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AVALIAÇÃO DE PERDAS PÓS-COLHEITA DE MELANCIA NA CADEIA COMERCIAL EM MOSSORÓ-RN

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Academic year: 2021

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AVALIAÇÃO DE PERDAS PÓS-COLHEITA DE MELANCIA

NA CADEIA COMERCIAL EM MOSSORÓ-RN

Norma Danielle S Barreto1; Aline Ellen D de Sousa1; Dalila Regina M. de Melo1; Patrício Ferreira Batista1; Frederico Silva Thé Pontes Filho1; Edna Maria Mendes Aroucha1; Pahlevi A. de Souza1

1

UFERSA – Departamento de Fitotecnia, Mossoró – RN; e-mail: ¹Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) – Departamento de Agrotecnologia e Ciencias Sociais – BR 110, Km 47, Costa e Silva, CEP: 59625-900, Mossoró - RN; ² Centro Federal de Educação Tecnológica do Ceará ²(CEFETCE) – Unidade Descentalizada de Limoeiro do Norte – Rua Estevão Remígio, 1145, Centro, CEP: 62.930-000. E-mail: normaterrarios@yahoo.com.br; aline_esam@hotmail.com; dalilaregina@hotmail.com; patricofb@gmail.com; fredericopontesf@yahoo.com.br; aroucha@ufersa.edu.br; pahlevi@cefetce.br.

RESUMO

Objetivando determinar o volume não aproveitado de melancia foi realizado um levantamento junto aos seguimentos comércio varejista e domicílio no Município de Mossoró-RN. Para se estimar as perdas no domicílio, realizou-se entrevistas individuais com os consumidores em cinco estabelecimentos comerciais (A, B, C, D e E). As entrevistas foram realizadas em quitandas e supermercados localizados nos principais pontos da cidade, sendo o volume descartado no domicílio estimado por declaração espontânea do consumidor. Os consumidores foram questionados quanto: frequência de compra; quantidade comprada; quantidade descartada/não aproveitada; motivo do descarte; tendência de crescimento, de decréscimo ou estabilidade de consumo; e qualidade geral do fruto. No varejo houve acompanhamento, em cada um dos estabelecimentos pesquisados, com o objetivo de registrar a quantidade ofertada, vendida e a que resultou em descartes. Verificou-se que o varejo “C” apresentou maior índice de perda (7,5 %), enquanto que o varejo “E”, apresentou o menor índice de descarte (2,5 %). Aproximadamente 50,0 % dos

consumidores têm por hábito comprar mais de 4,0 kg de frutos, sendo que quase 60,0 % o fazem semanalmente. Quanto ao descarte de frutos, a maioria dos consumidores entrevistados (70,0 %) relatou não haver perda do produto em suas residências; 60,0 % dos consumidores de melancia do município afirmaram que os frutos comercializados são de “boa” qualidade, porém não se observou aumento significativo no consumo doméstico.

PALAVRAS-CHAVE: Citrullus vulgaris

Schrad., perdas pós-colheita, varejo.

ABSTRACT

Evaluation of watermelon postharvest losses in the market of Mossoró city. Aiming to determine the volume of watermelon that it was not used, a survey was conducted with the retailers and residence trades in the Mossoró city (Rio Grande do Norte State, Brazil). To estimate residence’s losses, took the mechanism of individual interviews with consumers in five commercial establishments (A, B, C, D and E). The interviews were carried out in groceries and supermarkets located in the main places of the city, and the volume discarded in the residence was estimated for

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INTRODUÇÃO

No pólo agrícola Assu-Mossoró, a melancia deixou de ser uma cultura explorada apenas no período das chuvas, onde a produção era destinada a mercados locais, para se tornar uma atividade tecnificada, praticada por pequenos, médios produtores e empresas, destinando-se a produção a grandes mercados. Em vista disso, a cidade de Mossoró foi escolhida como área de pesquisa dada a grande oferta de melancia no mercado, aliada à presença de um grande número de varejistas, permitindo mensurar as perdas do fruto ao longo da cadeia de comercialização.

As perdas pós-colheita ocorrem ao longo de toda a cadeia produtiva, iniciando no campo, por ocasião da colheita, até aos consumidores intermediários finais (Vilela et al., 2003). Segundo Almeida et al. (2002), o Brasil tem perdas, de aproximadamente 30% do volume produzido apenas na fase de pós-colheita. As perdas no período de pós-colheita para produtos de maior durabilidade, tal qual, grãos e cereais estão na faixa de 5 a 30 %, enquanto que para produtos hortícolas esse número se encontra entre 15 e 100 % (Chitarra & Chitarra, 2005). De maneira geral, os supermercados trabalham com grande volume de frutos, os quais são manuseados de forma inadequada pelos funcionários ou pelos próprios consumidores (Fagundes & Yamanishi, 2002), o que aumenta o risco de danos físicos e consequentemente as perdas.

Em vista do exposto, este trabalho teve como objetivo estimar as perdas nos segmentos varejista e domiciliar de frutos de melancia cv. Crimson Sweet, comercializados no município de Mossoró-RN.

MATERIAL E MÉTODOS

A pesquisa foi desenvolvida no município de Mossoró-RN no mês de janeiro de 2009, sendo os dados coletados por meio de questionário e de entrevistas individuais. De acordo com Gil (2002), o questionário é considerado uma técnica de pesquisa cujas respostas a cada questão oferecem, a partir de percentagens, informações sobre a frequência de determinados fenômenos na população pesquisada.

spontaneous consumer ’s declaration. Consumers were questioned about: frequency of purchase, quantity purchased, amount discarded/not used, the reason of discard; tendency of growth, decrease or stability of consumption, and the quality of the fruit. In retail there was monitoring in each one of establishment surveyed, with the objective to register the quantity offered, sold and which resulted in disposal. The retail “C” had the highest lose rate (7.5 %), while the retail “E” had the lowest rate (2.5 %). Approximately 50.0

% of consumers often buy more than 4.0 kg of watermelon fruits, and almost 60.0 % make it weekly. In relation to the fruits regard, the most of consumers interviewed (70.0 %), said that they do not have lose of the product in their residences; 60.0 % of the watermelon’s consumers of the city, said that the fruit commercialized has “good” quality, but there was not significant increase in the domestic consumption.

KEYWORDS: Citrullus vulgaris Schrad.,

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Para a quantificação de perdas adotou-se um questionário apenas para o segmento domiciliar, uma vez que seria muito difícil mensurar a quantidade de melancia descartada na residência de cada consumidor. As entrevistas foram realizadas em quitandas e em supermercados de Mossoró, sendo o volume descartado no domicílio estimado por declaração espontânea do consumidor. Os consumidores foram questionados quanto: frequência de compra; quantidade comprada; quantidade descartada/não aproveitada; motivo do descarte; tendência de crescimento, de decréscimo ou estabilidade de consumo; e qualidade geral do fruto. Em relação ao segmento varejista, os dados foram coletados mediante a aplicação de questionário diretamente com os encarregados do setor de hortifruti (no caso de supermercados), e com os proprietários de quitanda e feirantes, visando registrar a quantidade de frutos ofertados, vendidos e os que resultaram em descarte. A Tabela 1 apresenta as regiões monitoradas e a categoria do estabelecimento analisado, denominado de “varejo”, a fim de assegurar o sigilo das informações e preservar a identidade das lojas avaliadas. Os resultados obtidos foram analisados por meio de análise quantitativa.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A partir dos dados coletados semanalmente no segmento varejo foi possível monitorar a quantidade destinada ao comércio e o seu respectivo volume descartado. Verifica-se na Tabela 2 que no “varejo A” a quantidade de melancia exposta foi superior à dos demais estabelecimentos. O total de perda foi de 200 kg em relação aos 4.000 kg expostos, resultando em 5,0 % de perda. Observou-se que o referido estabelecimento apresentava boas práticas de manipulação, tais como adequada organização do produto na gôndola, homogeneidade de frutos e bom dimensionamento da quantidade exposta. O “varejo E” foi o que apresentou o menor índice de descarte (2,5 %), todavia este pode ser atribuído a menor quantidade de frutos expostos, proporcionando menor aglomeração ao redor do produto e menor manuseio do mesmo pelos consumidores. Já no “varejo C” a quantidade de melancia perdida foi de 46,9 kg em relação aos 625,0 kg que foram expostos, resultando em 7,5 % de perda. Esta pode ser atribuída ao excesso de mercadoria exposta, aos frutos de baixa qualidade, ao manuseio excessivo e à exposição prolongada do produto.

Pode-se observar na Figura 1 que, aproximadamente 50,0 % dos consumidores têm o hábito de comprar mais de 4,0 kg de melancia, sendo que quase 60,0 % o fazem semanalmente. Quanto ao descarte de frutos, a maioria dos consumidores entrevistados (70,0 %), afirmou não haver perda do produto em suas residências e apenas 8,0 % admitiram que perdem pelo menos um fruto (Figura 2). Quanto à frequência de compra, constatou-se que a maior parte dos consumidores entrevistados faz suas compras apenas uma vez por semana (Figura 3).

Na tabela 3 pode-se observar que 60,0 % dos consumidores de melancia do município de Mossoró-RN afirmaram que os frutos comercializados são de boa qualidade. Entretanto, 40,0 % relataram que já encontraram frutos de qualidade regular, ruim ou péssima. Tais características podem ser ocasionadas pelo manejo inadequado dos varejistas no que diz respeito à conservação pós-colheita das melancias.

Apesar das diferentes opiniões a respeito da qualidade dos frutos ofertados pelos varejistas no município, o consumo atual de melancia por parte da maioria dos consumidores do município estudado tem-se mantido inalterado, sem aumento significativo no consumo doméstico.

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Pode-se concluir que a falta de planejamento por parte do segmento varejista pode ser, a princípio, o principal problema, implicando no descarte de produtos “passados”, no entanto, a soma das perdas por amassamento, podridão e amadurecimento incompleto é significativa e pode justificar, em parte, a ausência de crescimento do consumo.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, CO; CALDAS, RC; SOUZA, DMO. 2002. Renda familiar e perspectivas de crescimento da demanda de frutas tropicais metropolitanas do Norte e Nordeste do Brasil. In: XVII Congresso Brasileiro de Fruticultura. Resumos... Belém: Sociedade Brasileira de Fruticultura (CD-ROM).

CHITARRA, MIF; CHITARRA, AB. 2005. Pós-colheita de frutas e hortaliças: fisiologia e manuseio. Lavras: UFLA. 785p.

FAGUNDES, GR; YAMANISHI, OK. 2002. Estudo da comercialização do mamão em Brasília-DF. Revista Brasileira de Fruticultura 24: 91-95.

GIL, AC. 2002. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas. 176p.

VILELA, NJ et al. 2003. Perdas na comercialização de hortaliças em uma rede varejista do Distrito Federal. Cadernos de Ciência & Tecnologia 20: 521-541.

Tabela 1. Localização dos seguimentos varejistas analisados no município de Mossoró-RN. [Location of retailers

analysed in Mossoró city].

Identificação Categoria Localização

A Hipermercado Região leste

B Supermercado Região sul

C Supermercado Região oeste

D Supermercado Região norte

E Quitanda Região leste

Tabela 2. Quantidade de frutos de melancia expostos e perdidos semanalmente nos seguimentos varejistas no

município de Mossoró-RN. [Amount of watermelon fruits exposed and lost weekly in Mossoró city].

Varejo Quantidade exposta (kg) Perda (kg) (%)

A 4.000 200,0 5,0 B 800 50,0 6,3 C 625 46,9 7,5 D 1.250 62,5 5,0 E 400 10,0 2,5 Total 7.075 369,4 -Media final 1.415 73,88 5,26 Desvio-padrão 73,17 -Coeficiente de variação 99,04

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-Tabela 3. Qualidade, motivo do descarte e consumo atual de frutos de melancia no município de Mossoró-RN.

[Quality, reason of discard and current consumption of watermelon fruits in Mossoró city].

Qualidade dos frutos Classificação

Ótimo Bom Regular Ruim Péssimo Total

% 0 60,00 32,00 4,00 4,00 100

Motivo do descarte Classificação

Amassado Apodrecido Amadurecimento incompleto “Passado” Total

% 37,50 12,50 0 50,00 100

Consumo atual Classificação

Aumentado Diminuido Inalterado Total

% 20,00 8,00% 72,00 100

Figura 1. Quantidade de frutos de melancia adquiridos no mercado do município de Mossoró-RN. [Amount

of watermelon fruits acquired on the market of Mossoró city].

Figura 2. Frequência de compra de frutos de melancia comercializados no município de Mossoró-RN.

[Frequency of purchase of watermelon fruits comercialized in Mossoró city].

Quantidade comprada 12,00% 16,00% 24,00% 48,00% 0% menos de 1,0 kg entre 1,0 e 2,0 kg entre 2,1 e 4,0 kg mais de 4,0 kg não compra Frequencia de compra 16,00% 16,00% 56,00% 12,00% 0% 1 vez por mês 2 vezes por mês 1 vez por semana mais de 2 vezes por semana não compra

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Figura 3. Quantidade descartada de frutos de melancia comercializados no município de Mossoró-RN.

[Discarded amount of watermelon fruits comercialized in Mossoró city].

Quantidade descartada 68,00% 24,00% 8,00% 0% 0% não há perda parte do fruto

Referências

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