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ANGOLA EM 30 DIAS. Sumário Executivo. Abril & Maio de 2016

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ANGOLA

EM 30 DIAS

Abril & Maio de 2016

 Em Abril a inflação homóloga aumentou para o nível mais elevado dos últimos

10 anos, atingindo 26,41%. Todavia, a nível mensal, a variação do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) reduziu de 3,43% para 3,14%, de Março a Abril.

 Face a esta alta de inflação, o BNA implementou várias medidas com caracter

restritivo: aos 11 de Abril aumentou o coeficiente de reservas obrigatórias de 25% para 30%, no intuito de retirar liquidez do mercado; e no dia 29 de Abril aumentou a taxa de juro de redesconto em cerca de 100 p.b., de 15% para 16% na reunião do Comité de Política Monetária (CPM),

 Apesar da postura do BNA, a massa monetária (M3) aumentou 26% em Abril,

nível muito próximo ao da taxa de inflação. O aumento da massa monetária é resultado do aumento do crédito ao sector público em 78% e do crédito a economia em 26%. O aumento da massa monetária foi antecedido pelo aumento de 13,7% na base monetária, provocado pelo crescimento do crédito ao sistema financeiro de 75%. Por outro lado, fruto das recentes medidas tomadas pelo BNA, as transações no mercado monetário interbancário (MMI) aumentaram cerca 12,8% entre Abril e Maio. Contudo, em termos homólogos estas transacções reduziram cerca de 67%.

 Para além da variação da massa monetária, um factor relevante para o

aumento da taxa de inflação é certamente o processo actual de desvalorização cambial. Depois da forte desvalorização de 32% em 2015 e dos 15% em Janeiro de 2016, o BNA passou a fazer desvalorizações mais suaves, tendo o kwanza depreciado apenas 4,36% de Fevereiro a Abril do ano corrente, atingido 165,88 por USD e 185,36 Kz/EUR.

 O processo de desvalorização em curso justifica-se pela redução das reservas

internacionais líquidas em cerca de 3% em termos homólogos, enquanto a desvalorização mais suave está a ser suportada pelo ligeiro aumento do preço do petróleo, em Abril e Maio, e pela restrição do acesso à divisas, por via da concessão para sectores prioritários da economia. A venda de divisas média caiu cerca de 58% de 2015 à Maio 2016.

 Os aumentos recentes dos preços do petróleo, levaram ao aumento das

receitas petrolíferas em cerca de 38,8% em Abril, para o nível de 620 milhões USD. O Aumento das receitas foi seguido de imediato pela diminuição das emissões de dívida pública em Abril em cerca de 42% face ao mês de Março, ficando em 168.849,57 milhões AKZ, depois do aumento de 79% em Março, o

que contribuiu para um aumento nosstocksde 5%.

 A redução das emissões e o anúncio da possível abertura de um programa

com o FMI, estão a levar ao reajuste para baixo das taxas de juro dos títulos

do tesouro domésticos e doseurobonds. As taxas de juro dos BT’s a 364 dias

depois de terem atingido 19,88% na terceira semana de Maio caíram para 18,4%

na última semana do mesmo mês. As yileds doseurobonds caíram em Abril,

após a divulgação do possível acordo com o FMI. O reajustamento das Yields é um fenómeno que está a acontecer com outros países da África Subsariana com acesso ao mercado internacional de dívida, como o Gana e a Zâmbia.

 A postura da política monetária manteve-se estável na África do Sul, no Gana

e na Nigéria, enquanto no Quénia foi expansionista.

Sumário Executivo

(2)

Taxas de Juro Luibor Taxas de Juro do BNA 0,0% 0,5% 1,0% 1,5% 2,0% 2,5% 3,0% 3,5% 4,0%

ja n/1 4 ab r/14 jul/14 out/14 jan/15 ab r/15 jul/15 out/15 jan/16 ab r/16

Fonte: INE

 Apesar da postura restritiva adoptada pelo BNA houve um

crescimento forte dos agregados monetários. Nos meses de Março e Abril a massa monetária (M3) aumentou 23% e 26%, em termos homólogos. O aumento da massa monetária em Abril resulta do crescimento do crédito à economia de 26% e do crédito ao sector público de 78%, contribuindo com 15 p.p. e 6 p.p. respectivamente. Os restantes 5 p.p. foram gerados pela diferença entre a reavaliação cambial dos activos externos e do capital do sistema financeiro. A base monetária, porém, cresceu apenas 13,7%, alavancado pelo aumento do crédito à outras instituições financeiras em 75% e contrabalançado pela redução do crédito líquido ao Governo (23%) e a reavaliação cambial dos activos externos e o capital do BNA.

 Analisando os dados da inflação vê-se que, apesar da redução da

oferta e da desvalorização cambial, o crescimento da corelacionado à taxa de inflação. A inflação voltou a ser um fenómeno monetário.

 Para conter o aumento da liquidez e da inflação, o BNA no dia 11 de

Abril aumentou o coeficiente das reservas obrigatórias em 5p.p. para 30% e no seu último Comité de Política Monetária (CPM) aumentou a taxa de redesconto para 16%, uma variação de 1p.p. mesmo nível da taxa de juro de Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez. Caso a taxa de inflação e os agregados monetários aumentem significativamente, é expectável que o BNA volte a adoptar medidas contraccionistas.

 Em consequência, no mês de Abril as reservas obrigatórias

aumentaram 1,6% em contrapartida da redução de 1,4% das reservas livres (de Janeiro a Abril esta redução atingiu 19,5%), levando

também ao aumento das transações no mercado monetário

interbancário (MMI) em cerca 12,8% entre Abril e Maio. Contudo, em termos homólogos estas transacções reduziram cerca de 67%. Paralelamente as taxas as taxas de juro LUIBOR aumentaram, a

Overnightde 11,01% para 14% e de 12 meses para 16,54%.

 A inflação homóloga em Luanda aumentou para 26,41%, apesar do

esforço do BNA em tornar a política monetária mais restritiva. A inflação voltou a superar os registos dos últimos 10 anos, depois de atingir 23,60% em Março de 2016. Este nível de inflação representa uma diferença de 18,18 p.p. face ao mesmo período do ano passado, quando a variação homóloga do IPC atingiu cerca de 8,23%, segundo o relatório do INE. As categorias que mais variação tiveram em termos homólogos são: saúde com 49,10%; bens e serviços diversos 35%; bebidas alcoólicas e tabaco 34,91%; educação 31,94%.

 O aumento acontece apesar do BNA ter adoptado medidas

concretas para restringir a liquidez, por via do aumento da taxa de juro directora, aumento do rácio de reservas obrigatórias para 30%, em moeda nacional, conjugados ao esforço do Governo em criar um sistema de preços vigiados.

 Apesar disto, em termos mensais a inflação de Luanda reduziu, de

3,43% para 3,14% entre Março e Abril, dando sinais de que a postura restritiva do BNA e a gestão da depreciação do Kwanza poderão reduzir a inflação homóloga nos próximos meses.

 A nível nacional, o Índice de Preços do Consumidor Nacional (IPCN)

mensal atingiu cerca de 3,10%, sendo Luanda com 3,14%, Bengo com 3,10%, Lunda Norte com 3,03% as províncias com maior aumento. As províncias com menor variação foram o Huambo 2,33%, Uíge com 2,60% e o Cunene com 2,64%.

 Apesar do forte processo de desvalorização cambial em curso, a

inflação dos bens não transacionáveis é a que mais tem evoluído, fruto do ajustamento que os operadores fizeram dado que muitos dos bens desta categoria são administrativamente controlados, tal como a educação, saúde, água e electricidade.

 A nossa expectativa é que a inflação mensal volte a reduzir em

Maio. 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30%

mar/14 ag o/14 jan/15 jun/15 nov/15 ab r/16

Fonte: INE

Inflação Homóloga 02. Beb idas A lcoólic as e Tabaco 04 . Hab itação, Ág ua, Electric ida de e Comb ustíveis 07. Transportes

10. Educação 12. Bens e Serviços Diversos

Inflação Mensal Inflação Homóloga 0% 2% 4% 6% 8% 10% 12% 14 % 16%

dez/14 fev/15 ab r/15 jun/15 ag o/15 out/15 dez/15 fev/16 ab r/16 Fonte: BNA

Tax a BNA Taxa BNA Ced ência O/N Ab sorção O/N Ab sorção 7 dias OMA 28 d ias OMA 63 dias

10,00 11,00 12,00 13,00 14 ,00 15,00 16,00 17,00

Overnight 30 dias 90 dias 180 dias 270 dias 360 dias

Fonte: BNA mar/16 ab r/16 %

Mercado Monetário

Inflação

(3)

 As receitas petrolíferas aumentaram cerca de 38,8% em Abril, para cerca de 620 milhões USD, depois de terem reduzido cerca de 18% em Março. Apesar deste aumento mensal, em termos homólogos, a receita diminuiu cerca de 25% face ao mesmo período de 2015. O aumento da receita mensal resulta do aumento das quantidades exportadas em 16,86% e do preço em 19,17%, fixando-se em 1,88 barris/dia e 36 USD, respectivamente.

 O aumento das receitas foi seguido pela diminuição das emissões

de dívida pública em Abril em cerca de 42% face ao mês de Março, ficando em 168.849,57 milhões AKZ, depois do aumento de 79% em Março. A redução das emissões foi seguida pela diminuição de 61% nas amortizações e de um aumento nos stocks de 5%. Apesar desta

redução mensal nas emissões, em termos anuais, a variação

homóloga demonstra um crescimento nas emissões de 182,16% e de 68%,72 no stock de títulos.

 A evolução anual das emissões e do stock de dívida têm

pressionado o aumento das taxas de juro dos títulos públicos, tendo

as taxas de 90 dias evoluído de 5,05% para 14,9%, a taxa a 1 ano

evoluiu de 5,27% para 18,03%. Entretanto, o efeito do aumento do preço do petróleo já se fez sentir nas taxas dos títulos públicos, tendo caído de 19,88% para 18,37% na última semana de Maio.

 A nível internacional, apesar do aumento das yields dos Eurobonds

de Angola e da maior parte dos países da África Subsariana, ao mesmo tempo que as agências de rating, Fitch, Moody’s, e S&P fazem um downgrade aos ratings de Angola, nos últimos meses parece haver um processo de correcção positiva das expectativas dos investidores em relação a Angola. A yield dos Eurodonds reduziu de 13,35% no dia 11 de Fevereiro para 9,78% aos 29 Abril de 2016. De facto, as taxas de juro intensificaram a sua redução em Abril, após a divulgação de um possível acordo entre o FMI e as autoridades angolanas.

 Depois da forte desvalorização de 32% em 2015 e dos 15% em

Janeiro de 2016, o BNA passou a fazer desvalorizações mais suaves, tendo o kwanza depreciado apenas 4,36% de Fevereiro a Abril do ano corrente, atingido 165,88 por USD e 185,36 Kz/EUR.

 O processo de desvalorização em curso justifica-se pela redução

das reservas internacionais líquidas em cerca de 3% em termos homólogos, enquanto a desvalorização mais suave está a ser suportada pelo ligeiro aumento do preço do petróleo de Abril a Maio e pela restrição do acesso à divisas, por via da concessão para sectores prioritários da economia. A venda de divisas média caiu cerca de 58% de 2015 à Maio 2016.

 A contracção no volume de divisas vendido no mercado cambial e a

restrição ao acesso têm afectado levado os agentes económicos a procurar outras fontes para a obtenção de moeda estrangeira

(maioritariamente notas), levando ao aumento da procura no

mercado informal e pressionando desta forma a depreciação do Kwanza neste mercado.

 A gestão criteriosa implementada pelo BNA e a conjugação desta

com as medidas de política monetária restritivas serão fundamentais para mitigar a dimensão dos níveis de desvalorização cambial

necessários para equilibrar o mercado. Se o BNA continuar com o

mesmo perfil de desvalorização dos meses anteriores e do ano

passado é expectável que a taxa de câmbio atinja cerca de 179

Kz/USD no final do ano. Porém, é mais provável que este perfil se altere.

 Em Abril as RIL fixaram-se em 24.774,16 milhões USD, num mês em

que as receitas petrolíferas aumentaram.

Taxas de Câmbio

Reservas Internacionais Líquidas

1,00 1,09 1,18 1,27 1,36 1,45 1,54 70,00 90,00 110,00 130,00 150,00 170,00 190,00 210,00

ab r/14 ag o/14 dez/14 ab r/15 ag o/15 dez/15 ab r/16

Fonte: Bloomberg; BNA

AOA /E UR (esq.) AOA /U SD (esq.) EUR/USD (dir.)

Bilhetes do Tesouro

Rating da Dívida soberana

21.000 22.000 23.000 24.000 25.000 26.000 27.000 28.000

jan/15 abr/15 jul/15 out/15 jan/16 abr/16 Fonte: BNA milhões USD 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 300 350 400 450 500 550 600

jan/15 mai/15 set/15 jan/16 mai/16 Stocks BTs BT 91d BT 182d BT 364 d

% mil milhões AKZ

B+ B+ B1 Positivo Positivo Positivo BB- BB- Ba3 Estável Estável Estável BB- BB- Ba3 Positivo Estável Positivo BB- BB- Ba3 Positivo Estável Positivo BB- BB- Ba2 Estável Estável Estável

B+ B+ Ba2

estável estável negativo

B+ B B1

negativo estável negativo 2014 2015 M oody ´ s In ve stors Se rvi ce Stan dard s & Poors Fi tch R ati n gs A n os 2016 2010 2011 2012 2013

Mercado Cambial

Finanças Públicas

(4)

 África do Sul: O Comité de Política Monetária (CPM) manteve a taxa de juro directora em 7%, em consequência da redução da inflação que recuou em 0,1p.p. para 6,2% em Abril. A aproximação da taxa à meta do Banco Central (BC) de 3% a 6%, apesar da contínua desvalorização do Rand (ZAR) que em Maio alcançou o nível de

10,18%, reflecte a moderação contínua da inflaçãonuclear– excluindo

alimentos e crude. O CPM reviu em baixa de 0,8% para 0,6%, as expectativa de crescimento do PIB em 2016, pelo impacto da seca e

da queda na cotação internacional dascommodities.

 Gana: O BC decidiu manter a taxa de juro de referência em 26% na

reunião de Maio, diante da redução da inflação em 0,5p.p. para 18,7% em Abril e da suavização da desvalorização da moeda (Cedi) em 1,5% até Maio, que contrasta com os 14% de 2015 foi de 14% face ao dólar. A conjuntura actual observa-se enquanto decorre o programa

Extended Fund Facility solicitado ao FMI em 2015 com duração de 3

anos, de aproximadamente mil milhão USD.

 Nigéria: A taxa de juro de referência manteve-se em 12% em Maio,

apesar da taxa de inflação ter evoluído em 0,9p.p para 13,7% em Abril, contribuído para a inflação acumulada de 4,1p.p. e da contínua desvalorização da moeda (Naira) que em 2015 alcançou o nível de 6%. A yield dos Eurobonds do maior produtor de crude de África que maturam em 2023, reduziram em 0,91p.p. para 7,33% em Maio, período em que o petróleo, que representa cerca de 35% do PIB, valorizou em 43%.

 Quênia: O BC adoptou uma política monetária expansionista

contrária a maioria das economias africanas, com a redução da taxa de juro de referência em 1p.p. para 10,5% a primeira redução da taxa em três anos. A decisão do comité reflecte a redução da inflação para 5,3%, mantendo-se na meta de 2.5% a 7,5% e a valorização da moeda (xelim) em 1,4% em relação ao dólar, reforçando a expectativa de crescimento de 6,1% em 2016, após registo de 5,6% em 2015.

 O recente relatório do Banco Africano de Desenvolvimento,African

Economic Outlook aponta para um crescimento de 3,3% da

economia angolana em 2016, menos 0,5 pontos percentuais do que em 2015, reflexo da exposição da economia à volatilidade do mercado petrolífero. Antes do BAD, outras instituições internacionais tinham revisto para baixo a perspectiva de evolução da economia

angolana em 2016, como o FMI ,2,5%, e oEconomist Intelligence Unit

,1,1%.

 As exportações de petróleo situaram-se em 56,31 milhões barris em

Abril, aproximadamente 1,87 milhões barris/dia, que compara aos 53,13 milhões barris, cerca de 1,77 milhões barris/dia, registados no período homólogo. A mesma evolução positiva verificou-se no mês de Março, tendo o país exportado 48,18 milhões barris em 2016, superior em relação aos 47,63 milhões barris registados no ano

transacto, a melhoria da capacidade produtiva aumenta a

probabilidade de se atingir os níveis previsto no OGE 2016, 1,89 milhões barris/dia.

 A procura por maior eficiência influenciou o Executivo a reestruturar

a petrolífera estatal Sonangol, resultando num split-off, separando o

seu core business, como concessionária, das demais actividades em

que a mesma estava inserida, o que implicará maior foco na sua actividade principal, promovendo também maior eficiência no sector.

 No que se refere ao sector não-petrolífero, a Unidade Técnica para

o Investimento Privado (UTIP), instituição criada nos últimos meses de 2015 para o controlo e suporte técnico das iniciativas de investimento privadas, divulgou que o volume de intenções de investimentos desde a sua criação estão avaliadads em 30 mil milhões USD, tendo sido aprovados apenas o montante de 7,5 mil milhões USD, em projectos dos sectores da agricultura, pescas e indústria.

Taxa de Inflação (%)

Taxas de Juro de Referência (%) Crescimento Sectorial do PIB não Petrolífero (%)

Crescimento Real da economia por sectores (%)

2,5 0,80 5 2,0 5,80 0 3,2 3,20 1 2,6 -4,00 3 3,5 3,50 3 12,0 2,50 20 2,2 2,20 2 -10 -5 0 5 10 15 20 25 2015 OGE16 2015 P.Crise 2016

Serviços mercantis Energia Construção Indústria transformadora Diamantes e outros Pescas e derivados Agricultura

Fonte: OGE 2016 e Plano. Crise

-0,9 -2,6 9,8 7,8 4,8 10,9 8,2 5,3 2,4 2,7 6,8 4,8 6,6 4 3,3 -4,00 -2,00 0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00

2013 2014 Prel 2015 Rev 2015 Est 2016

Petrolífero Não P etrolífero PIB g lobal Fonte: OGE 2016 14,00 7,00 6,00 26,00 12,75 7,00 12,00 15,50 14,00 7,00 6,00 26,00 10,75 6,75 12,00 15,50 0 5 10 15 20 25 30

Angola África do Sul Botswana Gana Moçambiq ue Namíbia Nigéria Zâmbia

Fonte: Bancos centrais Abril de 2016 Maio de 2016 % 23,60 6,20 19,20 13,61 12,80 21,80 26,41 6,30 18,70 17,29 13,70 21,30 3 6 9 12 15 18 21 24 27

Angola África do Sul Gana Moçambiq ue Nigéria Zâmbia

Fonte: Bloomberg

Ab ril de 2016 Maio de 2016

Economia Real

(5)

 A taxa de juro Luibor Overnight atingiu os 14%, tornando os empréstimos entre bancos mais caros. A taxa de juro de referência do mercado interbancário angolano para maturidade 1 dia, LUIBOR Overnight, atingiu os 14% no dia 27 do corrente mês que compara aos 11,01% verificados no dia anterior, tornando mais custoso aos bancos financiarem-se no mercado interbancário. O aumento é uma consequência das recentes medidas com carácter contraccionista adoptadas pelo Banco Central, nomeadamente o aumento das taxa de juro directora, de 12% para 14%, e das reservas obrigatórias de 25% para 30%.  O saldo da balança comercial caiu 22,8% no 4º trimestre de 2015. O INE divulgou as Estatísticas de

Comércio Externo em que se destaca a queda de 22,8% do saldo comercial no 4º trimestre do último ano para 424,97 mil milhões AKZ, face ao 3º trimestre do mesmo ano, penalizado pela redução das exportações em 12% para 912,69 mil milhões AKZ, ao passo que as importações mantiveram-se estáveis em torno dos 487,72 mil milhões AKZ. No mesmo relatório, importa salientar, o maior destaque da economia italiana como principal destino para as exportações angolanas, que com o incremento de 65,7% para 49,65 mil milhões AKZ face ao trimestre anterior passou de 10º para 2º maior destino das exportações.

 O Instituto Nacional do Café (INCA) divulgou aumento das receitas com a exportação de café. O INCA divulgou que em 2015 o país obteve com a exportação de café 2 milhões USD, superior em 262% ao registo de 552 mil USD referente a 2014 e em 207% ao resultado de 650 mil USD relativo a 2013. O registo reflecte o aumento da procura pelo produto nacional em países do Médio Oriente, além dos habituais consumidores Europeus como Portugal, Itália e França. A expectativa do INCA consiste em dobrar a capacidade de produção actual de 15 mil toneladas/ano, no prazo de 2 a 3 anos para dar cobertura a procura em crescimento.

 O Banco Nacional de Angola (BNA) aumentou o coeficiente de reservas obrigatórias para 30%. O BNA, aumentou o coeficiente de reservas obrigatórias em 5 p.p., para 30%, em MN, mantendo a estrutura de constituição anterior, um mínimo de 20% em liquidez fina e um máximo de 80% em títulos e obrigações do tesouro pertencentes à carteira do próprio banco e/ou com Contratos de Financiamento de médio e longo prazo com o Ministério das Finanças desde que emitidas ou desembolsados a partir de Janeiro de 2015. A medida permitirá absorver liquidez e conter os níveis de inflação actualmente em 23,6%.

 O executivo vai reduzir as despesas com viaturas por via da alteração da Lei do Património Público, num

período em que ostockde Bilhetes e Obrigações do Tesouro atingem o nível mais elevado dos últimos 8

anos. Foi aprovada na generalidade da Assembleia Nacional a proposta de alteração da Lei nº18/10, de Agosto – Lei do Património Público, visando limitar os gastos do Estado com a aquisição de veículos automóveis. A mesma restringe a aquisição directa de veículos pessoais apenas para os funcionários do Estado que sejam titulares de cargos políticos. Destaca-se que o executivo gastou 9,8 mil milhões AKZ para assegurar, no intervalo de 3 em 3 anos, a manutenção das viaturas adquiridas. A Lei é aprovada numa altura em que os avanços do endividamento do Estado levam o estoque de dívida dos BTs a máximo desde a crise de 2008.

 O executivo angolano aprovou a pauta de valores para comparticipação das famílias e empresas nos custos com a recolha do lixo. A taxa pelo serviço de recolha e tratamento de resíduos sólidos reduziu em, aproximadamente, 70% para os agregados familiares, com destaque para os distritos urbanos cujas taxas reduziram de 10 mil AKZ para 2.500 AKZ e para os condomínios que diminuíram de 15 mil AKZ para 3.500 AKZ. No entanto, as taxas referentes as pessoas colectivas apresentaram, em média, aumento de 4,2%, com a maior elevação a registar-se na taxa aplicada as grandes empresas que evoluiu de 150 mil AKZ para 164 mil AKZ. A cobrança irá abranger a província de Luanda e será integrada à factura de fornecimento de electricidade.

 As taxas de juro dos Bilhetes do Tesouro atingiram os 19,10%. Segundo os dados referentes a segunda semana de Maio divulgados pelo BNA, o custo da dívida do Estado a 1 ano situou-se em 19,10%, superando os 18,20% verificados na semana anterior.

 As importações de Angola provenientes de Portugal caíram 44%. Segundo o Instituto Nacional de

Estatística de Portugal, as exportações de mercadorias de Portugal para Angola nos 2 primeiros meses de 2016 registaram uma queda de aproximadamente 44%, de 340 milhões EUR para 190 milhões EUR, em comparação ao período homólogo, diferença agravada se compararmos aos 482 milhões EUR registados há 2 anos. A baixa do preço do petróleo e a consequente redução do volume de divisas disponíveis na economia angolana para a importação têm penalizado ambas as economias, Angola poderá continuar a perder peso como principal cliente do país europeu, tendo passado de 4º para 6º maior cliente.

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2014 2015 2014 2015 2014 2015 2014 2015 2014 2015 2014 2015 2014 2015 2014 2015 A n gol a 25,1 4,8 3,0 126,8 103,0 5.199,3 4.100,3 35,3 24,8 41,9 28,9 40,7 62,3 -2,9 -8,5 7,49 14,27 Á fri ca do Su l 54,0 1,5 1,3 350,1 313,0 6.483,8 5.694,6 28,2 29,7 32,0 33,7 47,1 50,1 -5,4 -4,4 5,78 4,89 B otswan a 2,1 3,2 -0,3 15,9 12,9 7.548,2 6.041,0 38,3 38,2 35,8 39,7 17,9 17,8 15,7 9,3 3,73 3,10 Camarõe s 23,1 9,2 7,7 35,9 38,9 452,9 475,9 14,6 16,1 13,3 14,2 16,8 18,8 -9,6 -12,2 1,20 0,89 Con go 4,4 3,4 2,5 2,2 2,0 1.151,7 1.051,6 60,6 59,4 59,9 59,3 49,5 60,0 -7,9 -2,6 2,92 5,49 R e p. D e m. Con go 81,7 3,3 3,0 10,7 9,7 452,8 401,8 12,4 11,8 14,7 15,5 34,7 35,6 -0,3 -2,2 6,03 7,56 G an a 26,9 5,7 3,0 6,1 6,4 344,0 354,3 25,0 24,7 29,8 30,7 100,4 83,4 -8,2 -8,9 24,15 24,86 M au rí ci a 1,3 3,6 3,4 12,6 11,6 10.032,6 9.218,4 20,6 22,5 23,8 25,9 56,1 58,1 -5,6 -5,1 0,19 1,33 M oçambi qu e 27,1 7,4 6,3 16,9 15,0 619,3 534,9 31,8 29,4 42,5 35,4 57,0 74,8 -34,4 -41,3 1,10 11,10 N amí bi a 2,2 4,5 4,5 13,2 12,8 5.988,1 5.776,9 35,4 33,7 39,4 39,6 25,0 27,2 -8,5 -9,8 4,63 3,50 N i gé ri a 178,7 3,3 4,4 1,3 1,4 14.769,9 14.940,7 37,3 34,3 33,6 32,3 68,6 68,1 -22,2 -14,2 0,52 3,16 Tan zân i a 47,7 2,5 1,7 4,4 4,0 3.483,6 3.139,7 30,1 27,6 31,3 33,1 13,7 17,4 3,3 0,5 6,19 4,93 Qu é n i a 44,1 7,0 7,0 48,1 44,9 1.028,8 941,8 14,9 15,1 18,0 18,8 35,2 40,5 -9,5 -8,7 4,75 6,84 Z âmbi a 15,5 5,6 3,6 27,1 21,9 1.726,0 1.350,2 18,9 17,5 24,9 25,6 35,1 52,9 2,1 -3,5 7,86 21,11 Z i mbabwe 13,4 3,3 1,5 14,2 14,3 1.070,6 1.064,4 26,6 27,3 28,1 28,5 51,1 53,0 -18,6 -17,3 -0,80 -2,35 Fonte: FMI

População PIB per capita (USD) Dívida Pública (%PIB) Inflação (%) Balança corrente

(%PIB) Receitas (%PIB) Despesas (%PIB)

PIB nominal (USD ) PIB (t v, %) 2 0 1 5 2 0 1 6

dez/13 dez/14 Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr

Taxa de câmbio (média)

USD/AOA 97,619 103,069 109,3 110,3 122,2 125,8 125,8 135,3 135,4 135,3 135,3 155,6 158,9 160,7 165,9 EUR/AOA 134,387 125,27 122,1 121,2 136,9 137,9 140,8 151,3 149,0 143,0 147,1 169,9 177,6 179,5 185,4 Taxa de j u ro cré di to ( 1 8 0 d a 1 an o, %) Empresas Moeda Nacional 13,86 13,88 13,29 13,45 13,42 13,88 14,02 15,22 15,2 15,2 15,11 15,22 15,18 15,21 15,24 Moeda Estrangeira 12,07 10,64 12,00 12,00 12,00 12,00 12,00 12,94 12 12 12,97 12 - - -Particulares Moeda Nacional 13,64 13,59 14,02 12,36 11,98 13,01 12,79 15,34 15,32 15,36 10,14 15,35 15,17 17,19 16,29 Moeda Estrangeira 8,15 6,43 1,05 3,19 2,73 3,18 3,18 4,08 3,51 3,51 2,65 6,03 4,65 13,61 10,91 Taxa de de pósi tos ( 1 8 0 d a 1 an o, %)

Moeda Nacional 3,87 4,31 4,38 4,45 3,94 4,20 4,65 3,87 3,87 3,85 4,21 3,84 3,86 3,83 3,85 Moeda Estrangeira 2,25 2,28 2,44 1,84 2,16 2,33 2,56 3,39 3,3 3,45 2,62 2,98 3,07 3,13 2,74 A gre gados M on e tári os ( USD )

M1 2.584,6 3.096,9 3.050,0 3.193,7 3.082,7 3.288,2 3.230,2 3.210,5 3.229,9 3.291,4 3.412,4 3.645,4 3.788,0 3.872,1 3.849,5 M2 4.394,7 5.103,5 5.049,2 5.142,1 5.235,0 5.346,8 5.383,2 5.739,7 5.435,6 5.435,3 5.703,7 6.001,2 6.042,8 6.304,5 6.350,7 M3 4.396,7 5.110,1 5.056,1 5.149,1 5.242,7 5.350,0 5.385,8 5.742,7 5.443,5 5.470,5 5.711,8 6.011,0 6.052,3 6.314,0 6.359,1 Taxa L u i bor ( fi m de pe ri odo, %)

O/N 4,71 6,14 6,25 6,25 11,29 12,27 13,26 11,81 11,66 11,53 11,31 11.30 11,3 11,01 14,00 30 dias 6,99 7,45 7,77 7,77 9,01 10,64 11,4 11,33 11,39 11,32 11,44 11,47 11,67 12,27 13,49 90 dias 7,5 8,02 8,41 8,39 9,33 10,87 11,45 11,50 11,55 11,56 11,88 12,1 12,87 13,31 14,4 180 dias 8,12 8,5 8,98 8,99 9,9 10,93 11,37 11,60 11,68 11,73 12,21 12,55 13,44 14,01 15,18 270 dias 8,82 8,93 9,53 9,5 10,06 10,83 11,19 11,56 11,78 11,89 12,56 12,92 13,87 14,61 15,79 360 dias 9,34 9,55 9,99 10,00 10,28 11,14 11,27 11,65 11,89 12 12,84 13,31 14,43 15,26 16,54 Taxa B ási ca ( fi m-de -pe ri odo, %) 9,75 9 9,25 9,25 9,75 10,25 10,50 10,50 10,50 10,50 11,00 12 12 14 14 Taxa In fl ação ( fi m-de -pe ri odo, y / y , %) 7,69 7,48 8,23 8,86 9,61 10,41 11,01 11,66 12,4 13,29 14,27 17,34 20,26 23,60 26,41 R e se rvas i n te rn aci on ai s ( USD ) 31.154 27.276 25.537 25.600 24.948 24.205 24.464 23.842 23.479 24.890 24.572 24.534 23.888 24.297 24.774 Produ ção de pe tról e o ( mb/ d) 1,73 1,62 1,68 1,73 1,87 1,81 1,75 1,77 1,81 1,84 1,85 1,73 1,75 1,77 1,79 Fonte: BNA, INE, OPEP

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Mercado Monetário e Mercado Cambial

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