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GESTÃO DE QUALIDADE EM CANTEIRO DE OBRAS

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Academic year: 2021

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Breno Henrique Veneziano 1 Walter Gonçalves Ferreira Filho2

RESUMO

Atualmente, a busca por um ambiente de qualidade vem se destacando em grandes organizações com o intuito de proporcionar melhorias para os colaboradores para, consequentemente, ganharem em produtividade. Sabe-se que o canteiro de obras é uma importante área a ser considerada, porém, a preocupação dos gestores com o canteiro de obras sempre esteve relacionada aos aspectos técnicos do projeto arquitetônico-estrutural e como resultado, os canteiros de obras são negligenciados e deixam de perder em termos de organização, segurança e produtividade. É somente através da boa gestão do canteiro que ocorre o bom desenvolvimento das atividades, desperdícios de tempo, perdas de materiais e falta de qualidade dos serviços executados. Sendo assim, este trabalho tem como objetivo realizar uma revisão bibliográfica sobre os Sistemas de Qualidade de Gestão em canteiro de obras observando seus impactos na gestão. Foi realizada pesquisa bibliográfica descritiva. De acordo com os resultados, verifica-se que, o Sistema de Gestão da Qualidade oferece ferramentas para que as organizações implantem, gerencie e cheque a qualidade de seus processos. Diversas são as ferramentas disponíveis para a gestão de qualidade de um canteiro de obras, diretamente ligada a qualidade dos serviços, dos materiais empregados na execução da obra, na segurança e produtividade. Cabe destacar a importância do treinamento e capacitação, sendo estes primordiais para familirialização e entendimento dos colaboradores. Ressalta-se a importância da participação da gerência na participação integral da implementação do sistema de gestão de qualidade, pois, de acordo com o estudo, a falta de apoio leva os funcionários a não respeitarem e nem cumprirem as normas.

Palavras chave: Gestão. Qualidade. Canteiro de Obras.

1 Graduando do Curso de Engenharia Civil da Universidade de Araraquara- UNIARA. Araraquara-SP. E-mail: breno.veneziano@outlook.com

2 Orientador. Docente Curso de Engenharia Civil da Universidade de Araraquara- UNIARA. Araraquara-SP. E-mail: gferreira05@gmail.com

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QUALITY MANAGEMENT IN CONSTRUCTION SITE

ABSTRACT

Currently, the search for a quality environment has been standing out in large associations in order to achieve improvements for employees to consequently gain in productivity. It is known that the construction site is an important area to be considered, however, the managers' concern with the construction site has always been related to the technical aspects of the architectural-structural design and as a result, the construction sites are neglected and leave to lose in terms of organization, safety and productivity. It is only through the good management of the construction site that the good development of activities occurs, wasted time, loss of materials and lack of quality of quality services. Therefore, this work aims to carry out a bibliographic review on the Quality Management Systems at construction sites, observing their impacts on management. Descriptive bibliographic research was carried out. According to the results, it appears that the Quality Management System offers tools for associations to implement, manage and verify the quality of their processes. There are several tools available for the quality management of a construction site, directly linked to the quality of services, the materials used in the execution of the work, safety and productivity. It is worth highlighting the importance of training and qualification, which are essential for familiarization and understanding of employees. The importance of participating in the participation in the full participation in the implementation of the quality management system is emphasized, as, according to the study, the lack of support leads employees to fail to respect and comply with the standards.

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INTRODUÇÃO

Na construção civil, muitos são os fatores que interferem na qualidade de execução de um determinado serviço: a disponibilidade de materiais e equipamentos, a complexidade das tarefas e o desperdício de resíduos gerados do setor (LUCIO, ARAÚJO E BISNETO, 2016; CIB, 2015).

A gestão de qualidade na construção civil traz vantagens não só para as empresas de construção, que podem diminuir seus custos e prazos, mas também para os consumidores, que vão usufruir de um empreendimento de alto padrão e terão redução do custo e prazo de entrega da obra.

O canteiro de obras é uma importante área a ser considerada, pois nele que se concretiza de fato a obra e onde se pode verificar certa complexidade no processo de gerenciamento. Porém, ocrescimento da competitividade global, faz com que as empresas do ramo construtivo aumentem sua produtividade, qualidade do produto e quantidade de organização interna, ao mesmo tempo que deve buscar reduzir custos e prazos para que fique garantido o lucro.

A preocupação dos gestores com o canteiro de obras sempre esteve relacionada aos aspectos técnicos do projeto arquitetônico-estrutural, tais como dimensionamento e detalhamento dos elementos estruturais. Com o resultado, os canteiros de obras são negligenciados e deixam de perder em termos de organização, segurança e produtividade. É somente através da boa gestão do canteiro que ocorre o bom desenvolvimento das atividades, desperdícios de tempo, perdas de materiais e falta de qualidade dos serviços executados.

Sendo assim, é de vital importância a implantação de um sistema de qualidade que vise combater as principais causas dos desperdícios, sejam eles: materiais, recursos humanos, recursos minerais, tempo e custo, e na identificação dos pontos críticos e ações para a redução ou extinção dos mesmos, gerando assim, maior produtividade.

Cabe ressaltar Norma ABNT NBR ISO 9001, que define os requisitos dos Sistemas da Qualidade, e do Sistema de Avaliação da Conformidade de Empresas de Serviços e Obras da Construção Civil, e esta deve estar em conjunto com qualquer sistema de gestão de qualidade aplicada.

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Este trabalho tem como objetivo realizar uma revisão bibliográfica sobre os Sistemas de Qualidade de Gestão em canteiro de obras observando seus impactos na gestão. Foi realizada pesquisa bibliográfica descritiva.

1 GESTÃO DA QUALIDADE- BREVE CONCEITUAÇÃO

Segundo Vergueiro (2002), a gestão de qualidade surgiu em meados da década de 50; quando ocorreu a necessidade da melhora de seus elementos em todos os âmbitos. Após a Segunda Guerra Mundial, no Japão, foi iniciado um movimento da qualidade promovendo palestras para líderes industriais. A aplicação de princípios de qualidade contribuiu de forma relevante à indústria japonesa e elevou a credibilidade dos seus produtos em mercados mundiais. Posteriormente, estes processos de qualidade tiveram continuidade através da norma ISSO 9000, a fim de padronizar a qualidade e seus princípios.

No Brasil, a partir da década de 90, a Gestão da Qualidade começou pela discussão dos conceitos teóricos que descreviam experiências conhecidas de outros países. O choque da globalização impulsionou as organizações a buscarem níveis internacionais de qualidade, produtividade e eficiência. (PALADINI, 2012).

Segundo Falconi (2010), o Sistema de Gestão da Qualidade oferece ferramentas para que as organizações implantem, gerencie e cheque a qualidade de seus processos como o Programa 5S, Diagrama de causa e efeito, 5W2H, Ciclo PDCA.

A qualidade envolve diferentes conceitos, que vão desde a liderança até os meios de controle nos processos produtivos, sejam estes de manufatura ou de meios de serviços (CARPINETTI, 2012).

Para Tófoli e Tófoli (2006):

“tem um sentido amplo, abrange situações completamente distintas, sendo identificado nos sistemas de produção, nas organizações, na otimização de processos, produtividade, custos e aprimoramento do sistema” (TÓFOLI, TÓFOLI, 2006, p.77).

A gestão começa com o comprometimento da alta direção da organização, atinge e requer a participação de todos os componentes da mesma, utiliza o conhecimento e o aprimoramento contínuo dos processos de trabalho, incentiva e aplica o trabalho em equipe, de forma a atender cada vez melhor e até exceder,

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aos anseios, exigências e expectativas dos clientes, observando sempre as ações da concorrência e do mercado (ARAÚJO, 2007).

Segundo Falconi (2010), uma organização pode optar pela implementação de um Sistema de Gestão da Qualidade com a finalidade de apenas otimizar seus processos e melhorar a qualidade de seus produtos e/ou serviços.

Segundo Paladini (2012) a gestão por processos é uma metodologia de avaliação contínua, análise e melhoria do desempenho dos processos, os quais exercem maior impacto na satisfação dos clientes e gestores, denominados de processos chave. O Fluxograma é uma ferramenta muito utilizada, sendo essencial para a padronização e para o entendimento de processos.

Para Corrêa (2011), a gestão da qualidade pode ser classificada a trilogia da qualidade em três etapas:

Planejamento: é o processo de estabelecer os objetivos para qualidade e desenvolver os planos para atingir esses objetivos;

Controle de Qualidade: é o processo contínuo usado pelo pessoal operacional com meio para atingir os objetivos planejados;

Melhoramento da Qualidade: tem o objetivo de melhorar os níveis atuais de desempenho da qualidade.

Segundo a ABNT ISO 9001 (2008), a adoção da Gestão da Qualidade é uma decisão estratégica, e para a implantação de um sistema de gestão da qualidade a organização deve identificar os processos e sua aplicação por toda a organização, além de monitorá-los e implementar ações necessárias para melhoria contínua destes (ABNT ISO 9001, 2008).

A gestão da qualidade só será plena se for estabelecido um ciclo exímio de medições, análises e ações de melhoria. Quando um sistema de gestão da qualidade é implantando e mantido em uma organização, as atividades são realizadas de forma coordenada, definindo as ações a serem realizadas bem como a forma de fazê-lo (CARPINETTI, 2012).

3. GESTÃO DE CANTEIRO DE OBRAS

O canteiro de obras pode ser definido como a “área de trabalho fixa e temporária, onde se desenvolve operações de apoio e execução de uma obra”. Segundo a Norma Regulamentadora 18 (NR-18, 1995) e também pode ser definido

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como as “áreas destinadas à execução e apoio dos trabalhos da indústria da construção, dividindo-se em áreas operacionais e áreas de vivência.” Segundo a NBR 12284 (ABNT, 1991).

Sua tipologia compreende três grupos de acordo com Illingworth (1993): - Restritos: no qual a construção ocupa todo o terreno, ou grande parte dele. O acesso é pequeno

-Amplos: no qual a construção ocupa apenas parte do terreno. O acesso é amplo.

-Longos e estreitos: no qual é restrito apenas em uma dimensão havendo acesso a outra parte do terreno. Acesso em pontos do terreno.

A organização do canteiro de obras é fundamental para o bom desenvolvimento das atividades, para evitar desperdícios de tempo, perdas de materiais e falta de qualidade dos serviços executados.

O projeto do canteiro é um dos principais instrumentos para o planejamento e organização da logística de canteiro. Ele afeta o tempo de deslocamento dos trabalhadores e o custo de movimentação dos materiais e interfere, portanto, na execução das atividades e também na produtividade global da obra e dos serviços. Apesar disto, existe pouca preocupação por parte das empresas com a elaboração de tal projeto (BEZERRA, 2010).

Bons projetos de canteiro podem proporcionar significativas melhorias no processo produtivo. Eles visam, principalmente, promover a realização de operações seguras e manter a boa moral dos trabalhadores, além de minimizar distâncias e tempo para movimentação de pessoal e material, reduzir tempo de movimentação de material, aumentar o tempo produtivo e evitar obstrução da movimentação de material e equipamentos (BEZERRA, 2010).

4. GESTÃO DE QUALIDADE EM CANTEIRO DE OBRAS 4.1 Dificuldadescom a falta de gestão no canteiro de obras

De acordo com Lucio, Araújo e Bisneto (2016) a falta de uma gestão de qualidade ocasiona vários problemas como, a questão do controle e armazenamento dos materiais utilizados, perdendo a qualidade e o seu desempenho. Segundo os autores, as falhas são geradas também devido ao

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manuseio ou transporte inadequado de materiais no canteiro de obra, comprometendo assim sua qualidade e desempenho final.

Ainda de acordo com os autores, existem também problemas como a falta de limpeza e organização do canteiro e manuseio inadequado dos materiais no canteiro, levando retrabalhos, atrasando o tempo estimado da entrega.

De acordo com Neto (2014) no canteiro de obras, o mau arranjo físico também é visto como uma dificuldade, pois, interfere diretamente na produção sequencial das atividades, proporcionando obstrução nas vias de circulação, no transporte de materiais, movimentação de pessoas e trabalhadores, equipamentos e instrumentos utilizados no transcorrer da obra.

Para o autor, outro problema, ainda com relação às disposições dos elementos no canteiro, pode ser considerado como outro fator interferente no andamento da obra se realizados de forma errônea.

De acordo com Neto (2014) a alocação dos elementos é feito aleatoriamente, logo é provável que se tenha um deslocamento maior desse local até a construção da obra, aumentando o tempo de deslocamento do trabalhador ao local do serviço.

4.2 Ferramentas e sistemas de gestão de qualidade no canteiro de obras- Benefícios e impeditivos de implementação

A preocupação dos gestores com o canteiro de obras sempre esteve relacionada aos aspectos técnicos do projeto arquitetônico-estrutural. Com o resultado, os canteiros de obras são negligenciados e deixam de perder em termos de organização, segurança e produtividade. É somente através da boa gestão do canteiro que ocorre o bom desenvolvimento das atividades, desperdícios de tempo, perdas de materiais e falta de qualidade dos serviços executados.

Para Neto (2014) a organização do canteiro de obras é fundamental para o bom desenvolvimento das atividades, para evitar desperdícios de tempo, perdas de materiais e falta de qualidade dos serviços executados.

O setor da construção civil tem demonstrado preocupação em controlar e gerenciar as atividades relacionadas ao transporte de materiais e aos desperdícios gerados nos canteiros de obras, com objetivo de minimizar os custos e maximizar os lucros da produção, além de garantir segurança durante o processo (NETO, 2014).

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Sendo assim, é de vital importância a implantação de um sistema de qualidade, que vise combater as principais causas dos desperdícios, sejam eles: materiais, recursos humanos, recursos minerais, tempo e custo, e na identificação dos pontos críticos e ações para a redução ou extinção dos mesmos, gerando assim, maior produtividade.

A utilização de um sistema de gestão de qualidade (SGQ) trazem diversos benefícios como o aumento da qualidade do produto entregue, redução na quantidade de retrabalho e consequente redução dos custos e desperdícios a ele associados, bem como o aumento da satisfação dos clientes (FRAGA, 2011).

Para Pollon (2018) objetivo principal de um SGQ é a satisfação das necessidades de todos os envolvidos: clientes por meio da qualidade, colaboradores por meio do crescimento profissional e gestores por meio da produtividade.

Para o autor, 5 providências devem ser realizadas para a implementação do sistema:

a) Envolver todas as pessoas da empresa no processo: é necessário engajar os colaboradores através do compartilhamento de conhecimento. Reuniões, cursos e fornecimento de materiais práticos são meios de se atingir esse objetivo;

b) Definir claramente o escopo do Sistema de Gestão da Qualidade e quais os produtos ele contempla: deve ser definido qual o foco (abrangência) do sistema, facilitando a alocação de recursos e o direcionamento dos esforços para a sua implementação;

c) Mapear os processos: a empresa deve mapear todos os seus processos que envolvam a fabricação do produto (ou elaboração de um serviço) até a entrega ao cliente. Com isso, é possível elaborar os procedimentos do sistema de qualidade mais apropriados, garantindo melhores resultados;

d) Definir metas e indicadores: após o mapeamento dos processos e a elaboração de procedimentos de rotina do sistema da qualidade, é preciso definir metas e indicadores de qualidade para haver o monitoramento da eficácia e eficiência dos processos, ou seja, conferir se os resultados foram alcançados e se foram usados os recursos adequados;

e) Usar métodos e ferramentas da qualidade eficazes para aumentar a eficiência do sistema: é ideal utilizar ferramentas da qualidade observadas na literatura para o auxílio no processo de gestão do sistema de qualidade.

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Algumas delas, são:

Ciclo PDCA (Plan, Do,Check, Act). Para Marshall Junior et al. (2008), é um método gerencial para promoção da melhoria contínua e reflete, em suas quatro etapas integradas, a base da filosofia do melhoramento contínuo através de planejamento, execução, verificação e ação corretiva.

Diagrama de Causa e Efeito. O efeito auxilia no diagnóstico, e somente atacando as causas se consegue alcançar as melhorias. O diagrama de Ishikawa tem a capacidade de separar a causa do efeito de um determinado problema (TRIVELATO, 2010).

5W2H. A ferramenta 5W2H foi criada como uma ferramenta auxiliar na utilização do PDCA. Segundo Polacinski (2012) essa ferramenta consiste em um plano de ação para atividades pré-estabelecidas que tem a necessidade de serem desenvolvidas com a maior clareza possível, além de funcionar como um mapeamento dessas atividades.

Programa 5S. A implementação dos cinco sensos seiri (utilização), seiton (ordenação), seiso (limpeza), seiketsu (higiene) e shitsuke (autodisciplina), assume a função de “organizar a casa” deixando o ambiente livre de materiais inúteis, limpo e seguro (GONZALEZ 2017).

Em estudo de Anjos e Oliveira (2018) a ferramenta proporcionou benefícios como, redução do desperdício de materiais e das atividades que não agregavam valor à obra, melhoria dos fluxos, canteiro de obra mais organizado, limpo e seguro. Para Barato e Gasparotto (2018) a implementação da ferramenta 5S cotribui de forma significativa na produção do canteiro de obras, nas condições de saúde dos colaboradores, melhorando assim, a imagem da empresa. Porém, segundo so autores, o desconhecimento sobre a ferramenta impede a progressão de implementação.

Anjos e Oliveira (2018) relatam o mesmo impeditivo de implementação e acrescentam que, existe pouca familiaridade com conceitos de gestão empresarial, qualidade ou uso intensivo de tecnologias.

Cruz (2018) define etapas para implantação do Programa 5S:

I. Concepção e Conscientização da alta direção e Gestor do Programa 5S: etapa esta de suma importância afim de definir a necessidade de implantação so programa, trazendo maior familirialidade.

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II. Desenvolvimento dos Materiais Necessários: com a utilização de materiais e ferramentas como 5W2H, Diagrama de causa e efeito, que, irão ajudar na implementação do programa;

III. Treinamento dos Operários; estapa considerada importante afim de familirializar os colaboradores sobre a importância do programa para segurança e desempenho de cada um;

IV. Dia 5S: dia do começo da mudança e deve ser reproduzido ao longo dos dias, durante todo o processo construtivo.

Já a certificação ISO 9001, para Fraga (2011) surge como uma alternativa ao constante aprimoramento do sistema produtivo, produzindo serviços e produtos com padrão de qualidade para o cliente. A família de normas ISO 9000 estabelece requisitos que auxiliam a melhoria dos processos internos, a maior capacitação dos colaboradores, o monitoramento do ambiente de trabalho, a verificação da satisfação dos clientes, colaboradores e fornecedores, num processo contínuo de melhoria do sistema de gestão da qualidade, aplicando-se a campos tão diversos como materiais, produtos, processos e serviços.

A implantação de um sistema da qualidade dentro de uma empresa, neste caso a certificação ISO 9001, auxilia no gerenciamento dos processos e atividades, através da documentação de formulários e registros para assegurar a existência de um controle e ordem na forma de como a organização conduz seu negócio, para que tempo, dinheiro e outros recursos sejam utilizados com eficiência (FRAGA, 2011, p. 25).

Para Mosqueira (2018) a adesão ao SiAC/PBQP-H é importante para uma empresa da construção civil. Além de ganhos que um sistema de gestão da qualidade traz consigo como a melhoria na organização da empresa, o aumento da produtividade, a redução de desperdícios e custos e melhorias em aspectos de segurança e saúde dos funcionários, a obtenção do certificado do SiAC/PBQP-H traz os benefícios de poder participar do programa Minha Casa Minha Vida e de conseguir-se linhas de financiamento junto à instituições financeiras públicas e privadas.

De acordo com o autor, esse conjunto de ganhos possibilita a competitividade de uma empresa em qualquer cenário possível: em tempos de prosperidade da economia e em tempos de crise. O autor ressalta que as

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exigências do Referencial Normativo do SiAC são requisitos acessíveis de serem atendidos pelas construtoras e, baseados na série de normas ISO 9000, contemplam uma gama de ações que, juntas, permitem atingir o que se espera de um sistema de qualidade.

Segundo Mosqueira (2018), para a implementação do sistema, deve-se seguir uma sequência de etapas:

(1) primeiro realizar um diagnóstico (estudo preliminar) dos processos da construtora;

(2) depois planejar procedimentos do sistema de gestão da qualidade que, juntos, vão melhorar as atividades identificadas no diagnóstico, introduzirão mudanças na organização e atingirão o atendimento aos requisitos exigidos para a certificação;

(3) implantar na prática os processos elaborados na fase de Planejamento, (4) é realizar a auditoria interna, os ajustes finais e seguir para a auditoria de certificação.

São vários os fatores que podem contribuir para que haja essa dificuldade de implementação, como por exemplo a alta rotatividade inerente ao setor da construção civil, que se coloca como obstáculo ao treinamento e a capacitação nos serviços padronizados.

Costa (2016) corrobora com Mosqueira, indicando em seu estudo, problemas com a mão de obra e a falta de capacitação e treinamento de pessoas para gerenciar e coordenar o SGQ, ocasionando em dificuldades na interpretação da totalidade dos requisitos, ocasionando lentidão no processo de implantação e certificação ou a necessidade de se contratar consultores especializados.

Cruz (2018) ainda ressalta que, o treinamento talvez seja a etapa mais importante da implantação de um sistema de qualidade, devendo esta ser vista como uma etapa de conscientização, sensibilização e ganho de confiança dos colaboradores envolvidos com o objetivo de apresentar os benefícios que um sistema de qualidade proporciona.

A adequação à norma de desempenho NBR 15575 demonstrou também uma dificuldade a ser superada no processo de implantação do sistema de gestão da qualidade. Essa dificuldade acabou gerando a não conformidade relacionada ao Plano de Controle Tecnológico. Os motivos da dificuldade em atender às exigências

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foram: o desconhecimento da mesma por parte da construtora e a falta de comprometimento da direção (MOSQUEIRA, 2018, p. 78).

Mosqueira ainda relata a falta de comprometimento da alta direção como uma das maiores dificuldades encontrada no processo de implementação do sistema de gestão da qualidade. Para o autor, apesar da alta direção prover todos os recursos necessários para a implantação do sistema, houve uma ausência notável por parte dela na participação no processo.

Para Andrade (2014) na maioria das empresas participantes de seu estudo, pode-se observar que a gerência não apoia ou não demonstra apoio na área da gestão da qualidade: isso leva os funcionários a não respeitarem e nem cumprirem as normas.

Cabe ressaltar a NR18, que visa estabelecer diretrizes de ordem administrativa, de planejamento e de organização na indústria da construção. A norma estipula a imlementação de medidas de sistemas preventivos de segurança e de controle nos processos, nas condições e no ambiente de trabalho da construção. Auxilia na organização, proporcionando espaços mais saudáveis, maior qualidade do ambiente de trabalho e melhor desempenho (SANT'ANA, 2017).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Sistema de Gestão da Qualidade oferece ferramentas para que as organizações implantem, gerencie e cheque a qualidade de seus processos. A sua falta ocasiona vários problemas ligados a organização, segurança e produtividade. Diversas são as ferramentas disponíveis para a gestão de qualidade de um canteiro de obras, e está diretamente ligada a qualidade dos serviços, dos materiais empregados na execução da obra, na segurança e produtividade, como, o Ciclo PDCA vista como um método gerencial para promoção da melhoria contínua através de planejamento, execução, verificação e ação corretiva. O Diagrama de Causa e Efeito, que, auxilia no diagnóstico, vereficando causas de um determinado problema. A ferramenta 5W2H trata-se de uma ferramenta de mapeamento e padronização de processos para a elaboração de planos de ação. O Programa 5S que cotribui de forma significativa na produção do canteiro de obras, nas condições de saúde dos colaboradores, melhorando assim, a imagem da empresa.

Cabe ressaltar que organização e limpeza são as primeiras medidas de segurança do trabalho para evitar acidentes. Fatores esses que refletem positivamente na motivação dos trabalhadores, melhorando a qualidade da obra.

Diante dos resultados, quando os procedimentos e serviços são devidamente acompanhados e a equipe segue um padrão de produção, utilizando os materiais da melhor maneira, ocorre a diminuição do desperdício de tempo e de recursos, aumentando a produtividade a qualidade e a segurança da construção no canteiro de obras.

Problemas com a mão de obra e a falta de capacitação e treinamento foram vistos como impeditivos no processo de implantação das ferramentas. Segundo estudos, treinamento e capacitação são etapas importantes da implantação de qualquer sistema de qualidade, trazendo conscientização, sensibilização e ganho

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de confiança dos colaboradores envolvidos, apresentando benefícios da implantação.

Cabe destacar a importância da participação da gerência na participação integral da implementação do sistema de gestão de qualidade, pois, de acordo com o estudo, a falta de apoio leva os funcionários a não respeitarem e nem cumprirem as normas.

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