Data de Emissão: 08/03/2021 Data de Revisão:31/03/2023 Elaboração
UHD Direção Clínica dos CSH Verificação Conselho Administração Aprovação
Data: Data: Data:
Unidade de
Hospitalização
Domiciliária
Regulamento
Interno
Índice
CAPÍTULO I Preâmbulo, Fundamentos e Objetivos... 3
CAPÍTULO II Funcionamento... 3
Artigo1º Referenciação ... 3
Artigo 2º Decisão informada ... 3
Artigo 3º Não são candidatos ... 4
Artigo 4º Orgânica Funcional da UHD ... 4
Artigo 5º Critérios de Inclusão das Patologias por Áreas de Intervenção Clínica ... 5
Artigo 6º Do Espaço Físico ... 6
Artigo 7º Dos Exames Complementares de Diagnóstico e Terapêutica e Consultas ... 7
Artigo 9º Do Equipamento Móvel ... 8
Artigo 10º Da viatura ... 8
Artigo 11º Da Alta ... 8
Artigo 12º Da Avaliação ... 9
CAPÍTULO I
Preâmbulo, Fundamentos e Objetivos
Tendo por base o mote “Consigo em sua casa”, surge um modelo de assistência hospitalar do doente que se carateriza pela prestação de cuidados no domicílio, destinando-se a doentes agudos com patologia de complexidade elevada mas com possibilidade de internamento hospitalar no domicílio.
Tem como objetivos humanizar cuidados, oferecendo tratamento diferenciado de nível hospitalar no conforto do lar, reduzir a taxa de complicações relacionadas com o internamento hospitalar, aproximar o hospital da comunidade desenvolvendo uma medicina de ambulatório, na família, no indivíduo e na comunidade.
Visa promover a recuperação funcional e autonomia do doente, no seio da sua família e no seu espaço e estimular a participação ativa da família na prestação de cuidados.
CAPÍTULO II
Funcionamento
Artigo1º
Referenciação
O encaminhamento para a Equipa da Unidade de Hospitalização Domiciliária, de agora em diante denominada como UHD, pode ser feito no âmbito dos seguintes:
- Serviço de Urgência;
- Unidade de Internamento de Curta Duração; - Hospital de Dia;
- Internamento; - Consulta Externa.
Artigo 2º
Decisão informada
Após a primeira avaliação, há análises do contexto em que o doente se insere.
Ainda que seja exequível esta modalidade de internamento, a decisão final é sempre do doente ou do cuidador que são, obrigatoriamente, envolvidos desde o início da proposta.
Artigo 3º
Não são candidatos
a) Incumprimento de pelo menos um dos critérios de referenciação estabelecidos; b) Doente com dependência de substâncias ilícitas ou dependência alcoólica; c) Doente com ideação suicida, agitação psicomotora e/ou psicose aguda;
d) Ausência de condições habitacionais mínimas, nomeadamente e sem prejuízo de outras consideradas necessárias:
a. Condições higieno-sanitárias básicas e de habitabilidade adequadas (luz, água e rede de esgotos);
b. Inexistência de telefone ou telemóvel com ligação à internet para fins de contacto com a equipa de Hospitalização Domiciliária;
e) Ausência de um cuidador dedicado, nos casos aplicáveis;
f) Residência localizada, a uma distância superior ao estabelecido (raio de 8Km em relação ao Hospital);
g) Portadores de doença com risco epidemiológico;
h) Incapacidade física/emocional que impeça a colaboração do doente ou do seu cuidador/familiar para a aplicação do procedimento;
i) Incapacidade mental do doente e do cuidador/familiar que condicione a compreensão dos cuidados necessários e dos tratamentos prescritos.
Artigo 4º
Orgânica Funcional da UHD
A orgânica funcional da UHD, sustenta-se no compromisso da humanização dos cuidados prestados aos seus utentes e familiares/cuidadores. Por forma a dar cumprimento aos seus ideais a equipa:
a) Procede à inclusão, admissão ou readmissão dos doentes no âmbito da Hospitalização Domiciliária, bem como à sua exclusão/alta e responsabiliza-se pela gestão de todo o processo assistencial, desde a admissãõ à alta correspondente ao período de internamento domiciliário; b) A equipa é constituída por Médicos especialistas em Medicina Interna (4), Enfermeiros
especialistas em Reabilitação (5), Secretária Clínica (1 a tempo parcial), Assistentes Operacionais (2), Assistente Social (1 a tempo parcial), Nutricionista (em regime de colaboração), Psicólogo (em regime de colaboração) e Farmacêutico (em regime de colaboração);
c) Define e concretiza em relação a cada doente, um plano individual de cuidados em articulação com a equipa clínica hospitalar que acompanhou o doente até ao momento da Hospitalização Domiciliária;
d) Garante atendimento 24 horas por dia, todos os dias do ano com apoio médico e de enfermagem em permanência;
e) As visitas domiciliárias são programadas em reunião clínica de acordo com as necessidades de cada doente, podendo ser interdisciplinares (médico, auxiliar e enfermeiro) ou multidisciplinares;
• A primeira visita domiciliária é realizada nas 24h após a admissão;
• Deve ser enviado um email para o Médico/Enfermeiro de família dos CSP da área de residência a notificar o início do internamento e respetivo diagnóstico;
f) As emergências/urgências no período de prevenção são deferidas para o Serviço de Urgência, com ou sem a participação do INEM, após avaliação e decisão por parte do médico da UHD de prevenção, via telemóvel ou outra forma de comunicação (videochamada);
g) O transporte do doente hospitalizado no domicílio observa as mesmas regras do transporte aplicável às Unidades Hospitalares do SNS nomeadamente em termos de responsabilidades financeiras;
h) O doente sob a responsabilidade da UHD, terá acesso aos medicamentos, nos mesmos termos de um utente em internamento convencional;
i) A UHD fornece e gere a terapêutica aguda e crónica do doente e outros materiais de consumo clínico necessários ao plano de cuidados;
j) A UHD garante o acesso direto ao internamento convencional em meio hospitalar em caso de alteração da condição clínica/social do utente ou quando o doente ou o seu representante legal assim o desejarem;
k) Articula-se com os demais prestadores de cuidados de saúde e de apoio psicossocial da sua área de influência, de modo a efetuar uma transição progressiva para os Cuidados de Saúde Primários (CSP) e/ou para a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI), garantindo a continuidade de cuidados;
l) Do horário de funcionamento aprovado oportunamente pelo Conselho.
Artigo 5º
Critérios de Inclusão das Patologias por Áreas de Intervenção Clínica
Doentes com patologia aguda ou crónica agudizada e doentes em estado terminal/paliativo que, transitoriamente, necessitem de cuidados e procedimentos terapêuticos complexos da exclusiva
responsabilidade do hospital, fora do âmbito dos cuidados paliativos, e que sejam portadores de uma ou mais das seguintes patologias:
a) Infeciosa aguda com necessidade de antibioterapia endovenosa:
• Infeção urinária • Infeção respiratória
• Infeção da pele e tecidos moles
• Colecistite aguda (com colaboração permanente da especialidade cirúrgica) • Diverticulite aguda (com colaboração permanente da especialidade cirúrgica)
• Endocardite bacteriana
• Espondilodiscite pós cirurgia ou de causa médica b) Patologia crónica agudizada:
• Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC); • Insuficiência cardíaca;
• Insuficiência renal • Doença hepática • Diabetes mellitus
c) Cuidados no pós-operatório como parte de transição de cuidados (com colaboração permanente da especialidade cirúrgica);
d) Tratamento de patologia médica crónica descompensada no contexto pós-cirurgia (com colaboração permanente da especialidade cirúrgica);
e) Doença incurável, avançada e progressiva (oncológica ou não oncológica) ou processo orgânico degenerativo em situação terminal, que requeira cuidados paliativos intensivos e/ou especializados, em estreita articulação com a Equipa Intra-hospitalar de Suporte em Cuidados Paliativos (EIHSCP).
Artigo 6º
Do Espaço Físico
O espaço físico da UHD é composto pelos espaços e equipamentos previstos em sede de Programa Funcional, sem prejuízo de alterações posteriores decorrentes da operacionalização da actividade.
Artigo 7º
Dos Exames Complementares de Diagnóstico e Terapêutica e Consultas
A UHD articula-se com as demais áreas e serviços assistenciais do hospital, garante o acesso aos Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica e consultas de outras especialidades, em tudo igual aos doentes internados na tipologia convencional.
O transporte dos utentes deve ser assegurado pelo Hospital, sendo articulada a sua execução pela secretária clínica;
Os MCDT’s necessários têm prioridade quer na marcação quer na execução;
Os MCDT e intervenções passíveis de executar no âmbito da UHD, são:
a) Mielograma, biópsia óssea, punção lombar, paracentese, artrocentese, colheitas de amostras biológicas (sangue, urina, fezes, liquido céfalo-raquidiano, líquido ascítico, líquido articular e expetoração);
b) Gasometria, Eletrocardiograma, Ecocardiograma, Ecografia, Oximetria, Pulsometria, Polissonografia;
c) Dispositivos de acesso vascular periférico; d) Ventilação mecânica não-invasiva (VNI);
e) Suporte nutricional artificial entérico e/ou parentérico; f) Transfusão de hemoderivados;
g) Terapêutica endovenosa de medicamentos de uso exclusivo hospitalar; h) Oxigenoterapia domiciliária de curta duração;
i) Tratamento Antimicrobiano com Terapêutica Antibiótica Domiciliária Endovenosa (TADE) – possibilidade de manter terapêutica antibiótica em doentes com indicação para ciclos prolongados;
j) Tratamento de feridas complexas;
k) Utilização de acessos vasculares centrais (para administração de fármacos ou de suporte nutricional parentérico), previamente colocados em meio hospitalar;
l) Outros procedimentos que as equipas considerem exequíveis.
No caso de necessidade transfusional devem ser cumpridas as boas práticas e normas vigentes, de forma escrupulosa e depois de comprovada a necessidade será executada na sala de tratamentos da UHD, seguindo o protocolo do Serviço.
Do Equipamento Móvel
Do equipamento que integra a UHD faz parte:a) Mala com equipamento de reanimação e desfibrilhador portátil;
b) Monitor portátil com pressão arterial, electrocardiograma com registo em papel, frequência cardíaca e oxímetro;
c) Mala térmica com controlo de temperatura;
d) Mala de consumíveis e contentores para separação de lixos; e) Sistema de aspiração portátil;
f) Todos os consumíveis que estão disponíveis em enfermaria; g) Kit telemonitorização;
h) Sistema de análises sanguíneas portátil i) Bomba de infusão ambulatória;
j) Folhetos explicativos por patologia e outra documentação necessária, nomeadamente contactos (e-mail, telefónico, outros);
k) Dois portáteis com ecrã táctil ultra fino, internet e S-Clínico®;
l) Bala de Oxigénio;
m) Dois telemóveis dedicados.
Artigo 10º
Da viatura
A viatura é dedicada exclusivamente à UHD;a) Modelo que permita um bom acesso à mala e com disponibilidade de pelo menos 5 lugares; b) Obedece a critérios ecológicos, ou seja exclusivamente eléctrico, com autonomia superior a 100
Km;
c) Manutenção e logística associada ao veículo da responsabilidade do Serviço de Instalações, Equipamentos e Transportes (SIET);
d) Deve ser alvo de limpeza e desinfecção diária; e) Transporte adequado de fármacos e estupefacientes;
a) Deve estar dotada de material para recolha e separação adequada de lixos; b) Deve dispor de mala de emergência (de acordo com as normas da DGS);
Artigo 11º
Da Alta
A alta é programada atempadamente.a) Articula-se com os demais prestadores de cuidados de saúde e de apoio psicossocial da sua área de influência, de modo a efetuar uma transição progressiva para os cuidados de saúde primaários e/ou para a (RNCCI), garantindo a continuidade de cuidados;
b) Em caso de necessidade será efetuada marcação de consulta hospitalar para reavaliação ou continuidade dos cuidados;
c) Poderá haver lugar a orientação posterior para Hospital de Dia de Medicina ou para Cuidados Paliativos;
d) Em caso de óbito, este será confirmado pelo médico da equipa, que vai ao local para certificação e entrega da guia de transporte.
Artigo 12º
Da Avaliação
A avaliação da actividade é contínua, executada a nível local, regional e nacional, através de processos de auditorias internas e externas.
Aplicam-se à UHD os seguintes indicadores de qualidade e desempenho do internamento:
a) Tempo médio, em dias, de internamento na UHD (Despacho n.º 9323-A/2018);
b) Taxas de reinternamento na UHD (até 30 dias, até 3 meses e até 6 meses) (Despacho n.º 9323-A/2018);
c) Taxa de readmissão ao hospital (precoce ou <72 horas e tardia ou >72 horas) (Despacho n.º 9323-A/2018);
d) Taxa de mortalidade (esperada, depois da readmissão ao serviço origem ou ao Serviço de Urgência) (Despacho n.º 9323-A/2018);
e) Percentagem de doentes elegíveis para Hospitalização Domiciliária face ao número de doentes referenciados para a UHD;
f) Percentagem de doentes admitidos para Hospitalização Domiciliária face ao número de doentes elegíveis para Hospitalização Domiciliária;
h) Percentagem de doentes em Hospitalização Domiciliária admitidos nos serviços de urgência hospitalares de forma não programada;
i) Percentagem de doentes submetidos a rastreio para a identificação do risco nutricional na admissão até às primeiras 24h após a sinalização (Despacho n.º 6634/2018);
j) Percentagem de doentes em risco nutricional submetidos a intervenção nutricional nas 24h após sinalização (Despacho n.º 6634/2018);
k) Percentagem de doentes adultos classificados com risco nutricional que foram submetidos a intervenção nutricional (Despacho n.º 6634/2018);
l) Índice de satisfação do familiar/cuidador; m) Índice de satisfação dos doentes.
Artigo 13.º
Disposições Finais
O presente Regulamento Interno entra em vigor imediatamente após a sua aprovação pelo Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde da Guarda.