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CURSO DE MESTRADO EM ENFERMAGEM DE SAÚDE MENTAL E PSIQUIATRIA

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CURSO DE MESTRADO EM ENFERMAGEM

DE SAÚDE MENTAL E PSIQUIATRIA

Programa de Primeira Ajuda em Saúde Mental: Avaliação da Intervenção

Catarina Sofia Ferreira de Sousa

Coimbra, fevereiro de 2015

CU RSO DE M ES TR A DO E M E NFERM A GE M DE SA ÚD E MENT A L E P SI QUI A TRI A Progra ma d e Pri me ira A juda e m Sa úd e Mental : A val iação d a I nterv ençã o C atar ina S of ia F er rei ra de Sous a Coim bra, fe ve reir o de 2 01 5 CU RSO DE M ES TR A DO E M E NFERM A GE M DE SA ÚD E MENT A L E P SI QUI A TRI A Progra ma d e Pri me ira A juda e m Sa úd e Mental : A val iação d a I nterv ençã o C atar ina S of ia F er rei ra de Sous a Coim bra, fe ve reir o de 2 01 5

CURSO DE MESTRADO EM ENFERMAGEM

DE SAÚDE MENTAL E PSIQUIATRIA

Programa de Primeira Ajuda em Saúde Mental: Avaliação da Intervenção

Catarina Sofia Ferreira de Sousa

Coimbra, fevereiro de 2015

CU RSO DE M ES TR A DO E M E NFERM A GE M DE SA ÚD E MENT A L E P SI QUI A TRI A Progra ma d e Pri me ira A juda e m Sa úd e Mental : A val iação d a I nterv ençã o C atar ina S of ia F er rei ra de Sous a Coim bra, fe ve reir o de 2 01 5 CU RSO DE M ES TR A DO E M E NFERM A GE M DE SA ÚD E MENT A L E P SI QUI A TRI A Progra ma d e Pri me ira A juda e m Sa úd e Mental : A val iação d a I nterv ençã o C atar ina S of ia F er rei ra de Sous a Coim bra, fe ve reir o de 2 01 5

CURSO DE MESTRADO EM ENFERMAGEM DE SAÚDE MENTAL E PSIQUIATRIA

Programa de Primeira Ajuda em Saúde Mental: Avaliação da Intervenção

Catarina Sofia Ferreira de Sousa

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DE SAÚDE MENTAL E PSIQUIATRIA

Programa de Primeira Ajuda em Saúde Mental: Avaliação da Intervenção

Catarina Sofia Ferreira de Sousa

Coimbra, fevereiro de 2015

CU RSO DE M ES TR A DO E M E NFERM A GE M DE SA ÚD E MENT A L E P SI QUI A TRI A Progra ma d e Pri me ira A juda e m Sa úd e Mental : A val iação d a I nterv ençã o C atar ina S of ia F er rei ra de Sous a Coim bra, fe ve reir o de 2 01 5 CU RSO DE M ES TR A DO E M E NFERM A GE M DE SA ÚD E MENT A L E P SI QUI A TRI A Progra ma d e Pri me ira A juda e m Sa úd e Mental : A val iação d a I nterv ençã o C atar ina S of ia F er rei ra de Sous a Coim bra, fe ve reir o de 2 01 5 CU RSO DE M ES TR A DO E M E NFERM A GE M DE SA ÚD E MENT A L E P SI QUI A TRI A Progra ma d e Pri me ira A juda e m Sa úd e Mental : A val iação d a I nterv ençã o C atar ina S of ia F er rei ra de Sous a Coim bra, fe ve reir o de 2 01 5 CU RSO DE M ES TR A DO E M E NFERM A GE M DE SA ÚD E MENT A L E P SI QUI A TRI A Progra ma d e Pri me ira A juda e m Sa úd e Mental : A val iação d a I nterv ençã o C atar ina S of ia F er rei ra de Sous a Coim bra, fe ve reir o de 2 01 5

CURSO DE MESTRADO EM ENFERMAGEM DE SAÚDE MENTAL E PSIQUIATRIA

Programa de Primeira Ajuda em Saúde Mental: Avaliação da Intervenção

Catarina Sofia Ferreira de Sousa

Coimbra, fevereiro de 2015

CURSO DE MESTRADO EM ENFERMAGEM

DE SAÚDE MENTAL E PSIQUIATRIA

PROGRAMA DE PRIMEIRA AJUDA EM SAÚDE MENTAL: AVALIAÇÃO DA

INTERVENÇÃO

Catarina Sofia Ferreira de Sousa

Orientador: Professor Doutor Luís Manuel Jesus Loureiro

Dissertação apresentada à Escola Superior de Enfermagem de Coimbra

para obtenção do grau de Mestre em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiatria

No âmbito do projeto Educação e Sensibilização para a Saúde Mental: Um programa de Intervenção com base na Escola para Adolescentes e Jovens [PTDC/CPE-CED/112546/2009], inscrito na Unidade de Investigação em Ciências da Saúde – Enfermagem (UICISA-E) da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), financiado por fundos nacionais através da FCT/MCTES (PIDDAC) e cofinanciado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) através do COMPETE – Programa Operacional Fatores de Competitividade (POFC) do QREN.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço,

Ao Professor Doutor Luís Manuel de Jesus Loureiro pela sua orientação e amizade, bem como a toda a equipa do projeto Felizmente (“Educação e Sensibilização para a Saúde Mental: um programa de intervenção escolar para adolescentes e jovens”).

A toda a equipa da UICISA: E com quem tive o prazer de trabalhar em parte desta jornada e que sempre me recebe de um modo familiar.

À Ana Teresa Pedreiro, à Diana Maurício, ao Miguel Ramos e ao Ricardo Cerqueira pela amizade e apoio.

Aos colegas enfermeiros que demonstraram empenho durante a realização do Programa de Primeira Ajuda em Saúde Mental.

Agradeço também à minha família, especialmente aos meus pais, ao Mário e ao Emanuel por todo o apoio, carinho, compreensão e incentivo dado ao longo da realização deste percurso.

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LISTA DE SIGLAS

DREC - Direção Regional de Educação do Centro

DSM-IV-TR – Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais – IV – Texto revisto

ESEnfC – Escola Superior de Enfermagem de Coimbra LSM – Literacia em Saúde Mental

MHFA – Mental Health First Aid

PASM – Primeira Ajuda em Saúde Mental

QuALiSMental – Questionário de Avaliação da Literacia em Saúde Mental IBM-SPSS – IBM Statistical Package for the Social Sciences

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RESUMO

A literacia em saúde mental (LSM), entendida como as crenças e conhecimentos acerca dos problemas e perturbações mentais, implica o seu reconhecimento, gestão e prevenção. Constitui um conceito chave para as intervenções conducentes à promoção da saúde e prevenção das doenças mentais. O programa de Primeira Ajuda em Saúde Mental (PASM) é resultado do desenvolvimento e operacionalização do conceito de LSM e tem como objetivo capacitar as pessoas e as comunidades para prestarem ajuda e apoio a quem está a sofrer ou numa crise relacionada com a saúde mental.

O presente estudo tem como objetivo avaliar a eficácia do programa de PASM na LSM dos recém-licenciados em Enfermagem. Utilizou-se uma abordagem quantitativa, recorrendo a um estudo nível IV, pré-experimental, designado estudo de caso com pós-teste de grupo único. O programa teve a duração de dois dias (15 horas).

A amostra do estudo é constituída por 16 recém-licenciados em Enfermagem, com uma média de idades de 21,86 anos e desvio padrão=0,54 anos. Como instrumento de avaliação da LSM foi utilizado o QuALiSMental.

Em termos de resultados, observa-se, no final da intervenção, níveis elevados de LSM em todas as suas componentes, como acontece na generalidade dos estudos internacionais. Neste sentido, os resultados obtidos justificam a disseminação do programa no contexto da formação inicial em Enfermagem.

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ABSTRACT

Mental health Literacy (MHL), understood as the beliefs and knowledge about mental problems and disorders and that implies their recognition, management and prevention. Is a key concept for interventions leading to health promotion and mental illness prevention. Mental Health First Aid (MHFA) program is the result of development and operationalization of the concept of MHL intending to empower communities to provide help and support to people who are suffering or in a crisis related with mental health.

The objective of this study was to evaluate the effectiveness of MHFA program in the MHL of recent graduates in Nursing. We used a quantitative approach with a level IV study, pre-experimental, designated case study with one group of post-test. The program had the duration of two days (15 hours).

The sample was constituted by 16 newly graduates in Nursing, with an average age of 21,86 years and standard deviation=0,54 years. The evaluation instrument used was QuALiSMental.

In terms of results, it is observed, in the end of the intervention, high levels of MHL in all its components, as happens generally in international studies. In this sense, the obtained results justify the dissemination of the program in the context of initial training in Nursing.

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 Primeira Ajuda em Saúde Mental………. 28

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ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 Estudos de avaliação de impacto do programa MHFA ….……….……...34 Tabela 2 Distribuição absoluta e percentual das habilitações literárias dos pais..38 Tabela 3 Vinhetas com a descrição de problemas de saúde mental...39 Tabela 4 Distribuição absoluta e percentual dos rótulos assinalados nas vinhetas da componente de reconhecimento dos problemas (n=16)…..…………46 Tabela 5 Distribuição percentual da perceção de utilidade dos profissionais de saúde e outras pessoas (n=16)………..48 Tabela 6 Distribuição percentual da utilidade de medicamentos/produtos (n=16)……….49 Tabela 7 Distribuição percentual para os itens da componente conhecimento das

estratégias de autoajuda para os problemas de saúde mental (n=16)……….51 Tabela 8 Distribuição percentual para os itens dos conhecimentos competências

para prestar apoio e dar a primeira ajuda a alguém que esteja numa situação de depressão (n=16)………52 Tabela 9 Distribuição absoluta e percentual das respostas aos itens relativos à intenção de procura de ajuda e confiança para prestar ajuda na vinheta da depressão (n=16)………53 Tabela 10 Distribuição percentual para os itens da componente de literacia conhecimentos e competências para prestar apoio e dar a primeira ajuda a alguém que esteja numa situação de esquizofrenia (n=16)……….53 Tabela 11 Distribuição absoluta e percentual das respostas aos itens relativos à

intenção de procura de ajuda e confiança para prestar ajuda na vinheta da esquizofrenia………54 Tabela 12 Distribuição percentual para os itens da componente de literacia conhecimentos e competências para prestar apoio e dar a primeira ajuda a alguém que esteja numa situação de abuso de álcool (n=16)………...55 Tabela 13 Distribuição absoluta e percentual das respostas aos itens relativos à intenção de procura de ajuda e confiança para prestar ajuda na vinheta do abuso de álcool………55 Tabela 14 Distribuição percentual das respostas os itens da componente de conhecimentos acerca do modo de prevenção das perturbações mentais (n=16)……….…57

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INDÍCE

INTRODUÇÃO ... 15

CAPÍTULO I – ENQUADRAMENTO TEÓRICO ... 17

1. LITERACIA EM SAÚDE MENTAL ... 17

1.1. EVIDÊNCIA PRODUZIDA NO CONTEXTO PORTUGUÊS ... 21

2. PRIMEIRA AJUDA EM SAÚDE MENTAL ... 27

2.1. DEFINIÇÃO E PRESSUPOSTOS ... 27

2.2. PLANO DE AÇÃO - ANIPI ... 29

2.3. EVIDÊNCIA PRODUZIDA ACERCA DO IMPACTO DO PROGRAMA DE PRIMEIRA AJUDA EM SAÚDE MENTAL NA LITERACIA EM SAÚDE MENTAL .... 32

CAPÍTULO II - METODOLOGIA ... 37

1. QUESTÃO DE INVESTIGAÇÃO ... 37

2. CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA ... 38

3. VARIÁVEIS ... 38

4. INSTRUMENTO DE COLHEITA DE DADOS ... 39

5. DESCRIÇÃO DA INTERVENÇÃO PASM ... 41

5.1 ORGANIZAÇÃO DO PROGRAMA ... 42

6. PROCEDIMENTO PARA A COLHEITA DE DADOS ... 43

7. PROCEDIMENTO PARA O TRATAMENTO DE DADOS... 43

8. PROCEDIMENTOS ÉTICO-FORMAIS ... 43

CAPÍTULO III – APRESENTAÇÃO DOS DADOS ... 45

1. AVALIAÇÃO DA LITERACIA EM SAÚDE MENTAL ... 45

1.1. RECONHECIMENTO DAS PERTURBAÇÕES MENTAIS DE MODO A FACILITAR A PROCURA DE AJUDA ... 45

1.2. CONHECIMENTOS SOBRE A AJUDA PROFISSIONAL E TRATAMENTOS DISPONÍVEIS ... 47

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1.3. CONHECIMENTOS SOBRE ESTRATÉGIAS DE AUTOAJUDA EFICAZES .... 50

1.4. CONHECIMENTOS E COMPETÊNCIAS PARA PRESTAR APOIO E DAR A PRIMEIRA AJUDA A OUTROS ... 52

1.5. CONHECIMENTOS ACERCA DO MODO DE PREVENÇÃO DAS PERTURBAÇÕES MENTAIS ... 56

CAPÍTULO IV – DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ... 59

1. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ... 59

CONCLUSÃO ... 67

BIBLIOGRAFIA ... 69

ANEXOS:

ANEXO 1 - Questionário de Avaliação da Literacia em Saúde Mental (QuaLiSMental) ANEXO 2 - Parecer da Comissão de Ética da UICISA: E (N.º: P58-12/2011)

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15 INTRODUÇÃO

Os problemas de saúde mental têm um profundo impacto na vida dos indivíduos sendo a principal causa de incapacidade e uma das principais causas de morbilidade na sociedade atual (World Health Organization [WHO], 2014). Em termos de adolescentes e jovens, esta constatação torna-se ainda mais preocupante quando se sabe que são idades de transição e que muitas das doenças mentais têm o seu início na adolescência ou no início da vida adulta, sendo que a evidência mostra que metade das pessoas que sofrem de uma perturbação mental tiveram a primeira manifestação antes dos 18 anos e três quartos antes dos 25 anos (Kelly et al., 2011; Loureiro, 2014). A Literacia em Saúde Mental (LSM), entendida como as crenças e conhecimentos acerca das doenças mentais que permitem o seu reconhecimento, gestão e prevenção, e os estudos decorrentes da operacionalização deste conceito, vieram mostrar a necessidade de intervir neste domínio, sobretudo ao nível do favorecimento da procura de ajuda, já que os jovens tendem na maioria das vezes a ocultar os sinais e sintomas. É por isso necessário criar ferramentas que capacitem os jovens e, inclusive, os adultos, para a identificação dos sinais dos problemas de saúde mental ou de sofrimento psicológico, para que estes mobilizem os recursos necessários de modo a dar resposta a estes problemas, evitando a sua agudização.

No caso dos jovens estudantes de Enfermagem, a formação inicial e os contextos em que esta se desenvolve, podem potenciar a ocorrência de problemas de saúde mental, comprometendo em alguns casos o seu potencial de desenvolvimento. É exemplo a frequência dos ensinos clínicos, com exposição reiterada a situações de saúde/doença, que podem aumentar a vulnerabilidade psicológica e, inclusive, o desenvolvimento de crises de saúde mental. Simultaneamente a frequência de unidades curriculares centradas na psiquiatria, tende a privilegiar a gestão da doença mental grave nos meios hospitalares, descurando os aspetos do quotidiano, quer dos estudantes, quer ainda daqueles com quem estes se relacionam.

O programa de Primeira Ajuda em Saúde Mental (PASM) é uma ferramenta resultante da génese, desenvolvimento e operacionalização do conceito de LSM. A PASM (incluindo os primeiros socorros) é a ajuda prestada a alguém que está a desenvolver

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um problema de saúde mental ou numa crise relacionada com a sua saúde mental (Loureiro, 2014). Esta ajuda é dada até ser recebida ajuda profissional apropriada ou até a crise se resolver. No caso dos estudantes de Enfermagem, o programa de primeira ajuda pode ser um veículo privilegiado para a gestão das questões de saúde mental e bem-estar do quotidiano, seja dos próprios estudantes, seja dos seus pares. O presente trabalho tem como objetivo avaliar a eficácia do programa de PASM na LSM, a partir de uma amostra de recém-licenciados em Enfermagem, em termos das componentes: reconhecimento das perturbações mentais de modo a facilitar a procura de ajuda; conhecimentos sobre ajuda profissional e tratamentos disponíveis; conhecimentos sobre estratégias de autoajuda eficazes; conhecimentos e competências para prestar apoio e dar a primeira ajuda aos outros; conhecimentos acerca do modo de prevenção das perturbações mentais.

A dissertação apresenta-se estruturada em quatro capítulos fundamentais: enquadramento teórico; metodologia; apresentação de dados; e, discussão dos resultados. No primeiro capítulo (enquadramento teórico), desenvolvem-se os temas fundamentais deste trabalho, nomeadamente os conceitos de LSM e suas componentes, a materialização do conceito através do programa de PASM, assim como a evidência científica produzida relativa ao programa.

O capítulo da metodologia integra a questão de investigação, caracterização da amostra, o instrumento utilizado e as questões relacionadas com os procedimentos de colheita de dados.

Os últimos capítulos dizem respeito à apresentação e análise dos dados e discussão. A apresentação e análise dos dados surgem de acordo com a forma sequencial das componentes. A discussão inicia-se com os limites do estudo, nomeadamente instrumental de avaliação que utilizámos, desenho do estudo e, posteriormente são interpretados os resultados e comparados com os de outros estudos.

O trabalho encerra-se com a conclusão onde são apresentados os resultados considerados relevantes, e as implicações que daí advém para a formação em Enfermagem e para a necessidade de implementação deste programa como medida promotora da saúde mental dos estudantes de Enfermagem.

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17 CAPÍTULO I – ENQUADRAMENTO TEÓRICO

1. LITERACIA EM SAÚDE MENTAL

O conceito de LSM foi apresentado pela primeira vez por Jorm e colaboradores em 1997. Definiram-no como correspondendo às crenças e conhecimentos acerca das doenças mentais1 que ajudam no seu reconhecimento, gestão e prevenção (Jorm, 2000). A operacionalização deste conceito, atualmente em uso, compreende cinco componentes que são: reconhecimento das perturbações mentais de modo a facilitar a procura de ajuda; reconhecimento da ajuda profissional e tratamentos disponíveis; reconhecimento da eficácia das estratégias de autoajuda; conhecimento e competências para prestar a primeira ajuda e apoio aos outros; e, conhecimentos acerca do modo de prevenção das perturbações mentais (Jorm, 2011; 2014).

Como refere Jorm (2000; 2011; 2014), o conceito de LSM é direcionado para a ação em prol da saúde do indivíduo e daqueles que o rodeiam, isto porque pressupõe a capacitação dos indivíduos para a procura de ajuda, conscientização do problema, permitindo ainda reduzir o estigma e outras barreiras associadas à identificação e tratamento das perturbações mentais. O conceito de literacia em saúde não deixa de estar assim na sua base permitindo aos indivíduos aceder, compreender e usar a informação no domínio da saúde (Loureiro, Mendes et al., 2012).

Relativamente às componentes da LSM, a evidência produzida mostra que, no que concerne ao reconhecimento da perturbação de forma a facilitar a procura de ajuda, o reconhecimento das perturbações mentais é um pré-requisito para a procura de ajuda profissional, isto porque o não-reconhecimento dos sinais que podem indiciar um problema de saúde mental pode levar ao agravamento do estado de saúde do indivíduo e a um atraso na procura de ajuda ou mesmo à não procura de ajuda para a sua situação. Sabe-se, por exemplo, que nas perturbações do humor, a média de

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Utilizamos os conceitos de doença mental e perturbação mental neste trabalho como sinónimos, ainda que sejam distintos. Quando utilizamos o termo problemas de saúde mental falamos de um termo mais amplo que inclui tanto as doenças mentais como os sintomas destas doenças, que ainda não são suficientemente graves para que seja feito o diagnóstico de doença mental.

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tempo que demora a obter ajuda profissional são 10,6 anos com 8,4 anos desde o surgir dos primeiros sinais e o momento em que é feito o reconhecimento e 2,2 anos entre o reconhecimento e a procura de ajuda (Jorm, 2014).

O atraso na procura de ajuda junto de um profissional de saúde pode ser agravado, no caso dos adolescentes, com o seu reduzido contacto com o sistema de saúde (Loureiro, Mendes et al., 2012). O reconhecimento precoce e a procura de ajuda adequada são assim cruciais para a melhoria dos resultados em saúde do indivíduo e sucesso dos tratamentos implementados. Torna-se por isso fundamental que aqueles que rodeiam o adolescente e jovem sejam eles amigos, familiares, professores, souberem quais as alterações precoces provocadas pelas perturbações mentais, os melhores tipos de ajuda disponíveis e como aceder a esta ajuda (Loureiro, Pedreiro, Correia, & Mendes, 2012).

A atribuição de rótulos psiquiátricos a diferentes situações de doença mental ou de sofrimento é uma das formas de avaliar o reconhecimento de determinada perturbação. Habitualmente o uso de rótulos psiquiátricos está associado ao preconceito e a comportamentos estigmatizantes e discriminatórios, no entanto, a sua utilização e a sua relação com a procura de ajuda varia de acordo com a natureza das perturbações e do que estas implicam em termos pessoais e sociais para o indivíduo (Loureiro, Sequeira, Rosa, & Gomes, 2014).

Sendo a procura de ajuda um conceito associado a esta componente da LSM importa apresentá-lo. O conceito de procura de ajuda em saúde mental pode ser entendido, segundo Rickwood, Deane, Wilson, & Ciarrochi (2005), como um processo que envolve a decisão de partilhar um domínio pessoal e íntimo (da pessoa em sofrimento) para o domínio interpessoal da relação com o profissional de saúde. Esta procura comporta diferentes estágios, nomeadamente o reconhecimento e consciência que o indivíduo tem do seu problema e do modo como este o afeta, requerendo a ajuda de outra pessoa; a perceção de que é capaz de expressar através da linguagem o que sente (sintomas) e que o outro (profissional) o entende e valoriza; a análise da disponibilidade das fontes de ajuda que podem contribuir para a resolução do problema; vontade em procurar ajuda e decisão para a ação (Loureiro, 2013).

A adoção de comportamentos de procura de ajuda pode ser entendida como uma estratégia de coping que depende das relações sociais e competências interpessoais de cada indivíduo (Rickwood, Deane, Wilson, & Ciarrochi, 2005).

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Rickwood et al. (2005) classificaram os tipos de ajuda de acordo com a sua formalidade: ajuda formal e informal. As fontes de ajuda informal referem-se à ajuda obtida através das relações sociais informais, como por exemplo, os familiares e amigos. A procura de ajuda formal refere-se à ajuda profissional, ou seja, a toda a ajuda que é obtida através do contacto direto ou não, com os profissionais reconhecidos e habilitados para dar resposta aos problemas de saúde mental.

Os adolescentes e jovens tendem a procurar a ajuda informal antes de recorrerem à ajuda formal, sendo que privilegiam os amigos e de seguida os familiares. No entanto, o processo de procura de ajuda é muitas das vezes dificultado pelo não reconhecimento do problema, reconhecimento do problema mas ausência de intenção associada ou intenção não traduzida num comportamento. Outras barreiras identificadas são a falta de competências emocionais, a recusa em aceitar ajuda e as crenças e atitudes negativas relativamente à procura de ajuda profissional. São considerados facilitadores da procura de ajuda as experiências prévias satisfatórias, a LSM e as influências sociais e relações de confiança próximas (Rickwood et al., 2005). O estigma relacionado com as doenças mentais está também associado como obstáculo à procura de ajuda. A visão estigmatizante das doenças mentais interfere com a expressão dos sintomas e motiva a recusa da procura de ajuda (Loureiro, Mendes et al., 2012).

Podemos referir quatro factos relativamente a esta componente que advém da evidência produzida (Jorm, 2014):

 Muitas pessoas não procuram ajuda ou atrasam a sua procura;

 Os atrasos na procura de ajuda estão associados a piores resultados de saúde no futuro;

 Não reconhecer que um problema é uma perturbação mental contribui para o atraso na procura de ajuda;

 O não reconhecimento tem maior probabilidade de ocorrer se o primeiro episódio acontecer na adolescência.

Ao nível da componente reconhecimento da ajuda profissional e tratamentos

disponíveis Jorm (2014) define-a como obtenção da ajuda profissional adequada,

conhecimento do papel dos vários profissionais de saúde mental bem como dos tratamentos disponíveis sabendo como aceder.

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No caso dos estudos portugueses os adolescentes e jovens portugueses privilegiam a família, amigos e os profissionais de saúde como fonte de ajuda para os seus problemas de saúde mental (Loureiro, Barroso et al., 2013; Loureiro, Jorm et al., 2013). No entanto, na maioria das vezes, os seus pares, bem como os seus familiares, não têm conhecimento ou experiência que lhes permita prestar apoio e encaminhamento os profissionais de saúde (Jorm, 2014).

Também nesta componente podemos resumir as conclusões da evidência produzida (Jorm, 2011; 2014):

 Muitas pessoas preferem fontes informais de ajuda em vez de fontes profissionais. Isto é um problema especialmente durante a adolescência;

 As profissões com formação especializada nem sempre são as preferidas, ex.: psicólogos;

 Existe uma imagem negativa de alguns tratamentos, particularmente a medicação;

 As visões negativas sobre os medicamentos estão associadas a menor utilização, menor benefício e descontinuidade de tratamento.

Outra das componentes do conceito de LSM é o conhecimento da eficácia das

estratégias de autoajuda para os problemas de saúde mental. Ao contrário do que

acontece com a ajuda profissional, a população tem uma atitude mais positiva no que diz respeito às estratégias de autoajuda e referem utilizá-las com frequência (Jorm, 2014).

Em termos de resultados síntese e recomendações sabe-se que (Jorm, 2014):

 As pessoas têm uma atitude muito positiva sobre as estratégias de autoajuda e utilizam-nas comummente para a ansiedade e a depressão;

 Algumas estratégias populares de autoajuda poderão ser úteis (ex.: exercício físico), mas outras não (ex.: beber bebidas alcoólicas);

 É necessário encorajar o conhecimento sobre aquelas que têm evidência científica que as suporte, mas não as vendo como substitutos de ajuda profissional.

A componente de conhecimento e competências para prestar a primeira ajuda é uma outra componente do conceito de literacia, mostrando a evidência que (Jorm, 2014):

 As pessoas devem apoiar a procura de ajuda. Isto é particularmente importante na adolescência;

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21

 Um bom apoio social promove a recuperação e reduz o impacto de acontecimentos traumáticos;

 Estudos mostram que existem limitações no conhecimento sobre prestar a primeira ajuda. Por exemplo, existe relutância em falar sobre pensamentos suicidas.

Na componente conhecimentos acerca do modo de prevenção das perturbações

mentais, trata-se, como refere Jorm (2014), da área mais negligenciada, talvez porque

não se conhecem claramente os fatores de risco. Para isso o autor sugere que as mensagens em termos de promoção da saúde mental e prevenção dos problemas de saúde mental se centrem em associações como, por exemplo, cannabis e psicose ou ser pai/mãe adolescente e risco de depressão. O autor alerta ainda para o facto dos estudos, especificamente com jovens australianos revelarem que é benéfico, por exemplo, evitar situações stressantes, mas isto poderá piorar os problemas de ansiedade.

Em termos síntese das componentes, são de salientar as seguintes conclusões, que têm implicações e justificam a necessidade de intervir em termos de PASM:

 Os problemas de saúde mental são comuns nos jovens;

 Existe um elevado nível de estigma associado aos problemas de saúde mental;

 Muitos jovens não estão bem informados sobre os problemas de saúde mental, inclusive os que frequentam cursos na área da saúde;

 A maioria não procuram ajuda para os problemas de saúde mental;

 Um jovem poderá não perceber que precisa de ajuda ou de que existe ajuda eficaz e disponível;

 A ação dos prestadores da primeira ajuda pode determinar quão rapidamente os seus pares com os problemas de saúde mental recebem ajuda ou recuperam.

1.1. EVIDÊNCIA PRODUZIDA NO CONTEXTO PORTUGUÊS

Apesar dos estudos realizados em Portugal ao nível da LSM serem escassos, são de salientar os realizados a partir de 2013 por uma equipa de investigadores da UICISA: E da ESEnfC (Loureiro, Pedreiro et al., 2012; Loureiro, 2013, 2013a; Loureiro, Barroso, et al. 2013; Loureiro, Jorm et al., 2013; Loureiro, Sequeira et al., 2014; Loureiro, Jorm et al., 2014) e que estão publicados em diversas revistas da especialidade.

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Os estudos referidos foram realizados recorrendo a uma amostra de 4938 adolescentes e jovens a frequentar as escolas da região de abrangência de Direção Regional de Educação do Centro (DREC) sendo avaliadas todas as componentes da LSM em termos de depressão, esquizofrenia e abuso de álcool.

Os autores concluíram que o reduzido reconhecimento das perturbações mentais, dos serviços disponíveis e úteis numa situação de doença ou problema de saúde mental, bem como dos tratamentos disponíveis, justificam a necessidade de intervenções que promovam a LSM capacitando os adolescentes e jovens para a ação de modo a reconhecer, gerir e prevenir estes problemas (Loureiro, Barroso et al., 2013; Loureiro, Jorm et al., 2013; Loureiro, Jorm et al., 2014; Loureiro, Sequeira et al., 2014).

O não-reconhecimento precoce das perturbações e atrasos na procura de ajuda faz com que os tratamentos sejam mais demorados e que os sinais e sintomas se agravem principalmente no caso de adolescentes e jovens que têm um reduzido contacto com o sistema de saúde (Loureiro, Pedreiro et al., 2012).

O reconhecimento da depressão pelos adolescentes e jovens portugueses é reduzido contrariamente à intenção de procura de ajuda que apresenta valores mais satisfatórios (Loureiro, Pedreiro et al., 2012). Apesar de se verificar o uso de rótulos adequados, surge o recurso a rótulos como esgotamento nervoso, crise da idade e anorexia que faz com que se questione a forma como a depressão é vista e encarada pelos adolescentes e jovens (Loureiro, Sequeira et al., 2014).

O reconhecimento da esquizofrenia apresenta resultados mais satisfatórios apesar de se verificar que os adolescentes têm dificuldade em compreender que o indivíduo com esquizofrenia não tem consciência da sua condição, não podendo para isso acionar o pedido de ajuda (Loureiro, Sequeira et al., 2014).

No que diz respeito ao consumo abusivo de álcool, verifica-se que os adolescentes na sua maioria reconhecem situações de abuso de álcool. No entanto, surge muitas vezes nos dados um número semelhante dos que descrevem a situação como alcoolismo, podendo este facto ser benéfico para a procura de ajuda ou apenas revelar desconhecimento do alcoolismo como uma perturbação da dependência (Loureiro, Barroso et al., 2013; Loureiro, Sequeira et al., 2014). Justificar uma situação de consumo abusivo de álcool como algo próprio da idade pode pôr em causa o conhecimento dos adolescentes e jovens acerca desta perturbação, pois significa que esta situação é desvalorizada e, consequentemente, uma barreira à procura de ajuda (Loureiro, Barroso et al., 2013; Loureiro, Sequeira et al., 2014).

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Para além do baixo reconhecimento, vários estudos internacionais demonstram que os adolescentes e jovens se apresentam reticentes à procura de ajuda profissional, principalmente os rapazes, preferindo as fontes informais sendo por isso necessário disponibilizar informação sobre os problemas de saúde mental, apoios e tratamentos disponíveis (Rickwood et al., 2005). A procura de ajuda implica a partilha de aspetos da vida pessoal dos indivíduos, o que os faz sentirem-se receosos relativamente à exposição e, por isso, atrasem a procura de ajuda, nomeadamente a profissional (Loureiro, 2013). Este dado serve para explicar o valor modesto da procura de ajuda nos adolescentes e jovens portugueses.

No que diz respeito às fontes de ajuda é notória a preferência dos adolescentes e jovens portugueses pelas fontes de ajuda informais, nomeadamente familiares, como a mãe e o(a) namorado(a) (Loureiro, Pedreiro et al., 2012; Loureiro, 2013; Loureiro, Barroso et al., 2013; Loureiro, Jorm et al., 2013).

Analisando o conhecimento da ajuda profissional e dos tratamentos disponíveis nas diferentes perturbações, verificam-se resultados distintos. No caso da depressão, apesar de ser privilegiada a ajuda informal, verifica-se que a procura de ajuda formal é predita quando os adolescentes usam o rótulo de esgotamento nervoso e anorexia que não correspondem ao correto reconhecimento desta perturbação (Loureiro, 2013; Loureiro, Sequeira, et al. 2014). Apesar de se verificar que os adolescentes e jovens portugueses têm intenção de pedir ajuda numa situação de depressão, estes consideram que é difícil aceder aos profissionais de saúde ou lidar com os efeitos secundários da medicação, descartando as características pessoais, como por exemplo ser tímido, das barreiras da procura de ajuda (Loureiro, 2013). O pedido de ajuda tem maior probabilidade de acontecer se não houver familiaridade, bem como baixos níveis de estigma pessoal e percebido (Loureiro, 2013).

No que diz respeito à esquizofrenia, verifica-se que apesar de os adolescentes estarem cientes da gravidade do problema, têm dificuldade em acionar o pedido de ajuda, ou seja, a intenção de procura de ajuda é maior quando utilizam um rótulo que, em termos sociais, não tem uma representação tão grave, como por exemplo a depressão (Loureiro, Sequeira et al., 2014). Por outro lado, são barreiras à procura de ajuda neste caso o facto de pensarem que as pessoas podem não valorizar o que lhes é descrito, pensarem que nada as poderá ajudar ou o acesso à ajuda profissional (Loureiro & Abrantes, 2014).

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Quando apresentada uma vinheta representativa do abuso de álcool, verifica-se que a procura de ajuda formal resulta do facto de os adolescentes considerarem que se trata de uma situação de alcoolismo (Loureiro, Sequeira et al., 2014). São barreiras à procura de ajuda no abuso de álcool: pensarem que as pessoas ficam com uma visão negativa sobre si, aspetos relacionados com a confidencialidade, níveis elevados de estigma pessoal e percebido, familiaridade e não-reconhecimento do problema (Loureiro, 2013a; Loureiro & Abrantes, 2014).

Tendo em conta as perturbações já referidas, verifica-se que os adolescentes e jovens portugueses tendem a ver a esquizofrenia e o abuso de álcool de uma forma estigmatizante atribuindo a responsabilidade aos indivíduos. Assim, consideram que as pessoas com abuso de álcool ou a sofrer de uma esquizofrenia são mais perigosas e imprevisíveis que a restante população, sendo que consideram que a sociedade tem uma visão mais estigmatizante do que eles próprios (Loureiro & Abrantes, 2014). O estigma pessoal e percebido é descrito como uma barreira à procura de ajuda em saúde mental sendo que, no caso dos adolescentes e jovens portugueses, o estigma percebido apresenta níveis elevados podendo significar que as crenças e sentimentos dos indivíduos são moldados pela sociedade (Loureiro, 2013a). Ao nível destas duas variáveis, existem diferenças de género no que diz respeito ao abuso de álcool, sendo os rapazes os que apresentam valores mais elevados ao nível do estigma pessoal e as raparigas as que apresentam valores mais elevados ao nível do estigma percebido (Loureiro, 2013a).

Apesar de a escola ser o setting eleito para ações de promoção da saúde, os adolescentes não elegem o professor como fonte de ajuda o que revela uma relação de pouca confiança entre ambos, bem como o receio de que esta situação afete o seu sucesso escolar (Loureiro, Pedreiro et al., 2012; Loureiro, Jorm et al., 2013; Loureiro, Barroso et al., 2013; Loureiro, Sequeira et al., 2014; Loureiro, Jorm et al., 2014). Para além da falta de confiança/confidencialidade, os adolescentes portugueses elegem outras barreiras à procura de ajuda como a falta de confiança em si próprios e a desvalorização da resolução de problemas (Loureiro, Pedreiro et al., 2012). Estes dados demonstram a necessidade de a ajuda profissional especializada ser valorizada pelos adolescentes e jovens e de capacitar os familiares e amigos, bem como os profissionais do ambiente escolar, a prestar apoio, a reconhecer os primeiros sinais de doença mental e prestar a primeira ajuda.

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Também nos estudos portugueses verificou-se que os adolescentes e jovens privilegiam terapêuticas que não necessitam de prescrição médica, como por exemplo as vitaminas e os chás apesar de não existir evidência acerca da sua eficácia e não implicarem o contacto com um profissional de saúde (Loureiro, Jorm et al., 2013; Loureiro, Barroso et al., 2013). Verifica-se a presença de uma visão negativista dos psicofármacos, da mesma forma que privilegiam estratégias de autoajuda, como por exemplo, treino de relaxamento, exercício físico e leitura de um livro de autoajuda acerca do problema (Loureiro, Jorm et al., 2013). No entanto, no que diz respeito à esquizofrenia, os adolescentes e jovens não acreditam na eficácia de produtos como os chás e vitaminas (Loureiro, Jorm et al., 2014).

Quanto ao conhecimento e competências para a prestação da primeira ajuda, verificou-se que os adolescentes e jovens portugueses têm capacidade de escutar a pessoa que necessita de ajuda e sugerir a procura de um profissional de saúde ou marcação de uma consulta no médico de família com o seu consentimento (Loureiro, Barroso et al., 2013; Loureiro, Jorm et al., 2013; Loureiro, Jorm et al., 2014).

Por outro lado, consideram prejudicial questionar acerca de pensamentos suicidas devido à crença de que ao questionar a pessoa esta ideia ficará presente podendo levar à ação (Loureiro, Barroso et al., 2013; Loureiro, Jorm et al., 2013; Loureiro, Jorm et al., 2014).

Relativamente ao conhecimento de como prevenir a doença mental, a amostra dos estudos portugueses revela que está presente a crença de que é possível prevenir a doença mental (Loureiro, Barroso et al., 2013; Loureiro, Jorm et al., 2013).

Da análise dos resultados de todos os estudos realizados em Portugal, ressaltou a necessidade de desenvolver programas que tenham como objetivo aumentar os níveis de LSM, como é o caso do programa de PASM.

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27 2. PRIMEIRA AJUDA EM SAÚDE MENTAL

2.1. DEFINIÇÃO E PRESSUPOSTOS

O conceito de PASM resulta da versão adaptada para o contexto português do conceito original Mental Health First Aid (MHFA) apresentado pelos australianos Betty Kitchener e Anthony Jorm em 2002. Tal como define Loureiro (2014):

“A Primeira Ajuda em Saúde Mental (incluindo os primeiros socorros) é a ajuda prestada a alguém que está a desenvolver um problema de saúde mental ou numa crise relacionada com a sua saúde mental. Esta ajuda é dada até que a pessoa receba ajuda profissional apropriada ou até que a crise seja ultrapassada”. (p. 20)

Na primeira ajuda é atribuída ênfase ao conceito de problema de saúde mental, já que este termo é mais amplo e inclui tanto as doenças mentais como os sintomas destas doenças, que ainda não são suficientemente graves para que seja feito o diagnóstico de doença mental (Loureiro, 2014).

Neste sentido, a primeira ajuda define a figura do prestador de primeira ajuda em

saúde mental como alguém que pode prestar esta ajuda, se capacitado para isso, e

que, na maioria das vezes, não é profissional de saúde mental mas que pertence à rede social dos adolescentes e jovens. São pois considerados prestadores da primeira ajuda os professores, profissionais de saúde responsáveis pela saúde escolar, pais, encarregados de educação, assistentes operacionais com funções nas escolas, treinadores desportivos, chefes de escuteiros e dirigentes de grupos de adolescentes, entre outros.

Tal como os primeiros socorros noutras áreas de intervenção, a primeira ajuda também tem como objetivos: (a) preservar a vida; (b) prevenir ferimentos ou danos futuros; (c) promover a recuperação; (d) oferecer conforto à pessoa que está doente ou magoada. Deste modo, são objetivos da PASM, de modo mais específico: (a) preservar a vida enquanto a pessoa representar perigo para si ou para outros; (b) prestar ajuda de modo a que o problema de saúde mental não venha a tornar-se mais sério; (c) promover a recuperação da saúde mental; (d) providenciar conforto à pessoa

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que experiencia um problema de saúde mental (Loureiro, 2014). O processo de intervenção em termos de primeira ajuda é apresentado na Figura 1.

Figura 1. Primeira Ajuda em Saúde Mental. Fonte: Loureiro (2014), p. 20.

A necessidade e importância da PASM, sobretudo em adolescentes e jovens, resultam de uma ordem de fatores (Loureiro, 2014):

 Os problemas de saúde mental têm, muitas vezes, o seu início durante a adolescência ou no início da vida adulta. Estes problemas incluem depressão, ansiedade e stress, perturbações alimentares, psicoses como é o caso da esquizofrenia e perturbações relacionadas com abuso de substâncias. Uma pessoa que tenha contacto com adolescentes poderá, num dado momento da sua vida, interagir com alguém que esteja a desenvolver um destes problemas;

 Os adolescentes poderão não estar bem informados sobre os sinais que indiciam um problema de saúde mental, incluindo a necessidade de acompanhamento e tratamentos disponíveis. Eles não têm a experiência dos adultos relativamente à procura de ajuda nem sabem, muitas vezes, qual a ajuda adequada;

 Os adultos podem e devem desempenhar um papel importante na procura de ajuda. Contudo, necessitam de aumentar os seus conhecimentos e competências de modo a serem capazes de prestar a primeira ajuda. O desconhecimento de um adulto pode ter como consequência o agravamento do problema;

 O estigma e discriminação associados aos problemas de saúde mental são um problema atual, atuando como barreira à procura de ajuda, já que as pessoas para evitarem os comportamentos discriminatórios tendem a ocultar os sinais e sintomas e/ou recusar a ajuda profissional;

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 Os adolescentes e jovens com problemas de saúde mental podem, em alguns casos, não ter consciência de que precisam de ajuda. Algumas perturbações mentais afetam o modo de pensar e a capacidade racional de tomar uma decisão. O adolescente também pode estar a viver um estado de desespero e não saber o que deve fazer para se sentir melhor. Nesta situação, os familiares e os profissionais de educação devem facilitar a procura de ajuda apropriada.

 A ajuda profissional nem sempre está disponível quando se desencadeia um problema de saúde mental. Existem profissionais de saúde para ajudar adolescentes com problemas de saúde mental, mas quando estas fontes de ajuda não estão imediatamente disponíveis, deve oferecer-se a primeira ajuda de modo a ajudar o adolescente a obter ajuda profissional apropriada, assim como outro tipo de apoios.

2.2. PLANO DE AÇÃO - ANIPI

À semelhança do que acontece com o curso de suporte básico de vida, em que é ensinado um plano de ação para poder ajudar alguém através do uso de uma mnemónica, a PASM também engloba um plano de ação para ajudar alguém que está a desenvolver um problema ou uma crise relacionada com a sua saúde mental que se designa por ANIPI sendo que cada letra corresponde a uma ação, tal como se vê na figura seguinte.

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A significa aproximar-se da pessoa, observar e ajudar (numa crise), N refere-se a não

julgar e escutar com atenção, I de informar e apoiar, P de procurar ajuda profissional especializada incentivando a pessoa a obtê-la e, por último, I de incentivar o recurso a outros apoios. Apesar de serem apresentadas pela ordem a que surgem na mnemónica ANIPI, não têm necessariamente ser seguidos consecutivamente, servindo esta ordem apenas para auxiliar o prestador de primeira ajuda a recordar-se das ações e a decidir a relevância de cada uma delas para as necessidades da pessoa que quer ajudar (Loureiro, 2014).

De seguida serão apresentadas as ações contempladas no Plano de Ação da PASM - ANIPI.

A primeira ação, Aproximar-se da pessoa, observar e ajudar (numa crise), refere-se à abordagem inicial que deve ser feita ao adolescente de forma a tentar perceber se está em crise e assisti-lo durante a crise. Considera-se que as situações de crise podem ser aquelas em que o adolescente se magoa ou causa dano a si mesmo (por exemplo: tentativa de suicídio), experiencia sofrimento extremo (por exemplo: ataque de pânico) ou em que o comportamento do adolescente é muito perturbador para os outros (por exemplo: o adolescente torna-se muito agressivo).

Para se aproximar da pessoa devem ser tidos em conta alguns princípios básicos: verificar a segurança para o adolescente e para o prestador da primeira ajuda; escolher o momento adequado, ou seja, devemos privilegiar momentos em que a pessoa está calma, num local onde seja possível sentir-se bem e com privacidade e assistir a pessoa em situação de crise (Kelly, Kitchener, & Jorm, 2010). Pode acontecer que a pessoa não queira ser abordada para falar acerca de si, neste sentido o prestador da primeira ajuda deve evitar confrontar a pessoa ou forçá-la a falar e, por sua vez, deve demonstrar que estará disponível para falar quando achar necessário (Kelly et al., 2010). O prestador da primeira ajuda deverá criar algum distanciamento entre aquilo que o adolescente está a vivenciar e a sua vida pessoal de forma a evitar situações de stress, frustração ou impotência (Loureiro, Sousa, & Gomes, 2014). Esta primeira ação do plano de PASM requer que seja feita uma avaliação da situação que influenciará a ordem das ações do plano de ação.

Comunicar com adolescentes é um desafio e, por isso, é relevante utilizar algumas estratégias comunicacionais como ser genuíno, ter cuidado com o uso de calão, dar espaço ao silêncio, experimentar vários cenários para a conversa, não comparar a vida do adolescente com as suas próprias experiências (evitar expressões como:

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quando tinha a tua idade…), não banalizar os sentimentos do adolescente, não pedir ao adolescente para justificar ou explicar o seu comportamento, dar atenção à linguagem corporal, dar reforço positivo, ajudar o adolescente a encontrar a linguagem que está a procurar (Loureiro, 2014).

Relativamente à segunda ação do plano, apresentada pela letra N de Não julgar e

escutar com atenção, é pedido ao prestador de primeira ajuda que tente colocar de

lado os seus estereótipos e preconceitos de forma a escutar de uma forma mais compreensiva e empática antes de fornecer qualquer tipo de informação e/ou apoio e que consiga transmitir ao adolescente que pode falar abertamente dos seus problemas sem se sentir julgado (Loureiro, 2014; Loureiro, Sousa et al., 2014). Comentários como a forma como te tens comportado não é a correta ou deixa isso para lá, há coisas piores devem ser evitados (Loureiro, Sousa et al., 2014).

Depois de o adolescente ter falado acerca do seu problema e do prestador de primeira ajuda ter compreendido o que estava a vivenciar, poderá ser necessário apoiar e dar informação. Esta será a terceira ação – Informar e apoiar (I) – em que se pretende dar informação acerca do problema de saúde mental e dos serviços de saúde disponíveis motivando-o para a sua procura (Loureiro, Sousa et al., 2014).

Ao motivar um adolescente para a procura de ajuda profissional para o seu problema de saúde mental estamos perante a quarta ação do plano de PASM - Procurar ajuda

profissional especializada incentivando a pessoa a obtê-la (P) – que, por vezes, requer

que o prestador da primeira ajuda dê informação acerca do que o adolescente ou jovem está a vivenciar, bem como, apoiá-lo em todo o processo de procura de ajuda (Loureiro, Sousa et al., 2014).

Na quinta ação do plano de PASM - Incentivar o recurso a outros apoios (I) - pretende-se incentivar o adolescente a utilizar estratégias de autoajuda e a procurar o apoio dos seus familiares ou outras pessoas significativas. O uso de estratégias de autoajuda deve ser supervisionado e não deve dispensar da ajuda de um profissional de saúde, uma vez que algumas são descritas pelos indivíduos como úteis para lidar com os problemas de saúde mental e na verdade são prejudiciais para a sua saúde (Loureiro, Sousa et al., 2014; Jorm, 2011)

A formação em primeira ajuda compreende a frequência de um curso de formação com a carga horária de 15 horas em que são ministrados, por exemplo, os seguintes módulos formativos:

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32 - SAÚDE MENTAL

O que é a Saúde Mental?

O que são problemas de saúde mental?

Quão comuns são as doenças mentais em adolescentes? Impacto das doenças mentais

Profissionais que podem ajudar Estratégias de autoajuda - ADOLESCÊNCIA

Definição de adolescência

Desenvolvimento na adolescência

Relação entre saúde mental e adolescência - PRIMEIRA AJUDA EM SAÚDE MENTAL

Importância da Primeira Ajuda em Saúde Mental Plano de Ação

Factos a considerar na primeira ajuda Como comunicar eficazmente?

Comunicar com adolescentes de diferentes raízes e backgrounds culturais Primeira Ajuda - Problemas de Saúde Mental e Plano de Ação

- EXEMPLO: DEPRESSÃO O que é a depressão?

Fatores de risco associados à depressão Intervenções para a depressão

Diferenças de género na depressão adolescente Importância da intervenção precoce na depressão Crises associadas à depressão

Plano de Ação da Primeira Ajuda em Saúde Mental

2.3. EVIDÊNCIA PRODUZIDA ACERCA DO IMPACTO DO PROGRAMA DE PRIMEIRA AJUDA EM SAÚDE MENTAL NA LITERACIA EM SAÚDE MENTAL

Ao longo dos anos têm sido realizadas avaliações do impacto do programa original desenvolvido na Austrália (MHFA), como poderemos verificar na Tabela 1. Fazendo uma breve análise dos estudos apresentados na tabela verifica-se o modelo de

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disseminação do programa através da sua implementação em áreas rurais ou a grupos específicos, como por exemplo à comunidade chinesa ou à vietnamita na Austrália, o que demonstra as adaptações culturais que também foram sendo necessárias.

Da pesquisa realizada, verifica-se que na maioria dos estudos é utilizado um desenho pré-experimental com três momentos de avaliação (pré-teste; pós-teste e follow-up). Em forma de resumo da análise dos resultados descritos nos estudos verifica-se que este programa tem um efeito positivo na atitude para com a saúde mental e na LSM dos indivíduos, nomeadamente ao nível do reconhecimento das perturbações, tratamentos e profissionais úteis, estigma, bem como na confiança para a prestação da primeira ajuda.

Ao nível do reconhecimento, os estudos revelam que os indivíduos após a realização do MHFA, para além de reconhecerem melhor as perturbações, conseguem percecionar um problema de saúde mental em si ou em alguém próximo. No que diz respeito à procura de ajuda profissional, esta é mais valorizada e incentivada por aqueles que frequentam este programa, uma vez que se verifica uma maior concordância entre os indivíduos e os profissionais de saúde relativamente aos tratamentos.

Quando analisamos os resultados dos estudos relativamente ao estigma, verifica-se uma diminuição da distância social relativamente às pessoas com uma perturbação mental, bem como uma diminuição das atitudes estigmatizantes. Também no que concerne à PASM se verificam resultados positivos havendo uma maior confiança e intenção para a prestação da primeira ajuda, respostas adequadas perante um problema de saúde mental e a aplicação do plano de ação.

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34 T ab ela 1 E st ud os de ava liaçã o de i m pa c to do prog rama M H FA E stu d o s r ea liz ado s p ar a av ali ão d e imp ac to do M HF A A n o P aís Int er v enção A m o stra Result ado s P úb lic o em ge ral e grupos de tr ab al ha do res de em pres as inte res s a da s no MHFA (K it c h e n e r & J o rm, 2 0 0 2 ) 2002 A us tr ál ia MHFA (9 h oras de for m aç ão – 3 s es s õe s ) 21 0 pa rti c ipa nte s  P erc ec io na m u m probl em a de s aú de m en tal em s i ou em al gu ém próx im o;  Me lho r r ec on he c im en to d a s pe rturbaç õ es ;  Me no r di s tâ nc ia s oc ia l;  Ma ior c on fi an ç a pa ra pres tar a pri m ei ra a jud a. F un c ion ário s d e do is de pa rt am en tos do go v erno de C an b err a (K it c h e n e r & J o rm, 2 0 0 4 ) 2004 A us tr ál ia MHFA (9 h oras de for m aç ão – 3 s es s õe s ) 30 1 pa rti c ipa nte s  Ma ior c on fi an ç a pa ra aj ud a r al gu ém ;  O s pa rti c ipa nt es inc en ti v a m m ai s a proc ura de um prof is s ion a l de s aú d e;  P rom ov eu a c o nc ordânc ia c om os pro fi s s ion ai s de s aú de no q ue di z r es pe ito ao s tratam en tos ;  Di m inu ír am at itud es es ti gm ati z an tes ;  P rom ov eu a s aú d e m en tal do s pa rt ic ip an tes . Ind iv ídu os da c o m un ida de V ie tna m ita em Me lbo urn e (M ina s , C o llu c c i, & J o rm, 2 0 0 9 ) 2009 A us tr ál ia MHFA (1 2 h oras ) 11 4 pa rti c ipa nte s  Me lho r r ec on he c im en to d a s pe rturbaç õ es m en tai s ;  Res po s tas a de q ua d as de p ri m ei ra a jud a;  Redu ç ã o d as res po s tas de s ad e qu a da s aq u an d o da pres taç ão d a p ri m ei ra a jud a;  M ud a nç as s ign if ic ati v as rel at iv am en te às ati tu d e s ne ga ti v as e es ti gm a rel ati v am en te à s pe s s oa s c o m do en ç a m en tal . Ind iv ídu os da c o m un ida de Ch ine s a em Me lbo urne, A us tr al ia (L a m , J o rm, & W o n g , 2 0 1 0 ) 2009 A us tr ál ia MHFA (1 2 h oras ) 10 8 pa rti c ipa nte s (84 pa rti c ipa nte s no pré e pó s -tes te)  Me lho r r ec on he c im en to d a s pe rturbaç õ es m en tai s ;  Cr en ç as ac erc a do s tr ata m en tos próx im as da s do s prof is s ion a is de s a úd e;  Me no r d is tâ nc ia s oc ial r el ati v am en te às pe s s oa s c om pe rturbaç ã o m en tal .

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35 T ab ela 1 ( co n t. ) E st ud os de ava liaçã o de i m pa c to do prog rama M H FA T rab al ha d ores da área d e s aú de de um a área rura l n a Ín di a ( A rms tr o n g , K e rm o d e , R a ja , C h a n d ra , & J o rm, 2 0 1 1 ) 2010 Índ ia MHFA (4 s es s õe s ) 66 p arti c ipa nt es  Me lho r r ec on he c im en to d a de pres s ão e p s ic os e ;  Rec o nh ec em c o m o ú tei s m ed ida s f ar m ac ol óg ic as ;  Rec on h ec em a ne c es s ida d e d e proc urar aj ud a. E s tud a nte s de far m ác ia (O'R e illy , B e ll, K e lly , & C h e n , 2 0 1 1 ) 2 009 A us tr ál ia MHFA (1 2 h oras ) 25 8 pa rti c ipa nte s s en do qu e 59 fr eq ue nta ram o MHFA e 1 99 rea liz ar am u m a inte rv en ç ão n ão -es pe c íf ic a  Menor da di s tâ nc ia s oc ial ;  R ec on h ec em a uti lid ad e de int erv en ç õe s de form a s e m el ha n te a o s prof is s ion a is de s a úd e ;  O s es tud an tes en c on tr a m -s e m ai s c on fi an tes no ac on s el ha m en to terap êu ti c o e n a id en ti fi c aç ão de prob lem as r el ac ion a do s c o m o us o d e d rog as . P úb lic o em ge ral (K e lly , e t a l. , 2 0 1 1 ) 2008 A us tr ál ia Y MHF A ( 14 ho ras ) 24 6 ad u ltos  M el ho r r ec on he c im en to d a de pres s ão e e s q ui z of ren ia;  M ai or int en ç ã o e c on fi a nç a pa ra pres tar a pres tar a prim ei ra a jud a;  M ud a nç a s ign if ic ati v a na s ati tud es es ti gm ati z a nte s ex c eto no qu e d iz r es pe it o à p eri go s ida d e;  O progr am a prom ov e a ad e qu a da prim ei ra aj ud a , ex c eto n o qu e d iz res pe it o a ac on s e lh ar a proc ura de aj ud a p rof is s ion a l;  A um en tou a fr eq uê nc ia do s qu e fal a v am c o m o s ad o les c en tes ac erc a do s s eu s probl em as de s aú de , rec om en da ra m aj ud a pr of is s ion al e es tr at ég ias de au to aj ud a, de ram inf or m a ç ão ac erc a do pro bl em a de s aú de do a do les c en tes e d os s erv iç os l oc ai s di s po ní v ei s ;  Não h ou v e di ferenç as s ign if ic at iv as ac erc a de fal a r c o m a pe s s oa ac erc a de p en s am en tos s ui c id ário s . E s tud a nte s da T he Uni v ers ity of Me lbo urn e (H a rt , J o rm, & P a x to n , 2 0 1 2 ) 2011 A us tr ál ia MHFA tr a ini ng c ou rs e for ea ti ng di s ord ers ( 4 ho ras ) 73 p arti c ipa nt es  Me lho r rec on he c im en to do probl em a do s tr ata m en tos di s po nív ei s ;  A um en to d os c on h ec im en tos ac erc a da s es tr até gi as de prim ei ra a jud a ad e qu a da s ;  Ma ior c on fi an ç a pa ra pres tar a pri m ei ra a jud a.

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36 T ab ela 1 ( co n t. ) E st ud os de ava liaçã o de i m pa c to do prog rama M H FA A du ltos d e di ferent es organ iz aç õe s c u ltura is (M o ra w s k a , e t a l. , 2 0 1 3 ) 2012 ? MHFA (1 2 h oras ) 45 8 ad u ltos  E s ti gm a pe s s oa l ac erc a da de pres s ão é m en or no p ó s -tes te;  Di s tân c ia S oc ia l, es ti gm a pe s s oa l e p erc eb ido e m rel aç ão à e s q ui z of ren ia , é m en or no p ós -tes te;  Na av al iaç ã o rea liz ad a no fol low -up v er if ic ou -s e qu e a m ai oria da am os tr a c on tac tou c om al gu ém c o m um probl em a de s aú d e m en tal , of erec en d o -l h e aj u d a e ref erenc ian d o pa ra um s erv iç o a de q ua d o pa ra c ad a s itua ç ão ;  A m ai oria do s ind iv ídu os da am os tr a ref ere qu e foi im po rtan te a fr eq uê nc ia d o c ur s o e rec o m en da m -n o a ou tr os .  A r es po s ta pe ra nte um a d oe nç a m en tal au m en tou ;  S en tem -s e m ai s c on fi an tes na pres taç ão de aj u da . A du ltos d e um c en tr o de s aú de m en tal de um a área rural (M e n d e n h a ll, J a c k s o n , & H a s e , 2 0 1 3 ) 2012 US A (K an s as ) MHFA 17 6 ad ul tos qu e fr eq ue nta ram o MHFA d es de 2009  Ma ior ní v e l de L S M;  Mu da nç a na at itu de pa ra c o m a s aú de m en tal e do en tes m en tai s ;  Ma is de m eta de da am os tr a ref ere ter uti liz a do o MHF A no s eu tr ab a lh o e /ou n a s u a v ida pe s s oa l;  A um en to d a c o nf ian ç a e m aj ud ar al g ué m c o m u m probl em a d e s aú d e m en tal ;  70 % c on tac to u c om al gu é m c o m u m a do en ç a m en tal s en do q ue to do s os qu e pres taram a pri m ei ra aj ud a us aram o A LG E E . Ind iv ídu os de um a área rura l (J o rm, K it c h e n e r, O' K e a rn e y , & D e a r, 2 0 0 4 ) 2003 A us tr ál ia (New S ou th W al es ) MHFA (9 ho ras ) 41 6 in di v ídu os c o m m ai s de 17 an os d e i da d e (grupo de c on tr ol o n = 33 7)  Me lho r r ec on he c im en to d a s pe rturbaç õ es ;  A um en to da c o nc ordânc ia c om os pro fi s s ion ai s de s aú de no q ue di z r es pe ito às i nt erv e nç õe s út ei s ;  Di m inu iç ão da di s tâ nc ia s o c ial ;  Ma ior c on fi an ç a pa ra pr es tar a prim ei ra aj ud a e a um en to na aj ud a ef eti v am en te pres tad a;  M ud a nç as c om m ai or s ign if ic ân c ia do q ue o s pa rti c ipa n tes do grup o d e c on tr ol o.

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37 CAPÍTULO II - METODOLOGIA

Este capítulo visa dar a conhecer os passos metodológicos adotados no estudo. Assim, será abordado de forma sequencial: a) questão de investigação; b) caracterização da amostra; c) variáveis; d) instrumento de colheita de dados; e) procedimentos para a colheita de dados; f) procedimento para o tratamento de dados. O presente estudo é de natureza quantitativa, de nível IV, nomeadamente prosseguindo um desenho pré-experimental. Designado estudo de caso com pós teste

de grupo único (Shadish, Cook, & Campbell, 2002).

1. QUESTÃO DE INVESTIGAÇÃO

Qual o efeito do programa de PASM na LSM dos recém-licenciados em Enfermagem? Esta avaliação de efeito situa-se ao nível da depressão, abuso de álcool e esquizofrenia, nas componentes: Reconhecimento da doença; Conhecimento da ajuda profissional e tratamentos disponíveis; Conhecimentos da eficácia das estratégias de autoajuda; Conhecimentos e competências para prestar a primeira ajuda; Conhecimentos acerca do modo como se podem prevenir as perturbações mentais. A escolha deste objeto de estudo enquadra-se no âmbito do projeto Felizmente desenvolvido entre 2011 e 2013.

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38 2. CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA

Participaram no estudo 16 recém-licenciados em Enfermagem, sendo que 2 (12,5%) são do sexo masculino e 14 (87,5%) do sexo feminino. Em termos de idade, a média é de 21,86 anos (desvio padrão=0,54 anos), sendo a idade mínima observada de 21 anos e máxima de 23 anos. O coeficiente de variação, medida de dispersão relativa, é de 0,02 (2.00%), o que revela um grupo bastante homogéneo do ponto de vista da idade.

Relativamente às habilitações literárias dos pais (Tabela 2), podemos observar que a distribuição é diferenciada em cada grupo, no entanto são relativamente coincidentes nas distribuições conjuntas.

Tabela 2

Distribuição absoluta e percentual das habilitações literárias dos pais Habilitações literárias

Pai Mãe

N.º % n.º %

Ensino básico – 1º Ciclo (antiga 4ª classe)

Ensino básico – 2º Ciclo (Ensino preparatório – antigo 6º ano)

Ensino básico – 3º Ciclo – Curso geral dos liceus (9ºano) Ensino secundário (Curso complementar dos liceus) Bacharelato/Licenciatura 4 4 1 5 2 25,0 25,0 6,3 31,3 12,5 4 4 --- 2 6 25,0 25,0 0,0 12,5 37,5 Total 16 100,0 16 100,0 3. VARIÁVEIS

Mediante o tipo de estudo, na questão de investigação apresentada a variável dependente (central) deste estudo é a LSM nas suas diferentes componentes.

Como se referiu previamente, entende-se a LSM como as crenças e conhecimentos acerca dos problemas e perturbações mentais que permitem o seu reconhecimento, gestão e prevenção (Jorm, 2011, 2014).

Referências

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