• Nenhum resultado encontrado

APROVEITAMENTO DE MATERIAL FOLIAR DAS ARVORES NA PRODUÇÃO DE PAPEL

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "APROVEITAMENTO DE MATERIAL FOLIAR DAS ARVORES NA PRODUÇÃO DE PAPEL"

Copied!
7
0
0

Texto

(1)

papiro, encontrada nas margens do rio Nilo e usada para escrita. O homem sempre tentou buscar formas e meios de se comunicar e registar a sua historia a partir de símbolos, como por exemplo na pré-históricos que eram usados pedras e folhas vegetais para tal finalidade. Com o tempo, o meio de registro foi evoluindo até chegar ao papel que conhecemos atualmente.

Com o surgimento da Impressa e com a Revolução Industrial a necessidade da produção em massa de papel cresceu muito e segundo dados do Worldwatch Institute, a demanda mundial de papel aumentou mais de seis vezes desde a metade do século XX. Adicionalmente com o crescimento dessa produção, o desmatamento e o consumo de água aumentaram, além de reduzir a biodiversidade, já que ocorre o avanço de plantações comerciais de eucalipto e pinus, que são mais utilizados para produzir a polpa de papel.

O aproveitamento total da arvore não só diminuiria a demanda por mais arvores, mas também poderia se tornar uma eficiente alternativa de uso para as folhas caídas, geradoras de alguns problemas nas cidades, como entupimento de bueiros, poluição visual e ou destinação incorreta.

Objetivo

Em media são usadas 2 a 3 toneladas de madeira para gerar 1 tonelada de papel e pensando nisso, foi elaborado o seguinte estudo para observar a viabilidade de aproveitar o material foliar das arvores para produção de papel e com isso diminuir a demanda de madeira, diminuindo o desmatamento e consumo excessivo de água. Além deste fato, o uso deste material poderia diminuir a quantidade de lixo gerado, já que estas folhas caídas poderiam ser transformadas em papel reciclado.

Dessa forma, foram produzidos quatro diferentes tipos de papeis para averiguar como estes se comportariam e qual seria o mais adequado.

Métodos Experimentais

Para realizar o experimento utilizamos as folhas secas do bambuzal localizado na PUC-Rio, como uma forma desse projeto ser também uma alternativa a diminuição de lixo gerado na faculdade e uma possível fabricação de papel reciclado para ser utilizado pelos alunos. Além das folhas vegetais, foi necessário jornal, cola polar branca Compactor, sabão de coco da marca Ruth Care, álcool 46,2% Mega, farinha de mandioca Granfino, a fim de fazer quatro diferentes papeis.

Primeiramente, a massa foliar foi triturada utilizando um liquidificador e o jornal picado manualmente, feito isso foram colocados em uma bacia com água durante 12 horas para as fibras se soltarem. Após o tempo estimado, essa polpa foi colocada no liquidificar para criar uma pasta homogênea e criar a base para os quatro papeis.

(2)

Departamento de Arquitetura e Urbanismo

Fig1;2.Jornal picado e folhas vegetais trituradas.

Fig3;4;5. A primeira figura mostra as folhas vegetais e de jornal de molho em água. E as outras duas figuras mostram a base do papel, folha vegetal, jolhas de jornal e água após serem

triturados no liquidificador.

O primeiro papel foi feito apenas com a 350 ml da base, o segundo tinha em sua composição 350 ml da base mais 25ml de cola polar branca, o terceiro era constituído por 350 ml da base mais 25ml de sábado de coco e o quarto papel foi feito com 350 ml de base, além de contar 25 gramas de farinha de mandioca mais 5ml de álcool.

Para misturar a base com os outros componentes, foram utilizadas 4 vasilhas, uma para cada tipo uma papel. Após essa etapa, as quatro misturas foram colocadas em uma superfície reta, coberta de plástico e exposta ao sol, por 24 horas. Com isso, o excesso da água evaporou e as fibras se juntaram novamente, formando quatro folhas de papeis com diferentes características.

O papel feito apenas com a base (água, massa foliar e jornal) ficou leve, maleável, consistente e com uma coloração mais clara. Formou-se uma coloração mais escura, o que parece ser algum fungo.

Fig6;7.A primeira figura mostra como ficou a composição após ter sido retirada do liquidificar. A segunda imagem retrata o papel já seco, após 24 horas.

(3)

Figura8;9. Papel depois de 12 horas retirado da superfície lisa. A primeira foto mostra a parte que não ficou em contato com a superfície lisa, diferente da outra imagem ao lado.

O segundo papel, o qual levou cola branco em sua composição, ficou leve, consistente e muito flexível, podendo dobra-lo sem se partir. Não foi observado nenhum tipo de manchas escuras ou de coloração estranha que aparentasse a presença de fungos.

Fig10;11. A primeira figura mostra como ficou a composição após ter sido retirada do liquidificar e adicionado a cola branca. A segunda imagem retrata o papel já seco, após 24 horas

(4)

Departamento de Arquitetura e Urbanismo

Figura12;13. Papel depois de 12 horas retirado da superfície lisa. A primeira foto mostra a parte que não ficou em contato com a superfície lisa, diferente da outra imagem ao lado

O sabão de coco como ingrediente não resultou ser muito próprio para tal finalidade, fazendo com o que o papel ficasse com uma coloração mais escura como um todo e dando um aspecto de que as fibras não se uniram como os dos outros três após 24 horas. O papel ficou leve, e o sabão escorreu mais para as bordas, como pode ser visto na segunda imagem abaixo.

Figura14;15. A primeira figura mostra como ficou a composição após ter sido retirada do liquidificar e adicionado o sábado de coco. Nessa foto pode ser observada a formação de bolhas. A segunda imagem retrata o papel já seco, após 24 horas

(5)

Figura16;17. Papel depois de 12 horas retirado da superfície lisa. Primeira figura mostra a frente, que não ficou em contato com a superfície lisa. A segunda figura mostra o verso, que se manteve em contato com a superfície.

A farinha de mandioca na composição fez com que o papel ficasse mais rígido do que os outros, além de ter ficado mais pesado também. Por outro lado, o papel ficou bastante consistente e mesmo colocando um pouco de álcool para evitar fungos, surgiram duas manchas pretas, que podem ser visualizadas na figura 19.

Figura18;19. A primeira figura mostra como ficou a composição após ter sido retirada do liquidificar e adicionado farinha de mandioca e álcool. A segunda imagem retrata o papel já seco, após 24 horas

(6)

Departamento de Arquitetura e Urbanismo

Figura20;21. Papel depois de 12 horas retirado da superfície lisa. Primeira figura mostra a frente, que não ficou em contato com a superfície lisa. A segunda figura mostra o verso, que se manteve em contato com a superfície.

Conclusão

Analisando o potencial de coesão das fibras, o resultado foi positivo tendo em vista que o papel feito apenas com a base, água, massa foliar e jornal, ficou consistente sem necessidade de adicionar algum tipo de cola natural ou artificial. A partir desse papel, foi possível perceber a necessidade de adicional algum fungicida, já que houveram indícios de fungos pela coloração mais escura em algumas partes do papel. O papel feito com base mais farinha de mandioca e álcool também apresentou coloração mais escura, mostrando que a quantidade de álcool não foi o suficiente para desempenhar o papel de fungicida. A respeito da maleabilidade dos papeis, o que apresentou melhor resultou foi o feito com base e cola polar branca, podendo dobra-lo sem danificar. O menos maleável foi o que levou farinha em sua composição.

Com isso, foi observado que esses papeis são apenas um começo de um grande estudo que precisa ser feito, mas que já mostra ser muito promissor pelos resultados obtidos. Esse material pode vir a substituir isopor, papelão, papel comum, entre muitos outros materiais. Claramente se faz necessário um estudo mais completo quanto ao peso, densidade, e se existem outros possíveis materiais colantes e fungicidas, além de serem iniciados estudos com outras espécies de arvores, como por exemplo a folha da amendoeira, muito encontrando no Rio de Janeiro e suas folhas geralmente causam problemas sociais, como entupir bueiros.

(7)

3. ROCHA Clarisse B. R.; POTIGUARA, Raimunda C. V. Morfometria das fibras das folhas de Astrocaryum murumuru var. murumuru Mart. (ARECACEAE) 4. NAVARRO, Roberta Maria S.; NAVARRO, Fabiana Maria S.; TAMBOURGI, Elias

B. Estudo de diferentes processos de obtenção da pasta celulósica para fabricação de papel. Revista Ciências & Tecnologia , Ano1, n.1, julho-dezembro 2007.

5. Ferreira,L. E. Corantes naturais da flora brasileira: Guia prático de tingimento com plantas. Curitiba: Optagraf Editora e Gráfica Ltda., 1998.

6. Ferraz, G. M. J. Papel Nosso de Cada Dia,.Net, Disponivel

Referências

Documentos relacionados

A seqüência analítica • Definição do problema • Escolha do método • Amostragem • Pré-tratamento da amostra • Medida • Calibração • Avaliação •

6 Consideraremos que a narrativa de Lewis Carroll oscila ficcionalmente entre o maravilhoso e o fantástico, chegando mesmo a sugerir-se com aspectos do estranho,

Como irá trabalhar com JavaServer Faces voltado para um container compatível com a tecnologia Java EE 5, você deverá baixar a versão JSF 1.2, a utilizada nesse tutorial.. Ao baixar

Mário Jabur Filho, conforme dispõe a legislação vigente, comunica que estarão abertas as inscrições para seleção dos candidatos para preenchimento de vaga para Médico

O desenvolvimento das interações entre os próprios alunos e entre estes e as professoras, juntamente com o reconhecimento da singularidade dos conhecimentos

Se você vai para o mundo da fantasia e não está consciente de que está lá, você está se alienando da realidade (fugindo da realidade), você não está no aqui e

 Alça Preformada Dist...  Alça

O presente estudo objetivou testar a influência do guano na diversidade e abundância de invertebrados na caverna Toca da Raposa, município de Simão Dias,