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Há quase três décadas, desde a introdução da angioplastia

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Academic year: 2021

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Resultados Angiográficos e Clínicos com

Sirolimus e Paclitaxel

Adriano M. Caixeta

1

, Leonardo C. Beck

1

, Pedro A Lemos

2

1 Instituto do Coração (InCor-DF) - Fundação Zerbini, Brasília - DF. 2 Instituto do Coração do Hospital das Clínicas - FMUSP - São Paulo - SP.

Correspondência: Adriano M. Caixeta. Divisão de Intervenção Car-diovascular. Instituto do Coração - Fundação Zerbini - DF. Estr. Pq. Contorno do Bosque, s/n - Brasília, DF. CEP 70658-7000 e-mail: adriano.caixeta@incordf.zerbini.org.br

Recebido em 15/08/2005 • Aprovado em 01/09/2005

SUMMARY

Sirolimus and Paclitaxel: Angiographic and Clinical Results The authors’ review focuses the use of drug eluding stents for primary prevention of coronary restenosis, their limita-tions, and future perspectives. The authors also describe the different types of platforms, polymers, and the drugs used. Additionally, results from major studies on the use of sirolimus and paclitaxel are included.

DESCRIPTORS: Stent. Paclitaxel. Sirolimus. Angioplasty, Transluminal, Percutaneous Coronary.

RESUMO

Os autores fazem uma revisão abordando o uso dos stents farmacológicos para a prevenção primária da reestenose coronária, suas limitações e perspectivas futuras, discorrendo sobre os diferentes tipos de plataformas, os polímeros e os agentes farmacológicos utilizados. Abordam, também, os resultados dos principais estudos relacionados ao uso dos agentes sirolimus e paclitaxel.

DESCRITORES: Contenedores. Paclitaxel. Sirolimo. Angioplas-tia Transluminal Percutânea Coronária.

H

á quase três décadas, desde a introdução da an-gioplastia coronária, a reestenose pós-procedi-mento instiga e preocupa sobremaneira os cardio-logistas e os pesquisadores. As conseqüências da rees-tenose clínica são múltiplas e interferem, em última análise, na percepção da Intervenção Coronária Percu-tânea (ICP) como um procedimento terapêutico definiti-vo. Os pacientes que evoluem com reestenose são forçosamente levados a conviver com sintomas recorren-tes, com novas intervenções – algumas das quais reque-rendo cirurgia de revascularização do miocárdio, re-hospitalizações, ocasionalmente infarto do miocárdio e afastamento de suas atividades profissionais1. Nos

Esta-dos UniEsta-dos, os gastos totais devido a sintomas recorrentes (reestenose) somam mais de 1 bilhão de dólares anual-mente. Estima-se que no calendário de 2005 serão realizadas mais de 2 milhões de ICP em todo mundo, a metade das quais apenas nos Estados Unidos. Este total de intervenções, considerando a estimativa no uso de stents não farmacológicos, resultaria em aproximada-mente 250.000 novos casos de reestenose2.

Artigo de Revisão

Nos últimos anos, partindo dos conhecimentos acumulados a respeito dos mecanismos celulares e moleculares da reestenose, uma lista interminável de conceitos, estratégias, dispositivos (aterectomias, excimer laser, braquiterapia, entre outros) e drogas foi testada. Desta lista, apenas o uso da braquiterapia intracoro-nariana resultou em redução das taxas de reestenose, ocasionando, porém, alarmante incidência de trombose tardia3 e reestenose de bordos nos limites da área de

irradiação. Essas limitações da braquiterapia despertaram a pesquisa e o desenvolvimento de outro método, direcionando o interesse para a prevenção — ao invés do tratamento — da reestenose.

Mais recentemente, os stents farmacológicos (drug-eluting-stents) surgiram como uma opção terapêutica efetiva na redução das taxas de reestenose intra-stent, mudando definitivamente a abordagem do paciente portador de doença arterial coronariana.

O presente artigo discutirá as principais informações clínicas disponíveis sobre a prevenção primária da reestenose com os stents farmacológicos compostos de sirolimus e paclitaxel4.

FUNDAMENTOS NO USO DOS STENTS FARMACOLÓGICOS

A experiência com a administração sistêmica de medicamentos na prevenção da reestenose, como agentes antiplaquetários, anticoagulantes, bloqueadores dos canais de cálcio, inibidores da enzima conversora da

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angiotensina, hipolipemiantes e anticoagulantes, provou-se quaprovou-se que universalmente negativa5. Paradoxalmente,

esses agentes foram previamente testados em animais e mostraram-se benéficos. A explicação mais plausível que fundamenta as repetidas falhas desses medicamen-tos em humanos é a de que esses agentes não atingiam concentrações ideais no local da lesão vascular, sem aumentar os riscos de seus efeitos colaterais sistêmicos. Partindo desse princípio, a administração local oferece vantagens por aplicar o fármaco no ponto exato da lesão, determinando, portanto, altas concentrações da substância ativa com baixas ou desprezíveis concentra-ções sistêmicas. Nesse sentido, a combinação ideal disporia de um agente com propriedades antiprolife-rativas adicionado a um stent metálico convencional — um bloqueando o recolhimento elástico e o remo-delamento, enquanto o fármaco, com concentração e tempo de administração desejável, inibiria a hiperplasia intimal6. A partir desse conceito, foram desenvolvidos

os stents farmacológicos.

PROPRIEDADES IDEAIS DE UM STENT FARMACOLÓGICO

Os três componentes de um stent farmacológico — o stent, o veículo carreador e o medicamento — devem-se integrar sincronicamente nas suas tarefas. A segurança e eficácia do stent farmacológico dependem de uma delicada combinação do polímero, do fármaco e da sua cinética de liberação.

O stent

O stent coronário deve apresentar algumas caracte-rísticas fundamentais: (1) expansibilidade e eqüidistância simétrica das hastes, fornecendo uma distribuição axial e radial homogênea do medicamento no leito vascular; (2) adequado implante para uma perfeita justaposição stent-artéria; (3) boa radiopacidade para a precisa libera-ção da endoprótese e (4) manutenlibera-ção da acessibilida-de a ramos laterais em bifurcação.

O polímero

Esses veículos agem como reservatórios para os medicamentos. Os polímeros podem ser naturais ou sintéticos, biodegradáveis ou não-biodegradáveis. Ideal-mente, é necessário que os polímeros preencham alguns pré-requisitos: (1) não promovam inflamação local; (2) não sejam trombogênicos; (3) tolerem o estresse mecâ-nico durante o implante — sem alterar suas propriedades físicas e biológicas — e (4) permitam fácil esterilização e acondicionamento.

O ponto de maior interesse que envolve os polí-meros, todavia, é o seu preciso controle na cinética de liberação do medicamento (dose e tempo). Assim, po-límeros que carream medicamentos com propriedades predominantemente antiinflamatórias permitiriam a libe-ração da droga nos primeiros dias após a lesão; por outro lado, polímeros que veiculam fármacos com

ação antiproliferativa os liberariam durante um maior período de tempo (semanas ou meses). Desta forma, às necessidades de liberação do fármaco associar-se-iam as propriedades do polímero, atendendo às diferentes fases celulares e biológicas da reestenose.

Os principais polímeros utilizados são o ácido poli-L-láctico (sintético biodegradável), fibrina (natural e biodegradável), fosforilcolina (natural não biodegra-dável) e de politetrafluoretileno (sintético e não-biode-gradável).

Os agentes

Existem 4 classes de agentes com propriedades de inibição da hiperplasia neo-intimal (ver neste número artigo de Abizaid et al.). Os agentes também devem preencher alguns critérios básicos: (1) alvo de ação bem estabelecido e conhecido; (2) conhecidas farma-cocinética e farmacodinâmica; (3) estabelecida separa-ção entre dose terapêutica e dose tóxicas; (4) constância de ação terapêutica, mesmo em diferentes pacientes e condições anatômicas; (5) baixa toxicidade local e sistêmica; (6) estabilidade aos processos de esterilização e acondicionamento e (7) boa relação custo-efetividade7.

O efeito clínico do stent farmacológico é altamente dependente de cada um dos componentes do complexo plataforma/veículo/agente, assim como a interação entre esses elementos8. Assim, diferentes stents farmacológicos

— às vezes com o mesmo agente — mostram habili-dades distintas em reduzir a reestenose. Por ora, vários stents farmacológicos se mostraram ineficazes em reduzir a hiperplasia neo-intimal. Entre esses, o agente QP-2 (Taxol) na platafomra QuaDS-QP29, o agente paclitaxel

ligado diretamente ao stent (direct binding)10, a

Actino-micina-D11, o Batimastat, o Tacrolimus12 e o Ácido

Micofenólico13.

O sirolimus (polymer-coated sirolimus) e o pacli-taxel (paclipacli-taxel-eluting stent) poliméricos são os stents farmacológicos com maior uso clínico atualmente, com 9 estudos randomizados comparando os efeitos desses dispositivos com os dos stents convencionais (Tabela 1). O sirolimus (Cypher® - Cordis Corporation, Johnson

& Johnson Company, Warren, NJ) está disponível para uso clínico no Brasil desde abril de 2002 e o paclitaxel (Taxus® - Boston Scientific), desde abril de 2003. No

ano de 2004, segundo dados da CENIC – Central Nacional de Dados em Intervenção Cardiovascular, foram implantados no Brasil o total de 22.695 stents, dos quais 13,21% foram stents farmacológicos (6,49% Taxus®, 6,35% Cypher® e 0,37% Infinimum®)14. Houve

um incremento percentual de 73% no número de stents farmacológicos implantados de 2003 para 2004. Atualmente, nos Estados Unidos, aproximadamente 90% dos stents implantados são farmacológicos (Cypher®

ou Taxus®)15. As principais informações derivadas de

estudos randomizados e outros estudos clínicos com sirolimus e paclitaxel são apresentadas, individualmente, a seguir. Um grande número de outros stents

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farma-cológicos tem sido testado com resultados promisso-res e serão discutidos neste fascículo no artigo de Abizaid et al.

Sirolimus

Sirolimus (originalmente conhecido como rapami-cina) é um antibiótico macrolídeo, com potente ação imunossupressora e antimitótica. Na sua formulação oral, é utilizado como imunossupressor na prevenção de rejeição de transplante renal. O sirolimus bloqueia a progressão do ciclo celular da fase G0 para a S1 (efeito citostático) e a expressão de citocinas pró-infla-matórias, inibindo a proliferação celular. Sua ação é mediada pela ligação com um receptor intracelular (FKBP12), formando o complexo rapamicina-FKBP12. Este complexo inibe uma quinase denominada mTOR (mammalian Target Of Rapamycin), componente chave como regulador do ciclo celular16.

Estudos preliminares em modelos animais indicaram substancial redução da hiperplasia intimal sem efeitos sistêmicos. O primeiro estudo piloto utilizando o stent com sirolimus em humanos (FIM: First-in-Man) foi rea-lizado em dois centros (Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, em São Paulo e Toraxcenter, em Rotterdam, na Holanda)17. Foram testadas duas formulações de

liberação do fármaco. Ambas continham 140 µg de sirolimus por cm2, mas com cinética de liberação distinta

(liberação rápida: < 15 dias de liberação e liberação lenta: > 28 dias de liberação). As lições tiradas do estudo FIM17,18 podem ser sumarizadas em: 1) os

resul-tados angiográficos e ultra-sonográficos mostram mar-cada redução da reestenose, da perda tardia, e da porcentagem do volume de obstrução; 2) a evolução clínica mostra também reduzida necessidade de revas-cularização da lesão-alvo (RLA) e revasrevas-cularização do vaso-alvo (RVA) e ; 3) os resultados angiográficos, do ultra-som intravascular (USIV), e clínicos são duráveis e com manutenção da eficácia mantidos. No seguimento de 4 anos, houve apenas 0,1 mm de perda tardia* intra-stent no grupo de liberação lenta e de 0,3 mm, TABELA 1

Eventos clínicos e reestenose nos estudos clínicos randomizados comparando stents com sirolimus e paclitaxel versus stents não farmacológicos*

Infarto do Eventos Reestenose Estudo Morte, % Miocárdio, % RLA, % Totais, % Angiográfica,%

SF SNF SF SNF SF SNF SF SNF SF SNF Sirolimus RAVEL 1,7 1,7 3,3 4,2 0 22,9 5,8 29,7 0 26,3 SIRIUS 0,9 0,6 2,8 3,2 4,1 16,6 7,1 18,9 8,9 36,3 C-SIRIUS 0 0 2,0 4,0 4,0 18,0 4,0 18,0 2,3 51,1 E-SIRIUS 1,1 0,6 4,6 2,3 4,0 20,9 8,0 22,6 5,9 42,3 Paclitaxel polimérico TAXUS I 0 0 0 0 0 10,0 3,2 10,0 0 10,3 TAXUS II 0 0,8 3,1 5,3 4,2 14,4 10,4 21,7 7,1 21,9 TAXUS IV 1,4 1,1 3,5 3,7 3,0 11,3 8,5 15,0 7,9 26,6 TAXUS V 0,5 0,9 5,3 4,6 8,6 15,7 15 21,2 18,9 33,9 TAXUS VI 0 0,9 6,1 8,2 6,8 18,9 16,4 22,5 12,4 35,7

Paclitaxel Não polimérico

ASPECT 0,9 0 2,6 1,7 6,8 3,4 8,5 5,2 8,0 27,3

ELUTES 0,7 0 1,3 0 7,2 15,8 9,9 18,4 13,1 21,6

DELIVER 1,0 1,0 1,4 1,0 5,2 6,8 6,6 8,6 16,7 22,4

PATENCY 0 3,8 0 0 12,5 19,2 12,5 23,1 38,1 35,5

SF: stent farmacológico; SNF: stent não farmacológico; RLA: revascularização da lesão alvo. Eventos Totais: eventos cardiovasculares combinados de Morte, Infarto do Miocárdio e RLA. * Dados relativos a evolução clínica e angiográfica de 6 a 12 meses, dependendo do estudo. A taxa de reestenose angiográfica é considerada em todo segmento tratado.

* Perda Tardia ou late loss – Medida da análise angiográfica quantitativa que traduz o grau de hiperplasia da neo-íntima após intervenção coronariana percutânea. É quantificada pela diferença entre o diâmetro da luz arterial ao final do procedimento e o mesmo diâmetro no seguimento angiográfico tardio. Medida muito utilizada na era dos stents farmacológicos para quantificar o efeito antipro-liferativo absoluto do medicamento. Desta forma, mesmo com um número reduzido de pacientes, pode-se comparar o efeito de um stent farmacológico nos diferentes subgrupos clínicos e anatômicos ou mesmo o efeito antiproliferativo entre diferentes agentes.

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no grupo de liberação rápida, determinando, pelo USIV, obstrução de 5,7% e 9,1%, respectivamente19. A

publi-cação dos primeiros resultados do estudo FIM repre-sentou um grande marco e mudança de conduta clí-nica na cardiologia intervencionista mundial.

Até o momento, 4 estudos randomizados compara-ram a evolução dos pacientes submetidos a implante de stents com sirolimus e stents convencionais20. Morice

et al.21 reportaram o primeiro estudo randomizado,

RAVEL (The Randomized Study with the Sirolimus-Eluting Bx Velocity® Balloon- Expandable Stent in the

Treatment of Patients with de novo Native Coronary Artery Lesion), comparando o stent com sirolimus versus stent convencional. Este estudo incluiu 238 pacientes com lesões não complexas em 19 centros. No seguimen-to clínico de 6 meses, a reestenose angiográfica, a perda tardia, a RLA e trombose do stent foram todas inexistentes, nos 120 pacientes tratados com o Cypher®.

Em três anos, a sobrevida livre de nova RLA foi de 95% no grupo com sirolimus e de 85,6% no grupo controle (p=0,01)22. O estudo SIRIUS23 (Sirolimus-Eluting

Bx Velocity® Balloon Expandable Stent), realizado em

52 centros nos Estados Unidos, randomizou 1101 pacientes para sirolimus ou stent convencional; os achados confirmaram de maneira contundente a eficá-cia do sirolimus polimérico. Neste estudo, envolvendo pacientes e lesões mais complexas do que os estudos anteriores, o implante de stent com sirolimus reduziu em 91% a hiperplasia intimal quantificada pelo USIV. Embora os resultados do SIRIUS não tenham sido “perfeitos” como os do RAVEL (houve incidência maior de reestenose na borda proximal do stent, provavelmente relacionada a cuidados na técnica de implante), os resultados do seguimento de 2 anos24 mostram menor

incidência de eventos cardiovasculares e RLA no grupo tratado com sirolimus (89, 6 vs 75,3% e 93,9 vs 78,1%, p<0,001).

Paralelamente, dois outros estudos randomizados, juntos denominados “NEW SIRIUS”, foram iniciados simultaneamente na Europa (E-SIRIUS)25,26 e Canadá

(C-SIRIUS)26 (Tabela 1). Em alguns aspectos, os

pacien-tes nesses estudos foram mais complexos que os do SIRIUS, com vasos de mais fino calibre e maior com-primento das lesões. No entanto, a evolução angiográ-fica (perda tardia e reestenose) e clínica de 9 meses mostrou melhores resultados do stent com sirolimus. Desta forma, com o implante do stent com sirolimus, mesmo em lesões mais complexas, espera-se uma rees-tenose binária de aproximadamente 5%.

O registro RESEARCH27 (The Rapamacyn Eluting

Stent Evaluated At Rotterdam Cardiology Hospital study), não randomizado, prospectivo e realizado em um único centro, incluiu pacientes de maneira prospectiva, não selecionada e irrestrita, submetidos a implante de stent com sirolimus. Os resultados do seguimento de 1 ano dos primeiros 508 pacientes tratados exclusivamente com o Cypher® foram comparados com 450 pacientes

submetidos a implante de stent convencional, no perío-do imediatamente antes da introdução perío-dos stents farma-cológicos. O uso de stent com sirolimus reduziu em 38% o risco de eventos cardíacos maiores (9,7% vs. 14,8%; p< 0,01), principalmente devido à redução no risco de nova intervenção (3,7% vs. 10,9%; p< 0,01). O maior registro utilizando o stent Cypher® (e-Cypher)

envolveu 275 centros em todo o mundo (18 centros no Brasil), estudando de maneira prospectiva, através de inclusão eletrônica, os pacientes que receberam o stent na prática diária — incluindo IAM, lesões em ponte de safena, lesões difusas, reestenose intra-stent, etc. Até o momento, foram incluídos no registro 12.108 pacientes; o seguimento clínico de 6 meses mostrou a incidência de eventos clínicos combinados (IAM, morte e RLA) em apenas 2,5% dos pacientes. Neste registro, é digno de nota o baixo índice de nova intervenção em 6 meses (apenas 1%)28, traduzindo, mais uma vez, os benefícios

clínicos do implante de stent com sirolimus em pacien-tes não selecionados e de alto risco para reestenose.

Paclitaxel

O paclitaxel é um agente natural obtido por pro-cesso semi-sintético. Na década de 60, seu princípio ativo — retirado do extrato cru da casca de uma árvo-re da família das taxáceas do Pacífico, a taxus bárvo-revifolia — demonstrou a sua ação citotóxica contra vários tipos de tumores29. Atualmente, o paclitaxel é um agente

antineoplásico utilizado no tratamento de alguns tipos de câncer, mais freqüentemente câncer de mama e ovário. Possui um potente efeito inibidor da replicação celular, bloqueando o ciclo celular nas fases G2 e M, ligando-se à porção N-terminal do peptídeo da cadeia beta da tubulina, principalmente no formato de micro-túbulos. Estes se tornam, então, extremamente estáveis e disfuncionais, causando morte celular por desarranjo na dinâmica dos microtúbulos, imprescindível para a divisão celular e para os processos vitais interfases.

Após a sua comprovada eficácia em reduzir a hiperplasia intimal em estudos animais, o paclitaxel, sob a forma de stent farmacológico, tem sido investigado por vários centros, utilizando diferentes tipos de plata-formas em fundamentalmente duas preparações: o stent polimérico (stent com polímero contendo o fármaco) e não-polimérico (o paclitaxel é aplicado na superfície do stent sem o uso do polímero). Os principais estudos clínicos utilizando o stent polimérico e não-polimérico estão sumarizados (Tabela 1). Até o momento, os benefí-cios clínicos utilizando o stent com paclitaxel não polimérico são contraditórios. Enquanto o European Evaluation of Paclitaxel Eluting Stent trial30 (ELUTES) e o

ASian Paclitaxel-Eluting stent Clinical Trial31(ASPECT)

mostraram significante e dose dependente diminuição da reestenose, o maior estudo randomizado envolven-do 1029 pacientes, DELIVER-I (RX Achieve Drug-Eluting Coronary Stent System In The Treatment of Patients With de novo NativE CoronaRy lesions), falhou em demonstrar qualquer benefício deste stent não polimérico.

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Os estudos randomizados utilizando o stent com paclitaxel polimérico estão representados na Tabela 120,32-35. No total, mais de 3400 pacientes foram

incluí-dos no programa TAXUS (estuincluí-dos TAXUS I, II, IV, V e VI utilizando o stent Taxus®). De forma geral, houve

uma marcada redução na proliferação neo-intimal e na reestenose binária no grupo tratado com paclitaxel, determinado uma taxa de RLA que variou de 0 a 8,6%, significantemente menor que no grupo controle. A apresentação recente do estudos TAXUS V34 e VI35

mostrou, de maneira pioneira, o benefício dos stents farmacológicos em pacientes de mais alto risco para reestenose (no estudo TAXUS VI, o comprimento médio da lesão foi > 20 mm e em 38% dos casos utilizou-se stents múltiplos; no estudo TAXUS V houve critérios de inclusão angiográficos mais amplos, abordando lesões em vasos de 2,25 a 4,0 mm de diâmetros). Mesmo neste cenário desfavorável, o stent Taxus®

mos-trou benefício em reduzir a reestenose binária em mais de 70% e a RLA em mais de 60%, quando comparado ao controle.

O registro WISDOM36 (Web-based taxus

Intercon-tinental ObServational Data transitiOnal registry prograM) compilou de maneira prospectiva 778 pacientes porta-dores de lesões não selecionadas submetidos a implante do stent Taxus®. Os resultados refletem os dados do

programa TAXUS; o acompanhamento clínico de 6 meses, apesar de não ideal (235 pacientes), mostra a taxa de eventos maiores (IAM, morte e RLA) de 4,3% e baixas taxas de nova intervenção de 3%.

Recentemente, um novo stent farmacológico, consti-tuído de polímero biodegradável com paclitaxel (Infin-nium®, Sahajanand Medical, Índia) foi lançado no

mer-cado e está disponível para uso no Brasil desde 2004. O registro Simple 137 (Safety and Efficacy of Infinnium

a Paclitaxel Eluting Stent), analisou retrospectivamente a evolução clínica e angiográfica de 282 pacientes (318 stents implantados). Em seis meses, a análise angiográfica mostrou perda tardia de 0,19 ± 0,68 mm e reestenose binária intra-stent de apenas 6,3%, associada a sobrevida livre de eventos de 95% e a necessidade de RLV/RVA de 2,48%. Esses resultados, embora sobre-poníveis aos estudos com o stent Taxus® e Cypher®,

necessitam de ratificação em estudos prospectivos e randomizados futuros, envolvendo um maior número de pacientes.

COMPARAÇÃO DIRETA DO SIROLIMUS COM PACLITAXEL NOS PRINCIPAIS ESTUDOS RANDOMIZADOS

Recentemente, três estudos randomizados compa-raram de maneira direta o stent recoberto com sirolimus (Cypher®) e com paclitaxel (Taxus®):

Estudo REALITY38

Neste estudo, 1386 pacientes em 90 centros da Europa, América Latina e Ásia foram prospectivamente

randomizados para receberem o stent Cypher®

(siroli-mus-eluting stent) ou Taxus (paclitaxel-eluting stent). Eram elegíveis os pacientes com uma ou duas lesões de novo com diâmetros dos vasos que variaram entre 2,25 e 3,0 mm (n=1911 lesões). Não houve diferença nos objetivos primários de reestenose clínica binária e angiográfica comparando os stents. Entretanto, todos os parâmetros angiográficos foram favoráveis ao stent Cypher® em inibir de maneira mais robusta a hiperplasia

neo-intimal (Figuras 1 e 2). Observaram-se também menores índices de trombose dos stents com sirolimus (0,4 vs 1,8%, p=0,0196). Embora a análise de subgrupo tenda numericamente a favor do Cypher®, nenhuma

dessas diferenças foram estatisticamente significantes, incluindo pacientes diabéticos.

Figura 2 - Taxas de perda tardia intra-stent e em todo segmento tratado, nos grupos Cypher® e Taxus®.

Figura 1 - Taxas de reestenose angiográfica binária em 9 meses. Reestenose intra-stent e no segmento, nos grupos tratados com Cypher® e Taxus®.

Estudo SIRTAX39

Estudou-se de maneira randomizada 1012 pacien-tes com doença arterial coronária sintomática, sendo metade com sintomas anginosos crônicos e metade com síndrome coronariana aguda. Foram tratadas ape-nas lesões de novo, com vasos com diâmetro que variasse entre 2,25 e 4 mm. Não houve diferenças na

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incidência dos desfechos clínicos isolados (morte, morte de causa cardíaca e infarto não-fatal). Porém, os pa-râmetros angiográficos foram superiores no grupo de pacientes tratados com sirolimus (perda tardia de 0,13 no grupo Cypher® e 0,25 mm no grupo Taxus®). Na

análise dos eventos combinados de morte, infarto do miocárdio ou necessidade de nova revascularização aos 9 meses, os dados são favoráveis ao stent Cypher®

(6,2% versus 10,8%; p=0,009). Essa diferença foi, em parte, atribuída a maior necessidade de novas revas-cularizações com o stent Taxus® (8,3% versus 4,8%).

A trombose do stent foi semelhante nos dois grupos (Figura 3). A análise do subgrupo mostrou que os diabéticos (HR 3,27, 95% IC; 1,28-8,36; p=0,01) e aqueles sem síndrome coronária aguda (HR 2,9, 95% IC; 1,46-5,78; p=0,02) tiveram maior benefício tera-pêutico com stent com sirolimus do que com stent com paclitaxel. Ao contrário do estudo REALITY que incluiu 90 centros, o estudo SIRTAX selecionou pacientes em apenas dois centros.

nose clínica (TLR) semelhante nos grupos (6,4% e 12%, p=0,13). A morte (3,2% e 4,8%) e o infarto agudo do miocárdio (4,0% e 2,4%) não foram diferentes nos grupos Cypher® e Taxus®, respectivamente. Os

achados angiográficos são mostrados na Figura 4.

Figura 4 - Perda tardia intra-stent e no segmento tratado, no grupo Cypher® e Taxus®.

Figura 3 - Eventos cardiovasculares em 9 meses (%). EC: Todos os eventos combinados. IAM: infarto agudo do miocárdio. RLA: revas-cularização da lesão alvo. TST: trombose de stent.

Estudo ISAR-DIABETES40

Considerando o alto risco de reestenose em pacien-tes diabéticos e a possibilidade de maior redução com stents farmacológicos, este estudo foi delineado com a finalidade de avaliar a eficácia do stent com sirolimus e com paclitaxel nesse grupo de pacientes. Foram incluídos 250 pacientes com sintomas de angina pectoris e/ou teste não invasivo positivo para isquemia miocár-dica, agendados para o tratamento por ICP com stent Cypher® ou Taxus® de lesão de novo em artérias nativas.

Cinqüenta por cento dos pacientes faziam uso de hipo-glicemiantes orais e 33% com insulina. Em 45% dos casos tratados no grupo sirolimus e 34% do grupo paclitaxel observaram-se sintomas de angina instável (p=0,09). Não houve diferenças nas características angio-gráficas entre os grupos estudados. Aos nove meses observou-se reestenose binária de 6,9% no grupo Cy-pher® e 16,5%, no grupo Taxus® (p=0,03), com

reeste-Em recente meta-análise, Kastrati et al.41, analisaram

6 estudos randomizados comparando o uso do Cypher®

e o Taxus® (incluindo os estudos REALITY, SIRTAX e

ISAR-DIABETES citados acima) incluindo 3669 pacien-tes. Nessa análise, a necessidade de revascularização da lesão alvo foi menos freqüente com o uso stent com sirolimus (5,1%) do que com o paclitaxel (7,8%) (odds ratio [OR], 0.64; 95% confidence interval [CI], 0.49-0.84; P=0,001). Da mesma forma, a reestenose angiográfica foi menos freqüentemente observada entre os pacientes tratados com sirolimus (9,3%) do que os com paclitaxel (13,1%) (OR, 0.68; 95% CI, 0.55- 0.86; P=0,001). Não houve diferenças nas taxas de trombo-se dos stents com sirolimus (0,9%) e paclitaxel (1,1%) e nos eventos de morte e infarto do miocárdio.

CONCLUSÕES

Os stents farmacológicos disponíveis representam uma grande evolução na abordagem de pacientes por-tadores de doença arterial coronariana. Ambos os stents farmacológicos com sirolimus e paclitaxel mostraram-se, baseados em dados clínicos e angiográficos, consis-tentemente superiores aos stents convencionais. Em um futuro próximo, a maior disponibilidade de empresas fornecedoras dos stents, fomentando naturalmente a competitividade — com conseqüente diminuição dos custos, e a ampliação nas indicações clínicas e ana-tômicas (tronco de coronária esquerda não protegido, multiarteriais, ponte de veia safena, oclusão crônica e reestenose intra-stent), permitirão que os stents farma-cológicos estejam — por seu comprovado benefício clínico e custo efetividade42, disponíveis para todos os

pacientes com acesso à medicina de alta complexidade em nosso país.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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