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VALORES DE REFERÊNCIA DE CONSTITUINTES BIOQUÍMICOS SÉRICOS PARA CÃES DA REGIÃO DE SANTA MARIA, RS.

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SÉRICOS PARA CÃES DA REGIÃO DE SANTA MARIA, RS.

REFERENCE VALUES OF SERUM BIOCHEMICAL CONSTITUENTS

FOR DOGS FROM SANTA MARIA, RS

Anne Santos do Amaral1; Luiz Fernando Jantzen Gaspar2; Carla Rosane de Aguiar Hennemann3.

RESUMO

Foram feitas dosagens de alanina aminotransferase (ALT), fosfatase alcalina (FA), amilase, lipase, proteínas totais (PT), albumina, globulinas e colesterol séricos em 60 cães sadios, sendo 17 da raça Pastor Alemão (8 machos, 9 fêmeas) e 43 sem raça definida (12 machos, 31 fêmeas), todos da região de Santa Maria, RS. Os intervalos de referência alcançados foram: 5,3 a 19,7 UI (ALT); 8,5 a 60,6 UI (FA); 167 a 1386 U% (amilase); 48,6 a 547 UI (lipase); 5,9 a 8,4g/dl (PT); 2 a 3,6g/dl (albumina); 2,8 a 5,6g/dl (globulinas) e 68,3 a 221,7mg/dl (colesterol).

Palavras-chave: valores de referência, ALT, fosfatase alcalina, amilase, lipase, proteínas

totais, albumina, globulinas, colesterol, cães.

ABSTRACT

Dosages of alanina aminotrasferase (ALT), alkaline phosphatase (ALP), amylase, lipase, total protein (TP), albumin, globulins and cholesterol were realized in the serum of 60 healthy dogs: 17 German Shepherds (8 male, 9 female) and 43 mongrel dogs (12 male, 31 female), all from Santa Maria region. The reference values obtained were: 5.3 to 19.7 IU (ALT); 8.5 to 60.6 IU (ALP); 167 to 1386 U% (amylase); 48.6 to 547 IU (lipase); 5.9 to 8.4g/dl (TP); 2 to 3.6g/dl (albumin); 2.8 to 5.6g/dl (globulins) and 68.3 to 221.7mg/dl (cholesterol).

1 Méd. Vet. Mestre, Prof, Dpto de Clínicas, Veterinária, UFPel. Pelotas-RS. Autor para correspondência. 2

Méd. Vet. Mestre, Prof. Assistente, Dpto de Clínicas, Faculdade de Veterinária, UFPel.

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Key Words: Reference values, ALT, ALP, amylase, lipase, total protein, albumin, globulins,

cholesterol, dogs.

INTRODUÇÃO

Cada vez mais a clínica de pequenos animais necessita da complementação de exames laboratoriais. COLES (1986a) enfatiza a utilidade da avaliação de exames bioquímicos, quando acompanhados da história clínica, exame físico e outros testes laboratoriais, para que o clínico chegue a um diagnóstico, avalie um prognóstico ou acompanhe a eficácia de uma terapia.

Dentre os exames bioquímicos disponíveis, aqueles que correspondem à avaliação hepática são os mais solicitados. ROGERS (1985) sugere a quantificação de parâmetros como proteína total, albumina, colesterol e enzimas hepáticas (fosfatase alcalina, alanina aminotransferase) como meios auxiliares ao diagnóstico de hepatopatias em caninos e felinos.

A interpretação dos resultados laboratoriais principia pela comparação dos valores obtidos com valores de referência. Entretanto, os valores de referência comumente utilizados são provenientes de literatura, em sua grande parte estrangeira (DUNCAN; PRASSE, 1982b; COLES, 1986b; COLES, 1986d; KANEKO, 1989; Medway et al. apud MATOS; MATOS, 1988; JACOBS et al., 1992). Vários autores

publicaram dados de referência para diferentes parâmetros bioquímicos em caninos, como KELLER (1981), FUKUDA et al. (1989), LUMSDEN; JACOBS (1989) e MATSUZAWA et al. (1993).

Os resultados dos testes bioquímicos são específicos para cada método e para cada equipamento.

Desta forma, cada laboratório deverá estabelecer seus próprios valores de normalidade, principalmente no que diz respeito à atividade enzimática, que são os testes que maior variação de resultados apresenta entre metodologias (DUNCAN; PRASSE, 1982a; COLES, 1986a;

LUMSDEN; JACOBS, 1989;

HANDELMAN; BLUE, 1993).

Quando uma amostra de soro é submetida à análise, uma série de fatores pode levar a resultados pouco acurados. Soros hemolizados ou lipêmicos não são ideais para a realização de dosagens bioquímicas, e os resultados obtidos podem variar muito em relação ao método ou aparelhagem utilizada e em relação aos parâmetros normais (O'NEILL; FELDMAN, 1989).

Segundo COLES (1986b), a dosagem de alanina aminotransferase (ALT) é de valor para a detecção de

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doenças hepáticas em cães. Esta enzima está presente em grande quantidade no citoplasma dos hepatócitos. A pequena quantidade existente no soro é decorrente da substituição fisiológica de algumas células do tecido hepático, com a subseqüente liberação da enzima. O aumento da atividade sérica reflete anormalidade das células hepáticas. A ALT estará aumentada no soro quando houver degeneração ou necrose do fígado; nestes casos ocorre extravazamento da enzima do citoplasma do hepatócito para o sangue. MEYER et al. (1992a) acrescentaram que a ALT estará aumentada no soro também por processos que alterem a permeabilidade de membrana dos hepatócitos, como agressão por toxinas e hipóxia.

A fosfatase alcalina é ligada à membrana celular e pode ser encontrada em uma variedade de tecidos, sendo que cada tecido produz uma diferente isoenzima, separáveis por eletroforese. Com uma meia-vida maior que as demais, as isoenzimas originárias do sistema hepatobiliar e dos ossos são as únicas de importância diagnóstica. Geralmente os aumentos de atividade sérica são de origem hepatobiliar, com exceção de animais em crescimento ou com patologias ósseas (MILNE, 1985; MEYER et al., 1992a). Como a variação dos níveis de fosfatase alcalina no soro (FAS) é relativamente estreita, esta enzima

tem importante papel como indicador de mal-funcionamento hepático em cães. A fosfatase alcalina é uma enzima de indução, ou seja, para que sua atividade sérica esteja aumentada, é necessário que haja um aumento da sua produção tecidual. Isto ocorre após estímulos como estase biliar e indução por certas drogas. Necrose hepática aguda leva a aumentos mínimos nos valores de fosfatase alcalina, enquanto que a obstrução biliar intra ou extra-hepática leva a aumentos bastante significativos (MILNE, 1985; COLES, 1986b).

A amilase é uma enzima amilolítica secretada na forma ativa, que hidroliza ligações glicosídicas, formando mono e dissacarídios. A lipase é uma enzima lipolítica, também secretada na forma ativa e que tem sua atividade ótima em pH alcalino (DUNCAN; PRASSE, 1982a).

MIA et al. (1978) reportam que a atividade sérica normal de amilase em cães adultos é bastante variável de um animal para outro. A existência de uma isoamilase de origem exclusivamente pancreática é controversa (MURTAUGH; JACOBS, 1985; SIMPSON et al., 1991). A maior parte da amilase sérica normal é de origem não-pancreática (MEYER et al, 1992b; SIMPSON et al., 1991).

WILLIAMS (1992) afirma que testes de atividade sérica de enzimas pancreáticas, como a amilase e a lipase, são

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bastante específicos para o diagnóstico de pancreatites. A atividade sérica da amilase e da lipase podem aumentar por processos extra-pancreáticos, como insuficiência renal (POLZIN et al., 1983), problemas hepáticos e neoplasias (WILLIAMS, 1992). Entretanto, um aumento da atividade em duas ou três vezes, na ausência de insuficiência renal ou acima de três a quatro vezes, em animais com insuficiência, pode ser considerado significativo para o diagnóstico de pancreatite aguda (COLES, 1986c; MEYER et al., 1992b; WILLIAMS, 1992).

STROMBECK et al. (1981), MEYER et al. (1992b) e WILLIAMS (1992) sugerem a dosagem concomitante de amilase e lipase para o diagnóstico de pancreatites, já que os limites fisiológicos da amilase são bastante amplos e podem se sobrepor aos valores dos casos de pancreatite e, nas pancreatites agudas, os aumentos de atividade da lipase geralmente acompanham os da amilase.

As proteínas plasmáticas representam um grupo heterogêneo, de diferentes pesos moleculares. Consistem basicamente de albumina, que é a menor e a de maior ocorrência, a-globulinas, b-globulinas, g-globulinas e fibrinogênio. Quando dosadas no soro, apresentam um valor menor do que no plasma, já que o

fibrinogênio é perdido na formação do coágulo (COLES, 1986b).

A albumina, que representa de 40 a 60% das proteínas totais de um animal adulto, é produzida exclusivamente no fígado. Podem ocorrer alterações na concentração sérica de albumina em uma diversidade de processos patológicos, tais como doenças hepáticas, quando há produção insuficiente, ou em glomerulonefropatias, quando ocorre perda pela urina e, ainda, em problemas digestivos e dietéticos (MEYER et al., 1992a).

As globulinas (com exceção das g-globulinas) também são produzidas pelo fígado, se não exclusivamente, pelo menos como sítio primário (COLES, 1986b). SUTHERLAND (1989) esclarece que as a e b-globulinas incluem as proteínas da coagulação sangüínea e um grupo heterogêneo de proteínas que funcionam como carreadores de hormônios e oligoelementos, marcadores de inflamação (reagentes de fase aguda) e/ou metabólitos. Este grupo inclui lipoproteínas, haptoglobina, ceruloplasmina, hemopexina, transferrina. As g-globulinas são produzidas pelas células linfóides nos linfonodos, baço e medula óssea, e são correspondentes aos anticorpos (COLES, 1986b).

O colesterol sérico pode ser de origem dietética ou resultante da síntese, no

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fígado (SUTHERLAND, 1989) e em vários outros tecidos, a partir de precursores acetato (BARTLEY, 1989). MEYER et al. (1992a) comentam que o fígado é o ponto focal da eliminação do colesterol do organismo, sob a forma de ácidos biliares; animais que estejam desenvolvendo obstrução biliar extra-hepática mostrarão hipercolesterolemia. Hipocolesterolemia pode ocorrer secundárias anomalias vasculares, portais congênitas, mas a causa é desconhecida.

Considerando-se a variabilidade de técnicas e equipamentos utilizados pelos diferentes laboratóros, este trabalho teve por objetivo estabelecer valores que possam ser usados como referência, em caninos da região de Santa Maria, nos seguintes parâmetros bioquímicos: ALT, FA, proteínas totais, albumina, globulinas, colesterol, amilase e lipase.

MATERIAL E MÉTODOS

Para a realização deste trabalho foram utilizados cães, machos e fêmeas, com idade estimada superior a sete meses, provenientes do Biotério Central da Universidade Federal de Santa Maria e do Canil Vento Divino da Base Aérea de Santa Maria. Os cães oriundos do Biotério Central, num total de 43 animais (12 machos, 31 fêmeas, sem raça definida), foram submetidos a exame clínico geral,

everminados com ivermectinaa (200µ g/kg, via subcutânea, dose única) e alojados em gaiolas individuais do canil do Hospital de Clínicas Veterinárias (HCV-UFSM), por um período mínimo de 15 dias, para condicionamento e ambientação. Estes animais receberam como alimentação ração balanceada comercial, na quantidade recomendada pelo fabricante, oferecida em uma única porção diária. A água foi fornecida ad libitum.

Os cães do Canil Vento Divino (8 machos, 9 fêmeas, raça Pastor Alemão) foram mantidos nas suas instalações, em boxes individuais com solário, na Base Aérea de Santa Maria. Estes animais receberam medicação anti-parasitáriab, segundo o esquema do canil, e foram alimentados diariamente com uma mistura de ração comercial com quirera de arroz, tendo água à disposição.

Todos os animais mostravam-se clinicamente sadios no momento da colheita das amostras, que foram obtidas, estando os cães em jejum de no mínimo 12 horas. Foi colhida uma única amostra de 6 a 8ml de sangue de cada animal, obtida pela punção da jugular. Imediatamente após a colheita, o sangue foi acondicionado em tubos de vidro e submetido à centrifugação (2000 rpm) durante 20 minutos, para formação do coágulo e separação do soro. Este foi armazenado em frascos de vidro

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com tampa, na temperatura de -20ºC e processado em um momento posterior.

Para as dosagens de fosfatase alcalina (método de Roy modificado), alanina aminotransferase (método de Reitman e Frankel), proteína total (método de biureto), albumina (método verde de bromocresol), amilase (método de Caraway modificado) e lipase (método Bioclin) foram utilizados kits comerciais BIOCLINc, prova colorimétrica. As dosagens de colesterol (método enzimático de Trinder) foram obtidas através de kit comercial CELMd. Todas as dosagens bioquímicas tiveram as absorbâncias determinadas por espectrofotometria. A quantificação de globulinas foi realizada pela diferença entre proteínas totais e albumina.

Devido à grande atividade sérica de amilase em caninos, as amostras de soro foram diluídas a 1:5, em solução salina a 0,9%, para a realização das dosagens, conforme recomendado pelo fabricante do teste.

A análise dos resultados obtidos consistiu da determinação da média, desvio padrão e coeficiente de variação. Os valores normais, em cães, para os diferentes parâmetros estudados, foram estabelecidos como média +2 desvios padrão, quando os resultados mostraram distribuição de Gauss, ou corrigidos pelo uso de percentuais (2,5 e

97,5), quando os dados não exibiram uma distribuição normal, conforme recomendação de FARVER (1989).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados normais obtidos para as diferentes enzimas séricas em cães sadios, independente de sexo ou raça, estão apresentados na Tabela 1. Os valores de referência para estas enzimas foram obtidos pelo uso de percentuais, já que os dados não seguiram uma distribuição de Gauss.

Os valores de referência encontrados para ALT foram semelhantes aos obtidos por KELLER (1981) e FUKUDA et al. (1989), mas muito menos amplos que os intervalos citados por KANEKO (1989), LUMSDEN; JACOBS (1989) e MATSUZAWA et al. (1993). Os resultados obtidos para a fosfatase alcalina foram menos amplos do que os limites citados por KELLER (1981), DUNCAN; PRASSE (1982b), FUKUDA et al. (1989), KANEKO (1989), LUMSDEN; JACOBS (1989) e JACOBS et al. (1992). A amilase, dentre todos os parâmetros estudados, foi o que apresentou o mais amplo intervalo e o maior coeficiente de variação. Desconsiderando as unidades utilizadas por outros pesquisadores, esta característica de grande variação se mantém constante (MIA et al., 1978; KELLER, 1981; DUNCAN; PRASSE, 1982b; MURTAUGH; JACOBS,

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1985; LUMSDEN; JACOBS, 1989; KANEKO, 1989). O intervalo de referência obtido pelo presente estudo é semelhante ao citado por MIA et al. (1978) e KELLER (1981), inferior ao obtido por LUMSDEN & JACOBS (1989) e superior ao citado por KANEKO (1989). Já os resultados obtidos para lipase foram similares aos reportados por SIMPSON et al. (1991), superiores aos citados por KANEKO (1989), bastante superiores aos limites encontrados por MIA et al. (1978) e inferiores aos apresentados por JACOBS et al. (1992).

As diferenças observadas entre os resultados da presente pesquisa e a literatura reproduz o achado por MILNE (1985), que, em sua revisão sobre fosfatase alcalina em caninos, apresenta os diferentes valores de referência citados por dezesseis autores. Nenhum deles foi equivalente a outro, o que confirma a variação de resultados utilizando-se diferentes metodologias.

DUNCAN; PRASSE (1982b) salientaram que os diferentes métodos para a maior parte dos testes enzimáticos variam, fornecendo valores muito discrepantes e a comparação com estes resultados, mesmo quando a unidade utilizada for a mesma, só será válida se os mesmos substratos, pH e temperatura de reação forem utilizados. E acrescentaram que como os equipamentos e os técnicos variam entre os laboratórios,

cada laboratório deveria estabelecre seu próprio conjunto de valores. HANDELMAN; BLUE (1993) observaram que a metodologia utilizada sempre interfere com os resultados laboratoriais.

Os resultados obtidos para proteínas totais, albumina, globulinas e colesterol e os intervalos de referência são mostrados na Tabela 2. Destes, somente os resultados de proteínas totais seguiram uma distribuição de Gauss, sendo os valores de referência considerados como média +2 desvio padrão. Para os demais, o cálculo dos limites foi como já citado para as enzimas.

O intervalo normal para as proteínas totais obtido neste estudo foi mais amplo do que o citado por COLES (1986b), KANEKO (1989) e MEYER et al. (1992a), superiores ao de LUMSDEN; JACOBS (1989) e JACOBS et al. (1992). O valor médio de proteínas totais estabelecido foi bastante superior ao reportado por MATSUZAWA et al. (1993), o que pode ser devido ao fato de que estes autores trabalharam com animais de idade inferior a um ano. DUNCAN; PRASSE (1982a) afirmaram que o nível de proteína total é menor em animais mais jovens. Ainda, a média obtida neste experimento foi inferior à média de 10g/dl mostrada por FUKUDA et al. (1989), que atribuíram este alto valor de proteínas totais às repetidas vacinações a

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que os cães foram submetidos ou ainda à supernutrição.

O nível de albumina foi praticamente o mesmo observado por JACOBS et al. (1992), semelhante ao citado por MEYER et al. (1992a) e inferior ao mostrado por COLES (1986b). Os limites de referência reportados por KANEKO (1989) e MATSUZAWA et al. (1993) foram de menor amplitude. O intervalo de referência obtido para as globulinas foi superior aos limites adotados por MEYER et al. (1992a) e JACOBS et al. (1992) e mais amplo que o limite reportado por KANEKO (1989). Os valores normais encontrados para o colesterol foram mais amplos do que os limites citados por DUNCAN & PRASSE (1982b), KANEKO (1989) e MEYER et al. (1992a), porém mais restritos que o intervalo reportado por JACOBS et al. (1992). Em termos absolutos, o limite inferior encontrado na presente pesquisa foi menor do que o registrado por DUNCAN; PRASSE (1982b), COLES (1986d), KANEKO (1989), JACOBS et al. (1992) e MEYER et al. (1992b).

DUNCAN; PRASSE (1982b) apresentaram os exames colorimétricos para dosagens de proteínas totais e colesterol como sendo alguns dos testes que apresentam variações nos resultados obtidos com métodos diferentes, embora

sem as discrepâncias observadas entre os testes colorimétricos para quantificação de albumina. HANDELMAN; BLUE (1993) apontaram também que podem acontecer erros em valores que são calculados a partir de pontos de observação (técnicas colorimétricas não cinéticas), bem como em resultados que são apenas calculados matematicamente, como é o caso das globulinas.

Os valores de proteínas totais, albumina, globulinas e colesterol podem variar em função de diferenças de dieta e manejo. MEYER et al. (1992a) apontaram a dieta rica em gorduras como origem de hipercolesterolemia. COLES (1986b) implicou o consumo deficiente de proteínas na dieta como a primeira causa de níveis séricos de albumina e proteínas totais diminuídos. O manejo de criação, com vacinações repetidas, poderia elevar os níveis séricos de globulinas, conforme apontaram FUKUDA et al. (1989).

CONCLUSÕES

As diferenças observadas entre os resultados da presente pesquisa e os dados de literatura confirmam que a utilização de valores de referência estabelecidos por cada laboratório garantem uma melhor base de comparação para o diagnóstico.

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FONTES DE AQUISIÇÃO

a Ivomec. Merck, Sharp & Dohme, Farmacêutica e Veterinária Ltda. São Paulo, SP.

b Drontal (praziquantel + pamoato de pirantel). Bayer S.A. Produtos Veterinários. Rua Domingos Jorge 1000, São Paulo, SP.

c BIOCLIN Químico Básica Ltda. Rua Teles de Menezes 92, Belo Horizonte, MG.

d Companhia Equipadora de Laboratórios Modernos. Alameda Amazonas 764, Barueri, SP.

REFERÊNCIAS

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Tabela 1 - Atividade sérica das enzimas estudadas e seus valores de referência, obtidos em

cães normais. ALT¹ (UI) FA² (UI) Amilase (U%) Lípase (UI) Média Desvio Padrão CV (%) Valores de Referência 11,8 4,92 41,7 5,3 - 19,8 26,3 14,7 55,2 8,5 - 60,6 830,9 331,2 39,8 167 - 1386 286,8 163,7 57 48,6 - 547 1 Alanina aminotransferase; 2 Fosfatase alcalina

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Tabela 2 - Níveis séricos de proteínas totais, albumina, globulinas e colesterol e seus valores

de referência, obtidos em caninos sadios. PT¹ (g/dl) Albumina (g/dl) Globulina (g/dl) Colesterol (mg/dl) Média Desvio Padrão CV (%) Valores de Referência 7,18 0,63 8,8 5,9 - 8,4 2,8 0,49 17,5 2 - 3,6 4,3 0,78 18,1 2,8 - 5,6 131,5 41,5 31,5 68,3 - 221,7 1 Proteínas totais

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