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OLIVEIRA, Lívia Camille Maciel de. Dançando através da educação: possibilidades de caminhos que encontram o meu ser professor. Anais do V Encontro Científico

Nacional de Pesquisadores em Dança. Natal: ANDA, 2017. p. 945-949.

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DANÇANDO ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO:

POSSIBILIDADES DE CAMINHOS QUE ENCONTRAM O MEU SER PROFESSOR

Lívia Camille Maciel de Oliveira∗

RESUMO: Esse trabalho reflete criticamente sobre alguns questionamentos levantados no primeiro ano de ensino na educação básica de uma professora recém-formada em Licenciatura em Dança. Após a aprovação de algumas leis tornou-se possível o ensino de Arte-Dança na escola, mas será que a estrutura das escolas e a equipe pedagógica estavam prontos para receber esses novos profissionais? Qual seria a metodologia mais adequada nesse espaço escola? Percebeu-se que o diálogo, a pesquisa constante e a experiência construída iriam formar o ser professor em sala de aula. Além disso, concluiu-se que a dança na escola ainda é um lugar a ser desbravado por esses novos professores que estão deixando a universidade.

PALAVRAS-CHAVE: Dança. Educação. Ensino.

ABSTRACT: This work critically reflects about some questions made by a just graduated student of Dance Education Major in the first year of teaching in the basic education classroom. After the approval of some laws, it became possible the Arts-dance teaching at school, but would the structure of the schools and the crew be ready for welcome these new professionals? What would be the best methodology on the space of school? It was noticed that the dialogue, the often research and the experience built would form the being of a teacher in the classroom. Besides, it was concluded that the dance in the school is still a place to be opened up by the new teachers that are just graduating.

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946 Esse estudo tem como objetivo refletir criticamente sobre a experiência do primeiro ano em sala de aula, de uma recém-formada de Licenciatura em Dança, como professora de Arte-Dança numa Escola da rede municipal do município de Parnamirim, no Rio Grande do Norte (RN), e pensar sobre alguns questionamentos que antes eram apenas suposições de uma realidade, como, por exemplo: quais as condições de sala de aula para o professor de dança numa escola pública? Como preparar aulas para alunos de diferentes idades numa única série? Como lidar com a violência em sala de aula? Qual será a metodologia utilizada pela docente para atender as demandas? Será que a docente poderia fazer a diferença na vida desses alunos?

Esses questionamentos e outros que surgiram ao longo do tempo foram, e ainda são, essenciais para a construção desse ser professor e por permitir reflexões que colaboram no crescimento profissional e pessoal.

Em 2016, foi publicada a Lei 13.278/2016, que inclui as artes visuais, a dança, a música e o teatro nos currículos dos diversos níveis da educação básica. A nova lei estabelece o prazo de cinco anos para que os sistemas de ensino promovam a formação de professores para implantar esses componentes curriculares no ensino infantil, fundamental e médio.

No mês de maio deste mesmo ano, se tornou possível ensinar como professora de Arte-dança, em uma Escola Municipal do Rio Grande do Norte (RN). Notou-se uma realidade da escola diferente do que já tinha sido vivenciado em estágios anteriores durante a vida acadêmica. Dessa vez, a docente estaria à frente de uma sala de aula e responsável por todos aqueles alunos, além de ter que dialogar com a falta de recursos, com as diferentes metodologias adotadas, a violência em sala de aula e de um espaço para a aula de dança acontecer.

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947 A escola então com três anos de existência, começou a trabalhar a construção do seu Projeto Político Pedagógico (PPP), por esse motivo, não havia nenhum registro anterior mostrando a realidade dos alunos daquela comunidade ou sobre a própria escola, o que tornou ainda mais desafiador iniciar a jornada no ambiente escolar sem conhecê-lo. A única forma de conhecimento daquele novo lugar seriam as experiências vivenciadas no decorrer do processo e as relatadas pelos colegas de trabalho.

Foi através de vários desafios, tentativas, erros e acertos que se começou a criar o “ser professor”. Decidiu-se que várias mudanças seriam necessárias para que aquele ambiente fosse o melhor na relação de ensino-aprendizagem, pois os desafios de ensinar dança em sala de aula existem e são reais. Entretanto, vivenciar a dança-educação tem permitido observar o quanto a dança na escola é necessária e vai além do fazer artístico: é resistência. Diante disso, percebe-se que “a dança é uma arte no tempo e no espaço e necessita, para existir, de ser dançada”. (VARGAS, 2007)

Por se tratar de uma nova proposta para educação brasileira é evidente que a as escolas não têm espaço físico adequado, ou seja, uma sala de dança. Nas Municipais de Parnamirim (RN) não seria diferente, embora o município tenha convocado através de concurso público vários professores de Arte-Dança para as escolas rede. Então, como ensinar em um lugar onde não há espaço para desenvolver suas aulas? Será que um professor de outra disciplina conseguiria ensinar sem um quadro branco, por exemplo?

Segundo Ossona (2011), a dança deve ser um prazer e um enriquecimento, e é nosso dever oferecer essas possibilidades à maior quantidade de crianças, com a finalidade de que entesourem para sempre esse caudal, que cresça e amadureça com elas e forme parte das mais belas recordações da infância.

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948 Como mostrar essas possibilidades no ensino de dança sem uma estrutura adequada para as atividades desse ensino de arte? Como fazer com que os alunos mais violentos vivenciem esses momentos de prazer que a dança pode proporcionar?

Trazer o professor de Arte-Dança seria uma oportunidade de oferecer o prazer e o enriquecimento para os alunos e fazê-los vivenciar bons momentos da infância, mesmo aqueles que apresentam um comportamento mais violento na escola.

O ensino do movimento possibilita benefícios à saúde física-mental do discente oferecendo oportunidades de criação e movimentos que lhe acompanharão por toda a vida, pois observou-se que ao longo do ano os alunos tornaram-se mais participativos e motivados nas atividades propostas, pois “a dança...é manifestação da cultura, é conhecimento e forma de comunicação a ser aprendida a partir das várias linguagens corporais criadas e vividas pela humanidade. “(PORPINO, 2006)

Entretanto, a rede de ensino desse município não se preparou para receber esses professores, visto que alguns diretores argumentam que um professor de arte deve usar de sua criatividade para suas aulas. Compreende-se que o professor deve usar sua criatividade e ter planos “A, B e C” para resolver as diversas situações imprevisíveis em sala de aula, mas há como usar esses diversos planos todos os dias pela falta de um lugar para a sala de dança? Até que ponto a metodologia adotada deve ser influenciada pela falta de recurso da escola?

Visto que a situação não iria mudar, pois não era prioridade naquele momento para a escola, percebeu-se que a solução seria fazer um projeto de sala de dança e enviar para a secretaria de educação da rede de ensino daquele munícipio, no intuito de mostrá-los que algo deveria ser feito não só na estrutura da escola que se ensinava, mas na rede como um todo.

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949 Com isso, percebeu-se que após a leitura de alguns autores, pesquisas de novos materiais, conversas com professores já experientes e a vivência da dinâmica na escola, a importância do diálogo com a equipe pedagógica, a pesquisa constante da prática e a postura adotada em sala de aula é fundamental, pois “o professor e a professora de dança deverão estar preparados para a atuação na turma, havendo passado também pelas experiências que propõe aos alunos. Cremos que para uma eficaz condução do trabalho os professores deverão igualmente ter seu corpo assumido e sua gestualidade e movimentação trabalhadas.” (VARGAS, 2007)

A pesquisa constante é necessária, portanto, deve-se lembrar que o trabalho feito nas escolas é o início de um novo grande passo para os recém-formados em Licenciatura em Dança, pois estão traçando um novo caminho desbravando novos ares dentro das escolas. É um mundo novo a ser conquistado.

REFERÊNCIAS:

MARQUES, Isabel. Dançando na escola/Isabel Marques. São Paulo: Cortez, 2010. OSSONA, Paulina. A educação pela dança. São Paulo: Summus, 2011.

PORPINO, Karenine de Oliveira. Dança é educação: interfaces entre corporeidade e estética. Natal, RN:EDUFRN- Editora da UFRN, 2006.p.107.

VARGAS, Lisete Arnizaut Machado de. Escola em Dança: movimento, expressão e arte. Porto Alegre: Mediação, 2007. p.75

∗ Lívia Oliveira é graduada em Licenciatura em Dança pela Universidade Federal do Rio Grande do

Norte (UFRN) e professora de Arte-Dança no Ensino Fundamental I na Escola Municipal Prof. Jacira Medeiros de Sousa Silva Lima, no município de Parnamirim (RN). Endereço eletrônico:

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