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PERFIL ALIMENTAR E ANTROPOMÉTICO DE CRIANÇAS EM IDADE PRÉ-ESCOLAR XIII INIC / IX EPG - UNIVAP 2009

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PERFIL ALIMENTAR E ANTROPOMÉTICO DE CRIANÇAS EM IDADE PRÉ-ESCOLAR

XIII INIC / IX EPG - UNIVAP 2009

Érica Cristina Moreira Guimarães

1

, Marlene Maria Amaral Scheid

2

1

Faculdade de Ciências da Saúde,Universidade do Vale do Paraíba (UNIVAP), Brasil, 12244-000, ericacmguimaraes@yahoo.com.br

2

Faculdade de Ciências da Saúde,Universidade do Vale do Paraíba (UNIVAP), Brasil, 12244-000, mma.scheid@uol.com.br

Resumo- Esta pesquisa foi realizada com finalidade de avaliar o perfil alimentar e antropométrico de crianças de 2 a 6 anos de idade, período que constitui o pré-escolar, assistidas por pastoral da criança de uma igreja de São José dos Campos. Os dados dos inquéritos alimentares foram obtidos através de entrevistas com os responsáveis, no mesmo dia das entrevistas eram aferidas as medidas de peso e altura das crianças dispostas a participar da pesquisa. Para a avaliação de medidas de consumo dietético foi utilizado software especifico para a quantificação de energia. Para as avaliações que dizem respeito a peso e altura foram utilizados gráficos oferecidos pela WHO. Segundo o índice P/I, que mais exemplifica o trabalho, 3,7 % das crianças apresentaram risco de baixo peso, 11,1% apresentaram sobrepeso e 14,8% apresentaram obesidade, mostrando maior risco de obesidade do que desnutrição, caracterizando a transição nutricional. A análise dos macronutrientes mostra que mesmo estando dentro da distribuição percentual, em relação a gramas, as crianças estão consumindo acima do recomendado para a idade. Há necessidade de intervenção nutricional nessa fase, para que não haja agravos de saúde na idade adulta. Palavras-chave:Pré-escolar, avaliação antropométrica, consumo alimentar de crianças

Área do Conhecimento: Nutrição Introdução

Crianças em idade pré-escolar, período que compreende de dois a seis anos de idade, fazem parte de faixa populacional de grande importância, por passarem por processo de maturação biológica e desenvolvimento sócio-psicomotor (GANDRA 1981).

Nessa fase as crianças têm grande interesse pelo mundo ao seu redor, sendo um excelente momento para formações de hábitos que respeitem sua individualidade. Uma característica das crianças nessa faixa etária é a variação de sua ingestão alimentar durante o dia, pois sofrem constantes alterações de apetite, mas o consumo total de energia diária continua constante (LUCAS 2005).

É necessário que seja garantida a oferta diária

suficiente de nutrientes, para que haja

desenvolvimento perfeito e completo da criança. A alimentação é um aspecto que determina a condição de saúde da criança. Quando há privação nutricional podem ocorrer atrasos no

desenvolvimento. Caso haja excessos na

alimentação também pode ocorrer agravos na saúde. Esses índices podem ser avaliados por indicadores antropométricos como peso/estatura, peso/idade e estatura/idade.

A desnutrição reflete em alterações no peso, estatura e massa corporal, o que afeta o desenvolvimento da criança. Embora no Brasil a

desnutrição tenha números consideráveis em diferentes regiões vem ocorrendo uma transição

nutricional, caracterizada pelo declínio da

prevalência de desnutrição e aumento dos casos de sobrepeso e obesidade, como resposta de práticas alimentares incorretas.

Nessas circunstâncias, o presente trabalho tem como objetivo verificar a quantidade de macronutrientes consumidos por pré-escolares, comparando o perfil antropométrico e nutricional com a ingestão alimentar.

Metodologia

Este trabalho tem corte transversal e controlado que avalia o perfil alimentar e antropométrico de pré-escolares.

O grupo estudado foi de crianças em idade pré-escolar, de dois a seis anos de idade, assistidas pela Pastoral da Criança da Paróquia Nossa Senhora do Rosário no Bairro Vila Tesouro na cidade de São José dos Campos – SP. Os encontros ocorriam uma vez por mês, sempre no segundo sábado de cada mês, realizados em um salão cedido pela Unidade Básica de Saúde do bairro para que a Pastoral possa realizar seus trabalhos.

Foram aferidos peso e altura das crianças que tinham idade adequada para participar da pesquisa e as que os pais ou responsáveis se habilitavam em participar, por meio de assinatura

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em um termo de consentimento. No mesmo momento era explicada a dinâmica do projeto, os pais ou responsáveis eram convidados a responder questionário com informações sobre a alimentação da criança.

Após obter informações de peso, estatura, sexo e idade foram calculados os índices de

peso/estatura, estatura/idade, peso/idade,

calculados utilizando os valores de escore-z. Foram utilizados como referência os dados disponibilizados pela WHO/OMS – Organização Mundial da Saúde – 2007.

Os dados dos inquéritos alimentares foram avaliados utilizando o software em nutrição ‘AVANUTRI’.

Para a análise estatística dos dados foi utilizado o programa Microsoft Excel 2003.

A pesquisa foi aceita pela coordenadora da Pastoral da Criança e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Vale do

Paraíba – UNIVAP, segundo o número

H257/CEP/2008. Resultados

Foram estudadas 27 crianças que estavam dentro da idade para o estudo, sendo que 13 (48,1%) eram meninas com média de idade de 3,53 anos (±1,12) e 14 (51,9%) meninos com média de idade de 4,14 anos (± 1,09).

Quando analisado o peso as meninas apresentaram média de peso 20,18 Kg (± 7,69) e os meninos 18,93 Kg (± 4,38).

No que diz respeito à altura os meninos apresentaram média 107,64 cm (± 9,45) e as meninas 106,85 cm (± 10,45). A altura não apresentou diferença ente meninos e meninas. Para o indicador de massa corpórea – IMC – as meninas também apresentaram média maior do que os meninos, 17,14 kg/m2 (± 3,74) e 16,14 kg/m2 (± 2,03), respectivamente.

Para a análise dos indicadores

antropométricos foi levado em conta idade, sexo, altura e peso.

Foram analisados os índices de peso por idade (P/I), peso por estatura (P/E), idade por estatura (I/E) e IMC – índice de massa corporal - por idade (IMC/I) para todas as crianças.

Segundo o índice P/I a prevalência de sobrepeso, 3 crianças (11,1%), foi maior do que o risco de baixo peso, 1 criança (3,7%). Sendo que a obesidade teve prevalência de 4 crianças (14,8%), mostrando que as meninas apresentaram maior número, 3 (75%) dos casos apresentados (Tabela1).

Tabela 1 – Classificação do estado nutricional dos pré-escolares segundo o índice peso/idade (P/I)

P/I Classificação n % Baixo peso 1 3,7 Eutrófico 19 70,4 Sobrepeso 3 11,1 Obesidade 4 14,8 Total 27 100

Tabela 2 – Classificação do estado nutricional dos pré-escolares segundo o índice peso/estatura (P/E) P/E Classificação n % Baixo peso 0 0 Eutrófico 22 81,5 Sobrepeso 2 7,4 Obesidade 3 11,1 Total 27 100

O indicador P/E, mostra que nenhuma das

crianças teve risco de baixo peso, em

contrapartida o sobrepeso e obesidade tiveram

altos índices, 7,4% (2) e 11,1% (3),

respectivamente (Tabela 2).

O índice I/E mostra que crianças acima da estatura (14,8%) é maior que o índice de crianças abaixo da estatura (3,7%). Todas as crianças acima do peso são do sexo feminino (Tabela 3). Tabela 3 – Classificação do estado nutricional dos pré-escolares segundo idade por estatura (I/E)

I/E Classificação n % Baixa estatura 1 3,7 Eutrófico 22 81,5 Acima estatura 4 14,8 Total 27 100

Tabela 4 – Classificação do estado nutricional dos pré-escolares segundo índice de massa corpórea por idade (IMC/I)

IMC/I Classificação n % Baixo peso 0 0 Eutrófico 23 85,2 Sobrepeso 0 0 Obesidade 4 14,8 Total 27 100

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O IMC/I indica que 14,8% (4) das crianças estão dentro da faixa de obesidade (Tabela 4).

Todos os índices estudados mostraram risco elevado de sobrepeso e obesidade, sendo que o risco de baixo peso e desnutrição é bem baixo. O índice que mais exemplifica essa situação é o indicador peso por idade (Tabela 1).

A ingestão calórica média feita pelas crianças foi de 1862,49Kcal (±599,27) para meninas e 1989,55Kcal (± 778,84) para meninos.

A analise de macronutrientes foi feita seguindo as recomendações para carboidratos, lipídios e proteínas, tanto quanto para porcentagem como para gramas.

Na divisão por gramas (g) a ingestão média de proteína foi de 76,9g (± 35,41), de carboidrato foi de 282,83g (± 88,04), e de lipídeo foi de 62,23g (± 29,51).

Na divisão percentual observou-se que a proteína apresentou média de 15,8% (± 4,67), 57,12% (± 6,89) para carboidrato e 27,18% (±7,09) para lipídeos.

Na Tabela 5 são apresentados os alimentos que tiveram maior destaque segundo sua freqüência.

Tabela 5 – Freqüência de Consumo Alimentar

Alimento Nunca % 2 ou mais x por dia % Achocolatado em pó 1 3,7 16 59,3 Leite desnatado 26 96,3 0 0 Carne bovina 2 7,4 14 51,8 Chá Mate 22 81,5 0 0 Açúcar 1 3,7 13 48,1

No que diz respeito a verduras e legumes o mais frequentemente consumido é o feijão, sendo que pepino e milho verde nunca são consumidos pelas crianças (51,8%).

As frutas mais frequentemente consumidas são banana, laranja e maçã, e as com menor aceitação são morango e abacate.

Discussão

No trabalho não foi observado nenhum caso de desnutrição. No indicador peso/idade, que reflete o déficit estatural, pode-se observar apenas um caso de baixo peso, em uma criança do sexo masculino.

O índice idade/estatura reflete mais o fator genético, sendo que a genética reflete diretamente no estado nutricional, determinando a velocidade de crescimento e o estoque de energia, diferenciado entre os sexos. No presente trabalho

houve 4 casos de crianças acima da estatura e todos eram do sexo feminino.

Se analisarmos todos os índices, observamos que a maioria dos casos de sobrepeso e obesidade são crianças do sexo feminino, pois as meninas têm normalmente maior acumulo de gordura. Este fato também foi observado na Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição de 1984, onde a prevalência de sobrepeso foi mais elevada entre as meninas.

Até os 3 anos de idade o crescimento é mais constante em ambos os gêneros, ocorre um declínio por volta dos 13 anos quando começam as transformações da puberdade.

Segundo o indicador peso/estatura, não houve risco de déficit ponderal. Este indicador tem mais afinidade para indicar o sobrepeso e obesidade em crianças maiores de 3 anos, o que aconteceu no trabalho, mostrando 5 (18,5%) crianças dentro desta faixa etária.

A prevalência de obesidade e sobrepeso observado no trabalho é maior no que visto em trabalhos anteriores realizados em Santa Catarina, sendo 6,8% de obesidade em menores de seis anos e 13% de sobrepeso, realizados por CORSO et al (2001) e LIMA et al (2000) respectivamente. O Índice de Massa Corporal – IMC – não é normalmente indicado para avaliação nutricional de crianças, mas no estudo veio complementar o que os outros índices mostraram, a prevalência de sobrepeso e obesidade.

ROLLAND-CACHERA et al (1984) observaram que o IMC adquirido por volta dos seis anos de idade é mantido durante a adolescência, e isso aumenta o risco de a criança ser obesa na fase adulta, caso o IMC apresentado esteja acima da normalidade.

SOARES (2003) alerta que é preciso ficar atento ao IMC, observar se o IMC que a criança apresenta é elevado em decorrência do excesso de gordura ou porque a criança apresenta alto índice de massa magra.

O risco de baixa estatura/peso foi menor do que em trabalhos anteriores, mostrando que as condições nutricionais que levariam a esse agravo não são relevantes. Em contrapartida os casos de obesidade estão acima do que preconiza NCHS, segundo SHILS et al (2003), mostrando que essas crianças tem alto risco de obesidade no futuro. Pode-se observar no estudo que não houve casos de desnutrição e sim maior número de sobrepeso e obesidade, o que caracteriza a transição nutricional que vem ocorrendo no Brasil.

Se analisarmos a distribuição de

macronutrientes, quando se refere à divisão percentual, os nutrientes estão de forma geral balanceados.

Segundo a distribuição percentual analisada, os valores encontrados estão dentro que do

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preconizado pelas DRI’s, que é para proteínas de 10 a 35%, para carboidratos de 45 a 65% e para lipídeos de 20 a 35 %.

Quando falamos da ingestão de nutrientes todas as crianças estão com consumo de proteínas acima do recomendado pela DRI, que é de 0,8g/kg/dia. O mesmo ocorre com carboidrato que em média as crianças ingerem o dobro do que é recomendado. Para lipídeos não há valor determinado pela DRI.

Assim como observado em trabalho realizado por TUMA et al (2005), entre os vegetais apenas o feijão apresenta alto consumo na alimentação, sendo que as frutas e hortaliças não fazem parte da dieta diária da maioria das crianças.

Conclusão

Observou-se no trabalho a transição

nutricional, uma vez que o número de casos de obesidade e sobrepeso é maior que os casos de desnutrição e baixo peso.

Os hábitos alimentares estão diretamente ligados a está situação, pois as crianças estão consumindo mais do que necessitam, associados muitas vezes ao sedentarismo.

Os dados são preocupantes, principalmente se eles persistirem na vida adulta.

Observa-se então de extrema importância a intervenção nutricional nesta fase da vida, para evitar futuros agravos na situação atual.

Referências

CORSO, A.C.T., BOTELHO, L.J., ZENI L.A.Z.R.,

MOREIRA E.A.M. Sobrepeso em crianças

menores de seis anos em Florianópolis, SC. Revista de Nutrição, 2001, vol. 14, p. 21-32. GANDRA, Y.R. O pré-escolar de 2 a 6 anos de idade e seu atendimento. Revista de Saúde Pública, 1981, vol.15, n. 1, p. 3-8.

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International Life Sciences Institute do Brasil (ILSI). DRIs. São Paulo, Nov. 2003.

LIMA A., GRILLO L.P. Diagnóstico nutricional de crianças assistidas em escolas e creches da rede municipal de ensino, município de Bombinhas. In: Anais do Simpósio Sul Brasileiro de Alimentação e

Nutrição; 2000 abril 26-28; Florianópolis, Santa Catarina. Florianópolis: Hart & Mídia; 2000. p. 541-75.

LOPES, F.A.; BRASIL, A.L.D. Nutrição e Dietética em Clínica Pediátrica. 1. ed. São Paulo Ed. Atheneu, 2003.

LUCAS, B.L. Nutrição na Infância. In: MAHAN, L.K., ESCOTT-SUMP, S., Krause: Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 11. ed. São Paulo, Ed. Roca, 2005, p. 246-267

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OMS – Organização Mundial da Saúde

[homepage on the internet] from:

www.who.int/childgrowth/en/

ROLLAND-CACHERA, M.F., DEHEEGER, M., AKROUT, M., BELLISLE, F. et al. Adiposity rebound in children: a simple indicator for predicting obesity. American Journal of Clinical Nutrition, 1984, vol. 39, n. 1, p.129-35.

SHILS M.E., OLSON J.A., SHIKE M., ROSS A.C. Tratado de nutrição moderna na saúde e na doença. 9. ed. São Paulo: Ed. Manole, 2003.

SOARES, N.T. Um novo referencial

antropométrico de crescimento: significados e implicações. Revista Nutrição. 2003, vol.16, n.1, p. 93-103.

TUMA R.C.F.B., COSTA T.H.M., SCHMITZ B.A.S. Avaliação antropométrica e dietética de pré-escolares em três creches de Brasília, Distrito Federal. Revista Brasileira Saúde Materno Infantil 2005; vol. 5, p. 419-28.

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