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Enfermeira Mestre em Ciências da Saúde pela FAMERP, Departamento de Enfermagem Geral, São José do Rio Preto/SP. III

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Academic year: 2021

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RESUMO: RESUMO: RESUMO: RESUMO:

RESUMO: A crise hipertensiva caracteriza-se por uma elevação rápida, inapropriada, intensa e sintomática da pressão arterial, com ou sem risco de deterioração dos órgãos-alvo. Os objetivos foram: identificar pacientes hipertensos, em tratamento ambulatorial, que apresentaram crise hipertensiva, caracterizando-a; e analisar seus hábitos de vida. Trata-se de estudo retrospectivo e estatístico, realizado em 311 prontuários de pacientes cadastrados no Ambulatório de Hipertensão da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, SP, entre 2005 e 2006. Desses 311 pacientes, 39(12,54%) apresentaram crise hipertensiva, dos quais 29(74,4%) tiveram urgência hipertensiva e 10(25,6%) emergência hipertensiva; 21(53,8%) eram do sexo feminino, 18(46,1%) com idade acima de 60 anos, 15(38,5%) com sobrepeso, 7(17,9%) com cefaléia, 27(69,2%) sem alimentação especial e 19(48,8%) sedentários. Esses resultados proporcionam subsídios para intervenções e melhoria da assistência de enfermagem a esses pacientes, prevenindo a crise hipertensiva.

Palavras-chave: Palavras-chave: Palavras-chave: Palavras-chave:

Palavras-chave: Hipertensão; emergência; educação em saúde; enfermagem. ABSTRACT

ABSTRACT ABSTRACT ABSTRACT

ABSTRACT: : : : : Hypertensive crisis is characterized by rapid, inappropriate, acute and symptomatic elevation of blood pressure, with or without risk of target organ damage. The aims were: to identify hypertensive subjects who, during ambulatory treatment, suffered hypertensive crises, and to characterize them by crisis type and lifestyle. This paper reports a retrospective study conducted with 311 medical records of patients registered at the Hypertension Outpatient Department of São José do Rio Preto Medical School. Of the 311 subjects, 39 (12.54%) had hypertensive crises, 74.4% had hypertensive urgencies, 53.8% were women, 46.1% were over 60 years old, 38.5% were overweight, 17.9% complained of headaches, 69.2% were not on special diet and 48.8% were sedentary. These results provide input to treatment and to improving care for these hypertensive patients to prevent hypertensive crises.

Keywords: Keywords: Keywords: Keywords:

Keywords: Hypertension; emergency; health education; nursing. RESUMEN:

RESUMEN: RESUMEN: RESUMEN:

RESUMEN: La crisis hipertensiva se caracteriza por una elevación rápida, inadecuada, severa y sintomática de la presión arterial, con o sin riesgo de deterioro de los órganos afectados. Los objetivos fueron: identificar pacientes hipertensos, en tratamiento ambulatorio, que presentaron crisis hipertensiva, caracterizándola; y analizar sus hábitos de vida. Se trata de estudio retrospectivo y estadístico, en 311 prontuarios de pacientes inscritos en el Ambulatorio de Hipertensión de la Facultad de Medicina de São José do Rio Preto – SP – Brasil, entre 2005 y 2006. De esos 311 pacientes, 39(12,54%) presentaron crisis hipertensiva, de los cuales 29(74,4%) tuvieron urgencia hipertensiva y 10(25,6%) emergencia hipertensiva; 21(53,8%) eran del sexo femenino; 18(46,1%) tenian más de 60 años de edad; 15(38,5%) presentaban sobrepeso; 7(17,9%) se quejaban de cefalea; 27(69,2%) sin alimentación especial; y 19(48,8%) eran sedentarios. Esos resultados proporcionan subsidios para intervenciones para el mejoramiento de la asistencia de enfermería a esos pacientes, previniendo la crisis hipertensiva.

Palabras-clave: Palabras-clave: Palabras-clave: Palabras-clave:

Palabras-clave: Hipertensión; emergencia; educación en salud; enfermería.

C

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NIVERSITARIO

Juliana Castilho Poloni GasquesI

Dalva Maria da Silveira RolandII

Cláudia Bernardi CesarinoIII

IAcadêmica do 4o ano do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto-FAMERP, Bolsista pela

BIC-FAMERP. E-mail: julianagasques06@yahoo.com.br.

IIEnfermeira Mestre em Ciências da Saúde pela FAMERP, Departamento de Enfermagem Geral, São José do Rio Preto/SP.

IIIEnfermeira, Professora Doutora em Ciências da Saúde pela FAMERP, Departamento de Enfermagem Geral – São José do Rio Preto/SP.

I

NTRODUÇÃO

A

crise hipertensiva

é uma das complicações da hipertensão arterial, que se caracteriza por uma ele-vação rápida, inapropriada, intensa e sintomática da pressão arterial, com ou sem risco de deterioração rápida dos órgãos-alvo, podendo conduzir a um

ris-co imediato ou potencial de vida, sendo que ris- consi-dera a pressão arterial diastólica superior a 120 mmHg em indivíduos previamente hipertensos1,2.

Reconhecendo a importância da prevenção das crises hipertensivas na vida dos pacientes hipertensos

(2)

em tratamento ambulatorial, este estudo apresenta os seguintes objetivos: identificar os pacientes hipertensos que apresentaram crise hipertensiva, caracterizar o tipo dessa crise e analisar os hábitos de vida desses pacientes.

R

EFERENCIAL

T

EÓRICO

A

crise hipertensiva

pode ser de dois tipos: Urgên-cia e EmergênUrgên-cia Hipertensiva3. Na urgência

hipertensiva, o aumento da pressão arterial (PA) não representa risco imediato de vida e nem dano agudo a órgãos-alvo, portanto, nessa situação, o controle, po-derá ser feito, reduzindo-se a PA gradualmente, em 24h. Já a emergência hipertensiva é a situação clínica carac-terizada por PA marcadamente elevada e sinais de le-sões de órgãos-alvo (encefalopatia, infarto agudo do miocárdio, angina instável, edema agudo de pulmão, eclâmpsia, acidente vascular encefálico, dissecção de aorta), requerendo internação hospitalar3-5 .

As alterações de pressão detectadas parecem ter início com o aumento inadequado dos níveis cir-culatórios de substâncias vasoconstritoras, como norepinefrina, angiotensina ou a vasopressina, o que ocasiona elevação abrupta da resistência vascular sistêmica. Em conseqüência, forças de cisalhamento desencadeiam danos endoteliais, seguidas por depo-sição de plaquetas e fibrinas. Nos hipertensos crôni-cos, as repercussões ocorrem com menor intensida-de, em virtude de alterações vasculares hipertensivas, como a hipertrofia e a remodelação que elevam o limiar de auto-regulação do fluxo sanguíneo e per-mitem a adaptação dos órgãos-alvo aos níveis tensionais elevados1,6,7.

As condições clínicas do paciente precisam ser prontamente avaliadas; a anamnese consiste na ob-tenção de informações indispensáveis para caracte-rizar o quadro e estabelecer a estratégia de tratamen-to. O exame físico é feito para se obter dados objeti-vos do quadro clínico e os exames complementares para a avaliação do estado hipertensivo e das lesões de órgão-alvo, especialmente os exames neurológi-cos, cardiológineurológi-cos, pulmonares e vasculares6.

Uma vez definida a condição de urgência ou emergência hipertensiva e colhidos os exames laboratoriais e complementares, o tratamento deve ser iniciado em seguida, estabelecendo-se metas de duração e intensidade da redução da pressão arterial e dos níveis tensionais a serem atingidos7,8.

A redução inicial não deve ultrapassar de 20 a 25% dos níveis prévios da pressão arterial média. Um critério prático e seguro é não reduzir de imediato a

pressão arterial diastólica (PAD) a níveis inferiores a 100 mmhg e 110 mmhg. Nas emergências hiperten-sivas, devem ser usadas sempre drogas injetáveis, se possível com bombas de infusão contínua e, nas ur-gências, drogas de uso oral ou sublingual, ou, de-pendendo da situação, drogas injetáveis7,9.

A monitorização do tratamento deve ser dirigida não só para os níveis tensionais seguindo os critérios, mas também para o quadro clínico, visando detectar o mais precocemente possível qualquer sinal ou sin-toma de hipofluxo cerebral ou coronariano, permi-tindo ajustes imediatos das doses de medicamentos usados, assim como remodelação das condutas admi-nistradas em ambientes hospitalares e ambulatoriais10.

Os cuidados de enfermagem tornam-se efeti-vos no controle da hipertensão arterial, sendo ne-cessário investir na educação dos pacientes e dos fa-miliares, estimulando-os ao autocuidado e à adesão ao tratamento5.

M

ETODOLOGIA

T

rata-se de um estudo

retrospectivo, em que os dados foram coletados, por meio de um formulá-rio própformulá-rio da instituição – campo de estudo, em 311 prontuários de pacientes cadastrados no Ambulató-rio de Hipertensão Arterial da Faculdade de Medici-na de São José do Rio Preto (FAMERP), São Paulo. Foram incluídos todos os prontuários dos pacientes atendidos nesse ambulatório, no período de janeiro de 1996 a janeiro de 2007, tendo sido preservado o anonimato dos indivíduos pesquisados.

As variáveis estudadas foram: episódio de crise hipertensiva, em algum momento do tratamento ambulatorial e sua classificação, dados demográficos (sexo, cor, idade, estado civil, escolaridade e ocupa-ção), médias da pressão arterial sistólica (PAS) e PAD, sinais e sintomas e medicações prescritas, registrados em seus prontuários, índice de massa cor-poral (IMC) e hábitos de vida desses pacientes.

Utilizou-se a estatística descritiva na análise dos dados, os quais serão apresentados em tabela. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pes-quisa da FAMERP (Parecer nº 3188/06).

R

ESULTADOS

D

os 311 prontuários

de pacientes do Ambula-tório de Hipertensão Arterial, analisados 39(12,54%) apresentaram crise hipertensiva em algum momen-to do tratamenmomen-to ambulamomen-torial. Os resultados refe-rentes a esse subgrupo são apresentados a seguir.

(3)

Quanto à caracterização demográfica desses

39(100%) sujeitos, 21(53,8%) eram do sexo feminino e 18(46,2%) sexo masculino; 34(87,2%) da cor bran-ca, 3(7,7%) da cor negra; 18(46,1%) tinham idade acima de 60 anos, 14(36%) tinham entre 51 a 60 anos, 3(7,7%) tinham entre 41 a 50 anos; 29(74,4%) casa-dos, 4(10,2%) divorciacasa-dos, 3(7,7%) solteiros; 27(69,2%) com ensino fundamental incompleto, 6(15,4%) com ensino médio completo, 4 (10,2%)eram analfabetos; 12(30,9%) exerciam atividades no lar e 10(25,6%) eram profissionais liberais.

Com relação ao tipo de crise hipertensiva, ve-rificou-se que, dos 39 pacientes, 29(74,4%) foram de urgência e 10(25,6%) de emergência.

Os sintomas prevalentes durante as crises hipertensivas no setor de emergência foram a cefaléia 7(17,9%), cefaléia e tonturas 6(15,4%) e cefaléia, palpitações e precordialgia 5(12,8%). As medicações mais utilizadas foram captopril 25(64,1%) e captopril e nifedipina 6(15,4%).

As médias da PAS e PAD aferidas no inicio e no final da crise foram, respectivamente: PAS 202,3mmHg e PAD 125,64 mmHg; e PAS 158,8 mmHg e PAD 97,407 mmHg.

Quanto ao IMC e hábitos de vida dos pacien-tes, ressalta-se que 15(38,5%) apresentaram IMC entre 25 e 29,9; 27(69,2%) não ingeriam dieta es-pecial; 19(48,8%) eram sedentários; 30(76,9%) não eram tabagistas; 33(84,6%) negaram o consumo de bebida alcoólica e 25( 64,1%) consideravam - se nervosos, conforme mostra a Tabela 1.

D

ISCUSSÃO

D

os 311 pacientes

do grupo de hipertensão, ve-rificou-se que 39 (12,54%) pacientes apresentaram crise hipertensiva em algum momento do tratamen-to ambulatratamen-torial. Vale destacar que um estudo regis-tra a falta de dados precisos sobre a incidência de crises hipertensivas na população hipertensa, sendo que os índices não são altos e a literatura mundial indica valores como 27,5% de todas as emergências clínicas ou 3% das admissões em salas de emergên-cia, podendo afetar cerca de 1% dos indivíduos hipertensos1. A prevalência de crise hipertensiva nos

pacientes desta pesquisa pode ser justificada pelo lo-cal em que ela foi realizada, por tratar-se de um am-bulatório de referência, cujos pacientes apresentam hipertensão acima do estágio 2.

Com relação ao sexo, o estudo mostrou o pre-domínio de mulheres (53,8%), achados encontra-dos também na pesquisa com pacientes hipertensos

nas unidades de emergência em Fortaleza-Ceará. Os autores afirmam que a presença mais significativa de mulheres com crise hipertensiva pode ser decorren-te do fato de constituírem a maioria nos programas de tratamento da hipertensão arterial11. A

prevalência do sexo feminino nos programas parece ser resultado de uma característica de gênero, acres-cida das mudanças sociais nos últimos anos, como o aumento da jornada de trabalho das mulheres12,13.

Já com relação à idade e à cor, foi constatada uma predominância de pessoas acima de 60 anos de idade (46,1%) e de indivíduos brancos (87,2%). Araújo14 afirma que a hipertensão arterial está

dire-tamente relacionada com a idade, aumentando sua incidência nos indivíduos a partir da quinta década de vida. As V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial15 descrevem o aumento linear dos níveis

tensionais com a idade.

TTTTTABELAABELAABELAABELAABELA 1: 1: 1: 1: 1: Distribuição das variáveis clínicas e hábitos de vida dos pacientes cadastrados no ambulatório de hipertensão arterial. São José do Rio Preto, SP, 2007.

(4)

Quanto à cor, um estudo da adesão ao trata-mento da HAS confirma os dados desta pesquisa, em que 228 (83,5%) dos casos de urgência e 155 (86,6%) de emergência hipertensiva — a maioria — ocorreram nos indivíduos de cor branca14. Esses

resultados contradizem as diretrizes, sendo a hiper-tensão prevalente em mulheres afro-descendentes, com excesso de risco de hipertensão de até 130% em relação às mulheres brancas15.

Os fatores de escolaridade e ocupação obtidos foram: 69,2% tinham o ensino fundamental incom-pleto e 30,9% eram do lar. Nível socioeconômico mais baixo está associado à prevalência de hipertensão arte-rial, além de maior morbi-mortalidade cardiovascular14.

No estudo de caracterização dos pacientes que tiveram suspensão de cirurgias por hipertensão arterial perioperatória, 37,7% dos pacientes eram do lar, ou seja, também foram maioria na pesquisa, a justificativa que também cabe a este estudo é de que houve uma predo-minância feminina no grupo16.

Observou-se que o tipo de crise hipertensiva prevalente foi a urgência hipertensiva 29 (74,4%), corroborando os achados do estudo de Martin et al.17,

que analisaram prontuários de pacientes sintomáti-cos com elevação dos níveis de pressão arterial diastólica > 120 mmHg, atendidos em setor de emer-gência de um hospital universitário durante 12 me-ses, os quais também constataram prevalência de urgências hipertensivas(60,4%).

Este estudo revelou que, entre os sinais e sin-tomas apresentados, os mais comuns foram cefaléia (17,9%), cefaléia e tonturas (15,4%), cefaléia, pal-pitação e precordialgia (12,8%). Uma pesquisa rea-lizada em um hospital de ensino em Recife, Pernambuco, que verificou o uso de medicamentos sintomáticos em pacientes hipertensos atendidos em um setor de emergência com crise hipertensiva, mostrou que os principais sintomas apresentados fo-ram cefaléia (35%), dor precordial (21%) e dispnéia (16%)18. Já no estudo de pacientes atendidos em um

pronto atendimento teve como sintomas registrados: cefaléia, tontura, dispnéia, déficit neurológico e dor torácica. Os achados destes estudos foram semelhan-tes com esta pesquisa17.

Entre os medicamentos administrados durante a crise hipertensiva, o captopril, associado com outros medicamentos, ou não, foi a opção mais utilizada, con-forme os registros dos prontuários estudados. Na pes-quisa do referido hospital de Recife, constatou-se que o critério de alta foi alcançado por 58,8% dos pacien-tes tratados com medicação sintomática (analgésico ou ansiolítico) e por 44,9% dos pacientes tratados com

medicação anti-hipertensiva (captopril)18. O captopril

é um inibidor da ECA eficaz no tratamento da hiper-tensão arterial, reduzindo a morbidade e a mortalidade cardiovasculares nos hipertensos, pacientes com insu-ficiência cardíaca, paciente com infarto agudo do miocárdio, entre outros15.

Neste estudo foram analisadas as médias da PAS e PAD antes e após crise hipertensiva; já em uma outra pesquisa, as médias dos níveis tensionais sistólico e diastólico foram verificadas somente no momento da admissão do paciente no setor de emer-gência, e encontraram resultados semelhantes ao da presente investigação, sendo as médias da PAS 186,4 mmHg e 107,2 mmHg para a PAD18.

Os valores do IMC predominante variaram de 25 a 29,9 kg/m², classificando os pacientes com sobrepeso. Pesquisa realizada em um hospital de ensino constatou um IMC de 18,6 a 44,3 kg/m2,

sendo que 62 pacientes apresentavam sobrepeso e obesidade grau I18. O excesso de massa corporal é

um fator predisponente para a hipertensão, poden-do ser responsável por 20% a 30% poden-dos casos de HAS e a obesidade central um importante indicador de risco cardiovascular15.

Quanto à prática de exercícios físicos, este es-tudo verificou que 48,8% dos pacientes relataram que eram sedentários, dados também observados em outra pesquisa, em que se realizava a prática de ati-vidades físicas com menos freqüência. Há evidênci-as de que a prática regular de exercícios físicos pro-duz redução das pressões sistólica e diastólica e con-trola os desvios metabólicos freqüentemente associ-ados no portador de hipertensão11.

Dos 39 pacientes estudados, a maioria conside-rava-se nervosa, sedentária, não realizava dieta sepa-rada da família ou qualquer restrição. Esses achados estão de acordo com os resultados encontrados no estudo de 27 portadores de hipertensão arterial11,

tam-bém desenvolvido com indivíduos em tratamento ambulatorial que tiveram crises hipertensivas, em que verificaram que o fato de comparecerem às consultas e receberem orientações parece não modificar o com-portamento, uma vez que a maioria dos entrevistados não praticava exercício físico e demonstrava déficit de conhecimento sobre a doença e seu controle.

C

ONCLUSÃO

A

prevalência de

crises hipertensivas nos paci-entes em tratamento ambulatorial de hipertensão arterial da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto/SP demonstrou discordância com dados

(5)

da literatura, que pode ser justificada pelo fato desse ambulatório ser referência para atendimento de hipertensos acima do estágio 2. Verificou-se também que tais pacientes não demonstraram adesão ao tra-tamento não medicamentoso.

A partir desses dados, conclui-se que, mesmo estando em tratamento ambulatorial, os pacientes apresentaram crises hipertensivas, o que pode ser de-vido à falta de conscientização quanto aos hábitos de vida saudáveis, sendo que os resultados deste estudo proporcionarão subsídios para a implementação de intervenções para melhoria da assistência a esses pa-cientes hipertensos, prevenindo a ocorrência de cri-ses hipertensivas.

R

EFERÊNCIAS

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Recebido em: 11.09.2007 Aprovado em: 15.12.2007

Referências

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