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O POTENCIAL DO ECOTURISMO E DO TURISMO DE AVENTURA NA REGIÃO DE SANTA MARIA/RS

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Academic year: 2021

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AUTOR: PEDRO DA COSTA PORTO

ORIENTADOR: DR. EDUARDO SCHIAVONE CARDOSO

CO-ORIENTADOR: DR. WATERLOO PEREIRA FILHO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CURSO DE GEOGRAFIA BACHARELADO

PROJETO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA FIPE/SENIOR

EMAIL:

PEDROP.GEO@GMAIL.COM

O POTENCIAL DO ECOTURISMO E DO TURISMO DE

AVENTURA NA REGIÃO DE SANTA MARIA/RS

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1. INTRODUÇÃO

Com a crescente expansão do processo de urbanização e os problemas comuns do dia a dia das grandes cidades, é cada vez mais notável o que Célia Toledo e Heloisa Bruhns (1997) definiram como “o desejo contemporâneo de retorno à natureza” e o “afastamento do cotidiano urbano industrial”. Isto somado com a preocupação crescente com as questões ambientais tem feito aumentar a demanda e os investimentos na área do Turismo e seus segmentos como o Ecoturismo e o Turismo de Aventura, tornando-os uma alternativa de lazer aliado ao respeito e a preservação dos recursos naturais.

A atividade turística nas últimas décadas tornou-se um dos principais atores no comércio internacional, seu volume de negócios é igual ou até mesmo superior ao das exportações de petróleo, crescendo de 25 milhões de viajantes no ano de 1950 para 806 milhões em 2005 (OMT, 2009). Ainda segundo a Organização Mundial de Turismo este crescimento - aliado a diversificação dos destinos turísticos - tem tornado o Turismo uma das principais fontes de rendimento principalmente para países em desenvolvimento.

No Brasil o faturamento com Turismo representou cerca de 2,25% do PIB nacional, aproximadamente R$ 76 bilhões, empregando 5,5 milhões de pessoas no ano de 2003 (IBGE,2007). Também é notável o destaque que vem adquirindo o Ecoturismo no cenário do turismo nacional que conforme o Instituto Brasileiro do Turismo (EMBRATUR) representa 5% do contingente total das viagens de lazer no Brasil, com perspectivas de um crescimento acima da média do mercado turístico convencional que é cerca de 20% ao ano. No ano de 2008 este segmento apresentou o lucro nacional de R$ 490 milhões, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (Abeta).

O Turismo de Aventura também é outro segmento da atividade turística que vem ganhando cada vez mais adeptos no país. De um segmento de pouca significância econômica no inicio da década de oitenta, o Turismo de Aventura apresenta no Brasil em 2008 um lucro de R$ 490 milhões, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (Abeta).

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Neste contexto, o Ecoturismo e o Turismo de Aventura encontram grande potencial recreativo e de lazer na região de Santa Maria, delimitada neste trabalho pelo município de Santa Maria e seus antigos distritos: Itaára, Silveira Martins e São Martinho da Serra. Esta região é considerada um importante entroncamento ferroviário e rodoviário, localizando-se no centro do Estado do Rio Grande do Sul, na província geomorfológica da Depressão Central, transição entre o Escudo Sul Riograndense e o Planalto Meridional Brasileiro (Rebordo do Planalto), que tem como característica um relevo acidentado, com uma altimetria que varia de cinquenta metros á aproximadamente quinhentos e cinquenta metros acima do nível do mar, em trinta quilômetros de distância, com a presença de falhas e fraturas. São estas características do relevo que possibilitam a formação de vários atrativos para o desenvolvimento do Ecoturismo e o Turismo de Aventura como cascatas, cachoeiras, quedas d’ água, morros testemunhos e paredões de Basalto.

O presente trabalho tem como organização estrutural, primeiramente a revisão teórica da atividade do turismo e seus segmentos. Analisaram-se também os conceitos e impactos da abordagem geográfica sobre o tema, assim como um levantamento teórico do contexto atual da atividade turística na área de estudo.

Após esta etapa, partiu-se para realização dos procedimentos técnicos metodológicos com expedições a campo para coleta de dados, visando o objetivo deste trabalho que é a elaboração de um mapa temático espacializando as áreas com potencial para o desenvolvimento de atividades de lazer e recreação voltadas para o Ecoturismo e Turismo de Aventura na região de Santa Maria. Para tanto se fez necessário também uma descrição geográfica da área de estudo salientando seus aspectos físicos, econômicos e demográficos. Assim, tem-se como última etapa a análise dos dados obtidos a fim de definir a potencialidade turística da região com as devidas considerações finais.

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2. OBJETIVOS

Este trabalho que foi realizado do mês de Maio à Dezembro de 2009 teve como principal objetivo catalogar e mapear as áreas da região de Santa Maria com potencial para o desenvolvimento de atividades voltadas ao Ecoturismo e o Turismo de Aventura, culminando em um mapa temático que pontualizou estas áreas. Este mapa foi gerado com base nos dados obtidos no decorrer da realização de 16 expedições a campo que catalogaram um total de 24 quedas d’água, 16 trilhas em meio a Mata Atlântica que podem ser utilizadas para as mais diversas práticas ligadas ao Ecoturismo e o Turismo de Aventura e um total de 17 mirantes que possibilitam a apreciação tanto da paisagem natural da região, quanto uma vista panorâmica das áreas urbanas do Municípios de Santa Maria.

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3. METODOLOGIAS

Para atingir o objetivo proposto neste trabalho realizou-se uma primeira etapa dedicada à revisão bibliográfica sobre Turismo e seus segmentos, assim como a abordagem geográfica sobre a atividade turística. Buscou-se também nesta etapa abordar temas como: geologia, hidrografia, demografia, economia, fauna e flora, buscando uma caracterização geográfica da área de estudo.

Na segunda etapa deste trabalho foi dedicada a expedições a campo – que tiveram como ponto de partida a Praça Saldanha Marinho localizada no centro da cidade de Santa Maria – com o objetivo de catalogar e mapear as áreas com a presença de atrativos que possibilitem a prática de atividades voltadas para o Ecoturismo e o Turismo de Aventura. Uma vez que não foi possível encontrar em toda bibliografia consultada uma definição para o que pode ser considerado um atrativo para o Ecoturismo, adotou-se neste trabalho como tal, locais que permitam ao turista um contato maior com os ambientes naturais da região – possibilitando uma fuga do cotidiano urbano – tais como: cascatas, trilhas em meio à mata e áreas que possibilitem a contemplação da paisagem.

No decorrer das expedições a campo buscou-se sempre o contato com os proprietários das áreas onde se encontram os atrativos catalogados, assim como moradores de seus arredores. Isto foi realizado com o objetivo de levantar informações a respeito destes atrativos (nome, localização, distância, etc.) assim como estas pessoas avaliam a visitação ou a possibilidade de visitação destes atrativos por parte de pessoas estranhas ao seu convívio. Para a coleta dos dados de campo utilizou-se um aparelho GPS Garmin Etrex, cedido pelo Departamento de Geociências da Universidade Federal de Santa Maria e do programa de computador TrackMaker para armazenar os dados obtidos. Para aquisição de fotos e filmagens utilizou-se uma câmera filmadora digital modelo JVC 30 GB.

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Então se deu início à etapa de compilação dos dados e a confecção do mapa temático com a finalidade de espacializar os locais com potencial para execução de práticas voltadas para o Ecoturismo e o Turismo de Aventura na Região de Santa Maria. Este mapa foi elaborado através do Programa Spring 5.0.6 no qual, foi realizado um mosaico com Cartas Topográficas editadas em 1980 com escala 1:25000 que compreendem as folhas com as seguintes nomenclaturas:

 SH. 22-V- C- IV-1-NO (Santa Maria);  SH. 22-V- C- IV-1-NE (Santa Maria);  SH. 22-V- C- IV-1-SO (Santa Maria);  SH. 22-V- C- IV-1-SE (Santa Maria);  SH. 22-V- C- IV-2-NO (Camobi);  SH. 22-V- C- IV-2-NE (Camobi);  SH. 22-V- C- IV-2-SO (Camobi);  SH. 22-V- C- IV-2-SE (Camobi).

Após a realização do mosaico com as cartas, foram digitalizados elementos considerados importantes para a elaboração final do mapa temático, como a drenagem, as estradas principais e secundárias e o contorno da área urbana dos Municípios de Santa Maria, São Martinho da Serra, Silveira Martins e Itaára, resultando em um único banco de dados com todas estas informações. A partir disto, este banco de dados foi unida a imagem do Satélite Cibers da mesma área, onde então foram adicionados os pontos catálogos, resultando no mapa final.

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4. RESULTADOS

Com o desenvolvimento deste trabalho que apresentou um levantamento do referencial conceitual sobre Turismo e seus segmentos, assim como a abordagem geográfica sobre esta atividade e com a compilação dos dados coletados em campo que resultaram em um mapa temático, pode-se concluir que o Ecoturismo e o Turismo de Aventura como segmentos da atividade turística se caracterizam principalmente pelo respeito e preservação de áreas naturais, por ter estes espaços como seu principal objeto de consumo. Estes segmentos do turismo também têm a característica de aliar esta preservação a importantes avanços econômicos, como o aumento da renda dos trabalhadores envolvidos nestas atividades e um aumento na consciência ambiental da população local.

Assim, pode-se afirmar, que o desenvolvimento de atividades voltadas para Ecoturismo e o Turismo de Aventura é uma alternativa palpável para região delimitada neste trabalho como a Região de Santa Maria. Tal desenvolvimento é possível principalmente ao grande potencial natural que a região possui nestes segmentos, com a presença dos atrativos descritos anteriormente neste trabalho.

O desenvolvimento destas atividades pode servir também como um complemento na renda das famílias nas propriedades rurais onde se encontram tais atrativos, somando isto, a preservação de áreas remanescentes de Mata Atlântica.

Portanto, para que a região de Santa Maria torne-se uma referencia no Estado do Rio Grande do Sul no Ecoturismo e o Turismo de Aventura se faz necessário uma ação em conjunto dos Municípios de Santa Maria, São Martinho da Serra, Itaára e Silveira Martins com o propósito de desenvolver um plano de desenvolvimento do Ecoturismo e o Turismo de

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Aventura baseado em estratégias e metas, bem como a definição de um roteiro de trilhas bem demarcadas e sinalizadas e com um programa de qualificação de guias com a finalidade de acompanhar os turistas nas trilhas. Para que com isto, os atrativos catalogados neste trabalho sejam explorados da maneira correta exposta anteriormente e não de forma desordena como foi possível observar em vários locais durante a execução deste trabalho, resultando na degradação dos mesmos.

Para que tal plano de desenvolvimento seja bem sucedido os órgãos públicos devem trabalhar juntamente com os proprietários das áreas onde se encontram os atrativos. Para que estes recebam treinamento para como empreender este tipo de atividade e crie a infra-estrutura necessária para tal empreendimento e possa até – com o devido treinamento – servir de guia.

Uma vez que este trabalho catalogou e mapeou as áreas com potencial do desenvolvimento do Ecoturismo e do Turismo de Aventura na Região de Santa Maria, espera-se que este possa servir de subsidio para um futuro plano de desenvolvimento local destas atividades.

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Bibliografia

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