CONSUMO DE SUCO DE LARANJA
RECUA “UMA SAFRA E MEIA”
EM DEZ ANOS
ESPECIAL
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O SUCO
Este artigo
tem como objetivo, baseado nos
dados mais recentes, discutir novamente a
queda de consumo e outras mudanças
existen-tes na cadeia produtiva do suco de laranja e chamar
a atenção para a necessidade de união, de se atacar o
mercado interno e observar mais atentamente o
comporta-mento de consumo mundial. Está estruturado em seis
partes, começando com os mais recentes números
de consumo, o crescimento e
abastecimen-to dos mercados asiáticos, o desafio do
mercado americano, os mais recentes
números do varejo e um
emble-mático caso de fusão, para
terminar com os
impac-tos e mensagens à
cadeia produtiva
no Brasil.
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O SUCO
RAFAEL BORDONAL KALAKI6 | CITRUSBR julho 2015
O painel anual do consumo de suco de laranja nos 40 mercados que representam quase 100% do consumo mundial, feito pela Markestrat em parceria com Fearp/ USP, Citrus BR, Tetrapak e diversas outras fontes, foi con-cluído, e as notícias não são boas, pois o consumo de suco caiu preocupantes 3,2% em 2014, de 2.108.000 toneladas para 2.042.000 toneladas. Simplesmente 66.000 tonela-das sumiram do consumo mundial. Entre os anos de 2004 e 2014 o mercado mundial de suco de laranja encolheu 15,3%, caindo de 2.412.000 toneladas de suco concentra-do (FCOJ equivalente 66º Brix), para 2.042.000 toneladas. Levando-se em consideração todo o período entre 2004 e 2014, nada menos do que 1.800.000 toneladas de suco de laranja deixaram de ser
con-sumidas. Isso significa que o mundo deixou de
be-ber praticamente 450.000.000 de caixas de laranja de 40,8 quilos em forma de suco, considerando um rendimento médio de 250 caixas necessárias para a produção de uma tonelada de FCOJ.
Essa queda na demanda é um fenômeno único no agronegócio brasileiro. Em outras cadeias, como a das proteínas animais, dos grãos como a soja e o milho, açúcar, papel e celulose, café, frutas, etanol, entre outros, a expansão é inegável e contínua. Esta queda permanente no consumo só não afeta mais bru-talmente as exportações brasileiras devido à queda da produção da Flórida, que obriga os americanos a comprarem mais suco brasileiro. Como resultado, foi possível observar um avanço de 6% nas exportações do ano safra 2014/2015 (julho-junho).
Comparando 2014 com 2013, os EUA (maior mer-cado mundial com 688.000 toneladas equivalentes de suco concentrado congelado consumidos) tiveram
que-NOVOS NÚMEROS
6 | CITRUSBR julho 2015
da no consumo de quase 6%. Quando comparamos 2014 com 2004, o consumo nos EUA despencou em 33%. Isso significa que os norte-americanos deixaram de tomar 250.000 toneladas de suco ao ano, o equivalente a apro-ximadamente 65.000.000 de caixas de laranja (40,8kg). Se pensarmos que nesse período a população cresceu em quase 25 milhões de pessoas, a queda no consumo per capita beira a 40%. É preciso estancar esse dreno.
O segundo maior mercado, a Alemanha (153.000 toneladas), também teve retração de 4%. A França (147.000 toneladas) apresentou queda de 2% e o Reino Unido (115.000 toneladas) e Japão (49.000 to-neladas) tiveram quedas ao redor de 7%. Austrália, Espanha, Coreia do Sul, Holanda, Bélgica, Suécia, Noruega e Áustria, mercados bem menores, também apresentaram quedas. O único país desenvolvido que não perdeu mercado foi o Canadá, que praticamente ficou na mesma. O mundo rico reduziu.
Do lado europeu, juntando os três maiores tomadores de suco (consumo acima de 100.000 toneladas), tem--se a Alemanha, o Reino Unido e a França, que totalizam 415.000 toneladas, e nesses países a queda em dez anos foi de 100.000 toneladas de consumo ao ano, totalizando 25.000 caixas, para uma população estável. Somados aos EUA, apenas nesses quatro mercados a cadeia produtiva perdeu 90.000.000 de caixas de consumo ao ano.
Como nesses países houve sensível aumento de renda per capita (30%), pode-se afirmar que a queda de consumo não está associada à renda. Os dados de 2014 corroboram a análise de que as inúmeras novas be-bidas concorrentes vêm,
la-mentavelmente, tomando o espaço do suco
de laranja. Em outras cadeias
pro-dutivas, os países emergentes têm um papel cada vez maior na compra de alimentos básicos e minimamente processados. Por se tratar de produtos acessíveis a muitos e de primeira necessidade, verificam-se avan-ços pujantes nos mercados asiáticos liderados princi-palmente pela fome de 3 bilhões de chineses ávidos por consumir mais e melhor.
Apenas como comparação, de acordo com dados demográficos levantados neste estudo (que se encon-tra disponível na página da CitrusBR), constata-se que um dos motivos para essa ascensão está justamente no aumento de renda desses povos. E, mais uma vez tomando a China como exemplo, percebe-se que em
2004 a renda líquida per capita anual naquele país era de 873 dólares/ano. Já em 2014 a renda per capita subiu para 4.652 dólares por ano, um aumento de 432%.
Na Alemanha, maior mercado para suco de laranja na Europa, a renda líquida per capita foi de 22.428 dóla-res em 2004 e de 29.775 dóladóla-res em 2014, um cdóla-rescimen- crescimen-to de 32%. Embora a renda chinesa proporcionalmente tenha crescido muito mais do que a renda alemã, ainda existe um abismo entre o poder de consumo médio dos habitantes desses dois países.
Encontram-se na questão da renda dos países emergentes alguns obstáculos para o aumento de con-sumo de suco de laranja nesses mercados. O primeiro
deles é que o suco de laranja não é exatamente um produto básico e de primeira necessidade. Há o efei-to da presença no mercado de produefei-tos mais baraefei-tos que podem ser substituir qualquer suco 100%, entre eles águas, néctares, refrescos e bebidas base-fruta.
Portanto, o grande consumo de suco de laranja, assim como sucos 100% de outros sabores, está mais concentrado em países com renda per capita elevada e observa-se que, conforme aumenta a renda, au-menta o consumo de sucos 100% e do sabor laranja em particular. Com o aumento de renda na China de 432% entre 2004 e 2014, o consumo de suco de laranja cresceu 189% no mesmo período.
Como a renda média do chinês ainda é uma parcela da renda de um alemão, o mesmo acontece com o con-sumo per capita de suco de laranja. Enquanto a China consome 0,9 litro de sucos 100% (todos os sabores) por habitante, cada alemão consome 23,4 litros/ano. Mesmo que se leve em consideração aspectos como hábitos de consumo e diferenças culturais, há relação entre a renda disponível e o consumo.
Seguindo na mesma lógica, ao se observar os países separados em blocos econômicos, podemos perceber que o consumo na Oceania caiu 5%, enquanto que na Ásia avançou 23%, e esse é o ponto que merece destaque. O crescimento da Ásia será abordado na sessão seguinte.
66ºB 66ºB 66ºB 66ºB 66ºB 66ºB 66ºB 66ºB 66ºB 66ºB 66ºB
RANK PAÍSES SELECIONADOS 2.412 0,3% 2.397 -0,6% 2.346 -2,1% 2.298 -2,1% 2.246 -2,3% 2.272 1,2% 2.255 -0,8% 2.228 -1,2% 2.123 -4,7% 2.108 -0,7% 2.042 -3,2% -15,3%
1 ESTADOS UNIDOS 1.028 3% 988 -4% 924 -6% 882 -5% 826 -6% 851 3% 807 -5% 791 -2% 704 -11% 729 4% 688 -6% -33% 2 ALEMANHA 228 -10% 208 -9% 210 1% 198 -5% 196 -1% 185 -6% 185 0% 181 -2% 167 -8% 159 -5% 153 -4% -33% 3 FRANÇA 147 -3% 153 4% 158 3% 163 3% 163 0% 168 3% 165 -1% 159 -4% 158 -1% 149 -5% 147 -2% 0% 4 CHINA 49 6% 57 16% 64 13% 75 17% 85 13% 94 12% 118 25% 126 7% 124 -1% 136 10% 141 4% 189% 5 REINO UNIDO 139 -3% 136 -2% 139 2% 130 -7% 140 8% 136 -3% 135 -1% 133 -1% 127 -5% 123 -3% 115 -7% -17% 6 CANADÁ 119 2% 135 14% 111 -18% 106 -4% 103 -3% 107 4% 109 1% 111 2% 109 -2% 112 2% 113 1% -5% 7 JAPÃO 97 6% 95 -2% 95 0% 92 -3% 78 -15% 76 -2% 76 0% 64 -17% 65 2% 53 -18% 49 -8% -49% 8 RúSSIA 59 16% 63 6% 74 18% 79 7% 78 -1% 73 -7% 64 -11% 65 0% 68 4% 62 -8% 60 -4% 2% 9 BRASIL 37 -17% 40 7% 41 3% 37 -11% 38 3% 41 8% 45 10% 48 8% 55 14% 53 -4% 58 8% 55% 10 AUSTRÁLIA 55 4% 56 2% 57 2% 59 3% 58 -3% 57 -1% 57 1% 57 -1% 58 1% 50 -12% 47 -7% -15% 11 ESPANHA 45 6% 47 3% 46 -2% 46 0% 47 1% 47 1% 48 2% 46 -5% 39 -15% 38 -2% 37 -3% -18% 12 COReIA DO SUL 43 -4% 42 -3% 40 -3% 39 -3% 39 -1% 38 -1% 38 -2% 37 -3% 37 1% 25 -32% 24 -4% -44% 13 POLÔNIA 33 2% 34 2% 34 1% 33 -5% 33 3% 34 3% 36 4% 33 -9% 30 -9% 32 9% 34 4% 1% 14 ÁFRICA DO SUL 21 4% 20 0% 21 2% 21 0% 21 3% 23 5% 24 5% 25 6% 25 2% 30 19% 30 0% 47% 15 MÉXICO 29 -7% 30 4% 30 -2% 32 7% 30 -6% 32 7% 30 -4% 30 -1% 32 5% 30 -5% 27 -11% -8% 16 HOLANDA 37 2% 35 -6% 35 2% 32 -8% 32 -2% 32 1% 32 -1% 32 0% 30 -5% 29 -6% 28 -2% -24% 17 ARABIA SAUDITA 16 6% 17 11% 19 9% 21 10% 22 4% 23 3% 26 17% 27 4% 29 5% 33 16% 34 3% 119% 18 ARGENTINA 5 24% 5 1% 6 37% 9 40% 11 22% 13 19% 17 31% 19 8% 23 25% 25 8% 24 -4% 419% 19 ITÁLIA 33 -1% 33 1% 31 -6% 30 -5% 29 -1% 29 -1% 29 0% 29 0% 28 -4% 26 -8% 25 -4% -25% 20 BÉLGICA 22 0% 22 1% 24 5% 23 -1% 23 -2% 23 0% 23 -2% 23 1% 22 -3% 21 -5% 20 -1% -8% 21 SUÉCIA 24 -10% 24 0% 25 5% 25 -2% 24 -3% 24 -1% 23 -2% 22 -4% 20 -12% 19 -6% 17 -7% -28% 22 NORUEGA 13 13% 14 9% 15 5% 15 2% 17 7% 17 3% 17 -2% 17 1% 17 1% 17 -1% 16 -5% 22% 23 ÁUSTRIA 18 -8% 18 1% 17 -3% 17 -2% 17 -2% 17 1% 17 0% 18 6% 17 -3% 15 -11% 15 -6% -18% 24 CHILE 6 11% 7 13% 8 12% 9 16% 11 17% 11 -1% 11 7% 14 20% 15 13% 16 3% 15 -4% 144% 25 SUÍÇA 14 -4% 14 -1% 14 -4% 14 2% 14 0% 14 0% 14 1% 14 0% 14 0% 14 0% 14 0% -2% 26 TURQUIA 4 35% 5 33% 7 44% 7 -5% 7 0% 7 -2% 7 10% 7 0% 11 51% 10 -3% 11 6% 204% 27 UCRÂNIA 10 55% 12 25% 14 17% 17 18% 17 2% 13 -26% 12 -2% 12 -7% 10 -9% 10 0% 9 -13% -7% 28 INDONÉSIA 3 18% 3 -2% 3 12% 4 10% 4 25% 6 43% 8 22% 8 10% 9 6% 10 12% 11 11% 281% 29 FINLÂNDIA 13 -16% 14 8% 13 -7% 11 -17% 10 -7% 11 10% 11 -3% 11 0% 10 -6% 10 -4% 9 -10% -34% 30 DINAMARCA 12 3% 12 -1% 12 -2% 11 -6% 11 -1% 11 -2% 10 -3% 10 -5% 9 -4% 10 4% 10 -1% -20% 31 IRLANDA 13 5% 14 4% 14 0% 14 2% 14 0% 13 -11% 11 -10% 10 -8% 10 -8% 9 -7% 8 -9% -40% 32 GRÉCIA 11 -2% 12 4% 12 -1% 11 -8% 11 3% 11 -2% 10 -6% 10 0% 9 -16% 9 8% 9 -7% -23% 33 ÍNDIA 1 29% 1 31% 3 101% 4 53% 4 1% 4 3% 5 24% 7 28% 7 2% 7 -3% 7 9% 620% 34 MARROCOS 1 9% 2 139% 2 31% 3 30% 4 26% 4 14% 6 33% 7 13% 6 -3% 7 15% 8 9% 956% 35 NOVA ZELÂNDIA 6 -5% 6 -1% 7 5% 7 4% 7 3% 7 -4% 6 -4% 7 0% 6 -7% 6 -2% 6 -2% -7% 36 COLÔMBIA 3 -3% 3 -1% 3 -1% 3 3% 4 4% 3 -11% 3 -4% 3 -10% 4 38% 4 12% 4 1% 27% 37 TAIWAN 6 -10% 6 5% 6 -3% 6 -3% 6 1% 6 -4% 5 -7% 4 -24% 4 7% 4 -6% 4 2% -31% 38 ISRAEL 5 1% 5 -4% 4 -11% 4 -6% 4 -3% 4 1% 4 1% 4 4% 5 4% 4 -4% 4 2% -15% 39 FILIPINAS 3 -6% 3 1% 3 9% 4 3% 4 2% 4 -3% 4 2% 4 2% 4 14% 5 30% 6 5% 84% 40 ROMÊNIA 3 22% 4 30% 5 6% 6 22% 6 5% 5 -15% 5 -10% 4 -1% 4 -18% 3 -6% 3 0% 5%
40 PRINCIPAIS
MERCADOS
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 VARIAÇÃO 2004 a 2014 '000 tons de FCOJ equiv. 66ºB Taxa de cresc. anual '000 tons de FCOJ equiv. 66ºB Taxa de cresc. anual '000 tons de FCOJ equiv. 66ºB Taxa de cresc. anual '000 tons de FCOJ equiv. 66ºB Taxa de cresc. anual '000 tons de FCOJ equiv. 66ºB Taxa de cresc. anual '000 tons de FCOJ equiv. 66ºB Taxa de cresc. anual '000 tons de FCOJ equiv. 66ºB Taxa de cresc. anual '000 tons de FCOJ equiv. 66ºB Taxa de cresc. anual '000 tons de FCOJ equiv. 66ºB Taxa de cresc. anual '000 tons de FCOJ equiv. 66ºB Taxa de cresc. anual '000 tons de FCOJ equiv. 66ºB Taxa de cresc. anualRANK PAÍSES SELECIONADOS 2.412 0,3% 2.397 -0,6% 2.346 -2,1% 2.298 -2,1% 2.246 -2,3% 2.272 1,2% 2.255 -0,8% 2.228 -1,2% 2.123 -4,7% 2.108 -0,7% 2.042 -3,2% -15,3%
1 ESTADOS UNIDOS 1.028 3% 988 -4% 924 -6% 882 -5% 826 -6% 851 3% 807 -5% 791 -2% 704 -11% 729 4% 688 -6% -33% 2 ALEMANHA 228 -10% 208 -9% 210 1% 198 -5% 196 -1% 185 -6% 185 0% 181 -2% 167 -8% 159 -5% 153 -4% -33% 3 FRANÇA 147 -3% 153 4% 158 3% 163 3% 163 0% 168 3% 165 -1% 159 -4% 158 -1% 149 -5% 147 -2% 0% 4 CHINA 49 6% 57 16% 64 13% 75 17% 85 13% 94 12% 118 25% 126 7% 124 -1% 136 10% 141 4% 189% 5 REINO UNIDO 139 -3% 136 -2% 139 2% 130 -7% 140 8% 136 -3% 135 -1% 133 -1% 127 -5% 123 -3% 115 -7% -17% 6 CANADÁ 119 2% 135 14% 111 -18% 106 -4% 103 -3% 107 4% 109 1% 111 2% 109 -2% 112 2% 113 1% -5% 7 JAPÃO 97 6% 95 -2% 95 0% 92 -3% 78 -15% 76 -2% 76 0% 64 -17% 65 2% 53 -18% 49 -8% -49% 8 RúSSIA 59 16% 63 6% 74 18% 79 7% 78 -1% 73 -7% 64 -11% 65 0% 68 4% 62 -8% 60 -4% 2% 9 BRASIL 37 -17% 40 7% 41 3% 37 -11% 38 3% 41 8% 45 10% 48 8% 55 14% 53 -4% 58 8% 55% 10 AUSTRÁLIA 55 4% 56 2% 57 2% 59 3% 58 -3% 57 -1% 57 1% 57 -1% 58 1% 50 -12% 47 -7% -15% 11 ESPANHA 45 6% 47 3% 46 -2% 46 0% 47 1% 47 1% 48 2% 46 -5% 39 -15% 38 -2% 37 -3% -18% 12 COReIA DO SUL 43 -4% 42 -3% 40 -3% 39 -3% 39 -1% 38 -1% 38 -2% 37 -3% 37 1% 25 -32% 24 -4% -44% 13 POLÔNIA 33 2% 34 2% 34 1% 33 -5% 33 3% 34 3% 36 4% 33 -9% 30 -9% 32 9% 34 4% 1% 14 ÁFRICA DO SUL 21 4% 20 0% 21 2% 21 0% 21 3% 23 5% 24 5% 25 6% 25 2% 30 19% 30 0% 47% 15 MÉXICO 29 -7% 30 4% 30 -2% 32 7% 30 -6% 32 7% 30 -4% 30 -1% 32 5% 30 -5% 27 -11% -8% 16 HOLANDA 37 2% 35 -6% 35 2% 32 -8% 32 -2% 32 1% 32 -1% 32 0% 30 -5% 29 -6% 28 -2% -24% 17 ARABIA SAUDITA 16 6% 17 11% 19 9% 21 10% 22 4% 23 3% 26 17% 27 4% 29 5% 33 16% 34 3% 119% 18 ARGENTINA 5 24% 5 1% 6 37% 9 40% 11 22% 13 19% 17 31% 19 8% 23 25% 25 8% 24 -4% 419% 19 ITÁLIA 33 -1% 33 1% 31 -6% 30 -5% 29 -1% 29 -1% 29 0% 29 0% 28 -4% 26 -8% 25 -4% -25% 20 BÉLGICA 22 0% 22 1% 24 5% 23 -1% 23 -2% 23 0% 23 -2% 23 1% 22 -3% 21 -5% 20 -1% -8% 21 SUÉCIA 24 -10% 24 0% 25 5% 25 -2% 24 -3% 24 -1% 23 -2% 22 -4% 20 -12% 19 -6% 17 -7% -28% 22 NORUEGA 13 13% 14 9% 15 5% 15 2% 17 7% 17 3% 17 -2% 17 1% 17 1% 17 -1% 16 -5% 22% 23 ÁUSTRIA 18 -8% 18 1% 17 -3% 17 -2% 17 -2% 17 1% 17 0% 18 6% 17 -3% 15 -11% 15 -6% -18% 24 CHILE 6 11% 7 13% 8 12% 9 16% 11 17% 11 -1% 11 7% 14 20% 15 13% 16 3% 15 -4% 144% 25 SUÍÇA 14 -4% 14 -1% 14 -4% 14 2% 14 0% 14 0% 14 1% 14 0% 14 0% 14 0% 14 0% -2% 26 TURQUIA 4 35% 5 33% 7 44% 7 -5% 7 0% 7 -2% 7 10% 7 0% 11 51% 10 -3% 11 6% 204% 27 UCRÂNIA 10 55% 12 25% 14 17% 17 18% 17 2% 13 -26% 12 -2% 12 -7% 10 -9% 10 0% 9 -13% -7% 28 INDONÉSIA 3 18% 3 -2% 3 12% 4 10% 4 25% 6 43% 8 22% 8 10% 9 6% 10 12% 11 11% 281% 29 FINLÂNDIA 13 -16% 14 8% 13 -7% 11 -17% 10 -7% 11 10% 11 -3% 11 0% 10 -6% 10 -4% 9 -10% -34% 30 DINAMARCA 12 3% 12 -1% 12 -2% 11 -6% 11 -1% 11 -2% 10 -3% 10 -5% 9 -4% 10 4% 10 -1% -20% 31 IRLANDA 13 5% 14 4% 14 0% 14 2% 14 0% 13 -11% 11 -10% 10 -8% 10 -8% 9 -7% 8 -9% -40% 32 GRÉCIA 11 -2% 12 4% 12 -1% 11 -8% 11 3% 11 -2% 10 -6% 10 0% 9 -16% 9 8% 9 -7% -23% 33 ÍNDIA 1 29% 1 31% 3 101% 4 53% 4 1% 4 3% 5 24% 7 28% 7 2% 7 -3% 7 9% 620% 34 MARROCOS 1 9% 2 139% 2 31% 3 30% 4 26% 4 14% 6 33% 7 13% 6 -3% 7 15% 8 9% 956% 35 NOVA ZELÂNDIA 6 -5% 6 -1% 7 5% 7 4% 7 3% 7 -4% 6 -4% 7 0% 6 -7% 6 -2% 6 -2% -7% 36 COLÔMBIA 3 -3% 3 -1% 3 -1% 3 3% 4 4% 3 -11% 3 -4% 3 -10% 4 38% 4 12% 4 1% 27% 37 TAIWAN 6 -10% 6 5% 6 -3% 6 -3% 6 1% 6 -4% 5 -7% 4 -24% 4 7% 4 -6% 4 2% -31% 38 ISRAEL 5 1% 5 -4% 4 -11% 4 -6% 4 -3% 4 1% 4 1% 4 4% 5 4% 4 -4% 4 2% -15% 39 FILIPINAS 3 -6% 3 1% 3 9% 4 3% 4 2% 4 -3% 4 2% 4 2% 4 14% 5 30% 6 5% 84% 40 ROMÊNIA 3 22% 4 30% 5 6% 6 22% 6 5% 5 -15% 5 -10% 4 -1% 4 -18% 3 -6% 3 0% 5%
Embora o Oriente esteja fazendo a sua parte no que tange ao crescimento do consumo de suco de laranja, o Brasil pouco tem se aproveitado disso. Em 2004 exporta-ram-se 80.000 toneladas de suco para o Japão. Em 2014
foram 62.000 toneladas, um retrocesso de 30%. Já para a China foram 35.000 toneladas em 2004 ante 31.000 tone-ladas em 2014. Alguns fatos explicam isso.
O primeiro deles é a produção de suco na própria Chi-na. Apesar de não existirem dados consolidados de quanto é a real produção chinesa, é visível o esforço do governo daquele país em buscar a autossuficiência. A produção de frutas cítricas na China, de onde a laranja é originária, pode estar próxima de 600.000.000 de caixas de 40,8 quilos.
(em'000 toneladas FCOJ equiv. 66ºB)
O QUE ESSA QUEDA REPRESENTA
EM CAIXAS DE LARANJA
2.500 2.000 1.500 1.000 500 0 REGIÕES - TOTAL 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2.412 2.397 2.346 2.298 2.246 2.272 2.255 2.228 2.123 2.108 2.042 Variação 2004 a 2014-15,3
%REGIÕES SELECIONADAS 2004 a 2014Variação
AMÉRICA DO NORTE EUROPA ÁSIA AMÉRICA LATINA OCEANIA ÁFRICA ORIENTE MÉDIO -25% -15% 23% 44% -5% 85% 88%
450
milhões
de caixas
foi quanto o mundo deixou de consumir no período1,8
milhão
de tonelada
é quanto o mundo deixou de consumir de suco de laranja desde 2004O CRESCIMENTO E O
ABASTECIMENTO DO
MERCADO ASIÁTICO E DE
OUTROS EMERGENTES
O Japão, por outro lado, de acordo com informações de importadores, tem aumentado a compra de suco oriundo de Israel em busca de menores níveis de su-crose, algo estranho já a susu-crose, um tipo de sacarose, é um indicador de qualidade. Mas, independentemente das razões japonesas para a compra de suco de Israel e não do Brasil, fato é que o aumento de consumo na Ásia, infelizmente, ainda não beneficiou o Brasil.
Quando se analisam alguns destinos menos tradi-cionais no consumo de suco de laranja, como América Latina e Oriente Médio, percebe-se avanço de 85% e 88%, respectivamente. O problema com esses blocos é que, mais ainda do que os asiáticos, estamos falando de bases muito pequenas de consumo. A América La-tina saltou de 81.000 toneladas em 2004 para 128.000 toneladas em 2014, enquanto o Oriente Médio avançou de 21.000 toneladas para 38.000 toneladas.
Para fazer essa pequena quantidade de suco bas-tam apenas 9.500.000 caixas de laranja de 40,8 qui-los, apenas para exemplificar. Caso semelhante
é o da África, que consumia 21.000 toneladas em 2004 e demandou 39.000 toneladas em 2014. Desse total, 30.000 toneladas foram consumidas pela África do Sul, que também é produtora de frutas cítricas e de suco de laranja. Não custa lembrar que a renda per capita na África do Sul é de cerca de 4.100 dólares.
Analisando especificamente os países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e adicionan-do-se o México, por conta de acordos de preferência com os Estados Unidos, no mesmo período de 2004 a 2014, esse grupo saltou de 175.000 toneladas para 293.000 toneladas. Enquanto isso, no mesmo espaço de tempo, no resto do mundo, o que inclui Estados Unidos e Europa, o consumo despencou de 2.297.000 toneladas para 1.749.000 toneladas.
Constata-se que, infelizmente, o avanço de 66% das principais estrelas emergentes não compensa a queda de 18% dos mercados tradicionais. Na próxima sessão analisaremos mais o mercado norte-america-no e seus grandes desafios.