LUCIENI PEREIRA
Auditora Federal de Controle Externo do TCU
Professora de Gestão Fiscal
Presidente da ANTC
Diretora da CNSP
'Medidas
eficazes
no
combate à corrupção na
gestão dos serviços de
saúde'
Art. 44.
No âmbito de cada ente da
Federação, o
gestor do SUS
disponibilizará ao
Conselho de Saúde
, com prioridade para os
representantes dos usuários e dos trabalhadores
da saúde,
programa permanente de educação
na saúde para qualificar
sua atuação na
formulação de estratégias e assegurar efetivo
controle social da execução da política de saúde,
em conformidade com o
2º do art. 1º da Lei nº
8.142, de 28 de dezembro de 1990
.
CAPÍTULO IV
DA TRANSPARÊNCIA, VISIBILIDADE, FISCALIZAÇÃO, AVALIAÇÃO E CONTROLE Seção I
Da Transparência e Visibilidade da Gestão da Saúde
Art. 31. Os órgãos gestores de saúde da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios darão ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso público, das prestações de contas periódicas da área da saúde, para consulta e apreciação dos cidadãos e de instituições da sociedade, com ênfase no que se refere a:
I - comprovação do cumprimento do disposto nesta Lei Complementar; II - Relatório de Gestão do SUS;
III - avaliação do Conselho de Saúde sobre a gestão do SUS no âmbito do respectivo ente da Federação.
Parágrafo único. A transparência e a visibilidade serão asseguradas mediante
incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, durante o processo de elaboração e discussão do plano de saúde.
Art. 36.
O gestor do SUS em cada ente da
Federação
elaborará Relatório
detalhado referente
ao
quadrimestre
anterior, o qual conterá, no
mínimo, as seguintes informações:
I - montante e fonte dos recursos aplicados no
período;
II - auditorias realizadas ou em fase de execução no
período e suas recomendações e determinações;
III -
oferta e produção de serviços públicos na
rede
assistencial
própria
,
contratada
e
conveniada
, cotejando esses dados com os
indicadores de saúde
da população em seu âmbito
de atuação.
Art. 43.
A
União prestará cooperação técnica e financeira
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para a
implementação do disposto no art. 20 e para a
modernização
dos respectivos Fundos de Saúde
, com vistas ao
cumprimento das normas desta Lei Complementar.
1
oA
cooperação técnica
consiste na implementação de
processos de educação na saúde e na
transferência de
tecnologia
visando à operacionalização do sistema eletrônico
de que trata o art. 39, bem como na
formulação e
disponibilização de indicadores para a avaliação da
qualidade das ações e serviços públicos de saúde
, que
deverão ser submetidos à apreciação dos respectivos
Conselhos de Saúde.
2
oA
cooperação financeira
consiste na entrega de bens ou
valores e no financiamento por intermédio de instituições
financeiras federais.
O procurador do Ministério Público junto ao TCU, Júlio Marcelo de Oliveira, esclareceu a visão do Poder Judiciário sobre direito à saúde. “É
um debate acalorado dentro do Judiciário porque coloca em conflito direitos individuais com o direito de todos”, disse. O procurador também comentou as diferentes decisões tomadas pelos magistrados, divididos entre o orçamento a ser cumprido pelos governos e o direito de todos os cidadãos à saúde”
“O ministro da Saúde, Marcelo Castro, apresentou panorama sobre a judicialização da saúde no País, destacando que os gastos apenas no Ministério da Saúde por força de decisões judiciais aumentaram cem vezes nos últimos nove anos, chegando a mais de
R$ 1 bilhão em 2015. Segundo ele, “o Ministério da Saúde, estados e municípios tentam mitigar ações judiciais inapropriadas que colocam em risco a sustentabilidade do Sistema Único de Saúde”. Marcelo ainda lembrou que o caráter imediatista de cumprimento da maioria das ordens judiciais pode levar ao desperdício de dinheiro público. “A aquisição não é alvo de planejamento ou de processo criterioso de compra. Além disso, a judicialização pode contribuir para que haja fraudes em desfavor do SUS, atropelando o direito dos
que aguardam pelo mesmo atendimento”,
Corrupção privada
Para o deputado Odorico Monteiro (PT-CE), o destaque do texto aprovado é o projeto de lei que criminaliza a corrupção privada. “Estamos tipificando algo que não existia no País, antes um médico recebia propina e isso não era considerado crime”, ressaltou. Essa conduta entre médicos e empresários é condenada apenas no código de ética profissional e, portanto, punida com pouco rigor, argumentou.
Hoje, essa prática é considerada crime apenas quando envolve prejuízo aos cofres públicos, explicou o relator André Fufuca. Por essa razão, a CPI não pode pedir o indiciamento das empresas denunciadas no esquema.
Treinamento continuado
O relator deputado André Fufuca, por sua vez, destacou o projeto de lei que atribui ao Estado a competência de fornecer treinamento permanente a médicos na área de novas tecnologias.A proposta cria o Sistema de Educação em Tecnologia e Dispositivos Médicos, vinculado ao Sistema Único de Saúde (SUS). Conforme o parlamentar, a ideia é romper a fidelidade dos profissionais às empresas que financiam cursos de especialização no País e no exterior. “Cria-se um vínculo ilegal entre o setor privado e o médico, à medida que a empresa paga pela formação do residente”, argumentou.
Nomenclatura
O texto aprovado também pede o
aprimoramento da nomenclatura para os produtos médicos em um esforço de regulamentar o setor. “Não existe padronização e lista pública de preços confiável para uma grande diversidade de produtos”, ressaltou Fufuca.
Segundo ele, hoje a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) registra 44 mil produtos
sob a classificação de “órteses e próteses”, e muitos dos itens estão
repetidos.
Demandas judiciais
O texto também fixa uma série de regras para a concessão de urgência aos pedidos feitos à Justiça para fornecimentos de implantes e medicamentos.
De acordo com o projeto, caberá ao juiz solicitar uma segunda opinião de médico antes de aprovar as liminares. Esses profissionais de saúde irão compor câmara técnica que passará a funcionar no tribunal e em instituições conveniadas.
• Desenvolvido
desde
2005
para
o
processamento das demandas judiciais em
saúde, inicialmente objetivando o cumprimento
da ordem judicial e atualmente permite o uso
em outras funções,
• Vencedor do
Prêmio de Boas Práticas
no
Trato da Judicialização em Saúde promovido
pelo CNJ em 2013
1. Quantificar e delinear o perfil das ações judiciais, dos
autores, prescritores e dos objetos da ação;
2. Organizar a dispensação de itens e serviços e comprovar
o cumprimento da ordem judicial;
3. Fornecer dados para planejamento de compras;
4. Gerenciar estoques;
5. Documentar as comunicações com os autores, PGE e
Poder Judiciário;
6. Permitir o acesso das informações para a PGE;
7. Inativação automática de demandas sem dispensação
(falta de retirada de itens por parte do autor);
8. Relatórios gerenciais.
Sistema S-CODES
AB = Atenção Básica
PCDT = Protocolo Clinico de Diretrizes Terapêuticas CACON = Centros de Alta Complexidade em Oncologia CEAF = Componente especializado de Assistência Farmacêutica
“Art. 16. A Controladoria-Geral da União e os órgãos de controle interno dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, no âmbito de suas competências, de forma isolada ou em conjunto com o Ministério
Público ou com a Advocacia Pública, ou ambos, poderão celebrar
acordo de leniência com pessoa jurídica responsável pelos atos e fatos investigados e previstos nesta Lei que colabore efetivamente com as investigações e o processo administrativo, sendo que dessa colaboração resulte:
... II – a obtenção de informações e documentos que comprovem a infração noticiada ou sob investigação;
III – a cooperação da pessoa jurídica com as investigações, em face de sua responsabilidade objetiva;
IV – o comprometimento da pessoa jurídica na implementação ou melhoria de mecanismos internos de integridade.
Art. 16 (...)
2º O acordo de leniência celebrado de forma isolada pela autoridade administrativa:
I – isentará a pessoa jurídica da sanção prevista no inciso II do art. 6º desta Lei e das sanções restritivas do direito de licitar e contratar previstas na Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, na Lei nº 12.462, de 4 de agosto de 2011, na Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002, e em outras normas referentes a licitações e contratos;
II – poderá reduzir a multa prevista no inciso I do art. 6º desta Lei em até 2/3 (dois terços), não sendo mais aplicável à pessoa jurídica
qualquer outra sanção de natureza pecuniária decorrente dos atos e fatos objeto do acordo;
III – poderá remitir por completo a multa prevista no inciso I do art. 6º desta Lei, caso a pessoa jurídica seja a primeira a firmá-lo, não sendo mais aplicável à pessoa jurídica qualquer outra sanção de natureza pecuniária decorrente dos atos e fatos objeto do acordo.