da leitura e da escrita. Letras de Hoje, n. 4, 1992; p. 46-63.

(28)

TABELAS

Tabela 1. Porcentagem de alunos que realizaram as tarefas com êxito, por faixa etária.

CLASSIFICAÇÃO DAS TAREFAS TAREFAS 7 ANOS (%) n= 12 8 ANOS (%) n= 12 NÍVEL DE SIGNIFICÂNCIA p0,05 (diferença entre as idades) T1 Duas pal. 92 92 T1 Três pal. 75 42 T1 Quatro pal. 67 42 T1 Cinco pal. 42 25 T1 Seis pal. 33 25 T1 Sete pal. 33 17 Consciência de palavras T2 100 100 T3 Diss. 100 92 Consciência de rimas T3 Triss. 100 100 T4 Diss. 100 100 T4 Triss. 100 100 T4 Quadriss. 100 100 T5 Diss. 100 100 T5 Triss. 100 100 T5 Quadriss. 100 100 T6 Inicial 100 83 T6 Final 100 92 T6 Medial 83 58 T7 Diss. 100 92 T7 Triss. 67 75 Consciência de sílabas T7 Quadriss. 25 33 T8 Inicial 67 75 T8 Final 92 92 Consciência fonêmica T8 Medial 75 83 T9 Inicial 100 83 T9 Final 75 50 Consciência fonológica holística T9 Medial 25 17 T10 Três fon. 92 92 T10 Quatro fon. 83 92 T10 Cinco fon. 50 33 T10 Seis fon. 25 25 T10 Sete fon. 17 17 T11 Três fon. 33 33 T11 Quatro fon. 0 17 T11 Cinco fon. 8 17 T11 Seis fon. 8 17 T11 Sete fon. 8 17 T12 Dois e três fon. 33 25 Consciência fonêmica T12 Quatro e cinco fon. 0 0

Legenda: n=número de sujeitos; células hachuradas referem-se a subtarefas realizadas com êxito por 50% mais um sujeito do grupo.

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Tabela 2. Diferenças entre as amostras de LAZZAROTTO & CIELO e CIELO1(2001) na faixa etária de 7 anos.

CLASSIFICAÇÃO DAS TAREFAS TAREFAS 7 anos LAZZAROTTO & CIELO n= 12 7 anos CIELO1(2001) n= 27 Nível de significância p0,05 LAZZAROTTO & CIELO x CIELO1 (2001) n= 39 T1 Duas pal. T1 Três pal. T1 Quatro pal. T1 Cinco pal. 0,052 T1 Seis pal. 0,053 T1 Sete pal. Consciência de palavras T2 T3 Diss. Consciência de rimas T3 Triss. T4 Diss. T4 Triss. T4 Quadriss. T5 Diss. T5 Triss. T5 Quadriss. T6 Inicial T6 Final T6 Medial T7 Diss. T7 Triss. Consciência de sílabas T7 Quadriss. T8 Inicial T8 Final Consciência fonêmica T8 Medial T9 Inicial T9 Final 0,043 Consciência fonológica holística T9 Medial 0,000 T10 Três fon. T10 Quatro fon. T10 Cinco fon. T10 Seis fon. T10 Sete fon. T11 Três fon. T11 Quatro fon. 0,002 T11 Cinco fon. 0,017 T11 Seis fon. 0,027 T11 Sete fon. 0,027 T12 Dois e três fon. Consciência fonêmica T12 Quatro e cinco fon.

Legenda: n=número de sujeitos; células hachuradas referem-se a subtarefas realizadas com êxito por 50% mais um sujeito do grupo.

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Tabela 3. Diferenças entre as amostras de LAZZAROTTO & CIELO e CIELO1(2001) na faixa etária de 8 anos.

CLASSIFICAÇÃO

DAS TAREFAS TAREFAS

8 anos LAZZAROTTO & CIELO n= 12 8 anos CIELO1(2001) n= 16 Nível de significância p0,05 LAZZAROTTO & CIELO x CIELO1 (2001) n= 28 T1 Duas pal. T1 Três pal. 0,003 T1 Quatro pal. 0,003 T1 Cinco pal. 0,000 T1 Seis pal. 0,003 T1 Sete pal. 0,000 Consciência de palavras T2 T3 Diss. Consciência de rimas T3 Triss. T4 Diss. T4 Triss. T4 Quadriss. T5 Diss. T5 Triss. T5 Quadriss. T6 Inicial T6 Final T6 Medial 0,008 T7 Diss. T7 Triss. Consciência de sílabas T7 Quadriss. 0,027 T8 Inicial T8 Final Consciência fonêmica T8 Medial T9 Inicial T9 Final Consciência fonológica holística T9 Medial 0,000 T10 Três fon. T10 Quatro fon. T10 Cinco fon. 0,027 T10 Seis fon. 0,009 T10 Sete fon. T11 Três fon. 0,003 T11 Quatro fon. 0,001 T11 Cinco fon. 0,002 T11 Seis fon. 0,002 T11 Sete fon. 0,002 T12 Dois e três fon. 0,009 Consciência fonêmica T12 Quatro e cinco fon. 0,033

Legenda: n=número de sujeitos; células hachuradas referem-se a subtarefas realizadas com êxito por 50% mais um sujeito do grupo.

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Tabela 4. Porcentagem de alunos do G1 e do G2 que realizaram as tarefas com êxito, na faixa etária de 7 anos.

7 anos n= 12 CLASSIFICAÇÃO DAS TAREFAS TAREFAS G1 (%) n= 6 G2 (%) n= 6 Nível de significância p0,05 G1 x G2 T1 Duas pal. 100 83 T1 Três pal. 100 50 0,046 T1 Quatro pal. 83 50 T1 Cinco pal. 33 50 T1 Seis pal. 17 50 T1 Sete pal. 17 50 Consciência de palavras T2 100 100 T3 Diss. 100 100 Consciência de rimas T3 Triss. 100 100 T4 Diss. 100 100 T4 Triss. 100 100 T4 Quadriss. 100 100 T5 Diss. 100 100 T5 Triss. 100 100 T5 Quadriss. 100 100 T6 Inicial 100 100 T6 Final 100 100 T6 Medial 83 83 T7 Diss. 100 100 T7 Triss. 83 50 Consciência de sílabas T7 Quadriss. 17 33 T8 Inicial 83 50 T8 Final 83 100 Consciência fonêmica T8 Medial 100 50 0,046 T9 Inicial 100 100 T9 Final 100 50 0,043 Consciência fonológica holística T9 Medial 33 17 T10 Três fon. 100 83 T10 Quatro fon. 100 67 T10 Cinco fon. 67 33 T10 Seis fon. 33 17 T10 Sete fon. 17 17 T11 Três fon. 17 50 T11 Quatro fon. 0 0 T11 Cinco fon. 0 17 T11 Seis fon. 0 17 T11 Sete fon. 0 17 T12 Dois e três fon. 67 0 0,014 Consciência fonêmica T12 Quatro e cinco fon. 0 0

Legenda: n=número de sujeitos; células hachuradas referem-se a subtarefas realizadas com êxito por 50% mais um sujeito do grupo.

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Tabela 5. Porcentagem de alunos do G1 e do G2 que realizaram as tarefas com êxito, na faixa etária de 8 anos.

8 ANOS n= 12 CLASSIFICAÇÃO DAS TAREFAS TAREFAS G1 (%) n= 6 G2 (%) n= 6 Nível de significância p0,05 G1 x G2 n= 12 T1 Duas pal. 83 100 T1 Três pal. 50 33 T1 Quatro pal. 67 17 T1 Cinco pal. 50 0 0,046 T1 Seis pal. 50 0 0,046 T1 Sete pal. 33 0 Consciência de palavras T2 100 100 T3 Diss. 83 100 Consciência de rimas T3 Triss. 100 100 T4 Diss. 100 100 T4 Triss. 100 100 T4 Quadriss. 100 100 T5 Diss. 100 100 T5 Triss. 100 100 T5 Quadriss. 100 100 T6 Inicial 83 83 T6 Final 100 83 T6 Medial 50 67 T7 Diss. 83 100 T7 Triss. 67 83 Consciência de sílabas T7 Quadriss. 33 33 T8 Inicial 67 83 T8 Final 83 100 Consciência fonêmica T8 Medial 83 83 T9 Inicial 83 83 T9 Final 67 33 Consciência fonológica holística T9 Medial 0 33 T10 Três fon. 100 100 T10 Quatro fon. 83 100 T10 Cinco fon. 50 17 T10 Seis fon. 33 33 T10 Sete fon. 17 17 T11 Três fon. 50 17 T11 Quatro fon. 17 17 T11 Cinco fon. 17 17 T11 Seis fon. 17 17 T11 Sete fon. 17 33 T12 Dois e três fon. 17 33 Consciência fonêmica T12 Quatro e cinco fon. 0 0

Legenda: n=número de sujeitos; células hachuradas referem-se a subtarefas realizadas com êxito por 50% mais um sujeito do grupo.

Referências

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