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AS FONTES TIPOGRÁFICAS: SEU NOME E DESENHO. Rodrigo Cristiano Alves

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Academic year: 2021

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AS FONTES TIPOGRÁFICAS: SEU NOME E DESENHO

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RESUMO

O presente trabalho se propõe traçar um paralelo entre a relação do nome das fontes tipográficas com o seu desenho.

Ao longo da história percebe-se que o batismo de determinadas famílias tipográficas assumiu formas distintas, ora se relacionando a nomes que homenageiam seu criador, nomes recebidos a partir de títulos de livros, empresas, jornais, movimentos artísticos, em fatos cotidianos, dentre outros.

Neste estudo, entretanto nos restringimos a analisar a produção tipográfica brasileira, enfocando principalmente aquelas cujo desenho de seus tipos está relacionado com o seu nome.

PALAVRAS CHAVE:

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I - INTRODUÇÃO

A todo momento estamos cercados por diversos meios de comunicação. Sejam eles visuais, verbais ou não-verbais, estes que estão presentes em nossas vidas desde o nosso nascimento.

Um processo de comunicação é a escrita. Esta, que pode se manifestar de forma visual ou não, e está incontestavelmente e quase que onipresente em nosso cotidiano. Para que ela aconteça é necessário que um registro visual aconteça, e de alguma forma podem se manifestar de maneiras distintas, as quais apresentamos a seguir.

Desde os primórdios da humanidade o homem busca se expressar por meios de ideogramas e signos fonéticos. Esses registros foram feitos com os mais variados instrumentos e sobre diferentes suportes. Um fato que não podemos omitir, é a apropriação de elementos e suportes que o meio lhe propiciou.

“Os desenhos das letras produzidas por culturas e povos distintos continuam sendo estudados, recriados e reaproveitados com matéria prima para o design tipográfico.” ROCHA (2003, p12, 13)

Analisando o processo de criação de famílias tipográficas podemos perceber que o seu processo de criação de uma tipologia1 envolve um conhecimento artístico e técnico, onde poderão ser encontrados elementos característicos de um período histórico, social, cultural em que se está inserido. A tipografia pode ser usada como instrumento de expressão para transmitir mensagens de comunicação visual com o objetivo de informar, ilustrar, chocar, influenciar ou acalentar.

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“Uma tipologia ou família tipográfica é um conjunto de caracteres que guardam as mesmas características essenciais de seu desenho, independemente do peso, da inclinação e do corpo. A família é identificada por um nome, atribuído por seu autor, casa tipográfica ou distribuidora de fontes.” (NIEMEYER, 2001)

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Assim verificamos nas palavras de NIEMEYER (2001, p10,11).

“a tipografia deve colaborar também, em outro aspecto da transmissão da mensagem em linguagem verbal escrita. Ele é o de suprir, com os recursos que lhe são próprios, a expressividade, a ênfase necessárias à comunicação, à semelhança do que ocorre na comunicação inter-pessoal, com recursos da linguagem gestual (postura, expressão fisionômica, movimentos, etc) e da oral (as variações de altura, ritmo e tom da voz).Uma outra função importante da tipografia é a de conduzir o leitor à leitura, estimular a sua percepção da estrutura subjacente do texto, facilitar a compreensão da informação e aprofundar o seu entendimento.”

Uma outra função importante da tipografia é a de conduzir o leitor à leitura, estimulando sua percepção quanto a estrutura do texto, facilitando a sua compreensão acerca da informação e

aprofundando o seu entendimento. Considerando o processo de criação de uma fonte tipográfica, esta pode ter a inspiração para

construção de seus caracteres em fatos cotidianos, em obras de artes, elementos da natureza ou, simplesmente, na junção ou alteração de elementos de famílias tipográficas já existentes.

O desenvolvimento de uma família tipográfica pode vir a demandar ou não uma certa quantidade de tempo devido à habilidade técnica de seu criador, detalhamento de seu corpo e outros fatores que envolvem a construção dos tipos.

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II - CRIAÇÃO TIPOGRÁFICA

Com o desenvolvimento da escrita no início da civilização e as novas tecnologias que foram desenvolvidas para a criação de tipografias, criar uma fonte tipográfica era uma tarefa que poderia demandar tempo. Os processos utilizados eram estritamente manuais de acordo com as técnicas que eram empregadas e dos processos utilizados, o que demandava um alto nível de habilidade e destreza dos tipógrafos.

O século XIX trouxe para os fabricantes de tipos o desafio de encontrar uma nova expressão tipográfica para a sociedade industrial. Já no século XX ocorreram inúmeras transformações para o panorama tipográfico, numa sucessão de impulsos mercadológicos. Os países europeus, que por sua vez, são os que mais se desenvolveram na linguagem tipográfica, continuaram a produzir tipos marcantes mas no início do século XX, os Estados Unidos já apareciam como potência tipográfica.

“A produção tipográfica brasileira ainda é muito recente (Registros de produção datados do século XIX)” (FERLAUTO, 2002).

Esse atraso em relação ao cenário europeu ocorreu devido a falta de tradição que o Brasil tem no ensino e projeto na área de tipografia. A melhor maneira de buscamos algum elo no passado é conhecendo os mestres compositores e reconhecendo os novos paradigmas dos tipos. Uma tipografia brasileira, certamente, só será autêntica e reconhecida internacionalmente se ela refletir a realidade em que está sendo criada e produzida. (FARIAS, 2001)

A partir da década de 1970 o processo de criação de fontes tipográficas ganhou um forte aliado, com a criação de computadores que utilizavam interface gráfica 2, que possibilitou uma certa facilidade em se criar tipografias, pois foram desenvolvidos softwares específicos para essa finalidade.

Atualmente, as possibilidades geradas pela tecnologia e o acesso a tipografia são ilimitados. A computação gráfica capacitou ao designer a produzir e interferir no design das fontes. A internet está repleta de informações e é o meio-ambiente perfeito para a expansão desse mercado, já que a aquisição de novas fontes, gratuitas ou não, são de fácil e imediato acesso por meio de cópias feitas através da internet.

2 O Equipamento Macintosh projetado pela Frogdesign para Apple Computer e lançado em 1984, possuía tela de alta definição, ícones gráficos e sistemas de escolha pelo mouse, revelou-se exepcionalmente fácil de usar.(TAMBINI, 1999)

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Alguns autores atribuem tipografias criadas por softwares de computador como sendo tipografias digitais e então surgindo um novo termo: Tipografia Digital.

Assim como declara Cláudio Ferlauto (2002, p105):

“a tipografia digital é um grande dom para os designers, o que sucedeu foi que muitas milhares de pessoas passaram a ter acesso ao fazer tipográfico. Essa disseminação possibilitou criar linguagens pessoais a um processo que em paralelo ao toque gestual da caligrafia tradicional, retomando uma tradição renascentista, a de que os artistas poderiam agir como os mestres do passado, manipulando o espaço gráfico, as imagens e a tipografia de modo integrado e em completa sintonia com o seu tempo. A tipografia deixou de ser um template / modelo da tecnologia aos quais os designers se submetiam docilmente para se tornar mais uma forma de expressão do design”

Ao passo que essa nova modalidade da tipografia para alguns autores não pode receber essa definição pois tipografia digital seria considerada como sendo aquela que foi desenvolvida especialmente para ser exibida em um meio eletrônico, como monitores de computador, televisores, displays digitas, relógios.

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III - AS FONTES E SEUS NOMES

O trabalho de elaboração e criação de uma família tipográfica envolve além da criação de todo um conjunto de caracteres, a escolha de um nome.

Muitos tipos clássicos receberam o nome de seus respectivos criadores como é o caso de algumas famílias tipográficas a seguir: (Claude) Garamond (1500-61) ( fig. 01), (Giambattista) Bodoni, (Willian) Caslon (1692-1766), (Firmin Ambrosie) Didot, (John) Baskerville, (Arthur Eric Rowton)

Gill, (Frederic Willian) Goudy (fig. 02), (Lucien) Bernhard (fig. 03), (Edward) Benquiat (fig. 04),

(Max) Calflish, (Adrian) Frutiger.

“Porém alguns nomes podem nos confundir pois ao invés de se referir aos seus respectivos autores estão homenageiam outros. O tipo Bembo (fig. 05) por exemplo, trata-se de uma recriação do trabalho desenvolvido por Francesco Griffo no século XV, sob orientação de Audus Manutius (1450-1515); foi lançado pela Monotype em 1929 homenageando o cardeal Nicolo Bembo. Um outro exemplo a Fonte Franklin Ghotic (fig. 06), de Morris Fuller Benton, que acredita-se homenagear o presidente norte americano Benjamin Franklin”. (ROCHA: 2002; p 86, 87).

Figura 01 Figura 02 Figura 03

abcdefghijklmnopqrstuvxywz

ABCDEFGHIJKLMNOPRSTUVXYWZ 123456789,.:?^}’{ }*,+

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[Digite texto] Figura 04

Figura 05

Figura 06

Pode-se também encontrar fontes que têm seu nome inspirado em livros famosos como, por exemplo, a Golden Type, de Willian Morison utilizada na produção literária The Golden Legend, da Kelmscott Press.

A fonte Avant Garde (fig. 07) desenvolvida pelo Americano Herb Lubalin (1918-1981) em 1970 especialmente para as peças gráficas e convites de uma exposição do pintor espanhol Pablo Picasso nos Estados Unidos. Podemos traçar um paralelo entre o nome da fonte e os trabalhos do pintor espanhol, o nome Avant Garde que no português significa Avanço de vanguarda. O Pintor Pablo Picasso foi um dos artistas precursores de movimentos artísticos de vanguarda no século XX .

Percebemos outra curiosidade que pode ser apresentada a respeito dos trabalhos de Picasso, é que a exposição cujo convite foi feito por Lubalin, se deu no seu período cubista, logo percebe-se

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semelhança com a fonte Avant Garde que por sua vez tem características geométricas presentes na estrutura de seus tipos.

“...desde o início da Renascença italiana, os artistas tinham sido guiados pelos princípios da perspectiva matemática e científica, de acordo com os quais o artista via o seu modelo ou objeto de um único ponto de vista estacionário. Agora, é como se Picasso tivesse andado 180º ao redor do seu modelo e tivesse sintetizado suas sucessivas impressões numa única imagem. O rompimento com a perspectiva tradicional resultaria, nos anos seguintes, no que os críticos da época chamavam visão simultânea - a fusão de várias vistas de uma figura ou objeto numa única imagem” 3

Temos também a fonte Times (fig. 08) que foi criada pelo Inglês Stanley Morison para fazer parte do redesenho do jornal londrino The Times em 1929, a fonte estreou na edição de 03 de Outubro de 1932. A solicitação da diretoria do jornal ocorreu depois que o mesmo criticou duramente o diário, afirmando que o mesmo era mal impresso e ultrapassado tipograficamente. Essa solicitação veio em forma de desafio. Até a década de 2000 o Jornal The Times (agora conhecido mundialmente como New York Times) utiliza-se da tipografia Times, que recebeu o nome do mesmo.

O tipo Times é um tipo universal, devido a sua estrutura que oferece legibilidade e economia de espaço, além de sua inclusão gratuita em todos sistemas operacionais de computadores, o que a tornou muito popular no mundo todo.

Inicialmente a fonte foi de uso exclusivo do jornal londrino durante 01 ano, depois comercializada.

´Times New Roman, recebeu esse nome porque o tipo anterior usado no jornal era conhecido

como Times Old Roman. Ficou em uso como tipo de metal no diário até 1972, quando o sistema de fotocomposição passou a usar a Times Europa, mais robusta, criada por Walter Tracy. Em 1981 a times Europa foi substituída por uma versão da revisão da Times feita pela Autologic. Em 1991 surgiu a Times Millenium, uma outra revisão da Times New Roman. Em 2001 chegou a Times Classic, criada por Dave Farey e Richard Dawson.” (ROCHA: 2003, p106)

A criação da fonte foi inspirada nas gravações feitas em pedra nas catacumbas cristãs e pagãs largamente utilizadas pelos Romanos a partir do séc. 1 D.C.

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Century (fig. 09), criada por Theodore Low De Vine para a revista do mesmo nome.

Bell Centennial originalmente criada por C.H. Griffith para o uso nas listas da Bell Telephone Company.

Kabel ou Cable (fig. 10), criada por Rudolf Koch, recebeu esse nome inspirada no primeiro

cabo intercontinental de comunicação, que uniu a Europa aos Estados Unidos. Figura 07

Figura 08

Figura 09

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Uma outra maneira de nomear as fontes tem sido dar a elas nomes das empresas aos quais foram criadas, além de bandas de música, filmes cinematográficos que também tem tipografias institucionais próprias.

O designer brasileiro Eduardo Bacigalupo desenvolveu a tipografia Vasp (fig.11) para o alfabeto institucional da empresa de aviação de mesmo nome, a tipografia Bardahl (fig.12) para a empresa de lubrificates que recebe esse nome. Podemos também citar filmes cinematográficos de sucesso, que suas respectivas tipografias se tornaram mundialmente conhecidas como é o caso do filme Star Wars (1977) do diretor George Lucas, Star Treck (1967), Indiana Jones e Jurassic Park (do diretor Steven Spilberg).

Muitas bandas de música conhecidas mundialmente possuem tipografias próprias, estas que por sua vez recebem os seus respectivos nomes, podemos citar a banda de Rock Metálica (fonte Metálica), a banda de Heavy Metal Kiss (Fonte Kiss), Evanescence (fonte Evanescence).

Temos também outras empresas como os estúdios de animação Disney que possui a sua tipografia institucional inspirada na caligrafia do seu fundador Walt Disney, fonte: Disney special, a empresa de bebidas The Coca Cola Company fonte: Coca-Cola, a rede de notícias americana CNN, fonte: CNN, dentre outras, que possuem em seu alfabeto institucional tipografias exclusivas.

Figura 12

Tipografia BARDAHL BOLD Autor: Eduardo Bacigalupo Cliente: BARDAHL S.A Figura 11

Tipografia Vasp –

Autor: Eduardo Bacigalupo

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IV- TIPOGRAFIAS QUE TEM SEU NOME BASEADO NO SEU DESENHO

Existem também as fontes tipográficas que tem o seu nome baseado no desenho de seus caracteres. Em especial será analisada a produção tipográfica brasileira, esta que vem crescendo rapidamente e que cada vez mais, recebe mais influência e agregação de famílias tipográficas abrindo um manancial de possibilidades, inclusive para sua utilização comercial de nível internacional..

Passaremos a seguir a analisar algumas fontes tipográficas produzidas por designers brasileiros aos quais encontramos nomes que remetem ao desenho que se sugere.

4.1 - Fonte ZZZ

Autor: Gustavo Piqueira

A palavra onomatopéia pode ser assim definida: Palavra cuja pronúncia imita o som natural da coisa significada (murmúrio, sussurro, cicio, chiado, mugir, pum, reco-reco, tique-taque).

A onomatopéia ZZZ é usada quando se quer representar o sono, muito usada em histórias em quadrinhos onde aparecem personagens sonolentos ou dormindo. Analisando a fonte ZZZ (fig 13). podemos encontrar relação com o quadro “O sono” (fig. 14) do pintor Surrealista Salvador Dalí.

Percebe-se a semelhança com um rosto humano através da mancha no centro. Além deste rosto sonolento do quadro, existem outros fatores que devem ser considerados como traços de elementos moles, derretidos. Como no quadro de Dalí, estes que transmitem a condição humana de alguém em estado de sonolência .

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Cabeça

Terminação do corpo

Olho

Fig. 13 Fonte: ZZZ

Autor: Gustavo Piqueira

Fig. 14

Quadro “O sono” Autor: Salvador Dalí

Detalhe de um caracter (dingbat) .Percebe-se como já mencionamos, a .Percebe-semelhança com o quadro de Salvador Dali. Na parte direita do desenho pode-se encontrar a cauda da cabeça derretida pelo sono. Ao centro um vazio que pode ser comparado ao olho humano.

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4.2 - Fonte: Angular

Autor(es): Elesbão e Haroldinho

O desenho da tipografia angular (fig.15) carrega em seu desenho os ângulos geométricos em seu desenho. Cada tipo possui em sua estrutura uma variação angular de graus (fig.16). Esta variação pode ser percebida se usarmos um instrumento geométrico como o transferidor.

Fig. 15

Fonte: Angular

Autor(es): Elesbão e Haroldinho

Fig. 16

Detalhe da angulação da fonte percebida com o uso do instrumento para medição de graus geométricos.

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4.3 - Fonte: Crocante Autor: Billy Bacon

A fonte crocante (fig.17) possui na a estrutura de seu desenho semelhança com algo crocante. Todos os seus caracteres trazem falhas laterais com se estivesse se desfazendo por causa do processo de fritura ou assamento.

Fig 17

Fonte: Crocante Autor: Billy Bacon

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4.4 - Fonte: Lumbriga

Autor: Escritório de Design Bleque- Subvertaipe)

A fonte lumbriga (fig. 18) recebe o mesmo nome dado ao parasita que se instala no sistema digestivo dos mamíferos. O desenho apresentado remete justamente às formas desse invertebrado verme.

Cada tipo apresenta o desenho de um verme e a sua estrutura corporal compõe cada fonte em separado. Observa-se no desenho pequenos frisos horizontais, sendo estes, detalhes que fazem parte da anatomia da lumbriga. A sua caracterização está diretamente relacionada iconicamente com os anéis que compõe a estrutura de seu corpo.

Detalhe da fonte: Pode-se observar na parte quebrada do biscoito a semelhança das falhas causadas pela quebra na tipografia.

Percebemos plasticamente a

reprodução de uma analogia gráfica que remete a fonte a um estado crocante, a ponto de começar a se desfazer ao ser quebrada.

Figura 18

Fonte: Lumbriga

Autor: Escritório de design Bleque-Subvertaipe

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4.5 - Fonte: Marola Autor: Billy Bacon

Esta fonte nos remete aos marinheiros que ficam em navios, barcos e enbarcações e demais passageiros sofrem os males causados pela náusea resultante do movimento das correntes marítimas, todo esse desconforto popularmente conhecido como enjôo ou marola pode ser percebido na estrutura dos caracteres da fonte de mesmo nome (fig. 19).

A iconização aponta para o movimento das águas que resulta este desconforto. A disposição dos caracteres nos remete ao movimento de sobe e desce do mar, balançando os barcos e navios. O espaçamento das letras, a ondulação da fonte nos remete a isso.

Fig 19

Fonte: Marola Autor: Billy Bacon

Escritório: Bleque Subvertaipe

Cartaz produzido pelo Designer Billy Bacon, onde existe a utilização da fonte, marola, pode-se notar na composição que o uso desta tipografia tornou claro, no caso desta peça gráfica a idéia de movimento.

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4.6 - Fonte: BE-A-BÁ Autor: Tony de Marco

O nome be-a-bá, popularmente conhecido quando se trata de alfabetização, esse termo é utilizado porque o alfabeto também pode ser chamado de “abecedário”. Logo quando nos referirmos ao estudo do alfabeto, podemos dizer que vamos aprender o be-a-bá.

Remetendo às cartilhas didáticas de alfabetização, a fonte Be-a-bá (fig. 20) carrega em seu desenho as características da caligrafia manual voltada para o processo motor de reprodução gráfica dos iniciantes na escrita, e também aos alfabetizandos.

De acordo com a Pedagogia este tipo de caligrafia com traços caligráficos mais arredondados, mais próximos da escrita manual torna o processo de aprendizado e leitura mais fácil devido ao próprio desenho e a conexão dos tipos.

Figura 20 Fonte: Be-a-bá

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V - CONCLUSÃO:

Fontes tipográficas são batizadas das mais diversas maneiras, como já foi apresentado neste estudo. Elas podem receber o nome de seus respectivos criadores, o nome das empresas para as quais foram criadas, nomes de bandas de músicas, títulos de livros, revistas, jornais e produções cinematográficas. Existem, também, aquelas cujo nome conseguem expressar a característica do seu desenho. Como pôde ser constatado, as possibilidades de se nomear uma fonte tipográfica são ilimitadas, dependendo somente da capacidade criadora do seu produtor.

As fontes que tem o seu nome baseado em seu desenho trazem uma vantagem sobre as outras no momento de sua escolha. Devido a grande quantidade de fontes existentes no mercado e a facilidade de acesso a estas, o ato de eleger uma tipografia para ser aplicada nos projetos gráficos se torna facilitado se a mesma possuir o nome que expresse no seu desenho.

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VI - BIBLIOGRAFIA:

COLARO, Antônio Celso. Equilíbrio Visual. Revista Design Gráfico. São Paulo: Editora Market Express, Ano 4, n.13, Abril, 1999.

EDUARDO, Luís. Veja fonte para vídeo. Revista Design Gráfico. São Paulo: Editora Market Express, Ano 5, n. 51, Jan. 2000.

FARAIAS, Priscila L. Tipografia Digital - O impacto das novas tecnologias. 2 ed. Rio de Janeiro: Editora 2AB, 2000.

FERLAUTO, Cláudio. O Tipo da gráfica e outros escritos. 1 ed. São Paulo: Editora Cachorro Louco, 2000.

FERLAUTO, Cláudio. O Tipo da gráfica uma continuação. 1 ed. São Paulo: Editora Rosari, 2002. FERNANDES, Patrícia. Tipografia na Internet exige estética e linguagem própria. Revista Design

Gráfico. São Paulo: Editora Market Express, Ano 8, n. 76, Nov. 2003.

FERREIRA, Rafael Peixoto. Tipografia experimental – a nova era tipográfica. Revista Design

Gráfico. São Paulo: Editora Market Express, Ano 9, n. 77, Dez. 2003.

FILHO, Silvio de Ulhôa Filho. Transgreção Esperançosa. Revista Design Gráfico. São Paulo: Editora Market Express, Ano 6, n. 53, Jul. 2001.

GIL, Vicente; A Revolução dos tipos. São Paulo: FAU – Universidade de São Paulo, 1997.196p. (Tese de Doutorado em Tipografia).

HARRIS, Nathaniel. Vida e Obra de Dali. 2 ed. São Paulo: Ediouro, 1995.

HERNANDES, Meire Marin. Letras. Revista Design Gráfico. São Paulo: Editora Market Express, Ano 9, n. 78, Jan. 2004.

JAQUES, João Pedro. Tipografia Pós Moderna. 2 ed. Rio de Janeiro: Editora 2AB, 2000.

MARTINS. Fernanda. Bembo. Quando uma parceira dá certo... – Coleção Qual é o seu tipo? 1 ed. São Paulo: Editora Rosari, 2003.

NIEMYER, Lucy. Tipografia: Uma apresentação. 2 ed. Rio de Janeiro: Editora 2AB, 2001. ROCHA. Cláudio. A eterna Franklin Góthic – Coleção Qual é o seu tipo? 1 ed. São Paulo: Editora

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ROCHA. Cláudio. Projeto Tipográfico - Análise e produção de fontes digitais. 2 ed. São Paulo: Editora Rosari, 2003.

ROCHA, Cláudio. Nomes de fontes. Revista Tupigrafia. São Paulo: Editora Bookmakers, Ano 1, n.1, Set. 2000.

SIQUEIRA, Sueli. O trabalho e a pesquisa científica na construção do conhecimento. Governador Valadares: Editora Univale, 2002.

TAMBINI, Michael. O Design do Século. 2 ed. São Paulo: Editora Ática, 1999.

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SUMÁRIO

I- INTRODUÇÃO... ...04

II – CRIAÇÃO TIPOGRÁFICA...06

III - AS FONTES E SEUS NOMES ...08

IV – TIPOGRAFIAS QUE TEM SEU NOME BASEADO EM SEU DESENHO...13

4.1 – FONTE ZZZ...13 4.2 – FONTE ANGULAR...15 4.3 – FONTE CROCANTE...16 4.4 – FONTE LUMBRIGA...16 4.5 – FONTE MAROLA...18 4.6 – FONTE BE-A-BÁ...19 V – CONCLUSÃO...20 VI – BIBLIOGRAFIA ...21

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