REVISÃO E RECONCILIAÇÃO TERAPÊUTICA
EM HOSPITALIZAÇÃO DOMICILIÁRIA
A. Brito
2, A. Simões
1, F. A. Costa
2, A. Alcobia
1Hospital Garcia de Orta
–
Serviços Farmacêuticos
1Instituto Superior Ciências da Saúde Egas Moniz
2HOSPITAL GARCIA DE ORTA
ALMADA - PORTUGAL
Referências:
1- ADMINISTRAÇÃO CENTRAL DO SISTEMA DE SAÚDE. Edição Especial Serviços de Urgência – dados a junho 2016. [Em linha]. InfoSNS [Consult. 11 Novemb. 2016] Disponível em WWW: <URL: http://www.acss.min-saude.pt/category/comunicacao/infosns/>OBJETIVOS
Desenho do Estudo: Estudo observacional, longitudinal prospetivo com estudo de campo. A informação sobre a medicação é obtida através de observação aberta no domicílio dos doentes e a informação clínica obtida a partir da base de dados dos Serviços Farmacêuticos do HGO.
Amostra: Os doentes admitidos neste estudo estiveram hospitalizados na UHD entre Agosto e Setembro de 2016.
Reconciliação Terapêutica: Efetuada entre a medicação de ambulatório e a medicação da UHD e/ou com o serviço anterior à UHD (internamento ou urgência interna). Aquando da alta médica são também realizados guias terapêuticos.
Análise: Programa estatístico Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) v.24,0. Para avaliar a associação entre o
número de omissões e o número de dias antes da reconciliação foi utilizado o coeficiente de correlação de Spearman.
Avaliar a segurança e efetividade da terapêutica dos doentes internados no domicílio;
Verificar a existência de erros farmacoterapêuticos durante a transição de cuidados;
Avaliar o valor acrescentado da integração de um farmacêutico na equipa da UHD.A integração de um farmacêutico na equipa da UHD em articulação direta com a equipa médica permitiu detetar e corrigir omissões, doses erradas e duplicações terapêuticas que poderiam pôr em risco o doente.
A intervenção farmacêutica valorizou o aconselhamento do doente com foco no armazenamento adequado da medicação, identificação e recolha dos medicamentos fora de prazo, reforçando ainda a importância da adesão ao tratamento prescrito.
p = 0,572 - Significância estatística entre o número de medicamentos omissos e o número de dias antes da reconciliação
Os principais motivos de internamento na UHD da população em estudo foram infeção do trato urinário (44%), lesão renal aguda (12%), doença do aparelho respiratório (20%) e circulatório (12%).
9,2
±3,9Medicamentos ambulatório
por doente
3,8
±1,97Medicamentos Omissos por
doente
1,05
±1,27 Medicamentoscom posologia errada por
doente
23,38%
18,18%
14,29%
6,49% 5,19%
3,90% 2,60%
1,30%
10,39%
Classes dos Medicamentos Omissos
Gráfico 1: Medicamentos omissos por classe terapêutica
parte dos medicamentos de ambulatório é omissa aquando da
transição de cuidados. A significância superior a 0,05 elucida que o número de medicamentos omissos não é influenciada pelo número de dias que o doente permanece no serviço.
Através dos resultados obtidos é possível verificar que uma grande Antes da reconciliação terapêutica os doentes encontravam-se nos seguintes serviços: urgência interna (50%), internamento (45%) e UHD (15%).
MÉTODOS
CONCLUSÃO
INTRODUÇÃO
RESULTADOS
DISCUSSÃO
55% Diabetes
55% Dislipidemia
30% Insuficiência Renal
35% Insuficiência Cardíaca 20% AVC
95% Hipertensão Arterial
30% Sexo Feminino 70% Sexo Masculino
11,15 Média Dias de Internamento na UHD
85% ≥ 85 Anos
Figura 1: Equipa UHD na casa de um doente.
Em Portugal existe um recurso exacerbado aos serviços de urgência hospitalar. Apenas no mês de Junho de 2016 houve um total de 1.180.473 atendimentos no Serviço de Urgência na ARS Lisboa e Vale do Tejo. [1] A Unidade de Hospitalização
Domiciliária (UHD) do Hospital Garcia de Orta é um modelo inovador de assistência hospitalar ao doente agudo que surge como alternativa ao internamento convencional. Num ano de actividade envolveu 260 doentes, assegurando a prestação de cuidados médicos, de enfermagem e farmacêuticos no domicílio. Todas as prescrições médicas são validadas pela farmacêutica da equipa e preparadas em dose unitária, sendo entregues diariamente na casa dos doentes. A população geriátrica é mais suscetível à polimedicação, sendo a revisão e a reconciliação da medicação exemplos de intervenções farmacêuticas que minimizam os erros associados.
59,07% 17,37%
6,56% 2,70% 2,70% 2,32% 2,32% 2,32% 1,16%
3,48%
Ambulatório Antibióticos Analgésicos SOS Anticoagulantes Antihipertensores Laxantes Anti-ácidos Antihipertensores SOS Anti-eméticos Outros
Medicamentos Prescritos na UHD
Gráfico 2: Medicamentos prescritos na UHD por classe terapêutica
45%
Medicamentos mal armazenados
15%
Fora da Validade
Patologias Prévias
33
doentes
13
doentes excluídos
Visita farmacêutica efetuada no 1º dia de internamento na UHD
Não terem medicação de ambulatório
20
doentes admitidos
Permanência e transferência de um serviço de internamento ou urgência