Coletânea
Realização: CASA AZUL FELIPE AUGUSTO
Apoio: Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente – CDCA/DF Participantes - Crianças e adolescentes da Casa Azul Felipe Augusto
ApresentAção
É com imensa satisfação e orgulho que a Casa Azul Felipe Augusto apresenta o resultado de 02 anos de trabalho prazeroso e ao mesmo tempo sério de reflexão em torno das relações étnico-raciais, no Brasil e, especialmente, na cidade de Samambaia a partir do Projeto Flor da Pele, idealizado e executado pela Instituição.
É bonito ver mudança de hábitos e atitudes e, principalmente testemunhar que é possível, com muito pouco, contribuir para a construção de relações raciais e sociais sadias que valorizam características físicas, costumes e tradições como pilares essenciais de uma sociedade democrática, justa e igualitária.
Enquanto Presidente da Casa Azul Felipe Augusto desejo que esta coletânea possa desencadear, nos leitores, a inquietude que vivenciamos ao executar o projeto: como estamos educando? Que inclusão defendemos? E ainda, que possa valorizar iniciativas que buscam desvendar o poder político que acaba por decidir o destino e lugar social do sujeito pelas diferenças, sejam elas raciais ou sociais.
Sonho ainda que os traços e histórias criadas por nossas crianças e adolescentes sejam instrumentos capazes de gerar nas e a partir das entrelinhas um novo olhar, uma nova postura, um novo jeito de enxergar o diferente como nossas crianças e adolescentes repetiram tantas vezes durante a execução das atividades do projeto “o problema não é SER diferente, o problema é SER tratado diferente”.
sumário
Parte 1 – Oficina Literária
1.1. Releitura do Livro Bola de Neve 1.2. Releitura do Livro Floquinho da Noite Parte 2 – Oficina de Teatro
2.1 - Peça Pretinho da Neve e os Sete Negões 2.2 – Peça Zumbi dos Palmares
Parte 3 – Oficina dos Gibis Parte 4 – 1ª Mostra Afro Cultural
4.1 - Apresentações de dança
4.2 - Exposição dos trabalhos confeccionados Parte 5 – 2ª Mostra Afro Cultural
5.1 – Apresentação do Hip Hop 5.2 - Apresentação de ballet
5.3 –Apresentação do Grupo de Percussão ASCABUM 5.4 – Desfile – Miscigenação Brasileira
oficinA LiteráriA
As atividades desenvolvidas nesta oficina tiveram
como objetivo levar os educandos a refletirem sobre
o preconceito racial, sobre a identidade cultural e o
desenvolvimento do senso crítico. Obras literárias sobre o
assunto foram contadas e trabalhadas pelos educadores,
que provocaram discussões sobre o tema, levando os
educandos a recriarem as histórias contadas de acordo
com as suas percepções e entendimentos, utilizando a
arte como forma de expressão.
Livro Bola de Neve – publicado pela APEC
Técnica utilizada – Origami
Educadora – Maria Domingas Santos da Luz
Educandos – crianças do Programa Brincando & Educando
Faixa etária – 8 a 11 anos
Ele morava numa casa de madeira.
Bola de Neve era um menino negro.
Ele morava numa casa de madeira.
Bola de Neve era um menino negro.
Bola de Neve vivia com sua mãe
e seu cachorro, chamado Duque.
Seu nome não era Bola de Neve, era Joãozinho.
Bola de Neve vivia com sua mãe
e seu cachorro, chamado Duque.
Seu nome não era Bola de Neve, era Joãozinho.
As crianças faziam
Joãozinho viu uma placa
no meio do caminho.
Joãozinho viu uma placa
no meio do caminho.
Bola de Neve foi para casa
Sua mãe falou que a cor que
mais importa é a cor do coração.
Sua mãe falou que a cor que
mais importa é a cor do coração.
No dia seguinte, quando seus
amiguinhos fizeram brincadeiras,
Bola de Neve não ligou.
A partir daquele dia, Bola de Neve
aprendeu a respeitar
seus coleguinhas.
Livro Floquinho da Noite - publicado pela CEEC.
Técnica utilizada - Origami
Educadora: Maria Domingas Santos da Luz
Educandos - crianças do Programa Brincando & Educando
Faixa etária - 8 a 11 anos
Floquinho da Noite era uma ovelhinha
ne-gra linda, porque foi o Papai do Céu que fez.
Ele morava em uma
cabana pertinho do lago
e gostava muito de fazer
novos amigos.
Alguns amiguinhos achavam pouco interessante,
pois acreditavam que só as ovelhas branquinhas
Um dia Floquinho da Noite quis brincar de corda com os
bichos da floresta, que se divertiam próximo à sua casinha.
Mas eles não deixaram, porque o caracol disse que ela era
muito pretinha. Então, ela foi embora triste, muito, muito triste.
Quando deixou a relva percebeu que uma tempestade se
aproximava.
Com medo, os amiguinhos, ao longe, gritavam assustados e
choravam. Floquinho da Noite não pensou duas vezes, saiu
Floquinho os aqueceu
dentro de sua cabaninha.
Quando passou a tempestade, surgiu o arco-íris da amizade e
todos estavam brincando de roda muito a vontade.
oficinA de teAtro
As oficinas de teatro foram desenvolvidas com crianças e
adolescentes de diferentes faixas etárias. Tinham como objetivo
mostrar o negro como protagonista e um pouco de sua história, da
sua luta pela liberdade e pelos seus ideais.
Os educadores motivaram os educandos com a leitura das peças,
levando-os a se identificarem com os personagens.
Peça – Pretinha da Neve e os Sete Negões Local da apresentação – Casa Azul Felipe Augusto Educador – Paulo Gomes de Souza Educandos - crianças do Programa Brincando & Educando Faixa etária – 9 a 11 anos
Peça – Zumbi dos Palmares
Local da apresentação – Teatro Dulcina Educador – Ronivan de Souza Vieira. Educandos – adolescentes dos Programas Brincando & Educando e de Olho no Futuro Faixa etária – 13 a 15 anos
oficinA de Gibis
Os educadores motivaram as crianças/adolescentes por meio da leitura de
obras como: Reizinho do Congo, Dominó das cores, Vista minha pele, Menina
bonita do laço de fita, A joaninha diferente, Pretinha, O menino azul.
Foram utilizadas também, como instrumentos de motivação, letras de músicas,
histórias de personalidades negras, vídeos e documentários.
O Projeto tinha como um dos objetivos além de combater a discriminação
racial, a aceitação por parte dos negros da sua origem e da sua identidade.
Com o desenvolvimento do Projeto foi identificado a mudança de postura com
relação a aceitação e reconhecimento desta identidade.
Deste grandioso processo de aprendizado e conscientização, as crianças e
adolescentes elaboraram gibis que retratam o preconceito racial e a aceitação
da identidade negra, a cultura vinda da África e o legado que, nós brasileiros,
ganhamos com esta miscigenação. A criatividade estampada nos gibis e a
maneira como os educandos retratam os temas trabalhados no Projeto Flor da
Pele levou a Casa Azul a editar as histórias contadas por meio de quadrinhos.
Criação de 12 gibis
Local – Biblioteca da Casa Azul Felipe Augusto Educadora – Maria Domingas Santos da Luz Educandos – crianças e adolescentes do Programa Brincando & Educando
i mostrA Afro cuLturAL
Os trabalhos realizados durante todo o ano de 2012 com todas as
crianças e adolescentes participantes dos Programas da Casa Azul
retrataram a diversidade cultural, de etnia, dando maior ênfase à
cultura negra. As atividades desenvolvidas tiveram como objetivo
trazer a história dos negros, a luta pelos seus ideais e pela sua
liberdade, resgatar e difundir a cultura negra, conscientizar os
educandos sobre os conceitos, valores e simbologia das tradições
e costumes vindos da África. Diante da riqueza dos trabalhos
confeccionados, a Casa Azul optou por realizar a 1ª Mostra Afro
Cultural para divulgar junto a comunidade de Samambaia a cultura
negra e fazer com que a comunidade refletisse sobre os temas
trabalhados, principalmente sobre o preconceito racial. Nesta
amostra tivemos exposição de trabalhos, apresentações de dança
e músicas que enfatizavam a Cultura Afro.
Apresentações de dança
Local – Anexo da Casa Azul Felipe Augusto Coordenação – Mara Macedo Marques Educandos – crianças do Programa Crer Ser Faixa etária – 3 a 6 anos
Exposição dos trabalhos confeccionados Local – sede da Casa Azul Felipe Augusto Coordenação – Márcia Lima e Silva Educandos – crianças e adolescentes do Programa Brincando & Educando Faixa etária – 9 a 14 anos
ii mostrA Afro cuLturAL
O sucesso do Projeto Flor da Pele no ano de 2012, levou a Casa
Azul a ampliar o raio de ação em 2013, isto é, trabalhar não só o
preconceito racial, mas diversos tipos de preconceito, o de gênero,
o de deficiente, o de etnia e o cultural.
As atividades foram prazerosas, mas levaram a reflexão e a
conscientização dos temas abordados com o intuito de extirpar
da sociedade qualquer tipo de preconceito. As diferenças
precisam ser respeitadas.
A 2ª Mostra Afro Cultural expôs os trabalhos confeccionados pelos
educandos e teve a participação dos grupos de dança e de música.
Também foi realizado um desfile retratando os costumes afros. A
comunidade teve a oportunidade de apreciar a beleza dos trabalhos
e refletir sobre os temas trabalhados.
Apresentação de Hip Hop
Local – sede da Casa Azul Felipe Augusto Educador – Jadson Jone Nascimento Moreira Educandos - crianças e adolescentes do Programa Brincando & Educando
Apresentação de ballet Local – sede da Casa Azul Felipe Augusto Educadora – Stephany Barbosa de Sousa Educandos – crianças e adolescentes do Programa
Brincando & Educando Faixa etária – 9 a 14 anos
Apresentação do Grupo de Percussão ASCABUM Local - sede da Casa Azul Felipe Augusto Educador - Adaciel Mendes Portela
Educandos – crianças do Programa Brincando & Educando Faixa etária – 10 a 14 anos
Desfile – Miscigenação Brasileira
Local – sede da Casa Azul Felipe Augusto
Educadoras – Márcia Crisitina Ferreira, Márcia Aparecida Cardoso e Maria Domingas Santos da Luz
Educandos – crianças e adolescentes da Casa Azul Felipe Augusto Faixa etária – 10 a 14 anos
Exposição de trabalhos confeccionados Local – anexo da Casa Azul Felipe Augusto Coordenação – Maria Elisabeth Boaventura Piotto Educandos – crianças do Programa Brincando & Educando Faixa etária – 6 a 9 anos
Exposição de trabalhos confeccionados Local – anexo da Casa Azul Felipe Augusto Coordenação – Maria Elisabeth Boaventura Piotto Educandos – crianças do Programa Crer Ser
Exposição dos trabalhos confeccionados Local – sede da Casa Azul Felipe Augusto Coordenação – Sendy Alves Ribeiro
Educandos – crianças e adolescentes do Programa Brincando & Educando