• Nenhum resultado encontrado

LAUDO MÉDICO PERICIAL.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "LAUDO MÉDICO PERICIAL."

Copied!
7
0
0

Texto

(1)

LAUDO MÉDICO PERICIAL.

Preâmbulo.

Aos sete dias do mês de janeiro do ano 2002, o Perito Dr. OSCAR LUIZ DE LIMA E CIRNE NETO, designado pelo MM Juiz de Direito da x.ª Vara Cível da Comarca do São Gonçalo, para proceder ao exame pericial em ANGELA CARVALHO PEREIRA, nos Autos do processo N.º XZXZXZXZX, onde consta como Réu Transportes Ltda., descrevendo com verdade e com todas as circunstâncias, o que vir, descobrir e observar, bem como responder aos quesitos das partes. Esteve presente ao evento pericial o Ilustre Assistente Técnico do Réu Dr. Paulo Potsch. O Ilustre Assistente Técnico da Autora não compareceu. Em conseqüência, passa ao exame pericial solicitado, as investigações que julgou necessárias, as quais findas, passa a declarar:

Identificação.

Ângela, brasileira casada, nascida em 10/05/62, em são Gonçalo RJ, portadora da CI RG n° zxzxzxzx, IFP, vivendo e residindo à rua Campos, lote 83, xzxzxzx, São Gonçalo; de profissão costureira, trabalhando em uma empresa familiar que prestava serviços à fábricas.

Histórico.

São as seguintes às declarações do paciente:

No dia 10 de outubro de 1999, sendo passageira do ônibus da empresa ré, este ônibus veio capotar lesando a Autora, que sofreu amputação traumática do braço esquerdo. Foi atendida em Itaboraí no Hospital novo, onde teve tratamento cirúrgico para regularização do coto de amputação.

(2)

Após a alta, levou pelo menos três meses para se recuperar. Não pode mais costurar embora supervisione o trabalho eventualmente.

Hoje tem muitas dormências e parece que o braço ainda está no lugar, sente coceiras e dores.

Exame Físico.

A paciente ao exame é uma mulher de cor branca, que deu entrada caminhando por seus próprios meios e sem o auxílio de aparelhos; está em bom estado físico, bom estado de nutrição e aparenta uma idade física compatível com a idade cronológica.

Está lúcida, orientada no tempo e no espaço, o pensamento tem forma, curso e conteúdo normal, a memória está presente e preservada, o humor igualmente presente e levemente deprimido. Não notamos a presença de delírios ou alucinações.

O exame físico direcionado demonstrou.

a) amputação no terço proximal do braço esquerdo;

b) cicatriz arciforme algo alargada medindo 21cm sobre o coto de amputação;

Discussão.

Trata-se de um processo de Responsabilidade Civil, por alegado acidente, estando a Autora na condição de passageira. De todos os elementos acostados aos Autos, destacamos os seguintes trechos e documentos de real interesse para a perícia.

 Fls. 02, Peça Exordial: "… em 10 de outubro de 1999, a autora como passageira da ré … o referido ônibus veio a capotar causando-lhes graves ferimentos, o que motivou a perda do braço esquerdo …”;

 Fls. 08, Peça Exordial: "… requer: Verba reparatória pelo Dano Material, Moral …”;

 Fls. 11, Declaração da Prefeitura Municipal de Itaboraí, onde consta: “ … dia 10/10/99, vítima de

(3)

acidente …apresentando amputação traumática em membro superior esquerdo … regularização do coto de amputação …alta em 06/11/99 …”; datada de 22/12/99 ;

 Fls. 12, Auto de Exame de Corpo de Delito Modalidade Lesão Corporal, datado de 08/12/99 onde consta: “… cicatriz arciforme na face anterior do ombro com vestígios de sutura … regularização de coto de amputação …”;

 Fls. 13, Orçamento da OV - Ortopedia Venâncio Ltda no valor de R$ 29.000,00 (vinte nove mil reais) referente à Prótese de Braço Mioelétrica confeccionado em material importado da Otto Bock, datado de 28/04/00 (192,05 - salários mínimos);

 Fls. 14-16, RO (Registro de Ocorrência) da 71ª DP, datado de 11/10/99 onde consta o nome da autora como vítima;

 Fls. 18, declaração da prefeitura de Itaboraí listando os pacientes vítimas do acidente, onde consta o nome da Autora como vítima;

 Fls. 42, Quesitos do réu;

 Fls. 103, Mera repetição de fls. 11;  Fls. 104, Mera repetição de fls. 12;

 Fls 113, Declaração da Sra. Adelaide carvalho Martins do Amaral, sobre pagamentos efetuados à Autora em remuneração de serviço que chegou a R$ 1078,00;  Apresentado ao Perito na data da perícia o orçamento

da Ortopedia Rozendo, no valor de R$ 35.000,00 datado de 17 de janeiro de 2002 (194.04);

 Apresentação ao perito de orçamento de prótese atualizado da ortopedia Venâncio no valor de R$ 35.000,00 (194 salários mínimos)

Em face ao exposto, o nexo causal fica definitivamente estabelecido. Não fez a Autora qualquer prova de despesas realizadas por conta do evento.

Quanto à declaração de recebimento por prestação de serviço em não sendo um documento oficial (RPA), deixamos a sua valorização como prova, ao encargo do MM Julgador.

(4)

Consideraremos por falta de qualquer outra comprovação como cessada a incapacidade temporária 30 dias após a alta hospitalar.

Conclusão.

a) Das incapacidades.

Do traumatismo sobre o membro superior esquerdo com amputação traumática, ocorrido em 10/10/99, arbitro as incapacidades nos graus e períodos seguintes:

i. No grau percentual de 100 % em caráter

temporário no período compreendido 10/10/99 e

6/12/99;

ii. No grau percentual de 70 % em caráter

permanente e vitalício a partir de 7/12/99;

b) Dos tratamentos.

O tratamento médico foi completado, e é desnecessária qualquer outra medida terapêutica. Entendemos desnecessário tratamento, psicológico psiquiátrico ou assemelhado.

c) Das despesas.

A Autora não comprovou despesas com materiais e medicamentos, bem como despesas médicas ou hospitalares.

d) Dos ganhos.

A Autora não comprovou ganhos em documento oficial, assim sendo arbitramos o salário mínimo, ou seus múltiplos para os cálculos de reparação, se após a análise criteriosa de todo o teor do feito esta ação for entendida e julgada procedente.

(5)

e) Das próteses.

Faz a Autora jus a uma prótese para ombro, articulada, mioelétrica, no valor de 194 salários mínimos, substituível a cada 8 anos, devendo receber uma verba de manutenção anual de 10% do valor total.

Deve ainda ser submetida a programa intensivo de fisioterapia na forma a seguir:

Tratamento fisioterápico P pr ot e ti za çã o Procedimento Valor unitário (R$)

Quantidade Valor total (R$)

1 Consulta de fisioterapia quinzenal 50,00 04 200,00 Fisioterapia para ganho de massa muscular 30,00 60 1800,00 D ur a nt e a pr ot e ti za çã o Consulta de fisioterapia semanal 50,00 04 200,00 Consulta de fisioterapia quinzenal 50,00 06 300,00 Fisioterapia para adaptação do paciente à prótese. 30,00 8- 2400,00

TOTAL. (24,5 salários mínimos)4900,00

f) Do dano estético.

A Autora suporta um dano estético em grau máximo. Em uma tabela aleatória dentro deste grau e que vai de 1 a 5 será conferida o grau 02. Alertamos no entanto, que a sua conversão em pecúnia deverá ser objeto da apreciação do melhor arbítrio do judicante, se após sua sempre criteriosa avaliação for a presente ação entendida e julgada procedente.

(6)

Contava a Autora com 37 anos e cinco meses a época do fatos, idade técnica de 37 anos, sendo a sua sobrevida provável de 37 anos pela tábua do IBGE 98.

h) Do dano moral.

Sendo o dano moral de discussão no foro exclusivo do Direito, entendemos seja a sua avaliação e possível quantificação, melhor apreciada pelo sempre prudente arbítrio do MM Julgador.

Resposta aos quesitos:

Do Réu.

1) Esclareça o Dr. Perito se a vítima sofreu algum tipo de lesão decorrente do evento descrito na inicial bem como, em caso positivo, quais as lesões sofridas pela vítima segundo o boletim de atendimento hospitalar do 1º hospital que a socorreu após o acidente;

R: Amputação traumática do Membro superior esquerdo;

2) Informe o Dr. Perito se as lesões, por si só, eram passíveis de cura, se convenientemente tratadas;

R: Sim;

3) Qual o tratamento adequado para a cura das lesões e qual o tratamento que foi feito;

R: O tratamento feito foi o adequado;

4) Houve imperícia no tratamento atribuível a própria vítima ou a terceiros;

R: Não;

5) Qual o período de tempo necessário para cura total das lesões, quer para o período de incapacidade total, quer para o período de incapacidade seguinte, se este for existente, se possível algum regresso nos sintomas;

R: Vide item “A” da Conclusão;

6) Qual o montante das despesas médicas comprovadas nos autos;

(7)

R: Inexistem comprovação de despesas médicas;

7) Qual era o ganho líquido da vítima na data do acidente e qual a sua profissão;

R: Melhor dirá o MM Julgador após análise do documento de fls. 113;

8) Quanto tempo permaneceu a vítima efetivamente afastada do seu trabalho;

R: Vide item “A” da Conclusão;

9) Quais as lesões encontradas na vítima pelo instituto de medicina legal que a examinou quando da elaboração do laudo do exame de corpo de delito;

R: Amputação traumática do membro superior esquerdo;

10) As lesões encontradas na vítima tem como único fator determinante o acidente narrado na inicial? Sustente;

R: Sim;

É o relatório.

---Oscar Luiz de Lima e Cirne Neto

Referências

Documentos relacionados

Depois de exibido o modelo de distribuição orçamentária utilizado pelo MEC para financiamento das IFES, são discutidas algumas considerações acerca do REUNI para que se

De acordo com resultados da pesquisa, para os AAGEs, a visita técnica não é realizada com a presença do AAGE. Quanto ao “ feedback ” ao AAGE sobre a visita técnica realizada

O fortalecimento da escola pública requer a criação de uma cultura de participação para todos os seus segmentos, e a melhoria das condições efetivas para

intitulado “O Plano de Desenvolvimento da Educação: razões, princípios e programas” (BRASIL, 2007d), o PDE tem a intenção de “ser mais do que a tradução..

No final, os EUA viram a maioria das questões que tinham de ser resolvidas no sentido da criação de um tribunal que lhe fosse aceitável serem estabelecidas em sentido oposto, pelo

A variável em causa pretende representar o elemento do modelo que se associa às competências TIC. Ainda que o Plano Tecnológico da Educação preveja a conclusão da

insights into the effects of small obstacles on riverine habitat and fish community structure of two Iberian streams with different levels of impact from the

Estudos sobre privação de sono sugerem que neurônios da área pré-óptica lateral e do núcleo pré-óptico lateral se- jam também responsáveis pelos mecanismos que regulam o