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RESUMO. Palavras-Chave: CVRD, minério de ferro, recursos e reservas ABSTRACT

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Academic year: 2021

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Os recursos e as reservas de minério de ferro do Sistema Sul-CVRD no Quadrilátero Ferrífero são avaliados segundo critérios que estão em conformidade com os padrões internacionais. Estes critérios utilizam um guia para verificação e certificação das diversas etapas do trabalho que inclue: organização, consistência e análise dos banco de dados amostrais; estudos de densidade in situ; modelamento geológico; interpolação de teores; validação do modelo de teores, classificação de recursos; estudos de cava final; sequenciamento da cava; e avaliação econômica.

Após a conclusão e certificação de um modelo de recurso e reserva, inicia-se o monitoramento deste modelo por meio das reconciliações periódicas e do controle de qualidade das frentes de lavra.

Palavras-Chave: CVRD, minério de ferro, recursos e reservas ABSTRACT

The CVRD Southern System iron ore resources and reserves are evaluated following criteria that are in accordance with international standards. These criteria use a guide for verification and certification of the several stages of the work that include: organization, consistence and analysis of the database; density studies; geological modeling; grade interpolation; block model validation, resource classification; pit optimization; mine scheduling; and economic evaluation. After the conclusion and certification of a resource and reserve model it is necessary to monitor this model through periodic reconciliations and grade control of the mine faces.

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INTRODUÇÃO

A Diretoria de Ferrosos Sistema Sul engloba as minas de ferro da CVRD do Quadrilátero Ferrífero. Atualmente são 16 minas em operação e outros 4 depósitos em fase de desenvolvimento. A avaliação/estimativa de toneladas e teores desses depósitos é feita segundo normas utilizadas mundialmente e segue um guia para verificação e certificação dos Recursos e Reservas Minerais. As etapas de trabalho incluem: organização, consistência e análise dos banco de dados amostrais; estudos de densidade in situ; modelamento geológico; interpolação de teores; validação do modelo de teores, classificação de recursos; estudos de cava final; sequenciamento da cava; e avaliação econômica.

Concluído e certificado um modelo de recurso e reserva, inicia-se o monitoramento deste modelo por meio das reconciliações periódicas e do controle de qualidade das frentes de lavra. Os estudos de reconciliação são feitos comparando-se os teores estimados nos modelos de recursos e de reservas com os resultados reais de lavra durante um determinado período. No controle de qualidade das frentes de lavra o monitoramento chega ao detalhe do “bloco a bloco”.

Neste trabalho será apresentada uma síntese dos procedimentos adotados na Diretoria de Ferrosos Sul para estimativa, validação, certificação e monitoramento de seus depósitos de ferro no Quadrilátero Ferrífero.

ESTIMATIVA DE RECURSOS

A estimativa de recursos é um trabalho integrado que envolve o conhecimento geológico do depósito, o controle do banco de dados amostral e os estudos geoestatísticos. Os principais tópicos referentes ao desenvolvimento do trabalho de estimativa serão descritos a seguir.

Geologia do minério de ferro no Q.F.

O Quadrilátero Ferrífero é geologicamente constituído por rochas predominantemente Arqueanas e Proterozóicas, deformadas em distintas fases de dobramento e falhamento. A Formação Cauê é a unidade estratigráfica que contém os itabiritos que, devido à processos de enriquecimento hidrotermais, supergênicos ou erosivos, deram origem aos minérios de ferro. Os minérios de ferro podem ser agrupados em 3 grandes grupos:

Hematitas: formação ferrífera composta dominantemente por hematita e subordinadamente por magnetita e goethita, com estrutura maciça, bandada ou foliada e teores de ferro variando de 60 a 69 %. Quanto a gênese podem ser divididos em 2 tipos: 1) corpos de alto teor que podem ser encontrados em até grandes profundidades e que tem sua origem relacionada com o enriquecimento metassomático/hidrotermal dos itabiritos; 2) corpos formados por intensa lixiviação supergência de itabiritos (carbonáticos ou silicosos), concentrando os óxidos e hidróxidos de ferro próximo a superfície.

Itabiritos enriquecidos: formação ferrífera bandada, metamórfica, constituída essencialmente por quartzo e hematita e subordinadamente por goethita, magnetita e carbonatos. O minério itabirítico foi gerado pelo enriquecimento supergênico em ferro devido a lixiviação, por água meteórica, da silica e carbonatos. O processo supergênico foi acompanhado de desagregação do itabirito transformando-o em um material fríavel e liberado, permitindo sua concentração industrial. Itabiritos compactos pouco enriquecidos mas com baixos níveis de contaminantes, já começam a ter seu aproveitamento considerado.

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Coberturas detríticas (cangas e rolados): formações superficiais constituídas por blocos de hematita e itabirito, soltos ou cimentados por goethita. Se formaram como produto da desagregação física das formações ferríferas em depósitos de talus e fluxo de detritos. Cangas químicas e estruturais são geradas por intensa goethitização in situ da formação ferrífera no nível bem próximo a superfície.

Coleta de amostras, organização e consistência do banco de dados

A principal informação utilizada nas avaliações do recurso de minério de ferro vem das amostras coletadas nas campanhas de sondagem. Depois de uma grande campanha na década de 70, quando se iniciou o aproveitamento de itabiritos, nas décadas de 80 e 90 o ritmo da pesquisa mineral diminuiu muito. A partir do ano 2000, no entanto, retomaram-se as pesquisas e nos últimos três (3) anos foram perfurados cerca de 150.000 metros nas minas de ferro do Sistema Sul. Atualmente temos cerca de 800.000 metros de furos de sonda e um banco de dados com dezenas de milhares de amostras, suportando as reservas de minério de ferro.

Todas as análises químicas e granulométricas são feitas nos 8 laboratórios localizadas nas minas do Sistema Sul que trabalham com diferentes técnicas tais como ICP, Fluorescência de Raios-X e métodos de via úmida. Um programa interno de duplicatas de amostras e checks interlaboratoriais asseguram a qualidade dos resultados analíticos.

Parte do fluxo de dados analíticos já estão automatizados, ou seja, são extraídos automaticamente dos arquivos gerados e carregam o Banco de Dados sem que haja a necessidade de digitações manuais. Outra parte dos dados ainda são digitados e , neste caso, são feitas checagens de toda a digitação através de dupla digitação ou conferência registro a registro. Em algumas avaliações houve a necessidade de se checarem cerca de 100.000 registros para se assegurar a integridade do Banco de Dados e garantir que as outras etapas não iniciassem com erros na base da informação.

Estudos de densidade

Os estudos de densidade de material in situ aumentaram muito nos últimos anos devido ao seu impacto direto no cálculo de reserva. Dependendo da condição de exposição do material, diversos métodos são utilizados:

- Frasco de Areia (FA) – consiste em cavar um volume no piso com paredes regulares e retirar e pesar o material; preencher o volume com areia selecionada (com densidade conhecida);

- Abertura de Poços (AP) – consiste em calcular a densidade pela relação entre o peso do material retirado do poço e o volume do poço;

- Meio Denso por Deslocamento de Volume (DV) – a densidade é calculada à partir da relação entre o peso da amostra e o deslocamento de água provocado pelo mergulho da amostra em um recipiente;

- Caixas de Testemunho (CT) – calcula-se a densidade pela relação entre o peso dos testemunhos e o volume ocupado pelos testemunhos na caixa.

Análise estatistica de dados e modelamento geológico

A análise estatística tem como primeiro objetivo a descrição da base de dados. Neste momento um sumário estatísco utilizando a média, variância, desvio padrão, mediana, quartis, coeficiente de variação e gráficos tais como histogramas, qq-plots, scatter-plots e outros, permitem

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estabelecer um quadro descritivo da base de dados. Esta é uma etapa frequentemente denominada de Análise Exploratória de Dados.

O modelamento geológico tem como objetivo delimitar zonas que possuam uma coerência geológica/estrutural, mineralógica e genética. Estas zonas devem ter também uma coerência e uma relativa homogeneidade na distribuição dos teores.

A análise estatística e o modelamento geológico são portanto duas etapas que estão interligadas e que resultam em um modelo geológico interpretado em que os tipos modelados tem propriedades geológicas e químicas, homogêneas, com contatos bem marcados.

Durante muitos anos a definição dos tipos de minério de ferro a serem modelados obedeceram critérios baseados em teores de corte relativos ao processo industrial. As unidades não respeitavam os cortes naturais entre os tipos, aqueles provocados por processos geológicos estruturais, metamórficos ou supergênicos.

Nos modelos das minas de ferro do Sistema Sul temos tentado entender estas variações de teores e tentado interpretá-las com base nos conhecimentos geológicos. Uma boa ferramenta para a definição dos tipos é a análise estátistica dos teores na região de contato. Contatos bruscos devem mostrar uma quebra marcante de teores e devem ser interpretados no modelo geológico. Nos contatos gradacionais as variações de teores são melhor representados pelos métodos geoestatísticos.

A figura 01 mostra um exemplo de uma seção geológica com tipos de itabirito que apresentam diferenças significativas de teores e uma quebra bem marcada na região de contato.

Figura 01 – Seção geológica vertical (E-W) no modelo da Mina de Fazendão. O contato entre os tipos IF (itabirito friável) e IC (itabirito compacto) é marcado por descontinuidades no teor de ferro (grafico no

canto esquerdo) e no % de massa retido na fração +8mm (canto direito). (imagem SV do software VULCAN®)

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No modelamento geológico do depósito utilizamos os métodos tradicionais de interpretação em seções verticais e horizontais. O modelo 3D de sólidos é construído por extrusão dos polígonos das seções horizontais. Embora não sendo o mais preciso, o método de extrusão, em modelos com uma grande quantidade de tipos, é muito mais rápido e por isto permite atualizações mais frequentes do modelo. Perde-se na precisão dos contatos mas ganha-se na incorporação sistemática de novos dados aos modelos.

Interpolação de Teores

Na avaliação dos recursos de minério de ferro é necessário se conhecer um grande número de variáveis que são importantes para a previsão da qualidade dos diferentes produtos de minério, diversos tipos de lump, sinter feed e pellet feed. Nas minas do Sistema Sul o número de variáveis a serem estimadas variam de depósito para depósito, entre 18 (5 elementos em 3 faixas granulométricas, além das próprias faixas) e 35 (6 elementos em 5 faixas granulométricas).

Outra característica peculiar na avalição deste tipo de depósito é a necessidade de se acumularem as frações granulométricas aos teores. Este é um procedimento necessário para garantir que todas as amostras (compositadas) sejam devidamente ponderadas durante a estimativa dos blocos.

Acumular teores com granulometrias é um processo que cria novas variáveis contendo variabilidades originais mescladas, que serão variografadas. Antes do estudo variográfico estas variáveis acumuladas são compositadas (regularizadas em um mesmo suporte) respeitando-se os contatos geológicos já previamente definidos como bruscos no modelamento geológico. No estudo variográfico geralmente utilizamos correlogramas ou variogramas relativos que são mais representativos e facilmente comparáveis. Os diferentes elementos acumulados apresentam diferentes variabilidades com alcances variográficos distintos, geralmente maiores para o ferro e silica e menores para os contaminantes (P, Al, Mn e outros).

Na interpolação de teores o método padrão de estimativa utilizado é a krigagem ordinária, em que o valor estimado é conseguido por interpolação linear (soma dos ponderadores = 1) com minimização da variância do erro de estimativa. O elipsóide de busca tem seus raios proporcionais aos alcances dos variogramas (ou correlogramas), exceto na direção vertical. Na maioria dos depósitos de minério de ferro (principalmente naqueles constituídos por itabiritos) observa-se uma forte tendência de empobrecimento em ferro em profundidade e enriquecimento em contaminantes, notadamente fósforo e alumina, em superfície. Para impedir extrapolações muito extensas dos teores na direção vertical utilizamos um raio bem restritivo, geralmente com poucas dezenas de metros. Outra restrição comumente feita é limitar o número de amostras por octantes, para evitar aglomerações de dados que podem gerar grande quantidade de ponderadores de krigagem com valores negativos.

A definição dos domínios da interpolação é uma etapa de grande importância porque a escolha errada dos domínios pode levar à uma sub ou sobre estimativa local de teores. De maneira geral utilizamos os domínios geológicos como domínios limitantes para a interpolação porque no modelamento geológico os domínios já foram definidos com base na homogeneidade e nas quebras bruscas de teores.

Apesar da krigagem fornecer um valor estimado ótimo (quando minimiza a variância espacial), este método provoca uma suavização na variabilidade dos teores e também não é sensível ao risco (ou erro) local porque a variância de krigagem somente leva em consideração a distribuição espacial das amostras e não as variabilidades locais de teores. Os métodos de simulação condicional geoestatística são adequados para solucionar estas questões. Apesar

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de ainda não estarmos utilizando este métodos de simulação como rotina na avaliação dos depósitos de ferro, alguns testes já estão sendo feitos para a análise de problemas específicos.

Validação do Modelo de Recursos

O objetivo de um modelo de recursos é se obter uma estimativa de teores e tonelagens confiável, fiel às suas informações do depósito. Como a principal informação do depósito é proveniente das amostras de furos de sonda, espera-se que o modelo honre os dados disponíveis, ou seja, zonas com amostras de altos teores devem ser representadas por blocos estimados com altos teores, blocos de baixos teores compatíveis com zonas de baixos teores nos dados.

A melhor forma de se checar o resultado da estimativa é comparar as médias locais das compositas (declusterizadas) com as médias locais dos blocos. Nesta comparação utilizamos o modelo do “vizinho mais próximo” em relação ao modelo krigado. A comparação é feita graficamente em diversas porções do depósito, nível a nível e também na direção principal do corpo geológico. A figura 02 mostra um exemplo do método de validação do modelo estimado.

Figura 02 – comparações banco a banco dos teores de Fe – krigagem (Fegl) x composites (Fe_nn)

Outros checks comuns incluem inspeções visuais (geralmente na tela do computador) do modelo de blocos com os dados de sondagem, comparações estatísticas (medias, variância, C.V., histogramas, qq-plots, etc .. ) entre os teores estimados e das amostras declusterizadas.

Classificação de Recursos

Os minérios de ferro da CVRD são classificados de acordo com os padrões internacionais (JORC Code), em 3 categorias: medido, indicado e inferido. Nesta separação entre os tipos está o conceito do crescente grau de conhecimento geológico do depósito mineral, que, de maneira geral, está relacionado com a quantidade de informações de sondagem que está disponível na interpretação geológica e na estimativa dos teores.

O método utilizado nas jazidas de ferro Sistema Sul-CVRD se baseia na classificação dos blocos de lavra de acordo com a distribuição amostral na sua vizinhança. O primeiro passo do método consiste em distinguir entre as zonas de interpolação, onde a interpretação geólogica é mais confiável, e as zonas de extrapolação, onde a incerteza geólogica é maior. Na maioria dos depósitos de minério de ferro os corpos modelados são, em média, decamétricos e podem

Brucutu - Fegl x Fe_nn

20.000 25.000 30.000 35.000 40.000 45.000 50.000 55.000 60.000 65.000 70.000 bc o_06 30 .00 t bc o_066 0. 00 t bc o_ 0690 .0 0t bc o_ 072 0. 00 t bc o_07 50 .0 0t bc o_0 780 .0 0t bc o_ 0810 .0 0t bc o_0 840 .00 t bc o_087 0. 00 t bc o_0900 .0 0t bc o_ 0930 .00 t bc o_09 60 .0 0t bc o_0990 .00 t bc o_ 1020 .0 0t bc o_ 10 50 .00 t bc o_10 80 .00 t nivel fe FeglFe_nn

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ser bem delimitados com uma malha de sondagem de 100 x 100 metros. Esta malha define, de forma preliminar, o recurso medido. Uma malha de 200 x 200 m nos dá uma boa indicação dos corpos de minério e é, portanto, apropriada para a delimitação do recurso medido. O recurso inferido é representado pelo restante dos blocos estimados, que extrapolam a malha de 200 x 200 metros. Para marcar os blocos nas diferentes zonas, utilizamos um método denominado de “dilatação-erosão” que define a posição do bloco em relação a malha de sondagem.

Apesar da classificação dos blocos pelo método da “dilatação-erosão” delimitar muito bem as zonas densamente amostradas, podem ocorrer localmente algumas incongruências devido ao processo puramente matemático de marcação dos blocos. Desta forma, alguns blocos aflorantes poderiam ser marcados como inferidos e blocos nos limites da distância entre as malhas de sondagem receberem uma classificação incompatível com a continuidade geológica dos corpos. A etapa final do processo de classificação de recursos (segundo passo), consiste na edição geológica dos recursos medidos e indicados (marcados com o primeiro passo) com reclassificação de algumas áreas, de acordo com a opinião do geólogo responsável. A figura 02 mostra uma seção com os blocos classificados pelo tipo de recurso.

Figura 03 – Seção geológica horizontal no modelo de blocos do depósito de minério de ferro do depósito de Maquiné-Q.F.. Os blocos estão coloridos conforme a classificação de recurso: blocos verdes = recurso medido; azuis = recurso indicado; amarelo = recurso inferido (imagem do software VULCAN®)

ESTIMATIVA DE RESERVAS

Transformar recursos em reservas consiste em agregar valor a empresa mineradora, que deve estabelecer suas estratégias de atuação no setor mineral e escolher em quais mercados de ações irá atuar. A declaração confiável da existência de reservas minerais que suportem o empreendimento mineiro em atendimento ao mercado e em perpetuidade (percepção de solidez) do negócio de mineração, faz com que os valores de mercado das empresas de mineração aumentem.

O sistema de gestão de reservas de minério de ferro do Sistema Sul da CVRD consiste de planejamento estratégico plurianual de produção que propõe as oportunidades de incremento e substituição de unidades produtoras, visando a maximização do negócio. A Diretoria de Ferrosos do Sistema Sul tem como referência uma declaração de reservas minerais de ferro que atendam a pelo menos vinte anos do programa de vendas.

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A equipe de Planejamento de Mina a Longo Prazo e a equipe de Processo Mineral tem por missão a conversão dos recursos minerais disponibilizados pela equipe de Geologia em reservas minerais que suportem a meta da Diretoria. Segundo as normas internacionais e nacionais, esta conversão de recurso em reserva mineral de minério de ferro implica em atribuir aos recursos minerais medidos e indicados de ferro a certeza tecnológica (metodologia de lavra, beneficiamento mineral e procedimento ambiental) e a certeza econômica (mercado, viabilidade econômica e legal), transformando-as, respectivamente em reservas provadas e prováveis.

DEFINIÇÃO DA CAVA FINAL

A morfologia das jazidas, a escala de produção e o valor de venda dos produtos comerciais de minério de ferro definem o método de lavra a céu aberto em flanco ou cava, com operações unitárias tradicionais de desmonte mecânico ou por explosivos, carregamento por escavadeiras e carregadeiras e transporte por caminhões, às vezes combinados com transportadores de correia.

Definido o método de lavra, necessita-se escolher o algoritmo que permitirá a otimização da extração de minério da cava final. Atualmente, estamos utilizando o programa Maxipit-NPV Scheduling que se baseia no algoritmo Lerch-Grossman acrescido de técnicas de taxa de desconto nos desembolsos e receitas no tempo.

São parâmetros fundamentais no processo de obtenção de cava final: • Geração da Função Benefício de Lavra;

• Informação da setorização geotécnica; • Definição das restrições à lavra;

• Definição dos parâmetros geométricos de cava; • Parâmetros Financeiros.

Função Benefício de Lavra

Trata-se da atribuição de valores econômicos de custos e receitas às unidades técnicas de lavra (blocos do modelo de recurso). Em linhas gerais:

Benefício = Receitas – Custos

Receitas são calculadas na base do metal contido ao preço de mercado transoceânico levando em consideração as recuperações mássicas por produtos (granulado, sinter feed e pellet feed). Isto é feito por simulação do processo de beneficiamento mineral a partir das informações do minério “in situ” estimado nos blocos do modelo de recursos.

Custos estão separados em custos de operação de mina na base movimentação total, beneficiamento (britagem+concentração) na base minério, embarque ferroviário, transporte ferroviário, porto e administrativos na base produto. Ainda são adicionados nas fórmulas de custos, os investimentos correntes relativos à reposição e/ou adição de frota na base movimentação total calculados a partir fluxos de caixa descontados de projeto existentes e investimentos correntes relativos a meio ambiente, pesquisa geológica, instalações e logística na base produto, calculados a partir de valores históricos.

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Seleção e Operacionalização de Cava Final

A solução apresentada pelo algoritmo de otimização de cava contempla uma família de cavas aninhadas cujo diferencial entre elas são descontos percentuais dos valores de benefício dos blocos. Em geral não se escolhe a cava máxima, procura-se eliminar as cavas com equilíbrio econômico próximo do limite (desde que não comprometa a reserva final) para aumentar o grau de liberdade na etapa de operacionalização da cava final.

Figura 4: Curva de relação estéril-minério para a seleção da cava final da mina do Brucutu.

Após selecionada a cava final é de fundamental importância realizar a operacionalização do empreendimento mineiro cujas operações básicas são: conformar a geometria em bancadas drenadas; estabelecer os acessos; projetar as pilhas de estéril; as barragens de rejeito; e instalações industriais. Este processo é feito baseado na solução não operacional, adequando-a por meio de progradequando-amadequando-as computadequando-acionadequando-ais específicos (Dadequando-atadequando-amine, Vulcadequando-an, MineSight, AutoCad,etc). A grande preocupação do projetista é não fugir da geometria proposta pela otimização de cava, balanceando possíveis perdas de minério e incrementos de estéril. De maneira geral, o aumento aceitável da relação estéril-minério não deve ultrapassar a 15% ao valor da cava não operacional escolhida.

Sequenciamento de Lavra

Os planos de lavra plurianuais ou os planos baseados em seqüências mássicas são fundamentais para a comprovação de que cava final operacional pode ser lavrada em sua totalidade, sem comprometer as especificações técnicas-econômicas e também para a maximização do valor presente do empreendimento.

Objetivando a exeqüibilidade da cava final, procura-se fazer uma seqüência de lavra automática utilizando programas de programação dinâmica e/ou otimização de função (NPV-Scheduling, Cronos, Geopit, etc...), cujo objetivo é a estabilização por períodos dos parâmetros operacionais (relação estéril-minério, movimentação total, movimentação de tipos de minério,etc...) e dos parâmetros de qualidade química dos minérios. Em geral, a partir destes

Otimizacao de Cava - NPV E/M Incremental x Massa Minério

Minas do Meio - Fevereiro 2003

796.52 0.0 1.0 2.0 3.0 4.0 5.0 6.0 7.0 200 300 400 500 600 700 800 900 Massa Minério ( t x 106) 0.0 0.1 0.1 0.2 0.2 0.3 0.3 0.4

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planos geométricos, fazemos a operacionalização dos primeiros cinco anos e de cinco em cinco anos até a exaustão.

Figura 5: Cava operacionalizada da Mina do Brucutu.

Objetivando a maximização do empreendimento procura-se utilizar da via otimizante do programa de geração de cavas em períodos operacionais de parâmetros estáveis. Em geral, a seqüência ótima segue a linha de priorização dos altos teores (menor investimento operacional para beneficiamento e maiores recuperações em massa) e menores relações estéril-minério (menores custos) visando a antecipação do fluxo de capital.

Figura 6: Estratégia de seqüenciamento de mina e comparação com a seqüência operacional. S equenciament o de L avr a - NP V S cheduler

Mina de Brucutu - Fevereiro de 2004 Gr áfico F er r o Global 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020 2022 2024 2026 2028 2030 Ano FeGL (%)

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MONITORAMENTO DAS RESERVAS

No monitoramento das reservas estamos interessados em saber se o modelo estimado tem representado a realidade de produção. Este monitoramento é feito a partir de reconciliações periódicas e do controle de qualidade das frentes de lavra.

Reconciliação

O objetivo desta verificação é certificar que o modelo declarado está consistente com os valores apontados pelas vias de produção. Esta técnica consiste do acompanhamento entre a realização do plano e a programação de lavra dos planos elaborados, bem como da validação do modelo utilizado para a declaração de reserva através da comparação dos volumes efetivamente lavrados de um determinado período.

Existem dois momentos em que são feitos testes reconciliatórios. Primeiro, a equipe de geologia, quando reconstitui o modelo de recursos até a superfície original em jazidas que estão operando, procura comparar o histórico produzido com a valorização do minério entre a topografia original e atual. Em um segundo momento, a equipe de planejamento de mina compara anualmente, mina por mina, o efetivamente lavrado de minério e estéril com o a valorização do modelo de reserva entre a topografia do início e final do ano avaliado.

Reconciliação -15 -10 -5 0 5 10 15 CA MM CE FN AL AG GS TO CA MM CE FN AL AG GS TO

Minas do Sistema Sul

P rod uz ido /E st im ad o (% ) ROM Total 2002 2003

Figura 7: Reconciliação (produzido/estimado) das reservas de minério de ferro do Sistema Sul, durante os anos de 2002 e 2003.

Admitimos, na Diretoria de Ferrosos do Sistema Sul, como aceitável, o desvio dos parâmetros analisados em até 10%. Valores mais altos deverão desencadear um conjunto de ações para identificação dos desvios e podendo chegar a tomada de decisão de realização de pesquisas complementares e/ou reinterpretação do modelo de recursos.

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Controle de Qualidade de Mina

Os trabalhos de controle de qualidade de mina incluem os mapeamentos e amostragens sistemáticas das frentes de lavra e a programação diária dos blocos a serem lavrados.

No mapeamento de mina é feito um levantamento rotineiro dos contatos geológicos nos avanços de lavra sendo esta informação incorporada aos mapas geológicos de superfície e às seções do modelo geológico. As amostragens sistemáticas de mina seguem uma malha bem mais fechada que a sondagem e são coletadas em canaletas, trincheiras e/ou furos de sonda de pequena profundidade. Estas amostras tem aproximadamente o mesmo suporte (comprimento e massa coletada) das amostras de sondagem.

De posse das amostras de frente e dos mapeamentos geológicos, o modelo de recurso deve ser atualizado periodicamente (na sua porção superficial) refazendo-se o modelo de blocos e a estimativa de recursos. Este modelo atualizado serve de base para os planos de lavra de curto prazo e para a programação diária da lavra.

No trabalho de controle de qualidade de mina o modelo global de recursos e reservas é monitorado dia a dia e comparado com a produção, se configurando em um importante item de verificação e validação do modelo.

CONCLUSÃO

A padronização dos procedimentos de estimativa e monitoramento das reservas de minério de ferro do Sistema Sul – CVRD teve início à poucos anos e a maior parte das reservas já foram estimadas segundo critérios que seguem um guia para verificação e certificação de todas as etapas do trabalho.

Estes procedimentos tem a finalidade de garantir a qualidade do modelo de recursos e de reservas, fator crítico na determinação dos resultados financeiros do projeto de lavra e, portanto, no sucesso do empreendimento mineiro.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Referências

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