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[Recensão a] GONZÁLEZ CORTÉS, Maria Teresa - Eleusis, los secretos de Occidente.

Historia agraria y bélica de la sexuailidad

Autor(es):

Leão, Delfim F.

Publicado por:

Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Instituto de Estudos

Clássicos

URL

persistente:

URI:http://hdl.handle.net/10316.2/28132

Accessed :

18-Apr-2021 00:27:19

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Vol. LIV

IMPRENSA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA

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G O N Z A L E Z C O R T ê S , Maria Teresa: Eleusis, los secretos de Occidente. Historia agraria y bélica de la sexuaiidad (Ediciones Clásicas, Madrid, 2000) 382 p.

Neste trabalho, G O N Z A L E Z C O R T ê S aborda um dos aspectos mais interessantes da religião grega, através da análise daquele que constitui um dos maiores centros de cultos mistéricos da antiguidade: os ritos celebrados em Eleusis. A Autora esclarece, desde a "Introducción", que vai abordar o culto de Deméter e Perséfone numa clara perspectiva sexual, j á que Eleusis se converteu no centro sexo-religioso mais impor-tante de toda a Antiguidade, tanto na idade pagã como no decurso dos primeiros séculos do Cristianismo, dada a enorme perenidade e influência do santuário. D e facto, a sua actividade inicia-se no segundo milénio a.C. e terminará apenas em finais do séc. IV da nossa Era, com a destruição operada pelos bárbaros. Para sustentar a forma de abordagem escolhida, GONZALEZ CORTÊS defende que as primeiras formula-ções sobre sexualidade apareceram no âmbito religioso; por conseguinte, considera legítimo e necessário estudar o divino do ponto de vista sexual, dada a presença uni-versal de símbolos eróticos em convívio com o cosmos religioso. O paradigma agrário e procriador representado por Deméter e Perséfone irá perder terreno ao longo dos tempos, pois a arma biológica da força, unida aos avanços tecnológicos do trabalho do metal, permitirão a líderes e heróis varões dominar a maioria d a população, incluindo a feminina, forçando a aceitação de novos códigos comportamentais. Através da análise de testemunhos de proveniência diversa (mas onde o Hino Homérico a Deméter o c u p a u m lugar central), a Autora propõe-se identificar os valores e regras presentes na história da Grécia, bem como os elementos sexuais secretos de muitas das suas concepções. O trabalho vem estruturado em dois grandes blocos, que pro-curam seguir, precisamente, a evolução do predomínio da maternidade agrária para o modelo da força guerreira.

Desta forma, n a primeira parte da investigação, GONZALEZ CORTÊS explora o significado de múltiplos símbolos ligados ao culto de Elêusis, enquanto marcas daquilo que define, em termos gerais, como uma "cultura do ventre". É o que acon-tece, por exemplo, com o elemento aquoso ("Aguas, pozos y vulvas"), evocado para mostrar a faceta divina da água em ligação com a religião de Elêusis. Deméter e Perséfone eram divindades que tutelavam o nascimento das sementes e, ao incarnarem a feminilidade do grão, representavam por extensão também a força da natureza e tudo o que produzia a vida ("el semen de mujer"). U m outro elemento presente na

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440 RECENSÕES

cultura grega, e que ocorre com muita frequência nos testemunhos, diz respeito à ligação da mulher com o firmamento ("la luna, su bisexualidad"). Este aspecto está de acordo com a importância que os astros sempre detiveram na vida do ser humano, mas a lua destaca-se por colher o lugar cimeiro no imaginário colectivo. É o que acontece também com as deusas ctónicas e a Autora esclarece que não poderia ser de outra forma, dada a proximidade da lua e das deusas reprodutoras (153). A encerrar esta primeira parte, GONZALEZ CORTêS dedica ainda um interessante capítulo ao fenómeno geológico do nascimento ("piedras cósmicas"), pela relação que estabelece com o tema da criação do universo. O facto de os nossos antepassados fazerem deri-var a origem do universo do poder cósmico de pedras e minerais denota, segundo a Autora, a vigência de um pensamento geocêntrico. Ora porque as deusas Deméter e Perséfone personificavam a germinação das forças vegetais, elas acabavam por man-ter igualmente uma forte afinidade com as pedras criadoras, aspecto que vem enrique-cer, também por esta via, a natureza do seu culto.

Depois de analisar a influência da cultura agrária representada pelas divindades eleusinas, bem como o peso civilizacional e conceptual que emanou de Deméter e Perséfone, a Autora avança, na segunda parte do trabalho, para a exploração de um paradigma diferente, que corresponde à decadência do telurismo em favor dos valores guerreiros. Ao longo desse processo, as deusas procriadoras foram cedendo, a pouco e pouco, o protagonismo a divindades ambiciosas, coléricas e guerreiras, que impu-nham a nova ordem sob o jugo da violência. Uma curiosa inferência é estabelecida por GONZALEZ CORTÊS entre força física e capacidade de expressão ("derrotas sono-ras: la alogia y la anorexia"), que acabaria por traduzir-se num fenómeno de "víriliza-ção do acto comunicativo". Valerá a pena citar as palavras da Autora ( p. 231): «esta-blecida la relación de continuidad entre la palabra escrita y razonada, logos, y la palabra oral y sagrada, mythos, no es vanal recordar que de la instrumentaiización del lenguaje se derivara la afasia, la alogia, el analfabetismo... como actitudes culturales de Ia identidad femenina divina y/o mortal'». Desta realidade resultará a hierarqui-zação da sociedade, segundo um pernicioso processo de «incesto entre promulgación de leyes y ejercicio dei poder» (263). Por outras palavras, o facto de a legislação ser produzida por quem detinha o poder acabava por legitimar as suas decisões, bem como confirmar o seu lugar numa posição privilegiada face à lei. Tal cenário é resul-tante da expansão cultural dos metais e da entrada no ciclo de os chefes militares se converterem em elite, fixando a sua supremacia legal a partir da força e superioridade fisiológicas. Em algumas narrações guerreiras, esta realidade vem espelhada na pró-pria substituição do papel matricial do ventre ("la perdida dei vientre: entre los acci-dentes domésticos y el uxoricidio"). É o que acontece, por exemplo, na criação de Atena e de Dioniso, já que Zeus se substituiu ao ventre materno pelo recurso a outras partes anatómicas: a cabeça e a coxa. Ou seja, o corpo masculino usurpa, com sucesso, as funções de mãe, inclusive para dar origem a uma divindade guerreira, como é o caso de Atena. Há, portanto, um processo concomitante de «dignificación de la violência», como espelha o assunto de um dos últimos capítulos desta segunda parte.

RECENSÕES 441 Em conclusão, GONZALEZ CORTêS apresenta-nos um interessante estudo, onde começa por explorar, em conexão com os mistérios de Elêusis, o grande impulso civilizacional que constituiu o cultivo das terras. Analisa, depois, o papel que teve também a arte da guerra, a qual levou ao desenvolvimento de técnicas várias, sobre-tudo ligadas ao trabalho do metal. No entanto, o novo espírito bélico, além de desalo-jar progressivamente a "cultura agrária do ventre", vai fechar as cidades sobre si mesmas e irá acentuar também os princípios da desigualdade, a que estão aliadas as ideias de violência, escravidão, domínio e manipulação das leis e do governo pelos mais fortes, sustentados por uma virilização da palavra, directamente proporcional ao silenciamento progressivo da mulher. «Con estas directrices, estas páginas han girado en torno a sucesos sociobiológicos, es decir, en torno a hechos sexualmente de gran peso y trascendencia, aunque modelados por la mano humana. Por eso, conservamos una cantidad ilimitada de relatos en torno ai vientre fecundo, también alrededor de la bélica fuerza muscular» (331). Trata-se, portanto, de uma abordagem curiosa e que fornece interessantes pistas de trabalho. Ainda assim, a tendência, visível um pouco ao longo de toda a exposição, para sugerir uma oposição entre o que é feminino e bom, porque criador, e o que é másculo e mau, porque abusivo e destrutivo, deve, obviamente, ser relativizada e compreende-se apenas por a Autora partir da análise de um culto marcadamente agrário e feminino.

Delfim F. Leão

MONTANARI, F. & PITT ALUGA, S.: Posthomerica III, a cura di (Université di Génova, Facoltàdi Lettere, 2001) 103 p.

O volume agora publicado, terceiro já na sua série, é composto pelas comunica-ções apresentadas durante o seminário "Posthomerica Hl", realizado em Génova, em 27 de Abril de 1999. Os textos das conferências então proferidas, e entretanto actuali-zadas, procuram evidenciar a fortuna de Homero, ao longo da tradição literária oci-dental. É precisamente desta forma que os editores F. MONTANARI e S. PITTALUGA introduzem, na "Premessa", os estudos em causa: «temi diversi, che dalla Grécia antica arrivano fino all'Umanesimo occidentale, sul filo rosso delia vita perenne dei capolavori che hanno iniziato la cultura occidentale». Barbara Graziosí fala sobre a antiga tradição biográfica relativa à figura de Homero, entre os sécs. VI e IV; Mario Citroni, sobre a influência homérica em Horácio, com particular incidência na dimen-são programática da epístola 1.2; Mario Cantilena, sobre a cronologia e técnica de composição dos Posthomerica de Quinto de Esmirna; Giorgio Brugnoli, sobre a influência da Ilíada nos Romulea de Dracôncio; por último, Marianne Pade analisa a exegese homérica desenvolvida por Leonzio Pilato, no séc. XIV, para a versão latina da Ilíada, que possui um interesse acrescido para o estudo da própria obra de Petrarca e Boccaccio.

Referências

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