Damásio Educacional
Razões de recurso – Tribunal de Justiça de Minas Gerais
Coordenação Pedagógica Carreiras Pública - Setembro de 2017
Prof. Darlan Barroso
FUNDAMENTOS PARA RECURSOS
Tribunal de Justiça de Minas Gerais
Oficial de Apoio Judicial
Oficial de Apoio Judicial – Comissário da Infância e da Juventude
Orientações de interposição do recurso
O candidato que desejar interpor recursos contra os gabaritos oficiais preliminares das provas objetivas disporá do dia 27 de setembro de 2017 ao dia 28 de
setembro de 2017 (horário oficial de Brasília/DF).
O candidato que interpuser recurso contra os gabaritos oficiais preliminares
das provas objetivas e das provas escritas, deverá utilizar campo próprio
para a interposição de recursos, no site:
www.consulplan.net.Damásio Educacional
Razões de recurso – Tribunal de Justiça de Minas Gerais
OFICIAL DE APOIO JUDICIAL
COMISSÁRIO DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE
FUNDAMENTOS
ECA – Professor Orly Kibrit
A prova de ECA para Oficial Judiciário (Comissário da Infância e da Juventude) trouxe questões com um alto grau de dificuldade, que exigiram do concursando a leitura atenta e detalhada da lei e o conhecimento de dispositivos variados a respeito da proteção à criança e ao adolescente. Há, contudo, uma questão que apresenta duas alternativas corretas e, por isso, entende-se que deva ser anulada.
Questão 65 - O Estado tem o dever de assegurar à criança e ao adolescente: A) Proibição do ensino noturno regular.
B) Atendimento em creche e pré-escola às crianças de 0 a 5 anos.
C) Atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente em
rede específica de ensino.
D) Acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um.
GABARITO CONSULPLAN : alternativa “D”
A questão tem fundamento no art. 54 do ECA, que assim dispõe:
“Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente:
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria;
II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio;
III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;
IV – atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a cinco anos de idade; (Redação dada pela Lei nº 13.306, de 2016)
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, s segundo a capacidade de cada um;
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do adolescente trabalhador; VII - atendimento no ensino fundamental, através de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.”
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Razões de recurso – Tribunal de Justiça de Minas Gerais
Como é possível verificar a partir da leitura do artigo acima transcrito, especialmente dos incisos destacados, a alternativa “D” e a alternativa “B” estão expressamente previstas no dispositivo legal. Note-se que a alternativa “B” está de acordo com a redação atual do artigo, dada pela Lei 13.306/16.
Assim, tendo em vista que a questão apresente duas alternativas corretas, aguarda-se a sua anulação pela banca.
Língua Portuguesa – Eloy Gustavo
A prova de português foi bem elaborada, apresentando questões com um alto grau de
dificuldade, que exigiram do concursando, além de bom conhecimento teórico, capacidade de interpretação de enunciados e alternativas que nem sempre primavam pela clareza. Há, contudo, duas questões que apresentam problemas conceituais 17 e 25 (prova tipo Branca) e que
mereceriam por isso anulação.
Questão 17 - Em “Mesmo assim, há questões básicas relativas ao que chamamos de sociedade patriarcal às quais ninguém pode se furtar. Nessa mesma sociedade em que o poder concerne aos homens, não podemos dizer que às mulheres foi reservada a violência? ” (4º§) é possível reconhecer duas ocorrências de crase que
A) se mostram facultativas de acordo com a justificativa para sua aplicação.
B) têm como justificativa para sua aplicação o fato de estarem diante de palavras cuja flexão é indicada pelo plural.
C) poderiam ser eliminadas caso o termo regente, responsável pela exigência da preposição “a” fosse substituído por outro termo qualquer.
D) apresentam termos regentes que exigem o emprego da preposição “a” associado à presença do artigo “a” em sua variação no plural.
GABARITO CONSULPLAN : alternativa “D”
Na primeira ocorrência de crase “às quais”, temos a contração da preposição “a” com o pronome relativo “as quais”, o que torna a alternativa “D” incorreta, já que ela aponta que nos dois casos a associação seria com artigo. Ainda que se alegue que o relativo “a qual” seja formado pela combinação do artigo “a” com o pronome “qual”, a questão deve ser anulada, pois isso a tornaria uma questão de gramática histórica, pois exigiria do concursando um conhecimento pautado numa perspectiva diacrônica, incompatível com o que se deve esperar e exigir de um usuário da língua, ainda que bom conhecedor de gramática.
Questão 25 - “Milhares de pessoas participaram de um evento [...]” (1º§) A relação entre verbo e complemento no segmento anteriormente destacado é a mesma indicada
A) “[...] tuitou sobre as marchas deste sábado [...]” (4º§) B) “ [...] organizado pela extrema-direita dos EUA [...]” (1º§)
C) “[...] mas agentes de segurança continuaram patrulhando a região. ” (2º§) D) “[...] que levantou preocupação de que o evento se tornasse violento. ” (1º§) GABARITO CONSULPLAN : alternativa “A”
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Na frase do enunciado, a forma verbal “participaram” foi empregada como transitiva indireta, sendo o seu complemento o objeto indireto “de um evento”. Não há entre as alternativas nenhum verbo que tenha inquestionavelmente a mesma predicação, ou seja,
classifique-se como transitivo indireto. A alternativa “A”, apontada pela banca, traz a forma verbal “tuitou”, que deve ser classificado nesse contexto como intransitivo. Para que ela fosse
classificada como transitivo indireto, seria necessário que o termo “sobre as marchas deste sábado” fosse considerado um objeto indireto, o que é polêmico. Pode-se admitir a esse verbo a construção “tuitar algo a alguém”, em que o termo “a alguém” seria o objeto indireto típico, representando o destinatário da ação. O termo “sobre as marchas deste sábado”, contudo, deve ser classificado, pelo valor semântico que possui, como adjunto adverbial de assunto. Evanildo Bechara (Moderna Gramática Portuguesa, 2001 – Editora Lucerna, pág. 290) e Adriano da Gama Kury (Novas Lições de Análise Sintática, 1993 – Editora Ática, pág. 56) apontam tal valor adverbial para termos iniciados pela preposição “sobre”. Já Celso Cunha (Nova Gramática do Português Contemporâneo, 2007 – Editora Lexikon, pág. 592) afirma ter a preposição “sobre” valor nocional, o que também caracterizaria o termo por ela introduzido como adjunto, já que a preposição dos complementos tem valor relacional.
Constituição do Estado de Minas Gerais – Rafael Paiva
Questão 50 - O nascimento de João não foi registrado pelo pai, que nunca cumpriu o seu dever de assisti-lo, criá-lo e educa-lo, embora a paternidade tenha sido reconhecida por decisão judicial quando ele ainda era menor. Observados os princípios constitucionais da família, do adolescente e do idoso, está correto afirmar que
A) João está obrigado a ajudar o seu pai na velhice, carência ou enfermidade.
B) no registro da nascimento de João deve constar que a sua filiação paterna foi reconhecida por decisão judicial.
C) a relação entre João e seu pai deve ser entendida como uma entidade familiar
D) os programas de amparo aos idosos serão executados preferencialmente em asilos públicos.
GABARITO CONSULPLAN: Alternativa A
Entretanto, nos termos do Artigo 226, §4º, da Constituição Federal, a alternativa “C”
também deveria ser considerada correta, pois o dispositivo constitucional considera que
também é considerada entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e
seus descendentes, como é o caso da relação entre João e seu pai.
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Questão 53 - De acordo com as regras de incompatibilidade, impedimento e suspeição prevista na Lei Complementar no 59/2001, está correto afirmar que:
A) em uma mesma Secretaria do Juízo não podem trabalhar parentes consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, mesmo se aprovados em concurso.
B) servidores que sejam companheiros por união estável reconhecida judicialmente se equiparam a servidores que sejam cônjuges, não podendo trabalhar na mesma Secretaria do Juízo
C) o servidor do foro judicial é proibido de praticar atos de seu ofício em que for interessado parentes consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau.
D) ao Escrivão Judicial aplica-se a mesma regra de incompatibilidade prevista para os servidores em geral.
GABARITO CONSULPLAN: Alternativa C
Entretanto, nos termos do Artigo 267, da Lei Complementar n.º 59/01, a alternativa “B”
também deveria ser considerada correta, os companheiros por união estável também não
podem trabalhar na mesma Secretaria de Juízo, salvo se aprovados em concurso público
Informática – Rene Maas
Questão 39. Analise a seguinte planilha produzida com a ferramenta Libre Office Calc 5.1 (Configuração Padrão – Idioma Português Brasil)
Considere que um usuário digitou a fórmula =XOU(A1=B1;A1>B1;C1>B1) na célula A3 dessa mesma planilha. Pode-se afirmar que o resultado obtido será:
A) FALSO.
B) VERDADEIRO. C) NÃO.
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Razões de recurso – Tribunal de Justiça de Minas Gerais GABARITO CONSULPLAN: alternativa “B”
A função XOU é utilizada para determinar se um conjunto de proposições é VERDADEIRO ou FALSO, retornando sempre uma dessas duas opções. Os resultados possíveis dependem da seguinte regra: A) caso o número de proposições verdadeiras seja PAR, o resultado será FALSO.
B) caso o número de proposições verdadeiras seja ÍMPAR, o resultado será VERDADEIRO Nos exercícios apresentados, temos três proposições, sejam elas:
1. A1=B1. Essa proposição é falsa, uma vez que A1=30 e B1=10 2. A1>B1. Essa proposição é verdadeira, uma vez que 30 é maior que 10.
3. C1>B1. Essa proposição é verdadeira, uma vez que C1 (20) é maior que B1 (10).
Assim sendo, temos duas proposições verdadeiras, número par, e o resultado será FALSO, sendo correta a alternativa A
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OFICIAL DE APOIO JUDICIAL
Processo Civil – Leandro Leão
Verificam-se, pelo menos, 3 (três) questões que devem ser anuladas, quais sejam: 63, 75 e 79 (prova tipo Branca).
Questão 63 - Na Seção V da Lei 9.099/1995, o pedido
A) não poderá ter dispensado seu registro prévio, mesmo que compareçam ambas as partes. B) assim que registrado, a secretaria do juizado designará sessão de conciliação, a realizar-se no prazo de 20 (vinte) dias.
C) poderá ser oral ou escrito.
D) pode ser formulado de forma genérica quando for possível determinar, desde logo, a extensão das obrigações.
GABARITO CONSULPLAN : alternativa “D”
O enunciado trata dos Juizados Especiais cíveis, especificamente sobre o pedido constante na Seção V da Lei 9.099/95 ( artigos 14 ao 17).
O gabarito trouxe como correta a alternativa “D”. Todavia, o teor da alternativa é diferente do disposto no § 2º do art. 14, vejamos:
Alternativa “D” Teor do § 2º, art. 14 da Lei 9.099/95: D) pode ser formulado de forma genérica
quando for possível determinar, desde logo, a extensão das obrigações.
É lícito formular pedido genérico quando não for possível determinar, desde logo, a
extensão da obrigação.
O pedido formulado de forma genérica somente é possível quando NÃO for possível determinar, desde logo a extensão das obrigações! A alternativa foi omissão em relação ao “não”, o que torna a alternativa incorreta.
A alternativa correta seria a letra C que afirma que o pedido poderá ser escrito ou oral, nos termos do caput do art. 14 da Lei 9.099/95:
“Art. 14 O processo instaurar-se-á com a apresentação do pedido, escrito ou oral, à Secretaria do Juizado.”
Conclusão: A indicação constante no gabarito está equivocada, já que alternativa eleita como sendo a correta contraria texto expresso de lei, devendo, assim, a questão ser anulada (ou retificado o gabarito).
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Questão 75- Considerando as disposições contidas no Código de Processo Civil sobre os atos do julgador, de primeira ou de segunda instância, marque o conceito que NÃO está completo: A) O acórdão é o ato pelo qual o Tribunal se manifesta, de forma colegiada, no julgamento que é de sua competência.
B) A sentença é o ato pelo qual o julgador de primeira instância profere decisão extintiva da ação, julgando o seu mérito.
C) O despacho é o ato pelo qual o julgador profere comando ordinatório para a movimentação do processo.
D) A decisão interlocutória é o ato pelo qual o julgador profere decisão sobre questões que não têm o efeito de extinguir a ação ou o recurso.
GABARITO CONSULPLAN : alternativa “A”
A questão 75 tem um equívoco grave, pois as alternativas B, C e D possuem conceitos
incompletos sobre os pronunciamentos do julgador. A alternativa mais completa, se levarmos em consideração o texto de lei, justamente seria a letra “A”, que o gabarito trouxe como sendo incompleta.
Abaixo fica claro o equívoco da questão, bastando um simples comparativo ao texto de lei:
Alternativa Texto de lei (CPC)
A) O acórdão é o ato pelo qual o Tribunal se manifesta, de forma colegiada, no
julgamento que é de sua competência.
Art. 204. Acórdão é o julgamento colegiado proferido pelos tribunais.
Comentário: Seria a alternativa mais completa, se comparada com as demais. B) A sentença é o ato pelo qual o julgador de
primeira instância profere decisão extintiva da ação, julgando o seu mérito.
Art. 203. § 1o Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do
procedimento comum, bem como extingue a execução.
Comentário: Conceito incompleto, já que sentença está ligado ao conteúdo (485 e 487 CPC) e a consequência que gerará (fim da fase cognitiva ou extinção da execução). C) O despacho é o ato pelo qual o julgador
profere comando ordinatório para a movimentação do processo.
Art. 203§ 3o São despachos todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no
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processo, de ofício ou a requerimento da parte.
Art. 203 § 4o Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, independem de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessário.
Comentário: A questão mistura despacho (como ato de mero impulso processual) e atos meramente ordinatórios (de
competência dos serventuários).
D) A decisão interlocutória é o ato pelo qual o julgador profere decisão sobre questões que não têm o efeito de extinguir a ação ou o recurso.
Art. 203. § 2o Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre no § 1o. Comentário: A decisão interlocutória possui conteúdo de sentença, mas não tem
capacidade por fim à fase cognitiva (conhecimento) ou extinguir a execução. Conceito incompleto da alternativa.
Pelos motivos acima expostos, existem pelo menos 3 (três) opções de gabarito (alternativas B, C e D), vez que a definição está incompleta. A alternativa trazida pelo gabarito é a que possui um conteúdo mais completo e, por isso, a questão deve ser anulada.
Questão 79
Questão 79- Não se fará a citação, salvo para evitar o perecimento do direito,
A) de noivos, nos 05 (cinco) primeiros dias seguintes ao casamento.
B) de cônjuge, de companheiro ou de qualquer parente do morto, consanguíneo ou afim, em linha reta ou na linha colateral em segundo grau, no dia do falecimento ou nos 7 (sete) dias seguintes.
C) de doente, enquanto grave o seu estado.
D) de quem estiver participando de ato ou culto religioso. GABARITO CONSULPLAN : alternativa “A”
A questão 79 trouxe como gabarito alternativa que contraria disposto de lei, já que o art. 244 CPC é claro quando prevê que “. Não se fará a citação, salvo para evitar o perecimento do direito: (...) III - de noivos, nos 3 (três) primeiros dias seguintes ao casamento;
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Razões de recurso – Tribunal de Justiça de Minas Gerais O prazo previsto em lei de respeito às núpcias é de 3 (três) e não 5 (cinco) dias.
A melhor alternativa que deveria vir como resposta no gabarito seria a “C”, já que vem expressa esta possibilidade no inciso IV do art. 244 CPC (IV - de doente, enquanto grave o seu estado). Diante disso, a questão deverá ser anulada ou o gabarito retificado.